terça-feira, 3 de dezembro de 2019
segunda-feira, 2 de dezembro de 2019
Asa de vento
...
Sou asa de vento
frágil, como a própria vida
voo, porém, a contento
sempre de maneira contida
José Carlos Moutinho
2/12/19
domingo, 1 de dezembro de 2019
Caminho matizado
Passeio sobre folhas matizadas pelo tempo ido,
e sinto murmúrios de saudade
de um verão que já se foi...
há em cada folha pisada, um gemido,
ou talvez seja um sorriso,
de missão cumprida perante a natureza,
que eu, quase indiferente,
vou pisando implacavelmente...
olho os ramos nus das árvores despidas,
e deixo-me absorver pela sua frialdade
que, certamente lhe é agradável
mas que me arrepia,
levando-me a pensar que tudo é um ciclo,
neste mundo tão belo e desconhecido...
há a chegada, a viagem e o término,
ou talvez seja outra chegada
a outro espaço igualmente desconhecido...
José Carlos Moutinho
1/12/19
e sinto murmúrios de saudade
de um verão que já se foi...
há em cada folha pisada, um gemido,
ou talvez seja um sorriso,
de missão cumprida perante a natureza,
que eu, quase indiferente,
vou pisando implacavelmente...
olho os ramos nus das árvores despidas,
e deixo-me absorver pela sua frialdade
que, certamente lhe é agradável
mas que me arrepia,
levando-me a pensar que tudo é um ciclo,
neste mundo tão belo e desconhecido...
há a chegada, a viagem e o término,
ou talvez seja outra chegada
a outro espaço igualmente desconhecido...
José Carlos Moutinho
1/12/19
sábado, 30 de novembro de 2019
O olhar
O meu olhar perde-se
pela estrada da desesperança,
agora, cansado, remete-se
a uma quietude de bonança
Perdeu o brilho de um certo tempo
pela ausência de outro olhar,
resta-lhe um triste lamento
magoado por não saber brilhar
Talvez um dia, surja uma luz
que faça o teu olhar cintilar,
nem que eu peça a Jesus.
para voltar a sentir teu amar
José Carlos Moutinho
30/11/19
sexta-feira, 29 de novembro de 2019
Vento que passa
Que vento este que passa
assim agitado e tão cansado,
grita a tristeza que o perpassa
na dor que sente ao seu lado
grita a tristeza que o perpassa
na dor que sente ao seu lado
Eu que não sou vento, sinto
palavras vestidas de sombras,
sou assim e jamais desminto
não gosto de muitas delongas
palavras vestidas de sombras,
sou assim e jamais desminto
não gosto de muitas delongas
José Carlos
Moutinho
29/11/19
29/11/19
terça-feira, 26 de novembro de 2019
Desabafo (o meu tempo)
O meu presente já não dá esperança aos meus sonhos; talvez por eu não ter tempo para os ver realizados ou porque acha que não devo mais sonhar. Este é um pensamento que, frequentemente, me esmaga os anseios, mas que, todavia, tenho de o entender como imposição temporal à qual, inexoravelmente não me posso escusar.
Confesso que, por vezes, me irrita esta situação de me sentir limitado pelo tempo que cerceia os meus impulsos; tento repudiá-lo, mas ele, tempo, cola-se aos meus movimentos e até bloqueia, de algum modo, o meu modo de pensar.
Admito que, tento repelir, resiliente e obstinado, essa limitação. Então, para contrariar a implacabilidade do tempo, escrevo, escrevo...e, faço-o até, de maneira compulsiva, como se receasse que o meu tempo de repente se lembrasse de me cortar essa febril vontade de escrever.
Sonhador ainda, sentimento que me vem da juventude, faço com as minhas palavras escritas, livros; edito-os, talvez, a um ritmo que confunde os meus pares, pois escuto as críticas e suas ausências aquando dos lançamentos ou apresentações. Ausências que, a cada ano, se vão tornando mais prementes, por razões, algumas, que penso conhecer.
(Criticar é fácil se, eventualmente, não se consegue o mesmo ritmo de edição literária ou o modo de actuar em relação à divulgação dos livros)
O sonho que há em mim é o meu presente, que tem de ser realizado hoje; é, precisamente, esse sentimento que passa despercebido ou é desconsiderado pelos meus companheiros das palavras escritas, que também, como eu, sonham, só que, têm, pela lógica da idade, mais tempo para as suas realizações.
Eu, simplesmente tenho pressa, porque o meu tempo é urgente!
José Carlos Moutinho
26/11/19
Confesso que, por vezes, me irrita esta situação de me sentir limitado pelo tempo que cerceia os meus impulsos; tento repudiá-lo, mas ele, tempo, cola-se aos meus movimentos e até bloqueia, de algum modo, o meu modo de pensar.
