sexta-feira, 20 de junho de 2025
#De repente...
Podes dizer tudo que te aprouver
mesmo que nada seja verdade
nunca poderás pensar ou dizer
que em mim morreu a saudade
Ainda que te atrevas a contrariar
todas as minhas emoções sinceras
resta dizer-te que não sabes amar,
pois vives, perdido em quimeras
Aceita com humildade o que digo
perde esse teu tom crítico e jocoso
saber viver, ter por perto um amigo
é um caminho sério e maravilhoso
José Carlos Moutinho
20/6/2025
quinta-feira, 19 de junho de 2025
#Tenho saudades
dos dias de acalmia beijados pelas emoções
Tenho saudades dos abraços sinceros
dos amigos desprendidos de preconceitos e vaidades
Tenho realmente muitas saudades
de outros tempos, tão recentes,
mas que, dolorosamente, me parecem longínquos
Se, por alguma razão, de ordem sentimental
pensarmos que…
o que é bom em determinado momento
o será para sempre nos dias que nos abraçam
e que por nós passam, indeléveis e silentes,
estamos, absolutamente, enganados
Nada é o que foi!
Ainda que esse FOI, tenha sido ontem
o HOJE é tão displicente e frio
que perturba até,
os ânimos da menor sensibilidade
A cada instante do dia a dia,
deparamos com total indiferença
daqueles que outrora se diziam amigos,
alguns haviam, que se intitulavam de admiradores,
quantas vezes, porém,
ultrapassando os limites do bom senso
numa descarada e hipócrita bajulação!?...
Mudam os tempos, mudam as ideias
os comportamentos perdem o valor de antanho
procede-se conforme a ocasião e a conveniência
com total despudor
e sem a menor preocupação de consciência
Claro que os tempos são outros
as guerras devem, certamente, perturbar as mentes frágeis
que se deixam levar pela facilidade
“do deixa para lá, que se lixe…
o que importa é que eu esteja bem”….
Confesso que abomino os comportamentos de tanta gente,
que fazem parte desta vivência em que me insiro
e eu, que de alma entristecida, permito-me ter saudades
daqueles outros tempos
onde a amizade, a palavra, a dignidade eram valores
inestimáveis.
Há desalento na caminhada que se previa airosa, sorridente e longa,
porém, os ventos contrários da emulação, dificultam o prosseguimento.
José Carlos Moutinho
19/6/2025
Portugal
segunda-feira, 26 de maio de 2025
# Despertar de memórias
neste tempo louco de agora
trazem-nos uma lufada de fresca brisa
que alimenta a saudade dos corações
e, quiçá, acalme os espíritos cansados
pela panóplia de contrariedades e vícios
transeuntes de uma vivência castigada
dos tempos que se vão vivendo
Sentimentos escondidos em becos de breu
a verdade a cair das escancaradas janelas da mentira
o moral obscuro e perturbado pela hipocrisia
Há um absoluto desequilíbrio
entre o ser e o ter
as mãos crispam-se descontroladas e agressoras
Os braços perderam a capacidade de abraçar
as palavras fáceis de pronunciar pela gentileza
tornaram-se vulcões de impropérios e desatinos
Quase tudo se metamorfoseou neste planeta
o mal tomou preponderância perante o bem
o sorriso fechou-se em escárnio e provocação
…não está, ainda, muito longe
um outro tempo onde imperava a dignidade
e o de bem querer ao seu semelhante
e de saber respeitar para ser respeitado
de amar para ser, simplesmente, amado
de dar, sem se preocupar em receber
de viver com a consciência serena
e receber a chegada de cada aurora
com a esperança feliz de mais um dia de vida
José Carlos Moutinho
26/5/2025
domingo, 25 de maio de 2025
#Neste mesmo instante, pensei!
a pensar que já me preocupei
com o que alguns, de mim diziam,
talvez até, tivessem alguma razão
ou talvez não…
Mas, pensando bem, pergunto-me:
com que direito têm esses tais
de me analisarem ou comentarem
sobre o que sou ou o que faço,
ou se escrevo bem ou não,
se tenho muitos ou poucos livros publicados?
