sábado, 11 de outubro de 2025

#ABRAÇO

#ESTOU SEMPRE CONTIGO, MÃE

 

ESTOU SEMPRE CONTIGO, MÃE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Sentado nas areias do tempo
deixei-me levar nas asas de uma gaivota
que passava…
e voamos sobre o mar imenso das lembranças
 
Enquanto voava, reflectia sobre a vida
e como ela é tão célere na sua corrida pelo tempo.
Pensei em ti, Mãe
aliás, o meu pensamento está tantas vezes contigo
sinto a tua falta!
 
Sabes, minha querida,
quanto mais eu atravesso as linhas do meu tempo
mais me recordo do teu carinho
do teu sorriso lindo
das tuas mãos carinhosas
que afagavam os meus medos
 
Minha Mãe, minha querida
sinto ausência do teu beijo
que tantas vezes me querias dar
e eu, displicente, dizia-te:
deixa-te disso, já não sou menino
(que parvo eu era, Mãe)
 
Agora, desejava ter-te ao meu lado
para ser eu a acarinhar-te
beijar o teu rosto enrugado
e abraçar-te para te ajudar se precisasses
 
Partiste há já bastante tempo
mas o meu tempo, bondoso e também longo
recusa esquecer-te
 
Sabes, Mãe, por vezes
penso que estás logo ali, pertinho de mim
consigo, até, ver o teu corpo esmorecido pelo cansaço
mas o teu sorriso, minha querida Mãe
sempre sereno, era acalmia que iluminava o meu caminho
 
Tinhas postura de rainha
e os teus meigos gestos eram aconchegantes
o teu doce olhar que, com ternura,
retenho na minha memória
e nesse teu olhar, minha Mãe
espelhava-se a tua bondade e amor
que me transmitias, talvez, sem te aperceberes
 
Mas partiste, mãe,
e partiste, durante o teu sono
com a suavidade de um suspiro de brisa
e murmúrio de um beijo
voaste para o Além
 
Talvez esse beijo fosse o meu
para te compensar de todos os que eu
pensava ter tempo para tos dar…
 
Mas o tempo é inexorável,
não o controlamos
muito pelo contrário
ele controla-nos
 
Será que um dia, minha querida mãe,
vamos encontrar-nos
no jardim da paz, onde vives?
 
Até sempre, minha doce mãe!
 
10/10/2025

 

#CONSIDERAÇÃO

 𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐦𝐞 𝐬𝐢𝐧𝐭𝐨 𝐠𝐫𝐚𝐭𝐨 𝐞 𝐡𝐨𝐧𝐫𝐚𝐝𝐨, 𝐞 𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐚 𝐋𝐢𝐛𝐚̂𝐧𝐢𝐚 𝐌𝐚𝐝𝐮𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚, 𝐞́ 𝐮𝐦𝐚 𝐞𝐱𝐜𝐞𝐥𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐨𝐞𝐭𝐢𝐬𝐚 𝐞 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚, 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐦𝐞 𝐞𝐧𝐠𝐫𝐚𝐧𝐝𝐞𝐜𝐞𝐮 𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐢𝐝𝐞𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐦𝐢𝐦:.


𝗔 𝗽𝗿𝗼𝗽𝗼́𝘀𝗶𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝗽𝗿𝗼𝗴𝗿𝗮𝗺𝗮 𝗛𝗢𝗥𝗔 𝗗𝗔 𝗣𝗢𝗘𝗦𝗜𝗔, 𝗱𝗲 𝗗𝗿𝗮. 𝗖𝗼𝗻𝗰𝗲𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗟𝗶𝗺𝗮, 𝗾𝘂𝗲 𝘁𝗲𝘃𝗲 𝗮 𝗽𝗿𝗲𝘀𝗲𝗻𝗰̧𝗮 𝗱𝗲 𝗝𝗼𝘀𝗲́ 𝗖𝗮𝗿𝗹𝗼𝘀 𝗠𝗼𝘂𝘁𝗶𝗻𝗵𝗼, 𝗻𝗼 𝗽𝗮𝘀𝘀𝗮𝗱𝗼 𝗱𝗶𝗮 𝟴/𝟭𝟬/𝟮𝟬𝟮𝟱

𝑳𝒊𝒃𝒂̂𝒏𝒊𝒂 𝑴𝒂𝒅𝒖𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆𝒖:

