terça-feira, 22 de agosto de 2023

#O beijo que me deste

 

No beijo que me deste
Senti que o mundo era meu,
Mas depois tu disseste
Que meu mundo não era o teu
 
Tuas palavras tão frias
Gelaram meu coração,
Não ouvi mais o que dizias
a dor deixou-me sem chão
 
Nem sempre é o que parece
E o teu beijo foi casual,
Por isso me entristece
Porque o meu foi bem real
 
José Carlos Moutinho 
31/3/17

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

#Gosto

 

Gosto
...
Gosto do olhar no olhar
e do brilho da sinceridade,
gosto das palavras com conteúdo
e do riso em momentos de divertida harmonia,
gosto da verdade sem rodeios, com frontalidade,
aceito a crítica assertiva sem alarde de superioridade,
detesto a soberba e presunção daqueles que se julgam donos do conhecimento,
abomino a falta de humildade no discurso patético da suposta sabedoria,
gosto da modéstia, do sorriso, da palavra conselheira e da palavra que ensina,
gosto do abraço apertado
e da amizade verdadeira, tolerante,
da amizade sem cobrança, que entende os meus erros e mantém-se amizade!

José Carlos Moutinho 
19/8/17…intemporal

terça-feira, 15 de agosto de 2023

#Sentir as palavras

Visto de emoções e rendilhados de prazer
as palavras com que escrevo meus sentimentos
depois, dou-lhes asas para voarem até quem as queira ler
com as críticas que advenham guardo certos ensinamentos

José Carlos Moutinho
15/8/2023

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

#Estão a matar o mundo

Neste tempo de canícula,
quando os sonhos se desfazem
em simples cinza,
quando os corpos cansados sucumbem,
e os ânimos se alteram…
quantos animais são queimados,
e tantos lares reduzidos a pó negro,
quando o demónio transformado em fogo
tudo devasta…

Há toda uma loucura nestes tempos
em que vivemos,
onde, como se de surreal poesia se tratasse,
existe uma paradoxal simbiose
onde em certas latitudes o calor mata,
e em outras, o vento e a chuva faz o mesmo!

De que nos queixamos nós, pobres humanos,
quando a sociedade em que vivemos
é feita de poderes, autoritarismo e arrogância,
que destroem o ar que respiramos, em prol
da chamada economia...

Que mundo é este em que tantos sofrem
por vontade de poucos?

Qual o futuro dos nossos netos,
qual o futuro da humanidade?

É preocupante e verdadeiramente assustador
o que, aos nossos olhos e ao nosso conhecimento,
diariamente nos chega, através dos meios de comunicação!

E são os governantes dos países que mais condições têm,
que desrespeitam o meio ambiente, que é de todos nós.

São os países mais pobres que pagam a factura da estupidez
desses tais das ditas potências…da ignorância e desumanidade!

O nosso mundo está a morrer!

José Carlos Moutinho
11/8/2023

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

#A vida melhora

 

Ai, se as noites fossem vadias
e as alvoradas acolhimento
talvez as tardes fossem sadias
e os dias sem tanto sofrimento

Neste simples poetar temporal
faço das palavras imaginações
brincadeira que não é por mal
pois são meras composições

De poesia pouco ou nada vale,
para ser sincero nem interessa
e espero que ninguém se rale
mas aceito uma boa conversa

E por aqui me fico, obrigado

até uma outra qualquer hora
e que ninguém fique zangado
porque a sorrir a vida melhora
 
José Carlos Moutinho
7/8/2023

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

#Ai, o amor

 

Numa tristeza profunda,
da sua varanda, ela observava,
naquele fim de tarde,
a chuva miudinha que caía
sendo fustigada por ventos vadios,
enquanto os seus pensamentos inquietos
perdiam-se num turbilhão de emoções!
 
Havia em si, um perturbante conflito
que a levava em voos ziguezagueantes
em busca de paraísos improváveis
ou brisas acalentadoras!
 
