segunda-feira, 29 de setembro de 2025

#NAVEGANTE DA VIDA

 

NAVEGANTE DA VIDA
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Houve momentos em que naveguei
por águas inquietas
em situações aflitivas,
porém, a minha força de resiliência,
singrou por entre ondas e obstáculos
em busca de um porto seguro
 
E, quase sempre, encontrei esse porto
por vezes, de fraco acolhimento,
mas, com coragem
fui em busca de outros
que me garantissem a paz
 
Enquanto eu navegava
pelos mares e rios da vida,
fui ganhando experiência
com muito saber,
que me permitiram
enfrentar ventos e tempestades
 
Poderei até dizer,
que tive a felicidade
de vencer essas dificuldades
 
Não saberei dizer, se por sorte,
por abnegação,
ou até pela generosidade do destino
 
Sei, todavia, que,
enquanto viajante por este planeta,
passageiro de um tempo
que é só meu,
tenho sido agraciado
por imensas e serenas brisas,
sob centelhas de estrelas
e pela azulada luz do luar
nesta minha viagem
 

28/9/2025

sábado, 27 de setembro de 2025

#OUTONO, POEMA

OUTONO, POEMA
José Carlos Moutinho
Portugal

Dizem que Outono é nostalgia

folhas matizadas, romantismo
que mudança de cor é a alegria
talvez seja somente exotismo

Confesso fascínio pelo Outono
quando em dias de sol luzente
entrego-me em total abandono
à emoção que o coração sente

Fecho os olhos imagino uma tela
de cores belas e multifacetadas
brisa fria, fragrância de canela
bucólicas árvores, lindas ramadas

Foi depois do Verão que chegou
Outono que a tantos desagrada
mas em mim, simplesmente ficou
quadro de prazer, minha alvorada

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

#CONSIDERAÇÕES

 

Sou folha solta ao vento
e tronco enraizado na terra

sou brisa nos dias de nostalgia
vendaval nos caminhos da mentira
 
sou o abraço da palavra verdade
hostilidade perante o soprar da hipocrisia
 
sou palavra de ânimo no frio da tristeza
calor no acolhimento solidário da dor
 
sou grito liberdade em marés opressivas
guerreiro na luta pela sinceridade
 
sou silêncio consciente de humildade
oponente fervoroso ao joio da arrogância
 
quem sou eu, afinal?
Nada mais que um ser humano
que tenta conviver, condignamente,
nesta nossa sociedade
por vezes, descontrolada
 
José Carlos Moutinho 
26/9/2025

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

#ODE AO MEU SENTIR

ODE AO MEU SENTIR
José Carlos Moutinho
Portugal

Gosto de me embrenhar em pensamentos

imaginando o que, certamente, eu não sou
assim num abraço apertado de sentimentos
viajar pela mente, sem saber para onde vou

Sim, é exactamente isso que estão a pensar
ser eu certo sonhador de emoções sentidas
que posso fazer eu, se assim é meu respirar
se quando pelo meu viajar há brisas vividas

Deixem, pois, este meu suave e sadio pensar
pois ele tem a inocência das pétalas da vida
como se minha vivência fosse feita de amar
nesta minha maravilhosa existência querida

Em certo momento

terça-feira, 16 de setembro de 2025

#SIMPLICIDADE

 

Com minhas mãos seguro o tempo
os meus pés caminham em melodia
dentro do meu peito o sentimento
de que a vida simples é pura poesia

Sou pensador, insensato ou sonhador
minhas passadas são ilusões serenas
em cada movimento sou explorador
de emoções e de palavras pequenas
 
Das palavras pequenas há grandeza
tais como mãe, pai, filho/a e amor
também abraço paixão com certeza
e estas singelas quadras deste autor
 
Confesso-me adepto da simplicidade
nunca gostei das palavras intrincadas
talvez até confundam a autenticidade
deixando pessoas que leem cansadas

Portugal 
Set./2025

domingo, 14 de setembro de 2025

#LONGÍNQUO DIA

Um dia, longínquo no tempo
agarrei as palavras com jeitinho
depois com algum atrevimento
dispus uma a uma com carinho
creiam, não era um passatempo
a poesia nascia-me devagarinho

Seria precoce a minha inspiração
quando pouco a pouco, os versos
faziam-se poemas, em doce união
meus anseios não eram dispersos
porque na singeleza havia emoção
a poesia parecia ser meu universo
 
José Carlos Moutinho 
Setembro/2025

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

#Sucesso, o que é?

 

O que será o sucesso
uma fugaz ilusão
ou um momento passageiro?

Talvez o sucesso seja como o vento
tão depressa surge com força
como de repente desaparece no ar

Poderá o sucesso ser
imaginação que se alonga até ao pódio
ou sensação de encantada miragem

Soubesse eu descrever o sucesso
e senti-lo em mim, como uma energia
certamente eu atingiria o vórtice da
realização
se não esmorecesse na maré da frustração
talvez despertasse na aurora da realidade
 
José Carlos Moutinho 
Setembro/2025

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

#PASSA O TEMPO

 

PASSA O TEMPO
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Na quietude do meu pensamento
lembro as margens de um tempo vivido
onde as páginas dos sonhos se escondiam
na timidez da exposição
e no corar das palavras
Recuo aos instantes
dos (quase) silenciosos murmúrios
sufocados pelo bater agitado do coração
porque as palavras calavam os anseios
 
Passa o tempo, fica a memória
com lembranças inesquecíveis
ainda que a coragem esmorecesse
nos braços da utopia
 
Momentos agitados por paixões
intimidadas pelos olhares fixos
causadores de uma terrível incerteza
embora os sorrisos fossem convidativos
 
Outro tempo, outra jovialidade
outros pensamentos acoitados na ingenuidade
quando os sonhos, tantos sonhos
se iam construindo, cautelosamente,
e que, por vezes, oh, desilusão…
desmoronavam-se como castelos de cartas.
 