𝑭𝒂𝒍𝒂𝒓 𝒅𝒆 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪𝒂𝒓𝒍𝒐𝒔 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐, 𝒆́ 𝒐𝒖𝒗𝒊𝒓 𝒐 𝒎𝒖𝒓𝒎𝒖́𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒂 𝑨́𝒇𝒓𝒊𝒄𝒂, 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝒂 𝒔𝒂𝒖𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒔𝒆 𝒎𝒊𝒔𝒕𝒖𝒓𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒐 𝒗𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒆 𝒂𝒔 𝒂𝒄𝒂́𝒄𝒊𝒂𝒔 𝒇𝒍𝒐𝒓𝒆𝒔𝒄𝒆𝒎 𝒆𝒎 𝒗𝒆𝒓𝒔𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒂𝒎𝒐𝒓 𝒆 𝒅𝒐𝒓.
𝑬𝒍𝒆 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆 𝒄𝒐𝒎 𝒐 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒄𝒉𝒆𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒎𝒆𝒎𝒐́𝒓𝒊𝒂𝒔, 𝒄𝒐𝒎 𝒂 𝒂𝒍𝒎𝒂 𝒇𝒆𝒊𝒕𝒂 𝒅𝒆 𝒎𝒂𝒓 𝒆 𝒅𝒊𝒔𝒕𝒂̂𝒏𝒄𝒊𝒂.
𝑪𝒂𝒅𝒂 𝒑𝒐𝒆𝒎𝒂 𝒆́ 𝒗𝒊𝒂𝒈𝒆𝒎 — 𝒓𝒐𝒎𝒂𝒈𝒆𝒎 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐, 𝒑𝒐𝒓 𝒅𝒆𝒏𝒕𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒔𝒊, 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒂𝒓𝒅𝒆 𝒐 𝒇𝒆𝒊𝒕𝒊𝒄̧𝒐 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂.
𝑴𝒂𝒔 𝒉𝒂́ 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒐́ 𝒂𝒄𝒐𝒓𝒅𝒂𝒎 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒆𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒎 𝒂 𝒗𝒐𝒛 𝒄𝒆𝒓𝒕𝒂!...
𝑬 𝒇𝒐𝒊 𝑪𝒐𝒏𝒄𝒆𝒊𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑳𝒊𝒎𝒂 — 𝒆𝒔𝒔𝒂 𝒔𝒊𝒎! — 𝒒𝒖𝒆𝒎 𝒅𝒆𝒖 𝒗𝒆𝒛 𝒆 𝒗𝒐𝒛 𝒂𝒐 𝒑𝒐𝒆𝒕𝒂, 𝒒𝒖𝒆𝒎 𝒐 𝒅𝒆𝒗𝒐𝒍𝒗𝒆𝒖 𝒂̀ 𝒆𝒎𝒐𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒗𝒊𝒗𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝒔𝒖𝒂𝒔 𝒑𝒓𝒐́𝒑𝒓𝒊𝒂𝒔 𝒔𝒊́𝒍𝒂𝒃𝒂𝒔.
𝑪𝒐𝒎 𝒎𝒆𝒔𝒕𝒓𝒊𝒂, 𝑪𝒐𝒏𝒄𝒆𝒊𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑳𝒊𝒎𝒂, 𝒔𝒐𝒑𝒓𝒐𝒖 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒏𝒂𝒔 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔, 𝒇𝒆𝒛 𝒗𝒊𝒃𝒓𝒂𝒓 𝒐 𝒔𝒊𝒍𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒐, 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒐𝒓𝒎𝒐𝒖 𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒆𝒎 𝒔𝒐𝒎…
𝑨𝒈𝒐𝒓𝒂, 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪. 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐 𝒆́ 𝒅𝒊𝒕𝒐, 𝒐𝒖𝒗𝒆-𝒔𝒆 𝒐 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒆𝒕𝒂 — 𝒏𝒖𝒎 𝒎𝒂𝒓 𝒅𝒆 𝒔𝒂𝒖𝒅𝒂𝒅𝒆… 𝒖𝒎𝒂 𝒎𝒆𝒍𝒐𝒅𝒊𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒄𝒆𝒔𝒔𝒂.
𝑷𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 𝒉𝒂́ 𝒗𝒐𝒛𝒆𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒍𝒆𝒆𝒎… 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒆𝒎.
𝑬 𝒉𝒂́ 𝒑𝒐𝒆𝒕𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒔𝒆 𝒄𝒂𝒍𝒂𝒎… 𝒓𝒆𝒏𝒂𝒔𝒄𝒆𝒎.

𝑩𝒆𝒎-𝒉𝒂𝒋𝒂, 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒊𝒅𝒂 𝒂𝒎𝒊𝒈𝒂, 𝒑𝒐𝒓 𝒏𝒐𝒔 𝒅𝒂𝒓 𝒂 𝒄𝒐𝒏𝒉𝒆𝒄𝒆𝒓, 𝒆𝒔𝒕𝒆 “𝑴𝒂𝒓 𝒅𝒆 𝑺𝒂𝒖𝒅𝒂𝒅𝒆”, 𝒎𝒆𝒓𝒈𝒖𝒍𝒉𝒂𝒅𝒐 𝒏𝒂 𝒄𝒐𝒏𝒕𝒆𝒎𝒑𝒍𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒅𝒐 𝒎𝒖𝒏𝒅𝒐 𝒂𝒐 𝒔𝒆𝒖 𝒓𝒆𝒅𝒐𝒓, 𝒃𝒖𝒔𝒄𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒄𝒂𝒑𝒕𝒖𝒓𝒂𝒓 𝒂 𝒆𝒔𝒔𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒇𝒖𝒈𝒂𝒛 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂!...
𝑷𝒂𝒓𝒂𝒃𝒆́𝒏𝒔 𝒂 𝑻𝑶𝑫@𝑺 @𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒋𝒖𝒅𝒂𝒓𝒂𝒎 𝒂 𝒊𝒍𝒖𝒎𝒊𝒏𝒂𝒓 𝒂 𝒏𝒐𝒊𝒕𝒆!
𝑶 𝒎𝒆𝒖 𝒂𝒃𝒓𝒂𝒄̧𝒐 𝒇𝒓𝒂𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐.
--
𝑳𝒊𝒃𝒂̂𝒏𝒊𝒂 𝑴𝒂𝒅𝒖𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

#DESERTOS

 

DESERTOS
José Carlos Moutinho
Portugal

Os caminhos estão desertos,
pelo chão espalham-se folhas secas
caídas das árvores cansadas
pelas palavras gritadas dos caminhantes!
 