Por muito que se deixasse levar
no seu agitado voo, por galáxias diversas,
não conseguia alcançar a serenidade
que o seu sentir tanto ansiava!
 
Doía-lhe o coração,
numa dor silenciosa,
porém, tão violenta, que a estremecia
pelo frio, certamente, vindo de sua alma!
 
Aquele seu amor, razão do seu viver,
que tantas vezes lhe fora garantido
ser recíproco…acabara afinal,
naquele fim de tarde chuvosa!
 
Entretanto, a tarde chamou a noite,
que se foi vestindo de estrelas e de luar,
a chuva parara. O vento amainara,
e aquela jovem, momentaneamente infeliz,
exausta por tanto pranto,
acabou por se entregar nos braços de Morfeu,
rendendo-se à dor de um amor perdido,
ou, quiçá, tenha encontrado outro amor
no seu viajar pelo sonho.
 
José Carlos Moutinho
4/8/2023
 

 

domingo, 30 de julho de 2023

# Filosofando ou não...

Fui aonde disseste que não iria
escrevi palavras como os poetas
inventei metáforas em chão vadio
fiz dos versos rimas exaltadas
caminhei em livros de paixão
fui sonhador de anseios realizados
porque em mim existe a força da vitória
no abraço da brisa, navegarei em mares bravios

José Carlos Moutinho
30/7/2023

# Há dias e dias


Há dias cansados pelas amarguras
outros pelas ausências caladas,
alguns esmorecidos por rupturas
mais raros, alguns cheios de nadas!
Há também muitos de alegrias cantadas
por sereias do mar, meu pensamento
que passeiam pelas areias molhadas
em orgias de total deslumbramento!
O tempo veste-se do que quisermos
a vida é um teatro de marionetes
que colocamos aonde pudermos…
Com otimismo se enganam tristezas,
soltemos gargalhadas e foguetes
acabemos de vez com as fraquezas.
José Carlos Moutinho
intemporal

terça-feira, 25 de julho de 2023

#Viajei

 

Fui à Grécia e vi-me grego
para entender aquela gente
todos sabem, não é segredo
têm História que não mente

Fui a Olympia vejam só isto
pedras e ruínas por todo lado
mas em boa verdade só visto
se saberá do seu real passado

À ilha de Mykonos fui depois
dizem ser chique para ricos
não vi nada de especial pois
podem ser rumores oníricos
A Santorini cheguei também
empoleirada no alto da falésia
não sei como o morro a sustém
deve ser estudo de geodesia
 
Ah…mas em Rhodes eu pasmei
Imensidão, cultura envaidecida
pelas ruas por onde eu caminhei
época de templários acontecia
 
E Atenas a sorrir se me ofereceu
moderna, elegante mesmo bela
até a Acrópole me emudeceu
tantas colunas, nenhuma janela
 
Eis-me chegado à lendária Malta
malta não é gente, sim, um país
adorei e parece estar na ribalta
tão monumental de tempos viris
 
José Carlos Moutinho
17/7/2023

segunda-feira, 24 de julho de 2023

#Filosofando

 

Quantas vezes sinto-me a sair de mim
correr mundos, em viagem improvável
por vales montanhas e mares sem fim
descobrir um mundo menos miserável

Será, certamente, imaginada sensação
deste sentir profundo do pensamento
gostaria, porém, de desvendar a razão
do meu anseio em voar como o vento

Será metafísico ou esotérico este sentir
libertar-me de mim, da minha essência
ou será, talvez, minha mente a intervir
a avisar: na vida nem tudo é evidência
 
José Carlos Moutinho
20/7/2023
 
 
 
 

 

#ABRAÇO

quinta-feira, 20 de julho de 2023

#Ser poeta é ser mais alto?