Setembro/2025
 

 

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

#BRILHO BASTANTE

 

BRILHO BASTANTE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Emergem sonhos da bruma dos pensamentos
acinzentados de ilusões
que, por vezes, nem o sol os dissipa
 
Há abraços imaginados, perdidos no desejo
e beijos sufocados pela frustração
 
E se, por acaso, se sente a carícia da brisa
soprada pela maresia da vontade
talvez, a areia quente da ansiedade
se faça realização
 
Então, ainda que as sombras
das nuvens passageiras da inquietude
tentem dissipar os sorrisos
estes, terão brilho bastante, que as ofuscará
 
E será, sob o cintilante luar,
que todos os sonhos, abraçados às utopias,
se farão momentos de prazer
e, quiçá, de felicidade
 
Na chegada do breu, pelo cair da noite
o sono, quietude do subconsciente,
navegará no mar da serenidade
por inimagináveis viagens
em absoluto devaneio
 

Setembro/2025

terça-feira, 2 de setembro de 2025

#OS MEUS SILÊNCIOS

 

 Envolvo-me nos meus silêncios
que me abraçam na solidão
dos momentos de nostalgia,
imagens dominam-me os pensamentos,
sombras de ausência,
tentam sobrepor-se ao sol dos sorrisos!
 
O calor do seu abraço
transporta-me por maresias perfumadas,
que roçam as águas cálidas do meu sentir,
salpicadas de espuma da paixão
que me fazem navegar em doce ondular!
 
Os meus silêncios despertam-me,
no vibrar do meu coração exultante
pelo deslizar nas dunas do seu corpo,
e pela carícia de suas mãos no meu peito
que me extasiam no prazer do amplexo!
 
E estes silêncios que me tomam as horas,
da letargia que domina a minha solidão,
suavemente tornam-se melodias,
na memória do amor ausente
que ansiosamente se deseja presente.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

#Porque escrevo eu?

 𝑷𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒐 𝒆𝒖?

𝑷𝒐𝒊𝒔 𝒏𝒂̃𝒐 𝒔𝒆𝒊 𝒓𝒆𝒔𝒑𝒐𝒏𝒅𝒆𝒓. 𝑻𝒂𝒍𝒗𝒆𝒛 𝒑𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝒉𝒂́ 𝒆𝒎 𝒎𝒊𝒎 𝒆, 𝒄𝒆𝒓𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆, 𝒆𝒎 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒆𝒎 𝒐 𝒎𝒆𝒔𝒎𝒐 𝒊𝒎𝒑𝒖𝒍𝒔𝒐, 𝒖𝒎𝒂 𝒇𝒐𝒓𝒄̧𝒂 𝒊𝒏𝒗𝒊𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍, 𝒑𝒐𝒓𝒆́𝒎, 𝒇𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒆 𝒑𝒆𝒓𝒔𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆, 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒐𝒔 𝒍𝒆𝒗𝒂 𝒂 𝒍𝒊𝒃𝒆𝒓𝒕𝒂𝒓 𝒐𝒔 𝒑𝒆𝒏𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒆 𝒄𝒐𝒍𝒐𝒄𝒂́-𝒍𝒐𝒔 𝒏𝒐 𝒑𝒂𝒑𝒆𝒍 𝒐𝒖 𝒅𝒊𝒓𝒆𝒄𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒏𝒂 𝒕𝒆𝒍𝒂 𝒅𝒐 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒖𝒕𝒂𝒅𝒐𝒓. 𝑫𝒊𝒛𝒆𝒎 𝒒𝒖𝒆 𝒆́ 𝒖𝒎 𝒅𝒐𝒎, 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒔𝒆 𝒊𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒂𝒎 𝒊𝒎𝒑𝒓𝒐𝒗𝒂́𝒗𝒆𝒊𝒔 𝒆 𝒂𝒔 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒆𝒎 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔, 𝒂𝒕𝒓𝒂𝒗𝒆́𝒔 𝒅𝒂 𝒑𝒓𝒐𝒔𝒂 𝒐𝒖 𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒆𝒎𝒂. 𝑵𝒂̃𝒐 𝒔𝒆𝒊, 𝒇𝒓𝒂𝒏𝒄𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆, 𝒔𝒆 𝒆́ 𝒅𝒐𝒎 𝒐𝒖 𝒏𝒂̃𝒐, 𝒏𝒂̃𝒐 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒂𝒓 𝒕𝒐𝒅𝒂 𝒆𝒔𝒔𝒂 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒓𝒕𝒂̂𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒂̀ 𝒇𝒂𝒄𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆𝒓. 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒊𝒅𝒆𝒓𝒐-𝒎𝒆, 𝒊𝒔𝒔𝒐 𝒔𝒊𝒎, 𝒖𝒎 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒛𝒂𝒓𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝒕𝒆𝒓 𝒖𝒎 𝒓𝒆𝒍𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒂𝒈𝒓𝒂𝒅𝒂́𝒗𝒆𝒍, 𝒄𝒐𝒎 𝒂 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂, 𝒅𝒆 𝒖𝒎 𝒎𝒐𝒅𝒐 𝒕𝒂̃𝒐 𝒔𝒊𝒎𝒑𝒍𝒆𝒔, 𝒒𝒖𝒂𝒔𝒆 𝒊𝒏𝒈𝒆́𝒏𝒖𝒐 𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒆𝒈𝒖𝒊𝒓 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂𝒓 𝒔𝒐𝒏𝒉𝒐𝒔 𝒆𝒎 𝒓𝒆𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔 𝒆 𝒓𝒆𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔 𝒆𝒎 𝒇𝒊𝒄𝒄̧𝒂̃𝒐. 𝑨𝒕𝒓𝒂𝒗𝒆́𝒔 𝒅𝒂 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒊𝒕𝒂, 𝒄𝒓𝒊𝒂𝒎-𝒔𝒆 𝒎𝒖𝒏𝒅𝒐𝒔, 𝒔𝒐𝒍𝒕𝒂𝒎-𝒔𝒆 𝒊𝒅𝒆𝒊𝒂𝒔, 𝒈𝒓𝒊𝒕𝒂𝒎-𝒔𝒆 𝒂𝒎𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒆 𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔. 𝑬𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆𝒓 𝒆́, 𝒑𝒐𝒊𝒔, 𝒖𝒎𝒂 𝒄𝒐𝒊𝒔𝒂 𝒎𝒂𝒓𝒂𝒗𝒊𝒍𝒉𝒐𝒔𝒂. 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪𝒂𝒓𝒍𝒐𝒔 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐 2025