Flutuam nuvens cinzentas
sobre as cabeças dos viajantes
que, silenciosos, caminham sem destino
acompanhados pela solidão
que lhes perpassa as almas!
 
Eram seus desejos sentirem o calor
de simples abraços,
mas estes, perdem-se num tempo
sem tempo para serem dados!
 
Talvez...
talvez até, lhes bastasse uma simples palavra
de encorajamento, de estímulo...
mas como…
se os caminhos estão desertos
de gente que desertou
de si mesma?
 
Resta a esperança
de que a exaustiva caminhada
se faça curta na distância
até onde o remanso da vida exista.
 
9/2/19

 

domingo, 5 de outubro de 2025

#MELODIA DAS PALAVRAS

 

MELODIA DAS PALAVRAS
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Neste meu recanto melodioso
onde neste momento eu estou
ouso atrever-me ser audacioso
deixar estes versos que vos dou
 
Nesta singeleza do imaginativo
surgem como brisas emoções
que alimentam o poder criativo
para sentir as vossas reacções
 
Quadras de palavras libertadas
de sentimentos descontraídos
brotadas das fontes abastadas
por cristalinas águas sentidas
 
Palavras despidas de elitismo
aninhadas em braços da paixão
representam certo romantismo
onde se sonha, se vive de ilusão
 
E porque 5 quadras já está bom
por aqui me fico com tal melodia
que ouço pelo rádio de doce som
eterna parceiro da minha poesia
 

5/10/2025

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

#DÍSPARES SONS

DÍSPARES SONS
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Ouço o murmúrio das folhas
que, silenciosamente, voam sem rumo,
cansadas, mas livres
para poderem voar como aves
 
Ao mesmo tempo que me deixo envolver
por esta melodia, quase imperceptível
penso na beleza que me rodeia
tão serena e ao mesmo tempo vibrante
num colorido sem mácula
 
Sorrio, feliz, por ter o privilégio
de poder contemplar estas maravilhas
tão simples e tão fascinantes
numa absoluta dádiva da natureza
 
Todavia, quanta desta serenidade e encantamento
são desfeitos pela arrogância de certos inumanos
que preferem os sons dos canhões
os gritos de dor
e o sofrimento de seres inocentes
alheios à ignorância e despudor de gente sem alma
 
Acabo por cair no poço da melancolia
ao permitir-me voar, mentalmente,
pelos acontecimentos a que este nosso mundo
é forçado a viver e a sofrer
motivados por tanta ânsia de poder
e de hipotética e estúpida pretensão de glória
 

3/10/2025

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

#EMBORA TENTE

 

EMBORA TENTE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Sem me aperceber
cheguei ao labirinto do desalento
não encontro as palavras
que antes brincavam perante o meu olhar
deixando-se acariciar pela polpa dos meus dedos
 
Procuro entendimento
entre o tempo e a imaginação
descubro obstáculos que se interpõem
voluntariosos perante os meus anseios
 
Embora tente…
sinto-me enrodilhado em emoções inactivas
que outrora vibravam, alegres
como batimentos cardíacos
 
Não sei a razão deste desconforto
que me atropela em cada estrofe
do meu caminho solitário
pelo silêncio das palavras
 
Recordo que antes
nos dias de brisas cálidas
sentia-me afagado pelo perfume das metáforas
e eu, feliz, conversava com os versos
que, sorrindo, me abraçavam
num enleio de poema a realizar
pela melodia do toque
nas teclas do computador
 
Talvez os momentos vividos
se juntem, em harmonia,
a estes que agora se insubordinam.
 

2/10/2025

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

#NAVEGANTE DA VIDA

 

NAVEGANTE DA VIDA
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Houve momentos em que naveguei
por águas inquietas
em situações aflitivas,
porém, a minha força de resiliência,
singrou por entre ondas e obstáculos
em busca de um porto seguro
 
E, quase sempre, encontrei esse porto
por vezes, de fraco acolhimento,
mas, com coragem
fui em busca de outros
que me garantissem a paz
 
Enquanto eu navegava
pelos mares e rios da vida,
fui ganhando experiência
com muito saber,
que me permitiram
enfrentar ventos e tempestades
 
Poderei até dizer,
que tive a felicidade
de vencer essas dificuldades
 
Não saberei dizer, se por sorte,
por abnegação,
ou até pela generosidade do destino
 
Sei, todavia, que,
enquanto viajante por este planeta,
passageiro de um tempo
que é só meu,
tenho sido agraciado
por imensas e serenas brisas,
sob centelhas de estrelas
e pela azulada luz do luar
nesta minha viagem
 

28/9/2025

sábado, 27 de setembro de 2025

#OUTONO, POEMA

OUTONO, POEMA
José Carlos Moutinho
Portugal

Dizem que Outono é nostalgia

folhas matizadas, romantismo
que mudança de cor é a alegria
talvez seja somente exotismo

