sexta-feira, 10 de julho de 2015
Não sei quem és, nem de onde vens,
serás folha ou lamento,
diz o que de bom tu tens
serás sopro do vento
ou os segredos que contens.
Tuas mãos são rosas
perfumadas de afagos
de belas mariposas,
teus olhos são dois lagos
e teus seios doces prosas.
Deixaste-me por fim,
ver-te inteira e graciosa,
de lábios cor carmim
cara maliciosa
e corpo macio de cetim.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Que sejam felizes
Quando neste mundo eu não estiver,
se acaso em mim, desejarem pensar,
recordem-se do melhor do meu ser,
se meus defeitos puderem perdoar.
Aqui onde o mar se funde com o céu,
vivemos numa correria louca,
onde os egos querem mais do que é seu,
do muito, acham sempre coisa pouca.
Se de verdade são meus amigos
saibam que lá do alto eu vos contemplo
não quero deixar por cá inimigos…
Mas se os houver, que sejam felizes,
com franqueza digo que os lamento
pois não cresceu amor das suas raízes.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 7 de julho de 2015
Perfume de quimeras
Ah...como eu gostaria
de fazer das minhas palavras,
pétalas de quimeras, que
voassem
pelos céus das ilusões,
iluminassem corações
escurecidos
pelas mágoas da vida,
e pousassem nos lábios
das mulheres
com o perfume do meu desejo…
Mas as minhas palavras,
aquietam-se silenciosas,
aguardando a minha vontade
de as soltar e deslizarem
pelo papel branco e vazio
que se inquieta na minha
mesa,
ansioso pelo beijo do poema
nascido do meu querer…
E que as pétalas coloridas
pelas quimeras, perfumem
a emoção da minha
criatividade,
e me façam poeta pelos
versos
que a minha alma inventa
e planta no jardim da poesia.
José Carlos Moutinho
domingo, 5 de julho de 2015
Um dia...talvez
Um dia...não sei quando,
talvez amanhã ou depois, não
sei
farei um poema de exaltação
à vida,
direi versos com rimas ou
talvez sem elas,
inventarei metáforas que
sejam as mais belas
das águas serenas do meu rio
farei nascer melodias
que fascinem todos aqueles
que me lêem todos os dias,
do sol retiro a luz que
ilumine cada um dos meus amigos,
não só os amigos de agora,
mas também os mais antigos…
se não agradar a todos, é
porque talvez eu seja um ser normal
se alguém houver entre esses
que me achem um pouco natural,
talvez eu me faça brisa
ignorando os vendavais do tempo
e corra mundos no silêncio
de mim e do meu pensamento,
olhando os reflexos do meu
sentir eu sorria com descaso
aos que se acham sol mas que
se escondem no ocaso,
tentarei compreender todos
que de mim se omitam
dar-lhes-ei um abraço de
amizade para que sintam
que a minha amizade é
verdadeira sem rodeios
em toda a minha vida nunca
usei outros meios
e se não entenderem esta
minha mensagem
é porque encontraram alguma
barragem…
deixem deslizar as águas do
vosso rio,
a vida de cada um é um
delicado fio
que oscila frágil e indefeso
ao vento
tal o poema que aqui vos
apresento.
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Posso até...
Procuro respostas, encontro
dúvidas,
viajo por mares de
incógnitas,
sopram-me ventos de
desconfiança
mas agarro com firmeza, os
remos da resiliência,
posso até naufragar em vâs
esperanças
pois distante está meu porto
de abrigo,
mas, obstinado, remarei até
à exaustão,
ainda que tenha de cruzar a
linha do horizonte
penetrar serenamente no céu
e voar por entre núvens,
iluminado pelo cintilar das
estrelas
e esquecer tudo o que
busquei
e jamais encontrei…
Posso até ter saudades do
que vivi,
mas certamente não me
arrependerei
de ter sido temeroso e
aventureiro
na busca interminável da
quietude
que acalmasse minhas ânsias.
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 2 de julho de 2015
Sou positivo, sim senhor
Faço deste poema um caudaloso
rio de alegria
para os que me pensam triste
e negativo…
julgam-me pelos meus posts do
dia a dia,
mas quero dizer-vos que sou
bem positivo.
O que escrevo, raramente a
mim diz respeito,
pois são simples desabafos
do meu sentir
que transmito a todos, com
meu simples jeito,
para vos fazer calmamente,
sobre eles reflectir.
Não sou filósofo e muito
menos um pensador,
crio sem pretensões simples
frases ou aforismos,
faço das minhas palavras
sentires com amor
e tento sempre, escapar dos
usados atavismos.
Assim, amigos, vejam-me com
a vossa bonomia,
pensem-me fazedor de versos
que gostam ou não,
agradeço-vos sensibilizado,
a vossa simpatia,
vivam as palavras escritas e
cantadas pelo coração.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 30 de junho de 2015
Como borboletas
Pululam como borboletas coloridas
por campos semeados com a verdade,
pousam aqui e ali afoitas e desinibidas
e esvoaçam batendo asas de falsidade.
São despudoradas no seu voejar saltitante
pensam-se cativantes na beleza de suas cores,
voam baixinho, com um ar irónico e arrogante
não passam de larvas amorfas sem valores.
Têm porém uma errónea e efémera vida
por que suas cores empalidecem com o tempo,
tempo que desnuda toda a palavra mentida
e as derruba no chão vergonhoso e lamacento.
Algumas mais resistentes prolongam o seu voar
esforçando-se por se enganarem a si mesmas,
muito poucas, ainda vão tentando mistificar
por que se vestem negras como avantesmas.
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 26 de junho de 2015
Escuta ó mar
Por que me gritas tu, ó mar
se eu tão sereno te
contemplo
e me deixo levar no teu doce
navegar
quando a nostalgia arpoa meu
tempo?
Escuta-me neste silêncio de
mim,
sussurra-me na maresia do
teu ondear
e eu perder-me-ei em sonhos
sem fim
com a música do teu contínuo
marulhar.
Sempre te admirei na tua
acalmia,
abraço-te na lonjura do teu
horizonte,
para mim és uma verdadeira
terapia
por que bebo minha poesia da
tua fonte.
Por isso ó mar, nunca te
faças tormenta,
sorri-me quando o sol te
fizer cintilante,
és melodia que a minha alma acalenta
e energia que me faz viver
cada instante.
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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