#A FORÇA DO SENTIR

A FORÇA DO SENTIR
José Carlos Moutinho
Portugal

Ainda que me cortem as asas do pensamento

jamais deixarei de voar pelos sonhos
pois, só eu, tenho a possibilidade
de, em voos solitários, ir mais e mais longe

Mesmo que tentem obstruir o meu voo
tenho toda a faculdade de me desviar
voando pelo céu anil por rumos livres

Se, porventura, fraquejar neste meu voar
por alguma razão improvável
procurarei o remanso das sombras
das frondosas árvores da paz
e na acalmia da brisa, recuperarei forças

Quando os sonhos têm a força do vento
há que saber controlar dificuldades
superar contrariedades e frustrações
e voar com o coração palpitante
acarinhado pelos anseios da alma

Com esta força brotada das emoções
conseguem-se proezas jamais sonhadas
tornando a vida mais esplendorosa
seguindo os caminhos dos sentimentos

Agosto/2025

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

#O PODER ENLOUQUECEU

 

O PODER ENLOUQUECEU
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Ouço murmúrios que desconheço
sons incoerentes, sem melodia
serão do vento ou talvez das árvores agitadas
ou de gente que geme de dor
talvez até de fome
 
Não sei, são murmúrios aflitivos
que, francamente, não gosto de escutar
parecem mais choros
perdidos no vazio desta vida perdida
 
Valores que se esfumaram
como saídos de uma simples fogueira
ardidos na voracidade da incompreensão
e brutalidade humana
 
Os murmúrios sobem de tom
tornam-se auditivamente incomodativos
entendem-se agora, como sendo de gente
são gritos, misturados na dor e fome
perceptíveis nos rostos sofridos
que agora surgem perante câmaras de filmar
e mãos que procuram ajudar
tornadas inúteis pela proibição dos carrascos
 
Os gritos, agora lancinantes de mães
que seguram nos seus colos, crianças esquálidas
carentes de paz, de alimento e de amor
que lhes é negado por energúmenos sem alma
que em vez de pão, dando-lhes a morte
 
Povo que sofre na terra que é a sua
que são despojados de onde pertencem, secularmente
forçados a fugir para lado nenhum
pois, para onde forem só encontrarão a morte
 
Gente louca com maligno poder,
controlam este mundo desgraçado
onde a indiferença de muitos outros
permitem tais genocídios,
limitando-se a acordos sem futuro,
em confortáveis salas com ar condicionado
 
Agosto/2025

 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

#PARABÉNS ETÉREOS, MÃE

 

Parabéns Etéreos, Mãe
1907/2025
 
Tenho saudades de ti, Mãe
hoje é teu dia de nascimento
estás muito longe, no tal além
mas forte é o meu sentimento
 
A vida é deste jeito, traz e leva
num corrupio, assaz, imparável
se alguém parte daqui da terra
a saudade torna-se inevitável
 
Com estes singelos versos, Mãe
que te dedico com alegria e amor
aceita um beijo e abraço também
Parabéns com todo o meu louvor
 
José Carlos Moutinho 
26 de agosto de 2025

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

#PORQUE PENSO

 

É verdade, também eu penso, logo existo (parafraseando René Descartes)
E penso que a vida é muito estranha, será uma estrada de imensas curvas e contracurvas, ou até um mar, agitado umas vezes, sereno outras, e até assustador.
Sei lá, poderá ser, não uma caixinha de Pandora, mas sim um gigantesco mundo de surpresas, esta vida que tanto prezamos.
Obviamente, que quando me refiro à estranheza dos acontecimentos da vida, quero que se subentenda humanidade.
O comportamento dos seres humanos e a razão para que determinadas atitudes sejam directamente opostas à normalidade das “coisas”.
Questiono-me, no silêncio do meu modesto pensar, o motivo porque os sentimentos humanos sofrem tão drásticas metamorfoses, em relação aos outros, aos seus semelhantes, aos seus pares dos mesmos ofícios, onde se cria uma rivalidade, nada salutar e até preocupante se, por azar, tivermos a ingenuidade de sermos sensíveis.
Vem esta retórica a propósito de eu ter a presunção de, por vezes, levar-me a pensar, coisa que já está em desuso, pois, até existe a IA que ajuda a pensar e mesmo a escrever.
Depois, neste meu conflito pensativo, pergunto-me, insistentemente,
mas não encontro explicação plausível para aqueles casos em que, certas pessoas conseguem sucesso, através das suas capacidades, seja na escrita, música, pintura ou qualquer outro dom, através da demonstração dos imensos apoiantes, que, pelos eventos, se vão reunindo à volta dessas pessoas, homenageando-as, comemorando os seus sucessos, demonstrando, por longos anos, apreciarem os seus trabalhos…
Porém…
Tão de repente, como começaram essas demonstrações de amizade, de satisfação, de comemorações, tudo isso, praticamente, desaparece de maneira inexplicável. Gente que gostava das obras ou das pessoas, que antes tinham valor, estas, terão deixado de o ter, justificação dada pelas ausências aos eventos, ou aquisição dos seus trabalhos, que diminuíram drasticamente.
Então, se anteriormente o “artista” era “fantástico”, ou pelo menos interessante, terá sofrido tamanha mutação que se transformou em nulidade?
Donde se deve concluir:
O que antes era BOM, valoroso e agregador, agora é MAU, despiciente e descartável.
Confesso que não entendo. Talvez, porque não exista nada para entender e seja um fenómeno inexplicável…ou não, e, pelo contrário, seja muito bem explicado pela sociologia ou, quiçá, pela antropologia, porque eu, nego-me a acreditar que seja por alergia, frustração, hipocrisia ou…inveja, “coisas” inexistentes nos tempos que correm…
 
Sinceramente, por mais que eu pense (continuo teimosamente a pensar) não encontro resposta, para além de que, vivemos tempos em decadência pela ausência de emoções e sentimentos na humanidade, dever-se-á isso, penso eu, (mais uma vez) de que o humanismo, deixou de existir, ou então, sofreu tal transformação, que passou a chamar-se irracionalidade!
 