Confesso fascínio pelo Outono
quando em dias de sol luzente
entrego-me em total abandono
à emoção que o coração sente

Fecho os olhos imagino uma tela
de cores belas e multifacetadas
brisa fria, fragrância de canela
bucólicas árvores, lindas ramadas

Foi depois do Verão que chegou
Outono que a tantos desagrada
mas em mim, simplesmente ficou
quadro de prazer, minha alvorada

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

#CONSIDERAÇÕES

 

Sou folha solta ao vento
e tronco enraizado na terra

sou brisa nos dias de nostalgia
vendaval nos caminhos da mentira
 
sou o abraço da palavra verdade
hostilidade perante o soprar da hipocrisia
 
sou palavra de ânimo no frio da tristeza
calor no acolhimento solidário da dor
 
sou grito liberdade em marés opressivas
guerreiro na luta pela sinceridade
 
sou silêncio consciente de humildade
oponente fervoroso ao joio da arrogância
 
quem sou eu, afinal?
Nada mais que um ser humano
que tenta conviver, condignamente,
nesta nossa sociedade
por vezes, descontrolada
 
José Carlos Moutinho 
26/9/2025

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

#ODE AO MEU SENTIR

ODE AO MEU SENTIR
José Carlos Moutinho
Portugal

Gosto de me embrenhar em pensamentos

imaginando o que, certamente, eu não sou
assim num abraço apertado de sentimentos
viajar pela mente, sem saber para onde vou

Sim, é exactamente isso que estão a pensar
ser eu certo sonhador de emoções sentidas
que posso fazer eu, se assim é meu respirar
se quando pelo meu viajar há brisas vividas

Deixem, pois, este meu suave e sadio pensar
pois ele tem a inocência das pétalas da vida
como se minha vivência fosse feita de amar
nesta minha maravilhosa existência querida

Em certo momento

terça-feira, 16 de setembro de 2025

#SIMPLICIDADE

 

Com minhas mãos seguro o tempo
os meus pés caminham em melodia
dentro do meu peito o sentimento
de que a vida simples é pura poesia

Sou pensador, insensato ou sonhador
minhas passadas são ilusões serenas
em cada movimento sou explorador
de emoções e de palavras pequenas
 
Das palavras pequenas há grandeza
tais como mãe, pai, filho/a e amor
também abraço paixão com certeza
e estas singelas quadras deste autor
 
Confesso-me adepto da simplicidade
nunca gostei das palavras intrincadas
talvez até confundam a autenticidade
deixando pessoas que leem cansadas

Portugal 
Set./2025

domingo, 14 de setembro de 2025

#LONGÍNQUO DIA

Um dia, longínquo no tempo
agarrei as palavras com jeitinho
depois com algum atrevimento
dispus uma a uma com carinho
creiam, não era um passatempo
a poesia nascia-me devagarinho

Seria precoce a minha inspiração
quando pouco a pouco, os versos
faziam-se poemas, em doce união
meus anseios não eram dispersos
porque na singeleza havia emoção
a poesia parecia ser meu universo
 
José Carlos Moutinho 
Setembro/2025

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

#Sucesso, o que é?

 

O que será o sucesso
uma fugaz ilusão
ou um momento passageiro?

Talvez o sucesso seja como o vento
tão depressa surge com força
como de repente desaparece no ar

Poderá o sucesso ser
imaginação que se alonga até ao pódio
ou sensação de encantada miragem

Soubesse eu descrever o sucesso
e senti-lo em mim, como uma energia
certamente eu atingiria o vórtice da
realização
se não esmorecesse na maré da frustração
talvez despertasse na aurora da realidade
 
José Carlos Moutinho 
Setembro/2025

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

#PASSA O TEMPO

 

PASSA O TEMPO
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Na quietude do meu pensamento
lembro as margens de um tempo vivido
onde as páginas dos sonhos se escondiam
na timidez da exposição
e no corar das palavras
Recuo aos instantes
dos (quase) silenciosos murmúrios
sufocados pelo bater agitado do coração
porque as palavras calavam os anseios
 
Passa o tempo, fica a memória
com lembranças inesquecíveis
ainda que a coragem esmorecesse
nos braços da utopia
 
Momentos agitados por paixões
intimidadas pelos olhares fixos
causadores de uma terrível incerteza
embora os sorrisos fossem convidativos
 
Outro tempo, outra jovialidade
outros pensamentos acoitados na ingenuidade
quando os sonhos, tantos sonhos
se iam construindo, cautelosamente,
e que, por vezes, oh, desilusão…
desmoronavam-se como castelos de cartas.
 
