quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Entro em mim



Liberto-me das memórias do tempo,
Percorro caminhos nunca antes pisados,
Atravesso chuvas de intolerância,
Penetro no zénite da paz,
Sou levitado para o amor, abraçado pelo luar,
Atinjo o clímax da estabilidade emocional
Do meu viver,
Envolvo-me nos véus da serenidade
E retorno mais feliz,
Mais tolerante e com amor,
Olho em redor de mim,
E tudo me parece mais alegre,
Mais vivo, mais vibrante, mais colorido,
Espelho da minha alma,
Libertada das amarguras,
Antes sentidas
E agora eliminadas
Entro em mim,
Descanso enfim!

J.C.Moutinho

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Solidão



Semicerras os olhos e vês a solidão,
Descolorida e opaca,
À sua volta o frio e a tristeza,
Mais em frente,
Vês gente de rostos crispados
Pelo frio…
Ou por falta de humanidade
Gente que corre apressada,
Porque corre tanto, esta gente?
Incrível o que se te depara,
Sentes a instabilidade do mundo,
Que te leva ainda mais à solidão,
Solta-te da voz, o grito que te alegra,
Quando estás perdido em ti,
Foges dos nadas da vida
E tentas encontrar-te,
Na brisa que te afaga
E no luar confidente,
Que te abraça, nas longas noites
Em que te libertas,
Dos medos da alma
E lutas para sair dessa tua vida solitária,
De uma solidão pungente.

J.C.Moutinho

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vem...


Abraço o silêncio da tua ausência
Navego nas águas profundas da saudade
Embriago-me no aroma das flores,
Por ti plantadas,
No jardim da esperança,
Escravizas-me as vontades,
Cortas-me os caminhos,
Outrora percorridos por nós,
Escureceste-me a luz
Do sol de ti,
Sorrisos e lágrimas partilhadas,
Lembranças desmaiadas,
No meu sentir,
Viver sem querer,
Morrer na dor desta paixão,
Que me atormenta
No mais profundo do meu âmago,
Vem…
Despe-te dessa vaidade,
Liberta-te do teu orgulho,
Desce do alto da tua arrogância
E vem….
Eu espero-te,
Sem ressentimentos,
Tens o meu amor!

J.C.Moutinho




domingo, 9 de janeiro de 2011

Eternidade



Visto-me das gotas da chuva,
Que suavemente cai
E que me lavam a alma,
Do desassossego;

Na minha caminhada
Por esta estrada infinita,
Busco o oásis no deserto de mim,
Exalo os cheiros da terra molhada,
Escuto as vozes das andorinhas,
Clamando pela primavera da paz,
O mundo gira, num girar perdido
Como tômbola desgovernada,
Quero ver o arco-íris,
Com cores por inventar,
Quero chegar ao impossível,
Desvendar mistérios,
E encontrar estrelas,
No meio do nada,
Quero ter asas para voar,
Por lugares remotos do além,
Quero ver um luar,
Jamais imaginado,
Sentir a luz do sol,
Nunca sentida,
Quero ser catapultado para a irrealidade,
Para a eternidade!

J.C.Moutinho

sábado, 8 de janeiro de 2011

Cai a noite


Cai a noite, esmorece a luz,
Vem a melancolia e a escuridão,
Implantam-se as trevas da solidão,
Os pensamentos surgem como ventos
Intempestivos, que assolam
O coração e entristecem a alma,
Tu surges altiva, bela,
Majestosa, e fria
Na minha mente…
Esgueiro-me para a janela,
Encosto o meu rosto no vidro gelado,
Contemplo quem na rua passa,
Vejo gente apressada,
Correndo para os seus lares quentes
De afecto e amor,
E eu só com a nostalgia…
Imagino-te nos meus braços,
Revivendo os momentos passados,                                       
Delicadamente deliciosos,
Caminhos por nós cruzados,
Gostaria de voltar a sentir
O teu suave respirar,
Quando me sussurravas,
Queria sentir-me estremecer no teu abraço
E deixar-me desfalecer no teu beijo
Mas tu não estás…
Será que alguma vez, estiveste?

J.C.Moutinho

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O tal paraíso



Dispo-me deste corpo metafísico,
Voo pelos céus infinitos,
Viajo por lugares de beleza exuberante,
Caminhos emoldurados por belíssimas flores,
Vejo planícies e vales de um verde fascinante,
Um rio que corre mansamente,
Lá em baixo no leito do vale,
Ladeado por frondosas e belas árvores,
Milhares de borboletas, que esvoaçam
Desengonçadas e encantadoras,
Batendo as suas asas multicoloridas,
Tal caleidoscópio,
Que deslumbram,
Vislumbro pequenos animais,
Pastando pachorrentamente,
Pergunto-me que lugar é este,
Será o tal paraíso?
Sinto uma tranquilidade infinita,
Uma doce serenidade,
E um total relaxamento,
É com certeza o paraíso.
Acordei!

J.C.Moutinho

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tu...Eternamente


Era eu ainda jovem,
Acabado de sair de criança
Quando tu começaste a assediar-me,
Tímida, linda, também jovenzinha
Vinhas docemente, querendo insinuar-te
E eu simplesmente deixava que te acercasses de mim
Pois era grande o carinho que por ti já sentia
E tu sussurravas-me docemente aos ouvidos,
Dizendo-me palavras belas,
Umas amorosas, outras dramáticas,
Mas sempre palavras de uma enorme beleza,
Perdemo-nos no percurso das nossas vidas,
Mas eis que um dia,
Como que por acaso encontramo-nos,
E oh…. Que alegria…
Abraçamo-nos e sentimos o calor dos tempos idos,
Nós agora somos mais maduros,
Tu estás mais bela, mais doce, és mulher,
Menos tímida,
Mas sempre airosa e graciosa,
Por vezes até provocante
Nos teus gestos, nas tuas palavras,
O teu assédio agora é mais insinuante,
Não te importas mais com o que dizem,
Simplesmente queres mostrar ao mundo,
O que sentes…
E queres que os outros saibam
Que és assim.
Estou muito feliz, por estares de novo comigo,
Senti-me abandonado durante todo este tempo,
Quero agora, amada,
Que jamais nos separemos,
Porque nosso amor será agora eterno,
Não te afastes mais,
Pelo menos por tanto tempo,
Minha querida poesia.

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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