José Carlos Moutinho 
Agosto/2025

domingo, 24 de agosto de 2025

#RIO OVELHA

 

RIO OVELHA
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Cristalinas águas do belo Rio Ovelha
deslizam pelo leito da serenidade
mergulhando pela pequena cascata
num salto de encantada beleza
 
após tal agilidade
mostrando suas habilidades
desfaz-se em alva espuma
nos braços da suave corrente
que as acolhe carinhosamente
 
e na tranquilidade do tempo
que se esquece, entre frondoso arvoredo
o rio, elegante, deixa-se levar
pelo caminho há séculos traçado,
murmurando melodias de sonhar
 
Tão fascinado fiquei
pobre de mim, perdido pelo meu olhar
na apreciação daquela rara beleza
em pensamentos de felicidade…
imaginando um mundo de harmonia,
melodia e paz,
como aqueles momentos que eu,
afortunadamente, usufruía
 

Agosto/2025

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

#EM CADA SORRISO

EM CADA SORRISO 
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Porque te lamentas tanto ó tristeza
Se a alegria está demais presente em ti
Basta a sentires com delicadeza
Ela certamente dirá: estou aqui
 
Em cada sorriso a felicidade
Ausente no coração de quem chora
Claro que não sou dono da verdade
mas a tristeza comigo vai embora
 
Vivamos a vida, esqueçamos mágoas
É tão efémera esta nossa viagem
Façamos das tristezas rasas tábuas
 
Contemplai o fascínio do luar
Absorvam a luz como uma miragem
O universo conspira o verbo amar

Intemporal

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

#JÁ ESQUECERA, OU NÃO!

 

JÁ ESQUECERA, OU NÃO!
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Já esquecera as noites ventosas
nos braços luminosos do tempo
havia, também, tardes chorosas
que apareciam como lamento
por paradoxo, os dias amorosos
aconteciam ao sabor do vento
 
Nos mares dos sonhos vividos
onde marés se aconchegavam
nasciam os tais beijos proibidos
com os sorrisos que aceitavam
os sensuais abraços permitidos
breu das noites que chegavam
 
E já no sufoco dos sentimentos
os beijos e os abraços se uniam
doce enlevo dos pensamentos
dos rios que pelas veias corriam
em confuso atropelo de intentos
pela louca emoção que sentiam
 

Agosto/2025

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

#CATARSE

 

CATARSE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Reinvento anseios de outrora,
ignoro medos sentidos
em dias de mágoas,
esqueço frustrações sem sentido,
aceito as dificuldades de agora
 
Sou ave voadora e feliz,
canto ao mundo minhas paixões
com versos de minha imaginação,
em asas de utopia e verdade
 
Escrevo com alegria e liberdade
os meus pensamentos, sem preconceitos,
as minhas palavras são emoções plasmadas,
serenamente, na brancura do papel
que as acolhe
 
Serei poeta ou escritor
como alguém me diz, sorrindo,
pouco me importa a qualificação,
se a minha alegria é a razão
de fazer das palavras,
histórias de vida, de felicidade e amor
 
Sou, sem a menor dúvida,
simples sonhador, consciente
de que a vida é para ser vivida,
com toda a emoção,
seja em qualquer situação,
ou, singelamente,
a escrever sonhos,
ou realidades. 

18/8/2025

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

# ESPONTANEIDADE


Dia e noite por aí vou eu
seguindo pela estrada
que a vida me ofereceu
numa já longa caminhada
 
Vi tanta coisa estranha
também certos encantos
viver é algo que entranha
por alegria e quebrantos
 
fui marinheiro e aviador
sem barco, nem aeroplano
naveguei através do amor
e até já voei por engano
 
Dizem que eu sou poeta
fico contente com certeza
não pensei ser uma meta
de tão enorme grandeza
 
Mas se tal coisa eu serei
resta-me dar continuidade
pois jamais me esquecerei
de escrever com verdade
 
Por aqui me fico com isto
versos singelos e amenos
pintados em curto registo
com sentimentos plenos

José Carlos Moutinho

10/8/2025

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

#Quando a saudade não dói

 

A saudade não dói, ela é um abraço
memórias que aquecem e trazem paz
um filme que passa num íntimo espaço
na ilusão de que consegue voltar atrás
 
Doce viajar por marcantes lembranças
apesar do tempo que as tenta esquecer
em nós existirão sempre as esperanças
de a qualquer instante as poder reviver
 
Em mim nunca houve dor na saudade
confesso até que me dá imenso prazer
imaginar voltar a viver uma realidade
que sei existir somente no meu querer
 
Gosto, pois, de recordar aquele sorriso
que, libertino, se soltou daquela boca
pensava ter sido para mim como aviso
que o meu desejo era uma coisa louca
 
E com estes encantados pensamentos
que se soltam de uma mente saudável
fazem acontecer ilusões e momentos
de me sentir alegre, vivo e confortável
 
José Carlos Moutinho
7/8/2025 
Portugal

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

#HAJA PAZ!

