quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Sedução de mulher





A tarde esmorecia quando passaste por mim,
caminhavas ondulante como as ondas do mar,
eram belos os teus lábios carnudos de carmin,
dos teus cabelos exalei o perfume do jasmin
e nos teus lindos olhos deixei-me navegar.

São ilusões, pensamentos coisas sem valor
ou miragens de uma bela mulher que passa,
a beleza aliada à elegância é puro fulgor
que nos faz vibrar  o coração com ardor
e sentimento de paixão que nos perpassa.

A mulher tem magia e muita subtileza
na sedução com um gesto ou um olhar,
ela tem num simples sorriso, a certeza
que o homem se renderá à sua beleza
e no enleio de seus braços se irá entregar.

Haverá homem que seja empedernido
e que nestes encantos não se deixe cair,
talvez seja alguém que se sinta perdido
e a paixão e o amor não façam sentido,
ou da vida e do mundo se quer abstrair.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Ninfa do rio





Estavas sentada numa pedra a cantar
teus pés acariciados pela água do rio,
fascinado, aquieto-me para te escutar,
teus cabelos negros voam pelo ar
deslumbrado admiro o teu corpo esguio.

Distraida não viste a minha admiração
estavas alegre, como uma criança feliz,
cheguei perto, soltaste uma exclamação
não sei se foi susto ou talvez de atração,
o que sei é que torceste teu belo nariz.

Ninfa do rio não te faças esquisita,
dá-me tua mão, para eu me segurar,
não gosto de gente que faça fita
porque a vida é célere e finita,
o melhor que temos é aproveitar.

Agora sim, sentados lado a lado,
cabeças encostadas a namorar,
toco tuas mãos num gesto delicado
olho-te com um olhar apaixonado
e namoramos até a noite chegar.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Crianças infelizes





Saltavam sorrindo as alegres crianças
com seus pés descalços endurecidos
não sabiam o que seriam esperanças
nem porque os brinquedos eram proibidos

Corriam pelo chão de terra batida
de estômagos vazios p’la ausência de pão
mas corriam de alma calada e sentida
triste alegria e imensa dor no coração

Enquanto correm e brincam, esquecem
fome e frio nos seus corpos que arrefecem,
ah…dura vida destes infelizes…

Que este mundo marca com cicatrizes…
Não têm culpa nem pediram pra nascer,
razão não há, para assim terem de sofrer.

José Carlos Moutinho

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Faço-te um poema





Estava eu sentado num caixote
Quando tu passaste toda catita
No teu gingar vi a renda do saiote
os seios a espreitarem pelo decote
Mostraram-me como és tão bonita.

Olhaste-me e sorriste provocante
Fiquei sem ar de tão fascinado,
Bem sei que não és arrogante
Mas eu fiquei perdido e delirante
a pensar se eu estaria apaixonado.

Estou agora num grande dilema,
Preciso força para, de amor, te falar,
Ai, moça bonita se te fizer um poema
Talvez me aceites sem problema
E até, quem sabe, possamos casar.

Conta-me o que pensa teu coração
Sinto um louco desejo de te beijar,
Tenho o peito apertado de aflição
talvez ainda sucumba a esta paixão
se tu, amor não me quiseres amar.

José Carlos Moutinho

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Desejava





Por vezes desejava tanto ser poeta,
inventar fantasias vestidas de quimeras,
voar pelos céus como se fosse cometa
e ignorar as noites infinitas das esperas...

Por que se eu fosse realmente um poeta,
faria das palavras asas matizadas e esvoaçantes
de borboletas, que colorissem a minha caneta
e florissem os poemas de sentimentos errantes…

Como não sou poeta, mas talvez um sonhador,
abraço-me aos versos que de mim são amor
e se vão libertando da minha alma ardente,
quiçá um dia, me considere um poeta convincente…

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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