Admito que, tento repelir, resiliente e obstinado, essa limitação. Então, para contrariar a implacabilidade do tempo, escrevo, escrevo...e, faço-o até, de maneira compulsiva, como se receasse que o meu tempo de repente se lembrasse de me cortar essa febril vontade de escrever.
Sonhador ainda, sentimento que me vem da juventude, faço com as minhas palavras escritas, livros; edito-os, talvez, a um ritmo que confunde os meus pares, pois escuto as críticas e suas ausências aquando dos lançamentos ou apresentações. Ausências que, a cada ano, se vão tornando mais prementes, por razões, algumas, que penso conhecer.
(Criticar é fácil se, eventualmente, não se consegue o mesmo ritmo de edição literária ou o modo de actuar em relação à divulgação dos livros)
O sonho que há em mim é o meu presente, que tem de ser realizado hoje; é, precisamente, esse sentimento que passa despercebido ou é desconsiderado pelos meus companheiros das palavras escritas, que também, como eu, sonham, só que, têm, pela lógica da idade, mais tempo para as suas realizações.
Eu, simplesmente tenho pressa, porque o meu tempo é urgente!
José Carlos Moutinho
26/11/19
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
És brisa
...
És a brisa que me afaga
nos silêncios da minha solidão
és prazer que jamais acaba
neste meu sentir feito de ilusão
que na noite que tarda
se faça alvorada de emoção
José Carlos Moutinho
25/11/19
Palavras vagabundas
Deixem-me falar das palavras vagabundas
que, na solidão do meu quarto,
partiram de mim,
cansadas da escuridão, das janelas fechadas
como desejavam ser livres,
abandonaram-me, partindo para lugar incerto,
fiquei só, pensativo e vazio das companheiras
que me alimentavam a alma
agora, resta-me esperar que voltem,
talvez, até, nem me encontrem mais,
porque, também eu, cansado,
tenha partido em busca delas
se, porventura, não as encontrar,
tentarei então, convencer-me
de que as palavras, certamente,
não se querem prender a mim
José Carlos Moutinho
23/11/19
domingo, 24 de novembro de 2019
sábado, 23 de novembro de 2019
Versos enregelados
Vou aconchegando os versos
em ninhos de sorrisos,
esperando que o frio se vá,
para que os versos,
com penugem de metáforas,
possam levantar voos aleatórios,
amparados, porém, pelas folhas de papel
que se prendem a algum hipotético
livro de esperança,
voem, sorridentes,
até às mãos,
de quem goste de os ler,
expectantes por escutarem
alguma melodia de apreciação!
Enquanto isso não acontece,
a cada dia, mais versos se aninham
junto dos já aconchegados
pelo hiato de espera,
e cantam ilusões, em rimas desatinadas,
tentando fazerem-se estrofes
num ensaio sem tempo
José Carlos Moutinho
20/11/19
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
Brisas
Abraço as brisas que passam
num repentino desejo de as afagar,
porque, com as brisas, perpassam
odes ao amor que se quer cantar
E se as brisas se escapam de mim
fica-me uma inconsolada frustração,
talvez receie que suas asas de cetim
se quebrem com a minha emoção
José Carlos Moutinho
22/11/19
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Aquele Fontanário
Não pude evitar a tristeza,
quando certo dia,
ao passar pelo local
onde tantas vezes estive
e ver o estado decrépito
de morte atroz e lenta
daquele velho fontanário,
seco pelas amarguras do tempo,
que há muito, certamente,
deixou de debitar a cristalina água
que saciou tanta gente!
Olhei para o esqueleto daquela fonte,
emocionei-me, ao pensar
em quantas alegrias participou…
e que tantas foram as mágoas
choradas nas águas
daquele fontanário, solidário!
Sentei-me nas pedras corroídas
pelas memórias dos amores
que o fontanário conheceu,
dos segredos que lhe foram partilhados
e guardados na eternidade do seu silêncio,
das paixões exaltadas,
abençoadas pelo fio de água
que deslizava pela sua airosa boca,
e esfriava os ímpetos exacerbados dos amantes!
Agora, aquela fonte morria,
inexoravelmente,
abandonada por todos…
ela que acolheu tantas confidências,
de paixões proibidas,
de promessas matrimoniais,
de desavenças descontroladas…
jazia ali, num silêncio constrangedor,
cercado por ervas daninhas,
num total e doloroso abandono!
Ah, tristeza…
Monumentos que se fizeram marcos,
onde os sentimentos foram vida,
felicidade, paixão e amor,
acabarem assim…
como coisa inútil e insignificante…
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
terça-feira, 19 de novembro de 2019
Todos partem
E todos partem!
Ricos, pobres e
remediados,
Intelectuais,
ignorantes e outros,
cantores, poetas e
escritores,
milionários, vagabundos
e miseráveis,
pintores, músicos e
outros
brancos, negros e
amarelos
católicos, budistas e evangelistas,
etc…
Todos partem!