HAJA PAZ!
José Carlos Moutinho
Portugal 

Recentemente escrevi um texto sobre genocídio e, referia-me, obviamente, ao que se passa em Gaza, perante os olhos do mundo, dito civilizado.
O extermínio de um povo, quanto a mim é das indignidades mais miseráveis e degradantes da humanidade.
A região da Palestina é muitíssimo antiga, onde conviviam vários povos, entre eles, os hebreus, hoje judeus e, logicamente, os palestinianos.
Ora, com a entrega de uma determinada área, aos judeus que fugiram de onde viviam, pois foram expulsos, em especial, durante a II Guerra Mundial, pela Alemanha, onde foram chacinados milhões de seres, num autêntico genocídio do povo judeu, foi criado o pequeno Estado de Israel.
Mas essa área ocupada por aquele novel Estado, foi-se alargando, roubando terras aos palestinianos, que nunca tinham saído de suas terras.
Ora, perante estes factos, embora palestinianos e judeus convivem-se mais ou menos bem, porque os primeiros, mais pobres, necessitavam dos segundos, para terem empregos…o ódio escondia-se, mas almas dos que eram dominados.
Com a barbárie que no dia 7 de outubro, em Israel, causou a morte a centenas de pessoas inocentes, perpetrado pelos palestinianos, ou melhor, pelo Hamas, que governa ou governava a faixa de Gaza.
A vingança tem sido terrível e a matança de inocentes palestinianos, que são exterminados à bomba, por drones, por aviões e por fome é horrível.
Dizem os atacantes, que querem a entrega dos sequestrados. Treta!
Esse é o pretexto para matarem livremente, exterminando definitivamente, o povo Palestiniano, daquela região, da sua terra!
Será que Israel esqueceu-se do próprio genocídio a que foram submetidos em meados do Século XX, ou simplesmente, fazem deste genocídio uma brincadeira de prepotentes?
Os poderosos deste mundo estão doentes, fazem da guerra um jogo de força. Pobres coitados, pensam-se eternos, mas morrerão como todos e que a Justiça Divina, se existir, que os puna impiedosamente!
Haja paz!
 

7/8/2025

terça-feira, 5 de agosto de 2025

#GENOCÍDIO

 GENOCÍDIO
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Vivemos num mundo tresloucado:
humanidade perturbada pela indiferença
perdeu-se a dignidade, humildade e sentimentos,
preferem a guerra à paz,
mandam matar com a mesma ligeireza
com que sorriem
 
Como é que hoje, século XXI
se ignora o que passa livremente,
perante o nosso olhar?
 
Como é que os governantes de tantos países
ditos democratas, optam por ignorar,
ou, quiçá, assobiar para o lado,
perante genocídios flagrantes
que, impunemente, acontecem
um pouco por todo o lado,
neste mundo tresloucado?
 
Que se passa na cabeça desta gente
que tem o poder de matar à bala ou à fome,
sem que sejam travados nesta barbárie infame?
 
De total loucura está este nosso planeta possuído,
energúmenos, sem alma,
bombardeiam bairros com a mesma tranquilidade,
com que bebem um copo de água
 
Outros, perturbados pela insanidade,
alvejam pessoas que procuram alimento,
como se fizessem, ludicamente, tiro ao alvo,
ou então, mais sadicamente,
proíbem-nos de receber o alimento,
que lhes mitigaria a fome,
e que se vai deteriorando, ao sol, nos camiões,
que humanos, com sentimentos enviaram
 
horrível genocídio!
Exterminar um povo é uma absoluta barbaridade,
e da mais baixa indignidade que poderá haver na humanidade!
 
Que futuro poderá haver numa região
em que o ódio é tão profundo
que, certamente, serão precisos séculos para que desapareça…
…se, entretanto, não acabar primeiro o povo palestiniano,
que os olhos do mundo, displicentemente, observa!
 
Agosto/2025

segunda-feira, 28 de julho de 2025

A ESTRADA DA VIDA
de José Carlos Moutinho
Portugal
 
A vida é uma estrada
por vezes curta, outras vezes longa,
e abraçados a essa estrada existem os caminhos,
que, por sua vez, são o princípio dos atalhos
 
Nestes percursos do nosso viver,
acontecem mistérios, labirintos complicados a transpor,
segredos a esconder, sentimentos a libertarem-se
 
Encontra-se muita gente que nos acrescenta algo,
mas, infelizmente, também deparamos
com quem jamais desejávamos encontrar
 
São assim, as incógnitas próprias da existência,
e as dificuldades que temos de enfrentar
neste nosso viajar pelas vias
colocadas perante as nossas opções
 
Todavia, por distração ou displicente negligência,
optamos e tomamos por boas, muitas dessas opções,
que, posteriormente, concluímos terem sido maléficas
 
Para que não nos deixemos levar pelo fácil
e, aparentemente melhor,
temos a sorte de dispormos de um mecanismo
que nos pode levar pelo caminho mais certo,
a que se deu o nome de Livre Arbítrio
 
Nesta vida, nem tudo tem a pureza e cristalinidade
da água daquele rio, transparente, que conhecemos,
porque, escondidos nos atalhos da hipocrisia,
surgem os predadores que turvam a luz da honestidade,
vestidos de barrenta amizade
 

20/7/2025

#Da Diáspora à Caneta

 A Jornada Poética de José Carlos Moutinho: Da Diáspora à Caneta

A vida do poeta e escritor José Carlos Moutinho é um percurso fascinante, marcado por uma geografia vasta e um mergulho profundo no mundo das palavras. Nascido no Sobralinho, em Vila Franca de Xira, em junho de 1944, a sua trajetória é a de um viajante que, desde cedo, abraçou a diáspora, carregando consigo a semente da poesia que brotaria em diferentes solos.

Com apenas 13 anos, Moutinho partiu para Angola, onde, com a efervescência da juventude e a influência de um novo mundo, iniciou seus primeiros passos na escrita aos 15. Foi em solo africano que o seu dom literário começou a manifestar-se, e foi lá que concluiu os estudos secundários. A sua vida profissional, inicialmente na área farmacêutica e de informação médica, o levou a outra travessia: em 1973, mudou-se para o Brasil, onde continuou a sua carreira até 1980. Essa experiência multicultural, entre Portugal, Angola e Brasil, moldou profundamente a sua visão de mundo e a sensibilidade da sua escrita. A saudade, o amor, a dor e a memória de tempos passados, temas recorrentes na sua obra, refletem claramente essa jornada.

Ao retornar a Portugal em 1980, José Carlos Moutinho estabeleceu-se na Maia, onde atuou como empresário na indústria hoteleira. No entanto, a paixão pela escrita, iniciada na adolescência, nunca o abandonou. Aposentado, dedicou-se inteiramente à sua verdadeira vocação: as palavras. A sua produção literária é notável, com mais de 15 livros publicados, incluindo poesia, contos, romances e obras autobiográficas.

