terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Chão em que me deito



És o chão florido em que me deito
A seiva da nossa paixão
Das longas noites de amor
As estrelas no imenso firmamento
São o nosso teto
O teu olhar reflecte a luz da lua,
Manto que nos cobre
As árvores em nosso redor
São testemunhas vigilantes
Dos momentos de prazer
O bater em uníssono
Dos nossos corações,
Murmúrio do mar nas ondas,
Que se enrolam na praia, lá longe…
Nosso mundo é este,
Esquecido de tudo e de todos,
Amor e felicidade,
Numa partilha de emoções,
E desejos realizados.


J.C.Moutinho

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Porque hoje é domingo



O Céu está belo, azul, brilhante,
Mas chove…
Uma chuva forte, intensa, de cor e aromas,
Chovem pétalas coloridas,
As ruas ficam perfumadas,
De um odor doce, de quimeras e sentidos,
Que despertam para a vida,
As pessoas entreolham-se, espantadas,
Por tão inusitado evento,
Ninguém entende, nem explica,
Mas deixam-se deslumbrar, embalados,
Naquela mística beleza,
O chão está mudado na cor,
Qual tapete de retalhos,
Brilha, numa luminosidade,
Resplandecente,
Que fascina quem passa….
O que mais encanta,
E que todos admiram,
São os cheiros de perfumes raros,
Talvez tudo isto se explique,
Porque hoje é domingo!

J.C.Moutinho

                                                           

domingo, 16 de janeiro de 2011

Asas do impossível



Agarro o sol com uma mão,
Com a outra agarro a lua,
Abraço o mundo,
Evado-me nos meus sentidos pelo Além,
Entro na consciência do inconsciente,
E voo nas asas do impossível,
Atingirei a perfeição do querer,
E poder ter e sentir,
Paz, amor e felicidade,
Verei que nesta vida,
Terrena e neste plano temos de aceitar,
A partida para uma outra dimensão,
Mais límpida, livre e pura,
Descobrirei a essência da resignação,
E serei a voz da verdade,
Em um outro espaço desconhecido
Em que ansiamos viver!

…Mas não aceitamos
Trocar aquele,
Por este nosso mundo,
Paradoxo,
De mentes em desalinho!

J.C.Moutinho

sábado, 15 de janeiro de 2011

Lembranças belas



Ainda há a Inquietude dos sentimentos,
Instantes vividos com paixão,
Que o tempo vai apagando,
Mas que a memória teima em perpetuar,
O vento era testemunha dos segredos,
Repartidos entre nós
E que ele mesmo espalhava por aí,
Dizendo a todos, os que encontrava,
Que havia gente apaixonada,
E os encantos da vida, estavam patentes,
Nas cores dos dias, mais vibrantes
E nos cheiros das flores, essências raras
Da felicidade da juventude,
Lembras-te, como era bom…
Ficarmos de mãos dadas,
Falando coisas sem sentido,
Mas que faziam sentirmo-nos bem,
Nada nos importava em nosso redor,
Que não fosse o som das baladas,
Do nosso tempo…
Dos rocks, dos twists, até dos slows,
Estar na praia, como no paraíso,
Bronzearmo-nos com o sol radiante,
Rolarmos na areia dourada, quente,
Que tempos….

J.C.Moutinho

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Êxtase



Tuas mãos deslizam pelo meu rosto
Com a suavidade das penas,
Teus lábios tocam os meus, suavemente
Encostas o teu rosto no meu peito….
Deslizas como serpente,
Acaricias meus pelos,
Que desfiam por entre os teus dedos,
Numa lânguida sensação de prazer,
Sinto o teu arfar de fêmea sedenta,
Que me deixa em êxtase,
Sou o instrumento do teu prazer,
Pensamentos em atropelo,
Galopantes desejos,
Emoções que voam,
Como asas do amor,
Somos levados numa volúpia louca,
De vontades contidas,
Que nos arrebatam os sentidos
E nos deixam prostrados,
Em deliciosa letargia,
Somos um só corpo,
Em delírio de total entrega.

J.C.Moutinho

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Uma sombra errante



Se a tristeza me invade,
Solto um grito,
Estridente selvagem e tresloucado,
Dispo os fantasmas de mim,
Corro como louco por desertos de paranóia,
Penetro em florestas de transtornos mentais,
Enrolo-me nas nuvens negras,
De emoções descontroladas,
Aspiro sôfrego o ar das flores
Que me liberta do sufoco desta tensão,
Acalma-me o silêncio do oásis,
E das árvores que me olham e não me vêem,
Porque não existo,
Sou uma sombra da loucura humana,
Que por aí se confunde,
Nos conflitos da indiferença e preconceito,
Sou um ser sem vida,
Sem sol, sem lua, sem trevas,
Sou somente uma sombra,
Errante,
Em desequilíbrio.

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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