Setembro/2025
 

 

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

#BRILHO BASTANTE

 

BRILHO BASTANTE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Emergem sonhos da bruma dos pensamentos
acinzentados de ilusões
que, por vezes, nem o sol os dissipa
 
Há abraços imaginados, perdidos no desejo
e beijos sufocados pela frustração
 
E se, por acaso, se sente a carícia da brisa
soprada pela maresia da vontade
talvez, a areia quente da ansiedade
se faça realização
 
Então, ainda que as sombras
das nuvens passageiras da inquietude
tentem dissipar os sorrisos
estes, terão brilho bastante, que as ofuscará
 
E será, sob o cintilante luar,
que todos os sonhos, abraçados às utopias,
se farão momentos de prazer
e, quiçá, de felicidade
 
Na chegada do breu, pelo cair da noite
o sono, quietude do subconsciente,
navegará no mar da serenidade
por inimagináveis viagens
em absoluto devaneio
 

Setembro/2025

terça-feira, 2 de setembro de 2025

#OS MEUS SILÊNCIOS

 

 Envolvo-me nos meus silêncios
que me abraçam na solidão
dos momentos de nostalgia,
imagens dominam-me os pensamentos,
sombras de ausência,
tentam sobrepor-se ao sol dos sorrisos!
 
O calor do seu abraço
transporta-me por maresias perfumadas,
que roçam as águas cálidas do meu sentir,
salpicadas de espuma da paixão
que me fazem navegar em doce ondular!
 
Os meus silêncios despertam-me,
no vibrar do meu coração exultante
pelo deslizar nas dunas do seu corpo,
e pela carícia de suas mãos no meu peito
que me extasiam no prazer do amplexo!
 
E estes silêncios que me tomam as horas,
da letargia que domina a minha solidão,
suavemente tornam-se melodias,
na memória do amor ausente
que ansiosamente se deseja presente.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

#Porque escrevo eu?

 𝑷𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒐 𝒆𝒖?

𝑷𝒐𝒊𝒔 𝒏𝒂̃𝒐 𝒔𝒆𝒊 𝒓𝒆𝒔𝒑𝒐𝒏𝒅𝒆𝒓. 𝑻𝒂𝒍𝒗𝒆𝒛 𝒑𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝒉𝒂́ 𝒆𝒎 𝒎𝒊𝒎 𝒆, 𝒄𝒆𝒓𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆, 𝒆𝒎 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒆𝒎 𝒐 𝒎𝒆𝒔𝒎𝒐 𝒊𝒎𝒑𝒖𝒍𝒔𝒐, 𝒖𝒎𝒂 𝒇𝒐𝒓𝒄̧𝒂 𝒊𝒏𝒗𝒊𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍, 𝒑𝒐𝒓𝒆́𝒎, 𝒇𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒆 𝒑𝒆𝒓𝒔𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆, 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒐𝒔 𝒍𝒆𝒗𝒂 𝒂 𝒍𝒊𝒃𝒆𝒓𝒕𝒂𝒓 𝒐𝒔 𝒑𝒆𝒏𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒆 𝒄𝒐𝒍𝒐𝒄𝒂́-𝒍𝒐𝒔 𝒏𝒐 𝒑𝒂𝒑𝒆𝒍 𝒐𝒖 𝒅𝒊𝒓𝒆𝒄𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒏𝒂 𝒕𝒆𝒍𝒂 𝒅𝒐 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒖𝒕𝒂𝒅𝒐𝒓. 𝑫𝒊𝒛𝒆𝒎 𝒒𝒖𝒆 𝒆́ 𝒖𝒎 𝒅𝒐𝒎, 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒔𝒆 𝒊𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒂𝒎 𝒊𝒎𝒑𝒓𝒐𝒗𝒂́𝒗𝒆𝒊𝒔 𝒆 𝒂𝒔 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒆𝒎 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔, 𝒂𝒕𝒓𝒂𝒗𝒆́𝒔 𝒅𝒂 𝒑𝒓𝒐𝒔𝒂 𝒐𝒖 𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒆𝒎𝒂. 𝑵𝒂̃𝒐 𝒔𝒆𝒊, 𝒇𝒓𝒂𝒏𝒄𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆, 𝒔𝒆 𝒆́ 𝒅𝒐𝒎 𝒐𝒖 𝒏𝒂̃𝒐, 𝒏𝒂̃𝒐 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒂𝒓 𝒕𝒐𝒅𝒂 𝒆𝒔𝒔𝒂 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒓𝒕𝒂̂𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒂̀ 𝒇𝒂𝒄𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆𝒓. 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒊𝒅𝒆𝒓𝒐-𝒎𝒆, 𝒊𝒔𝒔𝒐 𝒔𝒊𝒎, 𝒖𝒎 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒛𝒂𝒓𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝒕𝒆𝒓 𝒖𝒎 𝒓𝒆𝒍𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒂𝒈𝒓𝒂𝒅𝒂́𝒗𝒆𝒍, 𝒄𝒐𝒎 𝒂 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂, 𝒅𝒆 𝒖𝒎 𝒎𝒐𝒅𝒐 𝒕𝒂̃𝒐 𝒔𝒊𝒎𝒑𝒍𝒆𝒔, 𝒒𝒖𝒂𝒔𝒆 𝒊𝒏𝒈𝒆́𝒏𝒖𝒐 𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒆𝒈𝒖𝒊𝒓 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂𝒓 𝒔𝒐𝒏𝒉𝒐𝒔 𝒆𝒎 𝒓𝒆𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔 𝒆 𝒓𝒆𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔 𝒆𝒎 𝒇𝒊𝒄𝒄̧𝒂̃𝒐. 𝑨𝒕𝒓𝒂𝒗𝒆́𝒔 𝒅𝒂 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒊𝒕𝒂, 𝒄𝒓𝒊𝒂𝒎-𝒔𝒆 𝒎𝒖𝒏𝒅𝒐𝒔, 𝒔𝒐𝒍𝒕𝒂𝒎-𝒔𝒆 𝒊𝒅𝒆𝒊𝒂𝒔, 𝒈𝒓𝒊𝒕𝒂𝒎-𝒔𝒆 𝒂𝒎𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒆 𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔. 𝑬𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆𝒓 𝒆́, 𝒑𝒐𝒊𝒔, 𝒖𝒎𝒂 𝒄𝒐𝒊𝒔𝒂 𝒎𝒂𝒓𝒂𝒗𝒊𝒍𝒉𝒐𝒔𝒂. 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪𝒂𝒓𝒍𝒐𝒔 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐 2025

