quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Caminhos do passado





Aqui sentado nas escadas da minha memória
levo-me em viagem pelos caminhos do passado,
onde os momentos foram páginas da minha História
escritas no livro da vida em cores do meu agrado,
com letras, inventei fantasias, paixões e alguma glória
que da minha alma nasceram em versos do meu fado.

Sorrio-me aos devaneios vividos e outros perdidos
que nas noites da minha juventude se exacerbaram,
seriam loucuras, inocências ou desejos incontidos
que em murmúrios,abraços e beijos, nos avassalaram,
e as areas da praia, sob o luar, faziam-se leito consentido
as noites alongavam-se e as ondas serenas, cantavam.

A mim, agora aqui sentado nas escadas da minha saudade,
restam-me as lembranças de um efémero e saudoso tempo
vivido com ilusão, alegria, amizade, e pujante intensidade
quando as emoções da vida, eram para o coração, alimento,
o “amanhã” era palavra sem sentido, o “hoje” era realidade,
no recordar o passado, minha alma é nostalgia de momento

José Carlos Moutinho

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Quando eu for velhinho





Mesmo muito velhinho…
Não quero tua pena, mas sim o teu carinho,
se me olhares como a uma coisa velha sem valor
um dia também, serás velhinho(a) e talvez sem cor,
tive a felicidade de ter vivido uma vida plena
e tu não sabes se a terás, como eu, tão serena,
por isso eu te digo, jamais olhes para um velhinho
como se fosse nada ou um estorvo no teu caminho,
temos em nós, velhinhos um mundo de conhecimentos
recebemos do sol a alegria e do vendaval os tormentos, 
caminhamos aos tropeços pelos caminhos da tremura
mas existe em nossa alma uma longa estrada de ternura,
se eu precisar não me recuses a tua mão protectora
Serei velhinho…
Bem velhinho mas ainda não é chegada a minha hora,
fui criança, adolescente e homem,
agora de cada um, tenho um pouquinho
é o ciclo de vida, por isso te peço falando-te baixinho
jamais me deixes abandonado na esquina da tristeza
estando ao meu lado, só demonstras grande nobreza,
quando eu deixar de ser velhinho e possa ser saudade
sentirás alegria se te pensares uma pessoa de bondade,
serei velhinho…
Bem velhinho, mas ainda vivem em mim, ilusões,
ilusões de um mundo melhor, humanizado sem agressões.

A vida é vento que sopra constante, até um dia se cansar
é sol de alegria, breu da noite e luar que se irá eternizar…

E quando eu já for bem velhinho…
Um dia, de mim tudo se esfumará, serei núvem passageira
da minha terrena vida, deixarei com orgulho uma bela esteira…

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Quando eu for saudade





Quando eu deste mundo, só for saudade
quero ser lembrado amigo de coração,
porque aqui na terra fui com verdade
pessoa que por todos teve consideração.

Se alguém houver que não gostou de mim
é porque não me conheceu tão bem assim…

Todos temos coisas menos agradáveis
ninguém é perfeito na humanidade,
sempre procurei tecer palavras afáveis
e usei a franqeza com minha sinceridade.

Se alguém houver que não gostou de mim
é porque não me conheceu tão bem assim…

Estou certo que lá no etéreo jardim de paz
encontrarei os meus amigos daqui da terra,
se houver inimigo que me diga, se for capaz
meu desejo é que acabar qualquer guerra.

José Carlos Moutinho

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Correm sempre para o mar





Correm cristalinas as águas do rio
levam sonhos que vão segredar ao mar
uns são suaves outros, total desvario
galgam escombros sempre a cantarolar

Arrastam ilusões, lavam as mágoas
são visões de deslumbrante fascínio
miragens inventadas sobre as águas
ou emoções que a alma chora por declínio

Alheio a tudo, corre o rio imparável,
o seu leito é uma cama inexorável
onde se deita e se deixa deslizar…

Abraçam-no as margens, jardim florido
onde os casais se amam, lei de cupido,
e as águas do rio correm sempre pro mar…

José Carlos Moutinho

sábado, 14 de fevereiro de 2015

As cores do mar





Oh…Mar belo, eterno e misterioso…
És a minha acalmia em dias inquietos
e o meu medo em tardes de tempestade!

Quando me sento nas falésias do meu divagar
vejo-te sereno, ondulante com o reflexo do sol em ti
és paz, és pensamento que minha alma quer cantar
porque sou poeta de afectos e emoções e a ti me prendi!      

Nas areias douradas que todos os dias banhas,
enterro meus pés na ânsia de encontrar algo
que desconheço mas imagino nas ilusões
que me fazem caminhar feliz pela carícia
que delicadamente a tua espuma me oferece,
gosto de ti assim, mar,
meu mar imenso…
Calmo, como calmo é o luar que te beija
nas noites estreladas pela poesia celestial!

És fascinante na miríade de cores, com que te pintas:
Azul da tua alegre serenidade,
verde da esperança no navegar,
cinzento de tristeza, pelos que em ti, sucumbem
e negro quando a noite te abraça!

Entendo-te na ira com que sopras tuas águas
com brutal violência que tanto apavoras
ao arrastares o que te se opõe, causando mágoas …
Entendo-te, mar calmo ou bravio, que tudo ignoras!

Mas peço-te, oh…mar,
pelo menos quando eu estiver junto de ti,
que me sussurres ondas melódicas
e me acaricies o rosto com a brisa da tua maresia,
porque tu, para mim, oh…fascinante mar,
és a paixão do meu sentir com alegria
e o encanto nas ilusões que me fazem sonhar.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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