 

Será o poeta sonhador ou fingidor
talvez seja, mais que as sugestões
escreverá ele por mágoa ou amor
fá-lo-á, quiçá, para aliviar tensões

O poeta é humano, nada anormal
terá dom ou simples sentimento
usa a emoção, nas palavras, afinal
exaltando o verso do pensamento

Conheci poeta que disse não o ser
outros que não sendo se afirmam
Ser, que de poetas garantem ter
alma tal… aí os versos se eximam 
 
Dizia a grande Florbela, do poeta,
que é ser mais alto, é ser maior
que os homens, ansiar uma meta
e jamais se achar que é o melhor
 
A poesia é, também, humildade
que com palavras e versos se cria
quantas vezes sem ser realidade
se constrói simples e bela poesia
 
José Carlos Moutinho
17/7/2023

segunda-feira, 17 de julho de 2023

#Momentos

 

Olho as folhas matizadas do tempo
procuro entre elas o verde da esperança
penso escutar um suspiro, como lamento
ou, talvez seja uma maré de bonança

Sentado, deixo que a brisa me beije
de longe recebo o azul mar cintilante
há em mim, certa inquietude, talvez deseje
que, por entre ilusões, eu viaje titubeante

Cerro os olhos, descanso o meu olhar
penetro, sereno, nos meus pensamentos
pergunto-me, se por aí, ainda existe amar
porque encontro tantos desapontamentos

José Carlos Moutinho
14/07/2023

sexta-feira, 14 de julho de 2023

#RHODES
























 

#Tudo na vida é efémero

 

Que não haja ilusão na vida
se se pensa atingir o cume
a glória é efémera colorida
célere, esfuma como lume

Quando subires a montanha
olha em teu redor o horizonte
talvez até sintas uma façanha
pensar que venceste o monte,

Porém, a verdade é outra, crê
sorrisos inicialmente oferecidos
ausentam-se, sabe-se lá porquê
serão, quiçá, sentires perdidos

Conheci casos de sonhadores
que, como vulcões, emergiram
mas a lava ofuscou aduladores
que antes, até, te aplaudiram
 
Portanto, resiliente, continua
porque o amanhã é já agora
segue em frente, a luta é tua
vive teu anseio em cada hora
 
José Carlos Moutinho
14/7/2023

segunda-feira, 10 de julho de 2023

#Poema flash

Esqueci o tempo viajado
pelas horas do meu viver
jamais me senti cansado
pois sempre evitei correr

Mas o tempo é volúvel
e de repente tudo muda
cada dia torna-se solúvel
não há quem nos acuda

Assim só há que serenar
fazendo da vida alegria
então há que saber amar
com paixão em cada dia

José Carlos Moutinho
8/7/2023

#REALIDADES E ANSEIOS

#A Cidade Sorriu

 Soneto...amadurecido pelos outonos da vida...


A cidade sorriu

Eram sombras, eram nuvens, talvez
os dias acinzentavam-se impiedosos,
noites que se vestiam de nudez
escondiam caminhos tormentosos!

Alvoradas despertas pelo canto
das aves, viajadas pelo tempo
que traziam nas asas o encanto,
deixando para trás o lamento!

Corriam pelas ruas ventos norte
afastando lágrimas de tristeza
dando lugar às brisas da sorte…

A cidade sorriu às gentes passantes
escancarando portas de franqueza
ia cantando a todos os habitantes

José Carlos Moutinho
8/2/17

sexta-feira, 16 de junho de 2023

# Escuta o Vento

Escuta-me com atenção,
se puderes,
escuta o vento,
calmamente, sem pressas e sem fobias,
fecha os olhos…
ouve simplesmente o lamento
que o vento murmura, docemente,
quando fala contigo…
só tens de sentir o que ele sente
quando te sibila fantasias!
Se conseguires sentir o que ele te diz,
acredita que tens o privilégio
e a graça de o entenderes
no Universo que é só teu!

Mas se o vento te assobiar
ainda que suavemente
e não o entenderes,
reflecte, porque, certamente,
andarás perdida em algum outro Cosmos
que o vento desconhece!