A obra poética de Moutinho é um reflexo da sua alma, como sugere o título do seu primeiro livro, "Cais da Alma". Lançado em 2011, esta obra carrega a pureza e a inocência do seu sentir. Os livros seguintes, como "Da Inquietude das Palavras" e "Cantos da Eternidade", mostram um aprimoramento natural, uma poesia mais elaborada, mas que nunca perde a emoção visceral. A sua prosa também merece destaque, com romances como "Angola, do Tejo ao Kwanza", que retrata as suas vivências em Angola de forma fiel e tocante. Além disso, o autor explora o gênero do conto com obras como "Teias do Tempo" e "Tropical Memories", este último em inglês, demonstrando a sua versatilidade e alcance.

A dedicação de José Carlos Moutinho à literatura estende-se para além da sua própria obra. Ele é um frequentador assíduo de tertúlias poéticas, um entusiasta da troca de palavras e um membro ativo de diversas comunidades literárias. A sua presença em coletâneas e antologias, e o reconhecimento em concursos internacionais, como os da ALEPON (Academia de Letras, Ciências e Artes de Ponte Nova), atestam a sua relevância no panorama literário. A sua paixão pela fotografia, outro dos seus hobbies, complementa a sua sensibilidade artística, capturando imagens do mundo que, de certa forma, se alinham com a poesia que ele escreve.

Em suma, José Carlos Moutinho é mais do que um escritor; é um narrador de uma vida, um poeta que encontrou nas palavras o porto seguro para as suas memórias e emoções. A sua trajetória, marcada por mudanças e retornos, é a prova de que a poesia pode florescer em qualquer lugar, desde que a alma do poeta esteja disposta a semear.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

# Em modo lúdico

Pergunto ao Silêncio
a razão de ser tão silente
e o Silêncio tão silenciosamente…
nada diz!
 
Então frustrado
viro-me para o Ontem
e pergunto-lhe a razão de já ter partido
o Ontem, porque já não estava e não me ouvia…
nada disse!
 
Depois, olhei o céu enegrecido
e por entre as nuvens cinzentas vi a Lua
e pedi-lhe que me dissesse por só aparecia na noite
a Lua, cintilou, sorriu e…
nada disse!
 
Esperei pela alvorada,
para quando o Sol despontasse
eu tentasse saber o motivo,
de algumas vezes ser quente demais
outras, nem sequer aparecia,
ficava escondido sabe-se lá onde…
Mas…não pude saber o que eu pretendia do Sol
porque, exactamente nesse dia,
ele ficara escondido,
sabe-se lá onde e…
nada disse!
 
Desanimado, dirigi-me ao Mar
que por acaso estava perto de casa
inquiriu-o da razão de ter tanta água salgada,
porque se não fosse salgada
mitigaria a sede a muita gente
o Mar, triste, titubeou na dúvida se devia responder ou não
e murmurou-me: pois todo este sal
são lágrimas de tristeza, derramadas por imensa gente
que, lamentavelmente, morre todos os dias
na tentativa de conseguirem a liberdade
ficámos a olhar-nos tão silenciosamente,
como na primeira estrofe!
 
José Carlos Moutinho 
23/7/2025

terça-feira, 22 de julho de 2025

# POEMO-ME

POEMO-ME
José Carlos Moutinho
Portugal.

Já plantei anseios em mares de esperança,
colhi sonhos em luares de emoções,
viajei por galáxias da imaginação,
inventei oásis em pensamentos,
fiz-me campeão sem nada ter ganho
e humilde perante o sucesso

Aqui e agora, decidi criar um hiato breve,
entre a ficção e a realidade
e ousadamente, poemar-me…

Sim, tentarei poemar-me
através das palavras presentes,
por pensar que sou digno dessa honra,
pois, cansei-me de poemar os outros
e de tudo o que me rodeia
neste mundo de inquietudes

Mereço, pois, que apreciem
os meus sentimentos, que, por vezes, omito
quando os ventos sopram em sentido contrário,
mas que, também, exalto,
quando as brisas me murmuram ilusões,
e me aconselham a libertá-los

E poemo-me, porque, corajosamente,
certo dia, soltei a timidez
que me embargava a voz,
que ancorava os movimentos das mãos,
e inibia-me o anseio latente em mim
de me libertar do medo da exposição

Então, poemo-me, pelo que tenho obtido
nos meus voos a meia altura
por entre as nuvens emotivas da escrita,
e ter aprendido que escrever é um dom
que se tem, graciosamente,
sem que haja lugar à vaidade ou presunção

Neste meu singelo desejo de poemar-me,
deixo-me navegar por entre os olhares
de quem este texto lê,
com a serenidade do meu pensamento
de que jamais deixarei de sonhar
um contínuo viajar até ao dia
em que na probabilidade da minha longevidade
eu atinja total realização dos meus sonhos
jamais sonhados

22/7/2025



# 𝗘𝘂 𝗲 𝗜𝗻𝘁𝗲𝗹𝗶𝗴ê𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗔𝗿𝘁𝗶𝗳𝗶𝗰𝗶𝗮𝗹

𝗥𝗲𝗰𝗲𝗻𝘁𝗲𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗳𝘂𝗶 𝗰𝗼𝗻𝘃𝗶𝗱𝗮𝗱𝗼 𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗿 𝗻𝘂𝗺 𝗖𝗼𝗻𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼, 𝗼𝗻𝗱𝗲 𝗮 𝗳𝗶𝗴𝘂𝗿𝗮 𝗲𝗺 𝗰𝗮𝘂𝘀𝗮, 𝗲𝗿𝗮 𝗮 𝗱𝗲 𝘂𝗺 𝗳𝗮𝗺𝗼𝘀𝗼 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗼𝗿 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗼, 𝗱𝗼 𝘀é𝗰𝘂𝗹𝗼 𝗫𝗜𝗫.

