sábado, 15 de janeiro de 2011

Lembranças belas



Ainda há a Inquietude dos sentimentos,
Instantes vividos com paixão,
Que o tempo vai apagando,
Mas que a memória teima em perpetuar,
O vento era testemunha dos segredos,
Repartidos entre nós
E que ele mesmo espalhava por aí,
Dizendo a todos, os que encontrava,
Que havia gente apaixonada,
E os encantos da vida, estavam patentes,
Nas cores dos dias, mais vibrantes
E nos cheiros das flores, essências raras
Da felicidade da juventude,
Lembras-te, como era bom…
Ficarmos de mãos dadas,
Falando coisas sem sentido,
Mas que faziam sentirmo-nos bem,
Nada nos importava em nosso redor,
Que não fosse o som das baladas,
Do nosso tempo…
Dos rocks, dos twists, até dos slows,
Estar na praia, como no paraíso,
Bronzearmo-nos com o sol radiante,
Rolarmos na areia dourada, quente,
Que tempos….

J.C.Moutinho

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Êxtase



Tuas mãos deslizam pelo meu rosto
Com a suavidade das penas,
Teus lábios tocam os meus, suavemente
Encostas o teu rosto no meu peito….
Deslizas como serpente,
Acaricias meus pelos,
Que desfiam por entre os teus dedos,
Numa lânguida sensação de prazer,
Sinto o teu arfar de fêmea sedenta,
Que me deixa em êxtase,
Sou o instrumento do teu prazer,
Pensamentos em atropelo,
Galopantes desejos,
Emoções que voam,
Como asas do amor,
Somos levados numa volúpia louca,
De vontades contidas,
Que nos arrebatam os sentidos
E nos deixam prostrados,
Em deliciosa letargia,
Somos um só corpo,
Em delírio de total entrega.

J.C.Moutinho

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Uma sombra errante



Se a tristeza me invade,
Solto um grito,
Estridente selvagem e tresloucado,
Dispo os fantasmas de mim,
Corro como louco por desertos de paranóia,
Penetro em florestas de transtornos mentais,
Enrolo-me nas nuvens negras,
De emoções descontroladas,
Aspiro sôfrego o ar das flores
Que me liberta do sufoco desta tensão,
Acalma-me o silêncio do oásis,
E das árvores que me olham e não me vêem,
Porque não existo,
Sou uma sombra da loucura humana,
Que por aí se confunde,
Nos conflitos da indiferença e preconceito,
Sou um ser sem vida,
Sem sol, sem lua, sem trevas,
Sou somente uma sombra,
Errante,
Em desequilíbrio.

J.C.Moutinho

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Entro em mim



Liberto-me das memórias do tempo,
Percorro caminhos nunca antes pisados,
Atravesso chuvas de intolerância,
Penetro no zénite da paz,
Sou levitado para o amor, abraçado pelo luar,
Atinjo o clímax da estabilidade emocional
Do meu viver,
Envolvo-me nos véus da serenidade
E retorno mais feliz,
Mais tolerante e com amor,
Olho em redor de mim,
E tudo me parece mais alegre,
Mais vivo, mais vibrante, mais colorido,
Espelho da minha alma,
Libertada das amarguras,
Antes sentidas
E agora eliminadas
Entro em mim,
Descanso enfim!

J.C.Moutinho

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Solidão



Semicerras os olhos e vês a solidão,
Descolorida e opaca,
À sua volta o frio e a tristeza,
Mais em frente,
Vês gente de rostos crispados
Pelo frio…
Ou por falta de humanidade
Gente que corre apressada,
Porque corre tanto, esta gente?
Incrível o que se te depara,
Sentes a instabilidade do mundo,
Que te leva ainda mais à solidão,
Solta-te da voz, o grito que te alegra,
Quando estás perdido em ti,
Foges dos nadas da vida
E tentas encontrar-te,
Na brisa que te afaga
E no luar confidente,
Que te abraça, nas longas noites
Em que te libertas,
Dos medos da alma
E lutas para sair dessa tua vida solitária,
De uma solidão pungente.

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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