quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Tão pequenos

Somos tão pequenos,
tão pouco, neste universo,
na vida somos simples acenos
de um poema com um só verso

teu corpo efémero, passageiro
de um tempo que não controlas,
deixarás obra se fores obreiro,
e viajarás um dia, de charola's

José Carlos Moutinho
6/2/2020

Todos os meus livros

E porque os livros são a corrente natural da fonte do meu sentir, 
ei-los, meu orgulho

Sinto-me

Já não sei de mim,
perdi-me entre os meus sentimentos,
que me concedem a graça
desta emoção que me abraça
os pensamentos,

sei que não sei de mim,
sinto-me simplesmente,
deixo-me levar neste enlevo
com que o meu tempo 
me segura 

José Carlos Moutinho
6/2/2020

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Escrevo tudo e nada

Descontraído escrevo tudo e nada
achando que sou poeta ou escritor
pois tenho uma força determinada
que faz pensar-me um escrevinhador

Então escrevo em desatino sem parar
são quadras, sonetos, estrofes livres
faço metáforas, tento rimar
nascem temas alegres alguns tristes

Aos poucos vai aparecendo o poema
assim como um milagre inesperado
vou pintando este meu belo sistema

Sem preconceito nem sequer vaidade 
Também escrevo cantigas e fado
Fazendo-me sentir realizado

José Carlos Moutinho
24/1/2020

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Sentires

Há palavras que gritam dentro de mim,
porém, quando tento soltá-las,
revoltam-se, calam-se,
emudecem-me,
aquietam-me ,
até que, após alguns instantes,
ouço o murmúrio de outras palavras,
não as que anteriormente eram gritadas...
eu, simplesmente, 
sinto-as no meu peito
e...sorrio

José Carlos Moutinho
4/2/2020

Interrogações (Áudio)


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

A Força de Amar (romance)



Paixão, amor, desilusão, simplesmente porque a vida é assim. 
Peça-me o romance :

A FORÇA DE AMAR,

Pela opinião de quem o leu, não ficará desapontado/a

Mente viajante

Por vezes, sinto-me levitar, 
não...não é o corpo, 
esse, pesado, aquieta-se 
na cadeira que o sustém,

falo da minha mente que voa 
em digressões sem destino, 
ondula simplesmente por aí, 
em pensamentos, quiçá, perdidos, 
em busca de nada, 
porque nada lhe ocorre 
a não ser que se sente perdida 
e viaja, solta, vadia 
em toda a sua propriedade única, 
de livre pensadora,

então, arvora-se, autoritária, 
independente e, até, possessiva, 
ignora-me, 
recusa-se ao meu chamamento 
e percorre o mundo, 

eu, impotente e resignado 
continuo sentado 
na cadeira que suporta 
a minha fragilidade humana, 
subjugada por uma mente desobediente 

José Carlos Moutinho 
3/2/2020 

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Minha vida literária

Depois da realização deste vídeo, lancei mais dois livros, romances com os títulos:
ALDEIA DO PARAÍSO (2018) e A FORÇA DE AMAR (2019)


Coisas do tempo

Sou do tempo, 
em que a água, caprichosamente, 
corria por debaixo da ponte, 
vinda da imensidão do mar alto 
para os braços da majestosa e acolhedora baía!

Sou do tempo, 
em que mataram a felicidade 
que a água sentia na tal viagem 
do mar para a baía, 
quando fecharam a sua passagem 
por debaixo da velha ponte! 

Sou do tempo, 
em que a água que antes era límpida 
pela constante renovação, 
deixou de ser apetecível 
e me forçou a deixar de frequentar 
a pequena praia 
que existia à esquerda 
de quem entrava 
na maravilhosa ilha do Cabo!

Sou do tempo, 
ah que saudoso tempo… 
que não quer deixar de me atormentar 
com esta pertinente saudade, 
em que, do alto da imponente 
Fortaleza de S. Miguel, 
à sombra de uma Acácia 
que me perfumava os sentidos, 
eu passei tantos instantes das minhas emoções, 
imbuído de uma imensa felicidade, 
a contemplar toda a beleza e esplendor 
que me era permitido vislumbrar 

José Carlos Moutinho 
2/2/2020

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Saudades da saudade

Tenho saudades da saudade
nostalgia no meu pensamento,
procuro descobrir a verdade
para este meu longo tormento,

Não consigo porém, descobrir
a razão deste meu sentimento,
disseram para eu tentar fingir
que não é dor, este sofrimento

José Carlos Moutinho
31/1/2020

Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85 
dos direitos de autor

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Falaram de uma cidade

Falaram de uma certa cidade
que por desgraça foi deixada,
de quem lá saiu trouxe saudade
para que sempre fosse recordada

Nela havia acácias e mamoeiros
muitas quitandeiras e pescadores,
largos, ruas, ruelas e picadeiros
cidade de alegrias e tantos amores

Baptizada de S.Paolo da Assunção,
a que acrescentaram nome Loanda,
quem lá viveu recorda com emoção
os bons tempos de antes da dipanda

José Carlos Moutinho
30/1/2020

Sonhos e anseios

Falaram-me de sonhos
e de anseios improváveis,
falaram-me de fracassos
e de frustrações
mas...
também, me falaram
de realizações que se diziam impossíveis,
metas atingidas que, provocantemente,
se escondiam na lonjura!