Quem são eles,
(continuo no meu pensamento)
para se arvorarem de juízes
e sabichões, julgando-me,
achando-se mais, do que na verdade são?
…E continuando neste meu pensamento
solitário e sereno,
sorrio à presunção de alguns
donos do saber e da arrogância,
que, quantas vezes,
deturpam o léxico desta nossa difícil língua,
enchem-se de prosápia,
sentam-se na cátedra da ignorância
e disparatam sabedoria pelos ares…
Então, desde há algum tempo
a este meu tempo calmo, de agora,
deixei, em absoluto de me preocupar
com o ruído dessas vozes contrárias
às tranquilas brisas, que sopram, doces,
na minha seara de palavras simples,
que poderão respirar poesia, suspirar prosa
ou serem, simples sentires perdidos
nas utopias do meu pensamento.
José Carlos Moutinho
25/5/2025
quinta-feira, 22 de maio de 2025
#viajando pela memória
José Carlos Moutinho
Portugal.
Quando os meus dias se acinzentam,
cansados,
sento-me nas escadas do tempo
que por mim passou,
e recuo até onde a lonjura,
minha parceira,
me ofereceu tantos e tantos devaneios
em abraços de felicidade!
Deixo-me levar na leveza dos meus pensamentos,
suspiro lembranças que as horas não esqueceram,
recordo instantes de ilusão,
viajo pelos espaços que foram meus abraços,
penso-me a beijar quem gostaria de ter beijado,
caminho sobre as pedras da minha juventude
que me contam histórias de mim,
já esquecidas…
No jardim onde as acácias vermelhas eram rainhas,
havia um banco, onde eu me sentava
nos momentos de instropecção,
voltei a estar sentado nesse mesmo banco,
e aspirar o perfume doce das belas acácias,
sonhando com as paixões, que eram só minhas,
que se perderam, porém, dentro da minha essência!
Há em mim, agora que me desnudo,
uma emoção simbiótica
de catarse e exorcização
que me encanta, acalma e faz sorrir minha alma,
pois este meu tempo, que agora é o meu,
compensou-me de tudo que não realizei
no outro tempo, que deixou de ser meu.
quarta-feira, 21 de maio de 2025
#Deleite de um sonho
DELEITE DE UM SONHO
terça-feira, 20 de maio de 2025
#ASAS DO VENTO EM DESVARIO
José Carlos Moutinho
Portugal.
Os ventos agitavam as asas em desvario,
provocando um redemoinhar de sentimentos,
levantavam do chão negro do asfalto
alguns papeis pintados de desabafos,
que descontrolados esvoaçavam
como borboletas desavindas!
E no redemoinho inusitado,
inventaram-se quietudes
tentando serenar os silvos ventosos
que teimavam em perturbar!
Só depois que o sol se fez presente,
trazendo nos seus braços o aconchego
de um fim de tarde matizado de sorrisos,
é que o soprar desatinado
se vestiu com as cores do zéfiro!
Depois na acalmia do entardecer,
quando a tarde cedeu o lugar à noite
e na meditação floresceram abraços
que docemente foram oferecidos
a quem deambulasse pelas ruas dos sonhos
e que trouxesse em si o luar, fez-se festa!
E fez-se festa até à alvorada…
Com os desabafos dos papeis pintados,
coloridos pelos sorrisos do sol
terminando nos braços,
oferecidos em afectuosos abraços
pelo luar, vindo no carinho da noite.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
#Dançavas
José Carlos Moutinho
Portugal
Vi-te dançar...
deslizavas pela pista de dança
com a graciosidade de uma flor
cujas pétalas bailavam ao vento...
sorrias...
com um sorriso aberto e cintilante
como se tivesses o mundo a teus pés,
e, rodopiavas elegante e segura,
umas vezes com a suavidade da ternura
outras num ritmo de paixão…
e dançavas…alegre e feliz
talvez por que deixasses para trás
um ano velho sem saudades
e quisesses abraçar o novo que chegava
com a felicidade dos teus anseios...
e dançavas...
volteando pela sala iluminada
tal ninfa, sorridente e feliz
sobre as águas dos teus sonhos…
e sorrias
e dançavas
e encantavas.
sábado, 17 de maio de 2025
# Emoções e pensamentos
libertam-se os pensamentos
que sorriem ao mundo, alguns,
outros, que se levam por aí, em desatino,
são instantes, tantas vezes
simples hiatos de segundos,
que influem, inexoráveis, nos comportamentos,
quando, por acaso, se metamorfoseiam
em atitudes de alguma irracionalidade,
criam situações que podem levar
aos mais inesperados actos!