Somos todos,
passageiros
deste carrossel da
vida,
nascemos com o destino
predefinido,
de que um dia teríamos
de partir,
ninguém é eterno!
Até a arrogância que se
opõe à humildade,
a ignorância que se
submete à sabedoria,
a riqueza esbanjadora
que ofusca a pobreza
avassaladora,
partirão com quem
parte,
nada fica!
Salvo, obviamente, as
obras
que os seus criadores
deixaram
para que outros
tivessem o prazer
de as contemplar!
Homenageio todos os que
deixaram marca,
em valor artístico,
social e humano
neste mundo de
preconceitos!
Todos partem, Paz às
suas Almas
que encontrem o paraíso
da Eternidade!
José Carlos Moutinho
19/11/19
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
Quero o calor
Deixa-me murmurar-te palavras coloridas
mesmo que te sintas cinzenta,
porque as palavras bem sentidas
fazem-te esquecer o que te desalenta
Escuta com doçura o que te digo:
tenho saudades do dia que me beijaste,
tanto tempo se passou, que castigo,
ai, meu Deus que tremendo desastre
Então se puderes dá-me um abraço
para que meu coração se acalente,
com tanto frio já nem sei o que faço,
quero o calor do verão bem quente
José Carlos Moutinho
18/11/19
domingo, 17 de novembro de 2019
Carrossel de loucos
Quisera eu, que este meu pouco tempo
fosse tanto do meu desejar
e que o voo das gaivotas
fosse a eternidade do meu sonhar,
que os muros da inquietude
se pintassem com os sorrisos do luar,
e os cansaços de desânimo
se vestissem de fantasia
em oásis de felicidade!
Quisera eu, que este mundo
onde nos desassossegamos
se fizesse crisálida
metamorfoseada borboleta colorida,
e que as montanhas altivas
afogassem a sua arrogante imponência
nas águas cristalinas dos riachos
que se passeiam pelos vales da igualdade!
Quisera eu tanto de improvável,
que me acolho humildemente
à minha insignificante presença
entre os meus semelhantes,
embora, alguns, surreais sonhadores
imbuídos de eternos anseios,
recusem reconhecer que,
em boa verdade, são, somente,
passageiros de um carrossel
de loucos, poetas e outros
José Carlos Moutinho
16/11/19
sábado, 16 de novembro de 2019
Folhas molhadas
nas folhas caídas e molhadas
de um Outono que nasceu chuvoso,
vi poesia pintada com o matizado do tempo,
aninhada no chão frio
e que, delicada, me olhava
com o sorriso das gotas da chuva
que serenamente caía do Além
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 15 de novembro de 2019
Ai, os sonhos
Quis agarrar os sonhos
que me murmuravam ilusões,
mas os sonhos estavam nus,
não consegui segurá-los...
escoaram-se entre os meus dedos
como o fio de água
que corre na fonte dos devaneios,
corri, louco, em sua perseguição
porém, as minhas pernas
esmoreceram-se pela frustração
daquele meu desaire,
desisti, desanimado,
virei-me para o outro lado da cama
e esperei a vinda
de novos e mais amáveis sonhos
José Carlos Moutinho
15/11/19
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
Poesia na Galeria 3: DESERTOS
Poesia na Galeria 3: DESERTOS: DESERTOS Os caminhos estão desertos, pelo chão espalham-se folhas secas caídas das árvores cansadas pelas palavras gritadas d...
Calo a voz
...
Calo a minha voz
guardo as minhas palavras
no silêncio da escrita,
ausento-me de vós
antes que a tarde seja proscrita
pela noite exausta e veloz
ansiosa pela madrugada
quando a incerteza se faz atroz
José Carlos Moutinho
14/11/19
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Que dia é esse?
Sei de um dia...
que nada mais será como desejei
embora tenha feito tudo para o realizar,
sei de um dia...
que sorrirei ou talvez me entristeça
pela minha incapacidade de entender o mundo,
sei de um dia...
em que vale mais ser do que ter
e compreender que as portas se fecham
aos que têm chave, mas não aos que têm acesso,
sei de um dia...
em que as desilusões ultrapassarão os anseios
e a esperança será mera e vã palavra,
que, infelizmente, se comprovará improvável
José Carlos Moutinho
13/11/19
Queria voar
Queria ter asas para voar,
sim, voar até onde tu estás,
depois, poderia, feliz, retornar
e se desejasse voltava atrás
Voaria ágil como um condor,
silencioso, com um desejo,
dizer-te do meu grande amor
através de um doce beijo
José Carlos Moutinho
13/11/19
terça-feira, 12 de novembro de 2019
Fotógrafo caminhante
Caminho eu por esta vida
cheio de ilusão e incerteza
espero, porém, levar de vencida
esta caminhada com presteza
Por vezes os caminhos têm muros
mas logo tento eu contorná-los
escolho,então, caminhos mais seguros
e com ironia passo a fotografá-los
José Carlos Moutinho
12/11/19
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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