quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Uma sombra errante



Se a tristeza me invade,
Solto um grito,
Estridente selvagem e tresloucado,
Dispo os fantasmas de mim,
Corro como louco por desertos de paranóia,
Penetro em florestas de transtornos mentais,
Enrolo-me nas nuvens negras,
De emoções descontroladas,
Aspiro sôfrego o ar das flores
Que me liberta do sufoco desta tensão,
Acalma-me o silêncio do oásis,
E das árvores que me olham e não me vêem,
Porque não existo,
Sou uma sombra da loucura humana,
Que por aí se confunde,
Nos conflitos da indiferença e preconceito,
Sou um ser sem vida,
Sem sol, sem lua, sem trevas,
Sou somente uma sombra,
Errante,
Em desequilíbrio.

J.C.Moutinho

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Entro em mim



Liberto-me das memórias do tempo,
Percorro caminhos nunca antes pisados,
Atravesso chuvas de intolerância,
Penetro no zénite da paz,
Sou levitado para o amor, abraçado pelo luar,
Atinjo o clímax da estabilidade emocional
Do meu viver,
Envolvo-me nos véus da serenidade
E retorno mais feliz,
Mais tolerante e com amor,
Olho em redor de mim,
E tudo me parece mais alegre,
Mais vivo, mais vibrante, mais colorido,
Espelho da minha alma,
Libertada das amarguras,
Antes sentidas
E agora eliminadas
Entro em mim,
Descanso enfim!

J.C.Moutinho

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Solidão



Semicerras os olhos e vês a solidão,
Descolorida e opaca,
À sua volta o frio e a tristeza,
Mais em frente,
Vês gente de rostos crispados
Pelo frio…
Ou por falta de humanidade
Gente que corre apressada,
Porque corre tanto, esta gente?
Incrível o que se te depara,
Sentes a instabilidade do mundo,
Que te leva ainda mais à solidão,
Solta-te da voz, o grito que te alegra,
Quando estás perdido em ti,
Foges dos nadas da vida
E tentas encontrar-te,
Na brisa que te afaga
E no luar confidente,
Que te abraça, nas longas noites
Em que te libertas,
Dos medos da alma
E lutas para sair dessa tua vida solitária,
De uma solidão pungente.

J.C.Moutinho

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vem...


Abraço o silêncio da tua ausência
Navego nas águas profundas da saudade
Embriago-me no aroma das flores,
Por ti plantadas,
No jardim da esperança,
Escravizas-me as vontades,
Cortas-me os caminhos,
Outrora percorridos por nós,
Escureceste-me a luz
Do sol de ti,
Sorrisos e lágrimas partilhadas,
Lembranças desmaiadas,
No meu sentir,
Viver sem querer,
Morrer na dor desta paixão,
Que me atormenta
No mais profundo do meu âmago,
Vem…
Despe-te dessa vaidade,
Liberta-te do teu orgulho,
Desce do alto da tua arrogância
E vem….
Eu espero-te,
Sem ressentimentos,
Tens o meu amor!

J.C.Moutinho




domingo, 9 de janeiro de 2011

Eternidade



Visto-me das gotas da chuva,
Que suavemente cai
E que me lavam a alma,
Do desassossego;

Na minha caminhada
Por esta estrada infinita,
Busco o oásis no deserto de mim,
Exalo os cheiros da terra molhada,
Escuto as vozes das andorinhas,
Clamando pela primavera da paz,
O mundo gira, num girar perdido
Como tômbola desgovernada,
Quero ver o arco-íris,
Com cores por inventar,
Quero chegar ao impossível,
Desvendar mistérios,
E encontrar estrelas,
No meio do nada,
Quero ter asas para voar,
Por lugares remotos do além,
Quero ver um luar,
Jamais imaginado,
Sentir a luz do sol,
Nunca sentida,
Quero ser catapultado para a irrealidade,
Para a eternidade!

J.C.Moutinho

sábado, 8 de janeiro de 2011

Cai a noite


Cai a noite, esmorece a luz,
Vem a melancolia e a escuridão,
Implantam-se as trevas da solidão,
Os pensamentos surgem como ventos
Intempestivos, que assolam
O coração e entristecem a alma,
Tu surges altiva, bela,
Majestosa, e fria
Na minha mente…
Esgueiro-me para a janela,
Encosto o meu rosto no vidro gelado,
Contemplo quem na rua passa,
Vejo gente apressada,
Correndo para os seus lares quentes
De afecto e amor,
E eu só com a nostalgia…
Imagino-te nos meus braços,
Revivendo os momentos passados,                                       
Delicadamente deliciosos,
Caminhos por nós cruzados,
Gostaria de voltar a sentir
O teu suave respirar,
Quando me sussurravas,
Queria sentir-me estremecer no teu abraço
E deixar-me desfalecer no teu beijo
Mas tu não estás…
Será que alguma vez, estiveste?

J.C.Moutinho

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O tal paraíso



Dispo-me deste corpo metafísico,
Voo pelos céus infinitos,
Viajo por lugares de beleza exuberante,
Caminhos emoldurados por belíssimas flores,
Vejo planícies e vales de um verde fascinante,
Um rio que corre mansamente,
Lá em baixo no leito do vale,
Ladeado por frondosas e belas árvores,
Milhares de borboletas, que esvoaçam
Desengonçadas e encantadoras,
Batendo as suas asas multicoloridas,
Tal caleidoscópio,
Que deslumbram,
Vislumbro pequenos animais,
Pastando pachorrentamente,
Pergunto-me que lugar é este,
Será o tal paraíso?
Sinto uma tranquilidade infinita,
Uma doce serenidade,
E um total relaxamento,
É com certeza o paraíso.
Acordei!

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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