#A FORÇA DO SENTIR

A FORÇA DO SENTIR
José Carlos Moutinho
Portugal

Ainda que me cortem as asas do pensamento

jamais deixarei de voar pelos sonhos
pois, só eu, tenho a possibilidade
de, em voos solitários, ir mais e mais longe

Mesmo que tentem obstruir o meu voo
tenho toda a faculdade de me desviar
voando pelo céu anil por rumos livres

Se, porventura, fraquejar neste meu voar
por alguma razão improvável
procurarei o remanso das sombras
das frondosas árvores da paz
e na acalmia da brisa, recuperarei forças

Quando os sonhos têm a força do vento
há que saber controlar dificuldades
superar contrariedades e frustrações
e voar com o coração palpitante
acarinhado pelos anseios da alma

Com esta força brotada das emoções
conseguem-se proezas jamais sonhadas
tornando a vida mais esplendorosa
seguindo os caminhos dos sentimentos

Agosto/2025

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

#O PODER ENLOUQUECEU

 

O PODER ENLOUQUECEU
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Ouço murmúrios que desconheço
sons incoerentes, sem melodia
serão do vento ou talvez das árvores agitadas
ou de gente que geme de dor
talvez até de fome
 
Não sei, são murmúrios aflitivos
que, francamente, não gosto de escutar
parecem mais choros
perdidos no vazio desta vida perdida
 
Valores que se esfumaram
como saídos de uma simples fogueira
ardidos na voracidade da incompreensão
e brutalidade humana
 
Os murmúrios sobem de tom
tornam-se auditivamente incomodativos
entendem-se agora, como sendo de gente
são gritos, misturados na dor e fome
perceptíveis nos rostos sofridos
que agora surgem perante câmaras de filmar
e mãos que procuram ajudar
tornadas inúteis pela proibição dos carrascos
 
Os gritos, agora lancinantes de mães
que seguram nos seus colos, crianças esquálidas
carentes de paz, de alimento e de amor
que lhes é negado por energúmenos sem alma
que em vez de pão, dando-lhes a morte
 
Povo que sofre na terra que é a sua
que são despojados de onde pertencem, secularmente
forçados a fugir para lado nenhum
pois, para onde forem só encontrarão a morte
 
Gente louca com maligno poder,
controlam este mundo desgraçado
onde a indiferença de muitos outros
permitem tais genocídios,
limitando-se a acordos sem futuro,
em confortáveis salas com ar condicionado
 
Agosto/2025

 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

#PARABÉNS ETÉREOS, MÃE

 

Parabéns Etéreos, Mãe
1907/2025
 
Tenho saudades de ti, Mãe
hoje é teu dia de nascimento
estás muito longe, no tal além
mas forte é o meu sentimento
 
A vida é deste jeito, traz e leva
num corrupio, assaz, imparável
se alguém parte daqui da terra
a saudade torna-se inevitável
 
Com estes singelos versos, Mãe
que te dedico com alegria e amor
aceita um beijo e abraço também
Parabéns com todo o meu louvor
 
José Carlos Moutinho 
26 de agosto de 2025

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

#PORQUE PENSO

 

É verdade, também eu penso, logo existo (parafraseando René Descartes)
E penso que a vida é muito estranha, será uma estrada de imensas curvas e contracurvas, ou até um mar, agitado umas vezes, sereno outras, e até assustador.
Sei lá, poderá ser, não uma caixinha de Pandora, mas sim um gigantesco mundo de surpresas, esta vida que tanto prezamos.
Obviamente, que quando me refiro à estranheza dos acontecimentos da vida, quero que se subentenda humanidade.
O comportamento dos seres humanos e a razão para que determinadas atitudes sejam directamente opostas à normalidade das “coisas”.
Questiono-me, no silêncio do meu modesto pensar, o motivo porque os sentimentos humanos sofrem tão drásticas metamorfoses, em relação aos outros, aos seus semelhantes, aos seus pares dos mesmos ofícios, onde se cria uma rivalidade, nada salutar e até preocupante se, por azar, tivermos a ingenuidade de sermos sensíveis.
Vem esta retórica a propósito de eu ter a presunção de, por vezes, levar-me a pensar, coisa que já está em desuso, pois, até existe a IA que ajuda a pensar e mesmo a escrever.
Depois, neste meu conflito pensativo, pergunto-me, insistentemente,
mas não encontro explicação plausível para aqueles casos em que, certas pessoas conseguem sucesso, através das suas capacidades, seja na escrita, música, pintura ou qualquer outro dom, através da demonstração dos imensos apoiantes, que, pelos eventos, se vão reunindo à volta dessas pessoas, homenageando-as, comemorando os seus sucessos, demonstrando, por longos anos, apreciarem os seus trabalhos…
Porém…
Tão de repente, como começaram essas demonstrações de amizade, de satisfação, de comemorações, tudo isso, praticamente, desaparece de maneira inexplicável. Gente que gostava das obras ou das pessoas, que antes tinham valor, estas, terão deixado de o ter, justificação dada pelas ausências aos eventos, ou aquisição dos seus trabalhos, que diminuíram drasticamente.
Então, se anteriormente o “artista” era “fantástico”, ou pelo menos interessante, terá sofrido tamanha mutação que se transformou em nulidade?
Donde se deve concluir:
O que antes era BOM, valoroso e agregador, agora é MAU, despiciente e descartável.
Confesso que não entendo. Talvez, porque não exista nada para entender e seja um fenómeno inexplicável…ou não, e, pelo contrário, seja muito bem explicado pela sociologia ou, quiçá, pela antropologia, porque eu, nego-me a acreditar que seja por alergia, frustração, hipocrisia ou…inveja, “coisas” inexistentes nos tempos que correm…
 