Porém, quando esses mesmos instantes
têm a fragrância do amor,
tudo é diferente, apaixonante
e revelador de que o ser humano
até tem, realmente, o sentir
que da humanidade, dita normal,
é pertença!
Sentimentos são pérolas
que das ostras das almas
se mostram ao mundo,
com o brilho da simplicidade
e com a cor vibrante da vida
A vida sem emoções
seria, certamente, amorfa,
sem qualquer átomo de felicidade,
talvez fosse como viver na escuridão,
onde o Sol se ausentasse
a cada dia do nosso respirar.
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 8 de maio de 2025
#Será o princípio do fim?
gritaram as vozes caladas
emudeceram os ventos
desfaleceram as brisas
calaram-se as aves
As nuvens perderam a alvura
o sol envergonhado esqueceu a luz
o luar escondeu-se por detrás do breu
A mutação é quase total
neste apocalipse terrestre
onde os homens perderam o senso
as vaidades tomaram-se de prepotências
as consciências deturparam-se
as verdades são mentiras
numa paradoxal loucura
O nuclear é o momento
em que se desafiam consequências
em absoluta provocação de poder
dando força à irracionalidade
ignorando a realidade
de que ninguém é ninguém
mesmo que se pense dono
deste transtornado mundo
em que vamos sobrevivendo
em assustadora inquietude
José Carlos Moutinho
Portugal
domingo, 4 de maio de 2025
#A Ti, Querida Mãe
e tu, minha querida Mãe
estás tão longe, fisicamente,
porém, paradoxalmente, estás pertíssimo
estás em mim,
aconchegada no meu coração
fazes parte do meu sentir
das minhas emoções
és a minha base, a minha raiz!
Querida Mãe, a lei da natureza
levou-te, há bastante tempo, de mim
para outro plano,
serás certamente uma Estrela
que, indelevelmente, lá do alto do firmamento
me tem acompanhado!
Claro que as saudades estão sempre presentes
mas sei, minha querida velhinha
que um dia, teremos a felicidade de nos encontrarmos
embora numa outra dimensão
é esse o meu anseio que isso seja tão real
como foi o teu amor por mim, aqui na terra!
Peço-te perdão, minha doce Mãe,
(eras realmente tão doce, tão carinhosa…)
e peço-te perdão pela minha negligência
tantas vezes displicente em te abraçar
e te dar aquele beijinho
que, gostarias que eu te desse!
Hoje, lamento que fossem poucos os abraços
e os beijos que tanto merecias
e que eu, pela pressa da vida,
não tinha tempo para tos dar…
Bom, Mãe…
sabes de uma coisa, talvez lamecha?
O teu rosto lindo,
enrugado pelas dificuldades da vida
está, sempre, reflectido no meu pensamento
e na minha Alma!
Beijinhos, D. Ana,
minha querida, minha velhota linda
doçura das doçuras de Mãe,
até qualquer dia.
Paz Eterna à Tua Alma
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 2 de maio de 2025
# Momentos de quietude
contemplo o horizonte dos meus sonhos
meu olhar vagueia sobre o mar dos meus anseios…
Sou invadido por uma paz indelével
transmitida pelo perfume da maresia silenciosa
exalada dos suspiros serenos da ondulação marítima
Penso em tudo, sem me deixar envolver por nada
numa profunda exaltação de felicidade
e gratidão à vida
esqueço as mágoas, ofensas e frustrações
sequer penso nas vitórias ou derrotas
nem nas guerras que assolam este mundo de loucos
Ali, na doce solidão dos meus sentimentos
sou simplesmente eu, simples ser,
que vive um presente tranquilo
vindo de um passado feliz
que teme um futuro incerto
E esse temor pelo futuro
já não é a mim que assusta
mas sim, aos jovens
especialmente meus filhos e netos;
eu já estou na margem deste planeta em desvario
para a viagem final
onde, certamente, tudo será mais sereno
Lá, porém, nesse tal lugar sereno,
sentirei falta dos meus filhos e netos
talvez, também, dos bons amigos
deste mar que me fascina
do sol que me aquece e ilumina
e do luar que me faz sonhar
José Carlos Moutinho
2/5/2025
quinta-feira, 1 de maio de 2025
#Qual patriotismo, qual quê?!
