sábado, 5 de julho de 2014

Brisa dos meus murmúrios



 
Deixo que a brisa
suavemente
leve os meus murmurios
por entre as aves
que gorjeiam docemente
e saltitam de galho em galho
em alegre sinfonia…

Ou que estes meus murmúrios de saudade,
flutuem nas asas do sol que entardece
e voem até ao horizonte,
aonde o céu abraça o mar
e se perfumem da maresia
volatilizada pelas alvas nuvens
que em bela coreografia se enfeitam
de sorrisos e fantasias!

Sorrio-me pelo encanto
dos meus pensamentos
que me tornam sonhador,
no desejo de que a realidade
seja poeticamente uma doce ilusão!

Com o meu olhar a perder-se na lonjura,
Imagino o oásis no mar,
campos floridos, no deserto,
vejo trigais, em campos secos,
papelão a ser metamorfoseado por cobertor
no leito duro do chão do viaduto,
e…vejo roupa nova e limpa
nos andrajosos,
vejo mãos rugosas
que se estendem na esmola recusada,
serem contempladas com alimento!

Desperto desta letargia
Que invadiu o meu sentir,
Olho em meu redor,
e…solto um murmurio sufocado
de profunda desilusão.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Noite enluarada





Eram suspiros que esvoaçavam
pela noite silenciosa,

Melodias que entoavam paixões
ao luar cintilante,

Eram abraços que se apertavam
nos recantos dos jardins,

Sorrisos timidos
escondidos em lânguidos beijos,

Era o alvoroço dos corpos em êxtase,
o suor que molhava os rostos,
e o resfolegar que cortava a respiração,

Era a noite enluarada
que gerava prazer
na complacência das estrelas,

Era...a paixão
era o vulcão que explodia
e derramava lava
pelos corpos cansados,

Era... simplesmente
em toda a sua pujança,
o amor.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ondas da imaginação





Deixo-me levar pelo fascinio do sol
refletido no dorso do mar,
extasiado pela brisa perfumada de maresia,
e navego-me em canoa de pensamentos,
à bolina das minhas emoções,
sobre as ondas da minha imaginação!

Levo em mim a inquietude
e a coragem
de galopar a distância
que me ausenta dela!

Visto a minha saudade,
de ventania que agita as velas
da minha ansiedade,
e voo no meu desejo
de a beijar.

No remanso do seu abraço
farei meu porto de abrigo.

José Carlos Moutinho

Sabes minha amiga...





Eram sonhos, eram quimeras

inventados nas noites serenas

trazidos pelas asas das ilusões,

que cantavam primaveras,

floriam docemente corações

e faziam esquecer coisas terrenas!



Sabes, amiga…

Deixa-me contar-te só desta vez:

Pensar quimeras pode ser utopia,

mas pior é quem nunca se satisfez

em ter na vida, uma simples fantasia!



Digo-te mais, minha velha amiga,

serei sem dúvida um eterno sonhador,

farei das fantasias e ilusões, uma cantiga

porque na essência de mim, existe amor!



Ainda que todos se revoltem, contrariados

com a realidade dura e crua desta vida,

eu olho o céu azul, encantado por viver,

trago os meus pensamentos engajados

de emoções renascidas da alegria sentida,

por ter em cada dia um novo amanhecer!



Sabes, minha velha amiga…

Tenho a sorte de estar neste mundo

e viver cada dia como se fosse o último…



José Carlos Moutinho

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Na soleira do paraiso






Encostei-me na soleira da porta do paraiso,
escutei melodias de embalar, doce ilusão,
que chegavam nas asas da brisa, como aviso,
para que minha alma, sorrisse com emoção!

Expus o meu peito ao vento cálido dos anseios,
Aspirei fragrâncias do tempo do meu porvir,
Abracei-me aos sons de poéticos chilreios,
E aquietei-me na serenidade do meu sentir!

Nos campos que se estendiam a perder de vista,
Senti-me feliz pela visão que eu contemplava
Por poder absorver o colorido da natureza, artista 
Abracei toda aquela beleza que me fascinava!

Viajei por entre nuvens e brumas do pensamento,
Sentia em mim as suaves brisas da felicidade,
Era somente eu, sem ambições, com sentimento,
Que fazia das utopias, jardins da realidade
E ignorava as palavras cansadas de alguém,
Pois a vida deve ser vivida sem ansiedade!

Encostei-me na soleira da porta do paraíso…
E despertei com a alvorada do meu sorriso!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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