Então que os sonhos e os anseios
conspirem para que a realidade
caia nos braços da verdade...

José Carlos Moutinho
30/1/2020

Ser escritor

Querer ser poeta/escritor
é como nadar em alto mar,
embora se lute com ardor
acaba sempre por naufragar

Será um problema mundial
sonhar utopias feitas de livros,
mas sei que aqui em Portugal,
há que passar por muitos crivos

Desanimado pensa em desistir,
mas isso jamais deve acontecer,
resiliente, deve continuar a insistir
com coragem e vontade de vencer

José Carlos Moutinho





30/1/2020

Que mais irá acontecer?

Este meu tempo
que se vai perdendo nos anos,
permitiu-me observar ventos arrogantes
e brisas acalentadoras,
voos demasiadamente altivos
esbarrados nas nuvens da simplicidade,
sabedorias bacocas
ousando amordaçar a humildade,
marés de apregoado conhecimento
desfeitos nas areias da verdade...

que mais irá oferecer-me este meu tempo?

Sei que, juntos, vamo-nos cansando,
de ver o mundo a desabar,
a humanidade a perder os seus maiores valores,
como a dignidade e a vergonha!

Oh, tempo meu que me foste tão amigo
não permitas que a humanidade tenha este castigo

José Carlos Moutinho
30/1/2020

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Este Rio

As cidades cantam o rio
que as atravessa,
rio que afogava nas suas entranhas
as dores de alguns
e transformava o suor em pão de tantos

Sobre o seu corpo
deslizavam dolorosamente os rabelos
carregando o néctar da vida,
num serpentear cansado
por entre vales e montanhas,
vindo de tão longe…
O seu caudal beija os pés das arribas
que sustentam em delicado equilíbrio
a vinha rendilhada!

Este rio de tantas canções
é hoje um senhor,
veste vaidosamente roupa lúdica,
deixa-se navegar por barcos de luxo,
sorri orgulhoso aos turistas
e amigavelmente
permite que os velhos rabelos
desfilem garbosos,
esquecendo mágoas
e tormentas de outros tempos

José Carlos Moutinho
7/10/16

Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor

RUI MONIZ ESTADO DE ALMA

DESASSOSSEGO

OUTONO. Poema de José Carlos Moutinho.wmv

Até podem rir...

Sinto frio,
não na alma
mas nos joelhos,
por vezes vem um arrepio
que me tira por completo a calma,
deixando-me de olhos tão vermelhos
que só me apetece partir
para algum lugar mais quente
onde eu me possa sentir
mais alegre e contente
antes que eu morra de frio

José Carlos Moutinho
28/1/2020

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Interrogações

Por vezes pergunto-me:


..."Porque escreves tu ó louco,
se as tuas palavras são folhas ressequidas
e matizadas de anseios sem futuro?

E…não sei dar uma resposta 
que me convença,
a, pelo menos, entender a razão desta obsessão
de tanto gostar das palavras,
e por tentar fazer-me seu amigo,
abraçando-as com o carinho do meu sentir,
colocando-a docemente na alvura do papel!

Só sei, francamente, que perco a noção da razão,
e nem sequer sei, se haverá alguma razão 
que explique esta minha razão!

Mas…nesta leviana loucura, 
sem respostas plausíveis,
esqueço o mundo, esqueço-me de mim, 
e deixo-me levar neste impulso
desatinado pelos braços da escrita,
que, paradoxalmente, 
me traz serenidade, encanto e felicidade

José Carlos Moutinho
26/1/2020

Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85 
dos direitos de autor

domingo, 26 de janeiro de 2020

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Booktrailler de "A FORÇA DE AMAR"

Não corras tanto

Tentas correr como o vento
porque és nervosa e inquieta,
mas se tiveres algum tempo
mostro-te uma maneira certa

Digo-te que a vida é muito boa
basta saber vivê-la com calma
mesmo que, louca andes à toa,
poderás sentir alegria na alma

Mas se não ouvires o que te digo
nada mais tenho a dizer, mulher
acrescento que ficarás de castigo
sem te falar até quando eu quiser

José Carlos Moutinho
24/1/2020

Calo-me

Calo a minha voz inquieta
para que não ouçam
o meu grito de raiva
perante o que vou assistindo
nesta sociedade em que vivo!

Calo-me porque a minha voz 
não tem força suficiente
para amordaçar esta sociedade
que chafurda na lama da indignidade
e se vangloria pela ausência 
absoluta de vergonha!

Calo-me...
porque a minha humildade
e honra, 
não têm eco nesta elite corrupta 
que desfila impune e arrogante
pela passarelle da vida

José Carlos Moutinho
24/1/2020

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Foram...

Foram prosas, foram versos
que o tempo cantou,
foram amores tão diversos
que a memória lembrou,

Foram paixões assolapadas
que o tempo abraçou,
foram loucas madrugadas
que o vento levou 

José Carlos Moutinho
23/1/2020

Tempo controlador (Áudio)


Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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