sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Mutação temporal



A tarde veste-se de cores belas,
o dia aninha-se no crepúsculo,
no ocaso nascem coloridas telas,
natureza que me faz minúsculo.

Novo dia virá com a alvorada,
no ciclo temporal que nos domina,
assim gira a terra abençoada
na luz que cada dia determina.

Fascino-me perante grandeza tal
privilégio que posso admirar
nesta vida que um dia terá final…

E neste meu maravilhoso mundo,
tanta beleza apaixonante pr’amar,
vivo alegremente cada segundo!

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Gaivota do meu mar



Navego em teu sorriso
pelos mares da utopia
em perfume de maresia,
És tudo o que eu preciso,
a alegria em teus braços
na ternura dos abraços,
em teu corpo me aliso.

És gaivota do meu mar,
voas-me meiga e veloz,
Tuas asas, são beijos
que me fazem sonhar,
Ansioso dos teus desejos,
escuto a tua doce voz
que me faz contigo, voar.

Aperta-me em teu peito,
quero escutar teu coração,
façamos da areia, leito,
soltemos nossa paixão.


José Carlos Moutinho

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Olhos negros (Fado)



Por trás dos olhos negros
não mostras teus segredos
na tua alma velados
e p’la boca calados.

Eu canto ao teu feitiço
em doce melodia, 
cantado em tom castiço
numa total sintonia. 

Negros são teus cabelos
que se agitam ao vento,
longos fartos e belos,
são meu deslumbramento.

Tua beleza ímpar
Faz-me sonhar fantasia,
enfrento as ondas do mar
para te beijar um dia.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Minha Mãe querida (Fado)



Tuas rugas minha mãe
Sulcos de sofrimento,
porque foste pai também
na luta pelo sustento.

Foi árdua tua vida
pra teus filhos criares,
só, mas nunca perdida,
digna, por tanto amares.

Deste afago, deste amor,
teu colo era meu sol, meu chão,
no teu abraço o meu calor,
do teu olhar doce emoção.

Mãe, partiste serena,
tal como aqui viveste,
pra ti este meu poema
pelo amor que me deste.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Uma tela d'amor (Fado)



Com as cores da vida
pinto uma tela d’amor,
com a paixão sentida
inventarei nova cor.

Dos teus olhos azul mar,
do sorriso farei sol,
dos lábios cor de amar,
em paleta girassol.

És musa das ilusões,
do arco iris, retiro aneis
em forma de corações,
com a arte dos meus pinceis

Eu farei uma obra prima
de minh’alma sentida,
do meu amor com estima
te dedico, querida.

José Carlos Moutinho

domingo, 17 de agosto de 2014

És a minha estrela, mãe (Fado)


O teu sorriso minha mãe
está guardado em mim
e do teu carinho também
saudade imensa, sem fim.


Mãe saudosa, minha mãe,
um dia, estarei contigo,
no paraíso do Além,
serás meu porto d’abrigo.


Queria o abraço que perdi
na correria do tempo,
tanto amor que vinha de ti,
falta que tanto lamento.


Minha mãe estarás presente
no meu coração de filho,
que te amará eternamente,
és a estrela com mais brilho.


José Carlos Moutinho

sábado, 16 de agosto de 2014

Vamos por aí, amor (Fado)






Eu quero tanto, meu amor,

levar-te a passear por aí,

abraçados pelo calor

da paixão que sempre senti.



Vem comigo pelo jardim,

mãos dadas vamos sorrindo,

sentir o aroma do jasmin,

é nosso, este mundo lindo.



Ao longo do rio, vamos

felizes a cantar sonhos,

com chilreios, nos amamos

na doçura dos medronhos.



Se o rio transbordar, amor,

farei barca dos meus braços,

que te levará sem temor

até à margem  dos abraços.



José Carlos Moutinho

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Rio da saudade (fado)

Talvez...um fado.
****

Rio da saudade

Corre rio, corre manso,
pelo leito da saudade,
deixa-me ser teu remanso
nas águas da verdade.

Se contigo me levares,
farei dos teus braços meu mar,
das tuas ondas cantares,
da praia, ninho de amar.

Rio que corres sem parar
abraçado pelas margens,
não tenhas pressa de ver mar,
perderás tuas vantagens.

És a minha quietude
Em tempo de desatino,
meu amigo de juventude,
parceiro do meu destino. 