perdeste a postura e dignidade
não realizaste um meu desejo
Não é da liberdade da palavra
mas da que interessa ao povo
já nem sequer a humilde lavra
consegue augurar algo de novo
com alguns truques e contas
ao povo as barracas chamam
uns com tudo, outros pobreza
Talvez, um dia surjam políticos
que pensem nesta triste Nação
não sejam filósofos e raquíticos
Demagogia e mentiras já chega
mostrem o vosso patriotismo
condições que a política nega
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 25 de abril de 2025
#Ao 25 de Abril
No silêncio das ruas, onde as lágrimas caíram
a voz da História jamais cala
Agora, com o sol a brilhar
a liberdade se ergue, como
um farol
com voos de libertação
e corações abertos
que se elevam para desafiar o passado
e trazer luz ao presente
Para aqueles que lutaram por esta
terra
a nossa gratidão
A liberdade é um rio que flui
e Portugal, com ela, se
enche de sonhos
nascidos em tempos de luta
e de esperança que nunca se cansa
Que lutamos e vencemos,
mas nunca perdemos a alma
José Carlos Moutinho
25/4/2025
quarta-feira, 23 de abril de 2025
#Dia mundial do livro
𝐃𝐈𝐀 𝐌𝐔𝐍𝐃𝐈𝐀𝐋 𝐃𝐎 𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎,
𝐚𝐪𝐮𝐢 𝐟𝐢𝐜𝐚 𝐮𝐦 𝐩𝐨𝐞𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐚𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨
𝐒𝐮𝐜𝐞𝐬𝐬𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨
𝐎 𝐬𝐮𝐜𝐞𝐬𝐬𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨, 𝐜𝐫𝐞𝐢𝐨
𝐞𝐬𝐭𝐚́ 𝐧𝐨 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐚𝐝𝐪𝐮𝐢𝐫𝐞,
𝐬𝐮𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐢𝐭𝐚 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐫 𝐜𝐡𝐢𝐥𝐫𝐞𝐢𝐨
𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐭𝐞𝐫 𝐭𝐨𝐦 𝐩𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞𝐥𝐢𝐫𝐞
𝐃𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐚𝐥𝐞 𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐞𝐱𝐜𝐞𝐥𝐞𝐧𝐭𝐞
𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐦𝐞𝐬𝐭𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐬𝐚𝐛𝐞
𝐬𝐞 𝐪𝐮𝐢𝐞𝐭𝐨 𝐧𝐚 𝐩𝐫𝐚𝐭𝐞𝐥𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐬𝐢𝐥𝐞𝐧𝐭𝐞
𝐣𝐚𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐭𝐞𝐫𝐚́ 𝐬𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞 𝐠𝐚𝐛𝐞
𝐀𝐬𝐬𝐢𝐦 𝐩𝐞𝐧𝐬𝐨 𝐞𝐮, 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚𝐝𝐚 𝐬𝐞𝐢
𝐬𝐨𝐫𝐭𝐞, 𝐬𝐞𝐫𝐚́ 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐢𝐬𝐚, 𝐭𝐚𝐦𝐛𝐞́𝐦
𝐞𝐦 𝐥𝐢𝐭𝐞𝐫𝐚𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐞𝐮 𝐦𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐟𝐞𝐬𝐬𝐞𝐢
𝐧𝐞𝐬𝐭𝐞 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐚𝐫 𝐦𝐞 𝐭𝐨𝐫𝐧𝐞𝐢 𝐫𝐞𝐟𝐞́𝐦
𝐉𝐨𝐬𝐞́ 𝐂𝐚𝐫𝐥𝐨𝐬 𝐌𝐨𝐮𝐭𝐢𝐧𝐡𝐨
𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥
quarta-feira, 16 de abril de 2025
#DIA MUNDIAL DA VOZ
𝑽𝒐𝒛
