domingo, 12 de abril de 2015

Sinto saudades





Sinto saudades das amoras silvestres
escondidas nas curvas do meu caminho
e das brisas que me acariciavam
nas tardes indolentes do tempo,
Ausentaram-se da minha vontade
os chilreios das aves que me sobrevoavam
nos dias cálidos da felicidade,
Sinto frio pela carência dos abraços
levados pelos ventos de outrora!

Sinto saudades das saudades que já tive
que se perderam nas marés da minha viagem,
Escusa-se-me o ar dos sorrisos que já respirei
e os suspiros que do meu peito se soltaram
e os murmúrios de amor
que meus ouvidos escutaram!

Sinto saudades das ondas
que vinham desfazer-se em espuma a meus pés
e das areias das praias das minhas ilusões
que me faziam sonhar paixões,
Sinto saudades das palavras que não disse
e dos instantes que não vivi!

Sinto saudades,
Tantas…tantas saudades
que por não caberem no meu peito
se aninharam na minha alma.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Quando me dizias






Quando tu me dizias
que por mim nada sentias
o teu olhar te desmentia,
pois há muito eu sabia
que sem mim não vivias.

Esquece a tua  vaidade
deixa o coração falar
o que sente de verdade
mostrando que sabe amar
rumo à felicidade.

Deves em mim acreditar
serás muito mais feliz
navegando neste mar
onde levar-te um dia, eu quis
cantar-te meu amor, ao luar.

Juntos somos a força
do querer do nosso amor,
ainda que a vida nos torça
faremos do joio uma flor.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Chamei-te





Chamei por ti, ignoraste e não respondeste,
caminhavas apressada, talvez presunçosa
não sabes porém, o que perdeste,
tinha para te oferecer uma coisa valiosa…

Vi que não resististe a olhar para mim,
mas a tua vaidade impediu-te de parar,
desde que te conheço, sempre foste assim,
e teu coração sofre por não saberes amar…

Talvez um dia, quem sabe, possas mudar,
terás de fazer alguns sacrifícios é verdade,
mas verás que vale a pena pelo menos tentar
sairás de certeza dessa tua eterna ansiedade…

Escuta o que te digo, por que te quero bem,
permite o meu abraço afectuoso e amigo,
passa para meu peito, o calor que o teu tem,
abraça-me e sente meus lábios no teu ouvido
murmurando palavras que te façam encantar,
acredita minha querida que assim fará sentido
viver com paixão e amor para receber e  dar…

Nascemos para ser felizes dizem as Escrituras,
eu que não sou do contra, concordo em absoluto,
por isso te digo para que deixes tuas amarguras
e sejas minha, pois não terás melhor substituto.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Às Mulheres





Viajando pela vida
eu tive muitas paixões,
conquistei  corações
tive muitos amores,
sofri alguns dissabores
fiz disto uma cantiga.

Sorrio à vida e ao luar,
navego em mar sereno
maresia faz-me sonhar
No desejo pleno
Em que me deixo levar
neste mundo terreno.

Mulher é o meu delírio
adoro a sua ternura,
p’ra meus olhos é colirio
pro coração brandura
se não for de martírio
quando mostra bravura.

Morena ou loira tanto faz
gosto de qualquer cor,
abraçá-las traz-me paz
meu coração cheio de amor
mostra do que sou capaz
para amar com muito ardor.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Amarras




Doem-me as mãos doridas pelas amarras,
Que esta vida louca me inflige a cada dia,
São emoções sentidas nas dores caladas
Por desilusões que eu há muito não sentia.

Corre o vento em desabrida acutilância,
Sopra as águas calmas daquele meu rio,
Agita-as num frenesim de intolerância,
E penetra-me a alma num gélido calafrio.

José Carlos Moutinho

domingo, 5 de abril de 2015

Eu e o meu pensamento



Só por que me apetece
escrevo palavras desconexas
neste papel branco inerte,
pouco interessa se são coisas banais
o que o meu pensamento inventa!
Alheio-me ao que pensam e dizem
por que sou dono do meu pensamento,
ou quiçá, o pensamento me domina,
faço das palavras o que eu bem quiser!
Critiquem, riam-se, desvalorizem
isso pouco me afecta
por que as palavras são minhas,
meu pensamento só a mim obedece
e ele, a vós ignora-vos na vossa vontade
de entrarem no seu domínio
que somente a ele pertence!
O meu pensamento é rei,
dominador da imaginação,
criador de utopias
ou de ridículas quimeras…
Pode inventar mar em pleno deserto
dar vida à folha seca
imaginar flores em arco-íris,
se desejar, será brisa que tudo arrasta,
ou tempestade de acalmia!

O meu pensamento é sereno,
por vezes louco, outras vezes apaixonado
e tantas vezes irritado!
Sim…Irritado com o que sente à sua volta
e eu…pobre de mim,
escusa-me a força para o acalmar
e tenho de o seguir pelos ventos da tristeza
arrastando-me pelos céus da revolta,
e grita…grita como possesso
que se quer libertar…
diz-se saturado de tudo,
não suporta mais tanta injustiça…

E olha-me provocante,
que não quer mais, estar em mim!
Assusto-me…
Mais que assustado, estou apavorado
que farei eu, sem o meu pensamento!?
Suplico-lhe que não saia de mim,
entramos em conflito, discutimos…
lentamente acalmo-o, continuaremos juntos,
ainda que entremos em controversos desvarios,
quero-o sempre comigo!

Jamais poderei viver sem a inquietude
do meu pensamento, essência de mim.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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