Sinceramente, por mais que eu pense (continuo teimosamente a pensar) não encontro resposta, para além de que, vivemos tempos em decadência pela ausência de emoções e sentimentos na humanidade, dever-se-á isso, penso eu, (mais uma vez) de que o humanismo, deixou de existir, ou então, sofreu tal transformação, que passou a chamar-se irracionalidade!
 
José Carlos Moutinho 
Agosto/2025

domingo, 24 de agosto de 2025

#RIO OVELHA

 

RIO OVELHA
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Cristalinas águas do belo Rio Ovelha
deslizam pelo leito da serenidade
mergulhando pela pequena cascata
num salto de encantada beleza
 
após tal agilidade
mostrando suas habilidades
desfaz-se em alva espuma
nos braços da suave corrente
que as acolhe carinhosamente
 
e na tranquilidade do tempo
que se esquece, entre frondoso arvoredo
o rio, elegante, deixa-se levar
pelo caminho há séculos traçado,
murmurando melodias de sonhar
 
Tão fascinado fiquei
pobre de mim, perdido pelo meu olhar
na apreciação daquela rara beleza
em pensamentos de felicidade…
imaginando um mundo de harmonia,
melodia e paz,
como aqueles momentos que eu,
afortunadamente, usufruía
 

Agosto/2025

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

#EM CADA SORRISO

EM CADA SORRISO 
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Porque te lamentas tanto ó tristeza
Se a alegria está demais presente em ti
Basta a sentires com delicadeza
Ela certamente dirá: estou aqui
 
Em cada sorriso a felicidade
Ausente no coração de quem chora
Claro que não sou dono da verdade
mas a tristeza comigo vai embora
 
Vivamos a vida, esqueçamos mágoas
É tão efémera esta nossa viagem
Façamos das tristezas rasas tábuas
 
Contemplai o fascínio do luar
Absorvam a luz como uma miragem
O universo conspira o verbo amar

Intemporal

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

#JÁ ESQUECERA, OU NÃO!

 

JÁ ESQUECERA, OU NÃO!
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Já esquecera as noites ventosas
nos braços luminosos do tempo
havia, também, tardes chorosas
que apareciam como lamento
por paradoxo, os dias amorosos
aconteciam ao sabor do vento
 
Nos mares dos sonhos vividos
onde marés se aconchegavam
nasciam os tais beijos proibidos
com os sorrisos que aceitavam
os sensuais abraços permitidos
breu das noites que chegavam
 
E já no sufoco dos sentimentos
os beijos e os abraços se uniam
doce enlevo dos pensamentos
dos rios que pelas veias corriam
em confuso atropelo de intentos
pela louca emoção que sentiam
 

Agosto/2025

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

#CATARSE

 

CATARSE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Reinvento anseios de outrora,
ignoro medos sentidos
em dias de mágoas,
esqueço frustrações sem sentido,
aceito as dificuldades de agora
 
Sou ave voadora e feliz,
canto ao mundo minhas paixões
com versos de minha imaginação,
em asas de utopia e verdade
 
Escrevo com alegria e liberdade
os meus pensamentos, sem preconceitos,
as minhas palavras são emoções plasmadas,
serenamente, na brancura do papel
que as acolhe
 
Serei poeta ou escritor
como alguém me diz, sorrindo,
pouco me importa a qualificação,
se a minha alegria é a razão
de fazer das palavras,
histórias de vida, de felicidade e amor
 
Sou, sem a menor dúvida,
simples sonhador, consciente
de que a vida é para ser vivida,
com toda a emoção,
seja em qualquer situação,
ou, singelamente,
a escrever sonhos,
ou realidades. 