𝑽𝒐𝒛, 𝒒𝒖𝒆 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂 𝒕𝒂̃𝒐 𝒑𝒆𝒒𝒖𝒆𝒏𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒖𝒎 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒊𝒎𝒆𝒏𝒔𝒐, 𝒔𝒆𝒎 𝒕𝒊, 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝒎𝒊𝒎? 𝑨𝒔 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂𝒔 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔 𝒎𝒐𝒓𝒓𝒆𝒓𝒊𝒂𝒎 𝒏𝒐 𝒔𝒊𝒍𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒐 𝒅𝒐 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐, 𝒄𝒐𝒎𝒐 𝒑𝒐𝒅𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒆𝒖, 𝒗𝒐𝒛, 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒎𝒊𝒕𝒊𝒓 𝒐𝒔 𝒔𝒐𝒏𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂𝒔 𝒆𝒎𝒐𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔 𝒆 𝒇𝒂𝒛𝒆𝒓 𝒔𝒐𝒂𝒓 𝒂𝒍𝒕𝒐 𝒕𝒐𝒅𝒐 𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒅𝒐 𝒅𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒅𝒊𝒛𝒆𝒓? 𝑨 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒑𝒐𝒆𝒔𝒊𝒂 𝒏𝒂̃𝒐 𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒂 𝒇𝒐𝒓𝒄̧𝒂 𝒅𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒆𝒓, 𝒏𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒐𝒛 𝒔𝒊𝒍𝒆𝒏𝒄𝒊𝒐𝒔𝒂, 𝒄𝒂𝒍𝒂𝒅𝒂 𝒏𝒂 𝒈𝒂𝒓𝒈𝒂𝒏𝒕𝒂 𝒔𝒖𝒇𝒐𝒄𝒂𝒅𝒂, 𝒔𝒆𝒎 𝒔𝒐𝒎! 𝑽𝒐𝒛...𝒒𝒖𝒂𝒔𝒆 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒅𝒆𝒔𝒑𝒆𝒓𝒄𝒆𝒃𝒊𝒅𝒂 𝒏𝒂 𝒔𝒐𝒍𝒊𝒅𝒂̃𝒐 𝒅𝒐𝒔 𝒎𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒄𝒂𝒍𝒂𝒅𝒐𝒔, 𝒎𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆 𝒊𝒎𝒑𝒐̃𝒆𝒔 𝒏𝒐𝒔 𝒊𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒂𝒍𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐! 𝑪𝒓𝒊𝒂𝒓𝒂𝒎-𝒕𝒆 𝒖𝒎 𝒅𝒊𝒂, 𝒏𝒂 𝒖𝒕𝒐𝒑𝒊𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝒊𝒏𝒗𝒆𝒏𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔, 𝒕𝒖, 𝒗𝒐𝒛, 𝒕𝒆𝒏𝒔 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒐𝒔 𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒏𝒐𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒗𝒊𝒅𝒂𝒔! 𝑵𝒖𝒏𝒄𝒂 𝒎𝒆 𝒂𝒃𝒂𝒏𝒅𝒐𝒏𝒆𝒔, 𝒑𝒐𝒓 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓, 𝒗𝒐𝒛, 𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒄𝒐𝒎𝒊𝒈𝒐, 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆 𝒕𝒐𝒓𝒏𝒆𝒔 𝒓𝒐𝒖𝒄𝒂, 𝒇𝒂𝒏𝒉𝒐𝒔𝒂, 𝒏𝒖𝒏𝒄𝒂 𝒎𝒆 𝒅𝒆𝒊𝒙𝒆𝒔, 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒎𝒆𝒏𝒐𝒔, 𝒒𝒖𝒆 𝒐 𝒕𝒆𝒖 𝒔𝒐𝒎 𝒔𝒆𝒋𝒂 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒂𝒖𝒅𝒊́𝒗𝒆𝒍, 𝒒𝒖𝒆 𝒑𝒐𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒎𝒊𝒕𝒊𝒓 𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒎𝒆 𝒗𝒂𝒊 𝒏𝒂 𝒂𝒍𝒎𝒂 𝒆 𝒈𝒓𝒊𝒕𝒆𝒔 𝒆𝒎 𝒃𝒐𝒎 𝒔𝒐𝒎, 𝒕𝒖𝒅𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒕𝒆 𝒑𝒆𝒄̧𝒂. 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪𝒂𝒓𝒍𝒐𝒔 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐 16/4/2012 16/4/2025 𝑷𝒐𝒓𝒕𝒖𝒈𝒂𝒍terça-feira, 15 de abril de 2025
# Pax
Tardam as vontades
nos dias da irracionalidade
deturpam tantos as verdades
as mentes da animalidade
Ousam justificar a mentira
quando realidade é afligente
da boca que a paz cuspira
há o sentir e ódio do doente
O mundo conspira, somente
nada se concretiza, todavia
