segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Rio Tejo



Tu que vens de tão longe,
Pequeno, quase criança,
Deslizas, crescendo pela avenida do teu leito,
Ladeado pelas alamedas,
Verdejantes, arborizadas e floridas
Das margens da tua vida,
Tornas-te adulto,
Mais maduro e belo,
Quando os raios solares,
Reflectem no teu corpo,                                    
És romântico com o luar,
És sereno quando queres,
Turbulento, quando te provocam,
Podes ser a alegria e a morte,
Exiges respeito!

Não corras tão depressa,
Porque vais perder-te no mar

Um dia, recusaste-me,
Nas águas do teu ventre,
Devolveste-me à vida,
Toleraste a minha inocência!

Tens a grandeza da tua autoridade
Serás eternamente importante
Marcaste a minha vida
Meu Rio Tejo

J.C.Moutinho

domingo, 23 de janeiro de 2011

Enlevo



Subo pelas escadas do teu corpo,
Inebrio-me com o teu perfume,
Elevo-me no desejo de te abraçar,
Enfeitiço-me com a luz dos teus olhos
Que tornam as cores do arco-íris mais belas,
Neste dia de sol tímido!
Depois da chuvada dos deslumbramentos
E dos sentidos despertados,
Procuro o caminho do teu coração,
E nele me deixo repousar,
Auscultando o som melodioso da tua alma,
Que me deixa hipnotizado numa sonolência,
Fantástica de entorpecimento!             
Emoções vibrantes, controladas,
De dois corpos quentes de amor
E pensamentos fantasiosos!
Respiro o ar em ti,
Tu sentes o arfar em mim,
Em nosso enlevo!
Ignoramos o mundo que gira à nossa volta,
Os sons que nos envolvem,                                                                                 
Têm o lirismo de uma poesia,
Pessoas que correm, descontroladas
Parecem carrossel alucinante,
Este mundo é só nosso!

J.C.Moutinho

sábado, 22 de janeiro de 2011

Exclusão social



Entro na madrugada do meu tempo,
Encontro nuvens pesadas de inquietações,
Sopram ventos de desalentos,
Tempestades violentas de infortúnios,
Tortuosas ruelas de misérias,
Seres abandonados, sem teto,
Um mundo de desgraçados,
Engolidos pela fome.
São cenários de dura realidade,
Caixas do lixo, mesas dos infelizes,
Viadutos e arcadas, leitos dos esfarrapados,
Gente que calada, sofre no seu silêncio,
Cabisbaixos, envergonhados,
Como se a sua desgraça fosse a vergonha deles….
Quando a sociedade é a culpada
Descalços num frio enregelador,
Deambulam por entre os carros,
Como se fossem as suas ruas,
Tristeza que dói, mas não comove
Quem passa e desvia o olhar,
Gente que vegeta num mundo desvairado
E consumista!

J.C.Moutinho

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Emoções soltas

 
Quando vens com esse olhar cálido,
Numa volúpia atitude de entrega,
E te encostas a mim,
Despertas-me os sentidos,
Libertas-me as emoções,
Acordas-me o desejo,
Soltas-me os pensamentos que voam,
Numa devassa vontade de luxúria,
E loucura em querer subjugar-te,
Ao mesmo tempo tornar-me teu servo,
Do prazer, da entrega de irracionais paixões,
Quando beijamos, atingimos o inimaginável,
Que descontrola por completo,
A nossa razão e serenidade,
E transporta-nos a um outro mundo excitante,
Sentir em meus braços o teu corpo,
Fervendo numa ânsia imperiosa,
Que nos leva a esquecer tudo.

Libertemo-nos deste pecado
De não deixarmos de nos amarmos!

J.C.Moutinho

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Foi numa matinée



Foi numa matinée do Miramar,
Que os seus olhares se cruzaram,
Ela tinha no olhar o brilho das estrelas,
No seu sorriso o encanto doce,
De uma sensualidade que fascinava,
Tinha o caminhar ondulante de uma sereia,
Embalava as ondas do coração,
Mulher esbelta, morena de mil encantos,
Entrava-se na sua alma, pela sua postura
De extrema elegância,
Tinha a serenidade fascinante,
Da provocação, quando sorria
E olhava com seus belos olhos negros
Cintilantes, luz de cristal…
Mas o destino é perverso,
Quantas vezes se insurge contra a lógica
E baralha-nos as nossas vontades,
São as voltas trocadas, numa paixão
Nascida da alegria e partilha,
Tornada empatia profunda,
Transformada em amor,
Que nunca foi vivido…
Chamam amor platónico;
Mas que é isso?
Algum mal de consciência,
Ou simples timidez,
Estupidamente exacerbada?
Ou será que era um amor,
Que não tinha direito a existir?

J.C.Moutinho

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Encantamento



Chegaste no pensamento de um beijo,
Pétala perfumada do teu querer,
Areia molhada pela onda do meu desejo,
Doce encantamento do meu ser,
És ânsia do meu prazer,
Do amor em ti,
És o leito do meu rio de paixão,
A margem que me acalenta,
Nas longas noites de solidão,
És a nau que me leva com emoção,
Ao encontro da aurora do meu viver,
És a luz que não permite a tristeza,
Brisa que sopra no meu rosto,
Como doce carícia,
Das tuas mãos macias,
Estas nuvens que cobrem,
A união dos nossos corpos,
Em um abraço longo,
Das nossas vidas.

J.C.Moutinho

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Chão em que me deito



És o chão florido em que me deito
A seiva da nossa paixão
Das longas noites de amor
As estrelas no imenso firmamento
São o nosso teto
O teu olhar reflecte a luz da lua,
Manto que nos cobre
As árvores em nosso redor
São testemunhas vigilantes
Dos momentos de prazer
O bater em uníssono
Dos nossos corações,
Murmúrio do mar nas ondas,
Que se enrolam na praia, lá longe…
Nosso mundo é este,
Esquecido de tudo e de todos,
Amor e felicidade,
Numa partilha de emoções,
E desejos realizados.


J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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