18/8/2025

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

# ESPONTANEIDADE


Dia e noite por aí vou eu
seguindo pela estrada
que a vida me ofereceu
numa já longa caminhada
 
Vi tanta coisa estranha
também certos encantos
viver é algo que entranha
por alegria e quebrantos
 
fui marinheiro e aviador
sem barco, nem aeroplano
naveguei através do amor
e até já voei por engano
 
Dizem que eu sou poeta
fico contente com certeza
não pensei ser uma meta
de tão enorme grandeza
 
Mas se tal coisa eu serei
resta-me dar continuidade
pois jamais me esquecerei
de escrever com verdade
 
Por aqui me fico com isto
versos singelos e amenos
pintados em curto registo
com sentimentos plenos

José Carlos Moutinho

10/8/2025

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

#Quando a saudade não dói

 

A saudade não dói, ela é um abraço
memórias que aquecem e trazem paz
um filme que passa num íntimo espaço
na ilusão de que consegue voltar atrás
 
Doce viajar por marcantes lembranças
apesar do tempo que as tenta esquecer
em nós existirão sempre as esperanças
de a qualquer instante as poder reviver
 
Em mim nunca houve dor na saudade
confesso até que me dá imenso prazer
imaginar voltar a viver uma realidade
que sei existir somente no meu querer
 
Gosto, pois, de recordar aquele sorriso
que, libertino, se soltou daquela boca
pensava ter sido para mim como aviso
que o meu desejo era uma coisa louca
 
E com estes encantados pensamentos
que se soltam de uma mente saudável
fazem acontecer ilusões e momentos
de me sentir alegre, vivo e confortável
 
José Carlos Moutinho
7/8/2025 
Portugal

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

#HAJA PAZ!

HAJA PAZ!
José Carlos Moutinho
Portugal 

Recentemente escrevi um texto sobre genocídio e, referia-me, obviamente, ao que se passa em Gaza, perante os olhos do mundo, dito civilizado.
O extermínio de um povo, quanto a mim é das indignidades mais miseráveis e degradantes da humanidade.
A região da Palestina é muitíssimo antiga, onde conviviam vários povos, entre eles, os hebreus, hoje judeus e, logicamente, os palestinianos.
Ora, com a entrega de uma determinada área, aos judeus que fugiram de onde viviam, pois foram expulsos, em especial, durante a II Guerra Mundial, pela Alemanha, onde foram chacinados milhões de seres, num autêntico genocídio do povo judeu, foi criado o pequeno Estado de Israel.
Mas essa área ocupada por aquele novel Estado, foi-se alargando, roubando terras aos palestinianos, que nunca tinham saído de suas terras.
Ora, perante estes factos, embora palestinianos e judeus convivem-se mais ou menos bem, porque os primeiros, mais pobres, necessitavam dos segundos, para terem empregos…o ódio escondia-se, mas almas dos que eram dominados.
Com a barbárie que no dia 7 de outubro, em Israel, causou a morte a centenas de pessoas inocentes, perpetrado pelos palestinianos, ou melhor, pelo Hamas, que governa ou governava a faixa de Gaza.
A vingança tem sido terrível e a matança de inocentes palestinianos, que são exterminados à bomba, por drones, por aviões e por fome é horrível.
Dizem os atacantes, que querem a entrega dos sequestrados. Treta!
Esse é o pretexto para matarem livremente, exterminando definitivamente, o povo Palestiniano, daquela região, da sua terra!
Será que Israel esqueceu-se do próprio genocídio a que foram submetidos em meados do Século XX, ou simplesmente, fazem deste genocídio uma brincadeira de prepotentes?
Os poderosos deste mundo estão doentes, fazem da guerra um jogo de força. Pobres coitados, pensam-se eternos, mas morrerão como todos e que a Justiça Divina, se existir, que os puna impiedosamente!
Haja paz!
 

7/8/2025

terça-feira, 5 de agosto de 2025

#GENOCÍDIO

 GENOCÍDIO
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Vivemos num mundo tresloucado:
humanidade perturbada pela indiferença
perdeu-se a dignidade, humildade e sentimentos,
preferem a guerra à paz,
mandam matar com a mesma ligeireza
com que sorriem
 
Como é que hoje, século XXI
se ignora o que passa livremente,
perante o nosso olhar?
 
Como é que os governantes de tantos países
ditos democratas, optam por ignorar,
ou, quiçá, assobiar para o lado,
perante genocídios flagrantes
que, impunemente, acontecem
um pouco por todo o lado,
neste mundo tresloucado?
 
Que se passa na cabeça desta gente
que tem o poder de matar à bala ou à fome,
sem que sejam travados nesta barbárie infame?
 
De total loucura está este nosso planeta possuído,
energúmenos, sem alma,
bombardeiam bairros com a mesma tranquilidade,
com que bebem um copo de água
 
Outros, perturbados pela insanidade,
alvejam pessoas que procuram alimento,
como se fizessem, ludicamente, tiro ao alvo,
ou então, mais sadicamente,
proíbem-nos de receber o alimento,
que lhes mitigaria a fome,
e que se vai deteriorando, ao sol, nos camiões,
que humanos, com sentimentos enviaram
 
horrível genocídio!
Exterminar um povo é uma absoluta barbaridade,
e da mais baixa indignidade que poderá haver na humanidade!
 
Que futuro poderá haver numa região
em que o ódio é tão profundo
que, certamente, serão precisos séculos para que desapareça…
…se, entretanto, não acabar primeiro o povo palestiniano,
que os olhos do mundo, displicentemente, observa!
 
Agosto/2025

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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