tentam entender o demente
triste pensamento da utopia
São aos milhares os falecidos
na atrocidade da inclemência
é a humanidade dos perdidos
sentidos em actos de ausência
Guerra onde a razão se perde
em conflitos de agressão pura
a vida para alguém não serve
matar é interesse não bravura
José Carlos Moutinho
domingo, 13 de abril de 2025
# Malandrice
a razão do teu displicente olhar
respondeste o que não queria
a pensar no que tu disseste
juro que o meu coração doeu
Notei que ficaste preocupada
com a tristeza que demonstrei
e assim, sem esperar, do nada
deste-me um abraço, exaltei
que, precipitadamente, te fiz
jamais esquecerei o momento
Afinal, será brincalhão o amor
quando julgas que nada existe
esconde-se a paixão com
fulgor
como esta com que me iludiste
13/4/2025
terça-feira, 8 de abril de 2025
# Não apaguem a luz do luar
deixem-nos voar pelos céus da fantasia
e não permitam que as águas dos anseios se
turvem,
também, não obscureçam o sol da esperança
nem apaguem a luz do luar!
Mas se acharem que o devem fazer
pois que o façam,
mas não contem com a minha solidariedade!
Se a vossa consciência se permitir
alhear-se da racionalidade,
pensem qual o vosso papel nesta passagem terrena…
…não se julguem eternos,
porque, na verdade, sois tão efémeros
que nem vos apercebeis de quanto!
Então…
sonhar, ainda que fantasiosamente,
é prazer e dádiva da subconsciência,
desejar realizar os anseios
e ter esperança
é luz que alimenta a vida,
e faz com que a humanidade seja realmente humana!
Sem estes sentires,
talvez o viver
seja escuridão e estagnação,
como a vida de uma ameba
José Carlos Moutinho
8/4/2025
Portugal
segunda-feira, 7 de abril de 2025
# Catarse de saudade
cheguei lá em dia ensolarado
viagem principiou tormenta
Na gare da minha despedida
era ainda tão menino, chorei
Mas quando o navio entrou
pela bela baia, ao longe eu vi
a fortaleza que me deixou
enchi de alegria meu coração
Depois…depois viver a vida
conheci aquela terra lés-lés
por onde em trabalho eu ia
adrenalina que nem estradas
E tantas cidades eu conheci
naquela Angola maravilhosa
fui tão feliz enquanto lá vivi
……….
Vivi em Luanda e conheci: Caxito, Catete, Dondo, Salazar (N’Dalatando), Malanje, Negage, Carmona (Uíge), Andulo, Silva Porto (Kwito), Camacupa,V. Teixeira de Sousa (Luau), Luso (Moxico) Cela (Waku Kungo) Quibala, Nova Lisboa (Huambo) Caála, Caconda, V.Nova do Seles, Cubal, Ganda, Gabela, Novo Redondo (Sumbe), Lobito, Benguela, Sá da Bandeira (Lubango) Vila Arriaga (Bibala) Moçâmedes, Porto Alexandre (Tombwa) Baia dos Tigres, Cabinda…em cada viagem que eu fazia ao serviço da minha profissão, havia sempre um imenso prazer em contemplar o tapete daquele chão vermelho, apreciar a turbulência passageira das chuvadas de verão, admirar as enormes copas das gigantescas árvores e até pasmar perante a inestética beleza dos imbondeiros.