José Carlos Moutinho


Corre rio, corre manso,
pelo leito da saudade,
deixa-me ser teu remanso
nas águas da verdade.


Se contigo me levares,
farei dos teus braços meu mar,
das tuas ondas cantares,
da praia, ninho de amar.


Rio que corres sem parar
abraçado pelas margens,
não tenhas pressa de ver mar,
perderás tuas vantagens.


És a minha quietude
Em tempo de desatino,
meu amigo de juventude,
parceiro do meu destino. 


José Carlos Moutinho

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Morena de olhos azuis (fado)






Teus olhos azuis, morena

São dois lagos cintilantes

Onde eu navego, pequena,

as emoções exaltantes.



Ah… mulher dos meus encantos,

Quero amar-te para sempre,

Cantar-te meu amor em cantos,

Jurar-te este amor ardente.



Prometo morena bela

Ser o sol da tua vida,

luar da tua janela,

teu companheiro, querida.



Ai doce morena-mulher

Serei abraço na tristeza,

Não quero jamais te perder

Pois nosso amor é certeza.



José Carlos Moutinho

Povo que choras (fado)



Povo que tanto choras
as dores de alma sofrida,
tardam caladas as horas
de alegria na tua vida.

Tens triste sina pra cumprir,
neste mundo de loucura,
mas não esmoreças sem seguir
o caminho da brandura.

Um dia, sofrido povo,
voltarás a ter a glória,
pois conquistarás de novo,
do opressor, a vitória.

Cantemos povo, a uma só voz,
nossa indignação pl’as ruas,
é um direito de todos nós,
dignidade sem falcatruas.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Fui e Sou





Fui rio impetuoso, correndo pelo leito da inquietude,
fui luar sereno em noites de doce saudade,
fui sol da paixão, em instantes de amor,
fui vulcão de onde brotou magma de prazeres,
fui escudo onde explodiram palavras agressivas,
fui conselheiro de almas tristes pelo desalento,
fui réu em causas desconhecidas por mim,
fui acusado, sem nunca me poder defender,
fui invejado por quem se sente frustrado,
fui sonhador e voei pelos céus do meu querer,
fui chamado de arrogante, por quem não lê a alma,
fui ignorado por quem se diz meu amigo,
fui acarinhado, por quem eu jamais imaginaria,
fui bajulado, "idolatrado" e preterido por despeito,
fui tudo isso e muito mais, que agora não me ocorre!
Sou eu mesmo, hoje,  sem vernizes, nem cores hipocritas,
sou homem com percurso de vida digno,
sou frontal nas minhas atitudes e digo o que penso,
sou teimoso quando tenho razão e não desisto,
sou  a revolta contra a injustiça,
sou  intolerante à mentira e à falsidade,
sou uma alma que valoriza a verdadeira amizade,
sou amigo sincero e fiel do meu amigo,
sou uma criatura que jamais trai a amizade,
sou hoje um rio caudaloso, que corre sereno de braços abertos  para o mar do meu futuro,
sou a acalmia do mar onde navego os meus anseios
sou o homem que procriou, a árvore plantada e o livro realidade,
Sou simplelsmente eu, com virtudes e defeitos, mas isento de falsidade.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Quem és tu, Destino?





…Que tanto contrarías a minha vontade,
e teimas em trocar o meu caminho,
se eu nem te conheço?

Diz-me destino, o que pretendes de mim,
que força tens tu
para te intrometeres na minha vida?

Serás conjectura ou realidade
serás utopia ou coisa nenhuma…
Penso-te núvem, mar, sol
Talvez luar, crepúsculo ou alvorada
Creio-te tudo e nada!

Gostava que tivesses coragem
Para te abrires comigo
E com toda a franqueza
Dizeres-me das tuas intenções!

Mas sinceramente, destino,
creio que não passas de uma invenção
para nos desculparmos das falhas
que nos Outonos das nossas vivências
se fazem brumas de contrariedades!

De uma vez por todas, mostra teu rosto,
fala comigo, conta-me de ti,
o que pensas do mundo
e das gentes que o povoam…
Se o fizeres, destino,
(assim de amigo para amigo)
prometo-te que serei silêncio,
da minha boca, não voarão as palavras
que te acusem dos azares do universo!

Mas… confesso-te, destino,
ainda tenho dúvidas da tua força
para trocares o nosso Destino.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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