𝗖𝗼𝗺𝗼 𝗺𝗲 𝘀𝗲𝗻𝘁𝗶 𝗶𝗻𝗰𝗮𝗽𝗮𝘇 𝗱𝗲 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿 𝗮𝗹𝗴𝗼 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗼 𝗱𝗶𝘁𝗼 𝗲 𝗶𝗹𝘂𝘀𝘁𝗿𝗲 𝘀𝗲𝗻𝗵𝗼𝗿 𝗱𝗮 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗮, 𝗱𝗲𝗰𝗶𝗱𝗶, 𝗼𝗯𝘃𝗶𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗻ã𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝗿 𝗽𝗼𝗿 𝗶𝗻𝗰𝗮𝗽𝗮𝗰𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗼 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿. 𝗙𝗶𝗾𝘂𝗲𝗶 𝗰𝗼𝗺 𝗽𝗲𝗻𝗮, 𝗺𝗮𝘀 é 𝗮𝘀𝘀𝗶𝗺, 𝘀𝗲 𝘀𝗲𝗶 𝗾𝘂𝗲 𝗻ã𝗼 𝘁𝗲𝗻𝗵𝗼 𝗮 𝗽𝗿𝗼𝗽𝗿𝗶𝗲𝗱𝗮𝗱𝗲 𝘀𝘂𝗳𝗶𝗰𝗶𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗺𝗲 “𝗺𝗲𝘁𝗲𝗿” 𝗻𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗶𝘀𝗮𝘀, 𝘀𝗶𝗺𝗽𝗹𝗲𝘀𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗳𝗶𝗰𝗼-𝗺𝗲, 𝗾𝘂𝗶𝗲𝘁𝗶𝗻𝗵𝗼 𝗻𝗮 𝗰𝗮𝗱𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗱𝗮 𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗶𝗴𝗻𝗼𝗿â𝗻𝗰𝗶𝗮.

𝗧𝗼𝗱𝗮𝘃𝗶𝗮, 𝗽𝗼𝗿 𝗰𝘂𝗿𝗶𝗼𝘀𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲, 𝗿𝗲𝗰𝗼𝗿𝗿𝗶 à 𝗜𝗻𝘁𝗲𝗹𝗶𝗴ê𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗔𝗿𝘁𝗶𝗳𝗶𝗰𝗶𝗮𝗹, 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝘃𝗲𝗿 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗮𝗰𝗼𝗻𝘁𝗲𝗰𝗶𝗮.
𝗠𝗲𝗻𝗰𝗶𝗼𝗻𝗲𝗶 𝗱𝗼𝗶𝘀 𝘁í𝘁𝘂𝗹𝗼𝘀 𝗶𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗱𝗮𝗾𝘂𝗲𝗹𝗲 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗼𝗿 𝗲 𝗽𝗲𝗱𝗶-𝗹𝗵𝗲𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗱𝗶𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗲𝗺 𝗮𝗹𝗴𝗼 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮 𝘃𝗶𝗱𝗮 𝗱𝗼 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼.
𝗘𝗺 𝘀𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗼𝘀, 𝗳𝗶𝗾𝘂𝗲𝗶, 𝗶𝗻𝗰𝗿é𝗱𝘂𝗹𝗼, 𝗰𝗼𝗺 𝘂𝗺 𝗘𝗻𝘀𝗮𝗶𝗼 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮𝗾𝘂𝗲𝗹𝗲 𝗮𝘂𝘁𝗼𝗿, 𝗰𝗼𝗺 𝘂𝗺𝗮 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝗼𝘀𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗱𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗶𝘃𝗮 𝗶𝗺𝗽𝗿𝗲𝘀𝘀𝗶𝗼𝗻𝗮𝗻𝘁𝗲.

𝗣𝗲𝗻𝘀𝗲𝗶: 𝗰𝗼𝗺 𝗲𝘀𝘁𝗲 𝘁𝗿𝗮𝗯𝗮𝗹𝗵𝗼 𝗮𝘁é 𝗽𝗼𝗱𝗲𝗿𝗲𝗶 𝗴𝗮𝗻𝗵𝗮𝗿 𝗲𝘀𝘁𝗲 𝗖𝗼𝗻𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼!
𝗠𝗮𝘀 𝗼𝗻𝗱𝗲 𝗲𝘀𝘁𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗮 𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗵𝗼𝗻𝗿𝗮 𝗲 𝗱𝗶𝗴𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲!!??

𝗖𝗹𝗮𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗽𝗼𝗿 𝘃𝗲𝘇𝗲𝘀, 𝗿𝗲𝗰𝗼𝗿𝗿𝗼 à 𝗜𝗻𝘁𝗲𝗹𝗶𝗴ê𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗔𝗿𝘁𝗶𝗳𝗶𝗰𝗶𝗮𝗹, 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿-𝗺𝗲 𝘁𝗿𝗮𝗱𝘂çõ𝗲𝘀, 𝗽𝗼𝗶𝘀 𝗮𝗰𝗵𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘀ã𝗼 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗳𝗶𝗱𝗲𝗱𝗶𝗴𝗻𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗼𝘀 𝘁𝗿𝗮𝗱𝘂𝘁𝗼𝗿𝗲𝘀 𝘃𝘂𝗹𝗴𝗮𝗿𝗲𝘀.

𝗡ã𝗼, 𝗻ã𝗼 𝘁𝗲𝗿𝗶𝗮 𝗲𝘂 𝘂𝗺 𝗽𝗶𝗻𝗴𝗼 𝗱𝗲 𝘃𝗲𝗿𝗴𝗼𝗻𝗵𝗮, 𝘀𝗲𝗾𝘂𝗲𝗿 𝘁𝗲𝗿𝗶𝗮 𝗾𝘂𝗮𝗹𝗾𝘂𝗲𝗿 𝗼𝗿𝗴𝘂𝗹𝗵𝗼, 𝘀𝗲, 𝗲𝘃𝗲𝗻𝘁𝘂𝗮𝗹𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗴𝗮𝗻𝗵𝗮𝘀𝘀𝗲 𝗼 𝗱𝗶𝘁𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼.
𝗣𝗿𝗲𝗳𝗶𝗿𝗼 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗶𝗻𝘂𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺 𝗮 𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗹𝗶𝗺𝗶𝘁𝗮𝗱𝗮 𝗰𝗮𝗽𝗮𝗰𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗹𝗲𝗰𝘁𝘂𝗮𝗹 𝗲 𝗹𝗶𝘁𝗲𝗿á𝗿𝗶𝗮, 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗻𝗱𝗼 𝗮𝘀 𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗶𝘀𝗮𝘀, 𝗰𝗼𝗺 𝘃𝗲𝗿𝗱𝗮𝗱𝗲. É 𝘂𝗺𝗮 𝗼𝗯𝗿𝗶𝗴𝗮çã𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗰𝗼𝗺𝗶𝗴𝗼 𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗺𝗲 𝗹ê.