Ter podido observar a dignidade daquele povo e os belos trajes e penteados das mulheres angolanas, deixou em mim esta gostosa saudade nostálgica.
José Carlos Moutinho
6/4/2025
domingo, 6 de abril de 2025
sexta-feira, 4 de abril de 2025
# Lembro-me de ti, Luanda
desde que um certo dia te deixei
sinto uma certa saudade branda,
tua imagem no coração guardei
Claro que tu não és mais aquela
que me conheceu ainda menino
eras tão linda como uma donzela
por ti me apaixonei, que desatino
Então, vou-te revendo aqui e ali
em imagens e vídeos, apareces
juro que gostaria ainda de ir aí
mas tu agora nem me conheces
És assídua no meu pensamento
talvez até aches muito estranho
deixa lá, não faço disto lamento
é esta velha saudade que tenho
José Carlos Moutinho
4/4/2025
quinta-feira, 3 de abril de 2025
# Versos inclusivos
aquieta-se a brisa do pensamento
é com resiliência que se alcança
força que poderá vencer o vento
Poderá até acontecer desilusão
escondida nalguma tarde cinzenta
dignidade, essa tem sempre razão
não existe em quem se ausenta
Se algumas caras forem fantasia
e o carnaval estiver bem distante
deixa, pensa que possa ser utopia
nascida da mente d'algum farsante
José Carlos Moutinho
3/4/2025
quarta-feira, 2 de abril de 2025
#Âncora de bonança
e tantas memórias, maravilhosas,
desfilam perante o meu olhar mental…
são miragens perfeitas de momentos de alegria,
de tanta felicidade,
que agora mesmo, neste instante,
se instala dentro do meu sentir,
de um jeito tão gostoso
que me dá a sensação de ser ontem
…e como é tão bom, viver esta nostalgia
de olhos fechados,
mas de alma aberta
e coração palpitante de emoção,
talvez esta seja a mesma emoção
sentida naquele outro meu viver
Suspiro, serenamente,
vivo agora o momento da ilusão
transpondo-me, feliz, para mais além,
àquele longe que foi tão meu,
tão fantástico
De repente, um som urbano
desperta-me deste prazer de reviver
aqueles instantes que a vida, generosa,
me tem proporcionado…
Não, não me pensem saudoso doentio
vivo, com gratidão à minha memória
e a vida, gloriosa,
que me oferece esta felicidade constante,
compartilhada na saudade prazerosa
à qual me agarro como âncora de bonança,
nas tempestades do hoje
José Carlos Moutinho
27/03/2025
segunda-feira, 31 de março de 2025
#Dispo-me
#TEIAS DA VIDA - Divulgação
𝐋𝐞𝐢𝐚 𝐩𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐮𝐞̂𝐬, 𝐩𝐫𝐨𝐦𝐨𝐯𝐚 𝐚 𝐥𝐢𝐭𝐞𝐫𝐚𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐧𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥.
𝐄𝐬𝐭𝐚 𝐟𝐮𝐬𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐨𝐬, 𝐜𝐫𝐨́𝐧𝐢𝐜𝐚𝐬 𝐞 𝐩𝐨𝐞𝐦𝐚𝐬, 𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞𝐢 𝐨 𝐭𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐝𝐞 𝐓𝐄𝐈𝐀𝐒 𝐃𝐀 𝐕𝐈𝐃𝐀, 𝐭𝐚𝐥𝐯𝐞𝐳 𝐥𝐡𝐞 𝐚𝐠𝐫𝐚𝐝𝐞.
𝐃𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞𝐠𝐮𝐞𝐢-𝐥𝐡𝐞 𝐞𝐦𝐨𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐞 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐚 𝐩𝐚𝐢𝐱𝐚̃𝐨. 𝐂𝐫𝐞𝐢𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 (𝐞 𝐞𝐮) 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐫 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐦𝐩𝐥𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐮𝐦 𝐆𝐎𝐒𝐓𝐄𝐈! 𝐏𝐞𝐜̧𝐚-𝐦𝐞 𝐞 𝐭𝐞𝐫𝐚́ 𝐟𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐮𝐦 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐨 𝐠𝐫𝐚𝐭𝐨!Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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