𝗖𝗲𝗿𝘁𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗾𝘂𝗲 𝗻𝗲𝘀𝘁𝗮 𝗰𝗮𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮𝗱𝗮 𝗽𝗲𝗹𝗮𝘀 𝗿𝘂𝗮𝘀 𝗲𝘀𝘁𝗿𝗮𝗻𝗵𝗮𝘀 𝗱𝗮 𝗜𝗔, 𝗮𝗹𝗴𝘂𝗻𝘀 𝗵𝗮𝘃𝗲𝗿á, 𝗾𝘂𝗲 𝗻ã𝗼 𝗽𝗲𝗻𝘀𝗮𝗺 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗲𝘂, 𝗽𝗼𝗿𝗾𝘂𝗲, 𝗾𝘂𝗶çá, 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗲𝘀𝘀𝗲𝘀, 𝗮 𝗱𝗶𝗴𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝘃𝗮𝗹𝗵𝗮 𝘂𝗺 𝗰𝗶𝗴𝗮𝗿𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲𝗶𝗺𝗮𝗱𝗼 𝗲 𝗮 𝘃𝗲𝗿𝗱𝗮𝗱𝗲 𝘀𝗲𝗷𝗮 𝘂𝗺𝗮 𝗺𝗲𝘁á𝗳𝗼𝗿𝗮 𝗱𝗲𝘀𝘃𝗮𝗹𝗶𝗱𝗮

𝗝𝗼𝘀é 𝗖𝗮𝗿𝗹𝗼𝘀 𝗠𝗼𝘂𝘁𝗶𝗻𝗵𝗼
𝟮𝟮/𝟳/𝟮𝟬𝟮𝟱

segunda-feira, 21 de julho de 2025

#QUE GENTE É ESTA?

Quanta loucura grassa por este nosso planeta
onde gente tão abominável
dominam a instabilidade da paz!
 
A cada dia, as notícias dos média,
autênticos momentos de tortura
são-nos mostrados nos ecrãs das TV,s!
 
Energúmenos armados de poder bacoco
e mentes perturbadas
a invadirem outros países,
cerceando a sua independência e liberdade,
a matarem impunemente
tanta gente inocente,
cujo “crime” é o de terem nascido!
 
As potências desta nossa geografia
perderam a dignidade e o respeito
pela vida de quem somente deseja viver,
ignorando o que se passa aos olhos de todos!
 
Ao que obrigaram os nossos olhos a ver…
 
Metralharem pessoas que buscam um pouco de farinha
para se alimentarem,
que, raivosamente, atiram em quem vai buscar água
para sobreviverem a uma outra morte:
a fome,
que mal fizeram as crianças, algumas recém-nascidas,
para serem mutiladas, aniquiladas como coisas,
com toda uma frieza que arrepia!?
 
Pergunto-me, ingenuamente…
se estes seres de sentimentos transviados,
olham os seus filhos,
com o mesmo olhar com que matam os filhos dos outros…
que quando pegam ao colo, um filho seu, neto
ou qualquer criança da sua família,
o carinho que nutrem por eles, será o mesmo como o que sentem pelas crianças que mandaram assassinar!?
 
E todos os países deste mundo louco,
assobiam para o lado,
Ignorando todos estes crimes,
permitindo que os genocídios se perpetuem
pelas mentes doentes, sedentas de poder,
ódio e vingança estúpida,
de gente que se acha superior aos demais,
e donos da verdade e da razão!
 
Selvajaria, direi eu, perante o que me é dado observar,
confrange-me o que se passa na Ucrânia,
na Faixa de Gaza, Cisjordânia
e em alguns países de África…
 
Eu, que até tenho a minha fé,
por vezes, formulo um desejo:
ah, se houvesse Justiça Divina…
mas…
 
José Carlos Moutinho
2025

quarta-feira, 16 de julho de 2025

# Janelas de esperança

Gostaria de escancarar as janelas da esperança
e que os caminhos desta vida
se tornassem mais floridos
e menos aguerridos,
que a estúpida guerra fosse utopia
e a paz, alvorada da felicidade!
 
Gostaria de gritar ao mundo
que acabasse a malvadez,
a atrocidade doentia fosse mentira,
que a vaidade se tornasse humildade
e a harmonia jamais fosse ilusão!
 
Ah, como eu gostaria
de nunca mais ouvir falar em mortes
causadas pelas malditas bombas,
enviadas por energúmenos dementes
imbuídos de estupidez e ânsia de poder!
 
Mas…infelizmente a realidade
afasta-se cada vez mais dos meus anseios,
os homens perderam a dignidade,
as ambições desmedidas cegaram-nos,
tornaram-nos bárbaros,
num tempo moderno e supostamente evoluído,
não pela tecnologia que mata
mas sim, pelos comportamentos sentimentais
de verdadeiros humanos!
 
Penso no futuro que a mim, pessoalmente,
já pouco incomodará, dada a minha provecta idade,
mas que me deixa preocupado e assustado
pelo que poderá causar a outros,
especialmente aos do meu sangue,
e aos meus amigos…
e…afinal, a toda a humanidade
até mesmo, pelas consequências
que trará a este tão sofrido planeta!
 
Que Haja Paz neste mundo!
 
José Carlos Moutinho
15/7/2025 
Portugal



Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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