Então, escuta-me,
ainda com mais atenção,
volta a fechar os olhos…
tenta perceber, novamente,
o que o vento te quer dizer,
se te concentrares e acreditares
verás que atingirás a glória
de entenderes os afagos do vento

José Carlos Moutinho
intemporal

quinta-feira, 15 de junho de 2023

# Realidades e anseios

Eram pensamentos soltos
que voavam pelo etéreo sonhar

Eram emoções incontidas
aconchegadas em abraços de suspiros

Eram brisas acalentadas
pelos toques subtis dos corpos

Eram marés inquietas
no navegar adolescente daqueles tempos

Eram sorrisos inconscientes
nos enlevos de paixões exacerbadas

Eram gestos feitos de harmonia
iluminados pelo brilho cintilante do luar

Foram tantos e inolvidáveis
os caminhos exaltados pela aventura da utopia

Foram e já não são...
porque os caminhos transformaram-se,
os sonhos de fantasia soçobraram nas correntes idas,
dando, quiçá, lugar a outros sonhos
envelhecidos, maturados pela racionalidade
Foram…
Tudo foi tornado, simplesmente, em passado
pelas garras implacáveis do tempo,
deixando-nos, todavia, resiliência
para enfrentar novos caminhos
e anseios, para que estes se alonguem
em futuras caminhadas.
 
José Carlos Moutinho
15/6/2023

terça-feira, 13 de junho de 2023

#QUE SEI EU

#Sonho ou Ilusão...poesia


 

#Que sei eu...

 

Que sei eu, do voo dos pássaros
ou do latir dos cães,
se eu sou mais um átomo
desta globalização em que vivo...

Que sei eu, pois, do marulhar das ondas
ou do ondular, quase silencioso, das florestas
se eu sou mais um elemento vivo,
que por aqui vou caminhando
e por vezes sonhando...

Que sei eu, da serenidade dos silêncios
ou do mistério fascinante dos luares,
se eu mesmo faço do silêncio
a inspiração com que escrevo,
e do luar paixão da minha poesia…
 
Então, que sei eu, dos ventos e das brisas
das tempestades e bonanças,
se eu mesmo sou frágil folha
que me movimento ao sabor da natureza…
 
Sei, que nada sei, como disse o filósofo,
porque em boa verdade
realmente pouco ou nada sei
deste mundo em que vivo,
e que, a cada instante, se transforma
em coisa nenhuma, por vezes,
outras tantas em total brutalidade…
 
Sei, com assertiva convicção,
de que tive a dádiva de vivência feliz,
caminhei por anseios realizados,
vivi paixões e amores da vida,
e…
graças a mim, ao destino, aos mistérios
ou a Deus, continuo por cá,
grato pela minha longevidade,
com a mesma atitude e carácter,
que têm marcado minha existência!
 
José Carlos Moutinho
13/6/2023

segunda-feira, 12 de junho de 2023

#Palavras, palavras...


 

#MELODIAS SENSUAIS (Vídeo)

#Desistir?!

Há sempre um momento…
um momento de desânimo
uma vontade de desistência
uma inquietude e uma desilusão...

Há sempre um instante em que o nosso querer
se esmorece e se perde entre a bruma da incompreensão...
ainda que uma força interior nos diga para navegar
a nossa canoa balança, insegura,
ao sabor do descontentamento...
embora tantas, fossem as vezes
em que a viagem foi conseguida com sucesso,
apesar do sobressalto das marés bravias e tempestades,
sempre o porto de abrigo foi alcançado,
um porto iluminado, onde se descansava o corpo
e relaxavam os pensamentos da mente exausta, mas feliz…

Porém, as tempestades aumentaram,
a navegação tornou-se mais difícil,
a canoa mal se sustenta sobre as ondas da incerteza
e da deslealdade, o que leva a pensar em desistir de remar
contramarés adversas e desleais…

Desistir por falta de forças para enfrentar este mar em desalinho,
que de repente, tão de repente, surgiu entre ilusões e hipocrisias
e tornou estas águas antes serenas,
em furações de promessas e irrealidades
que, certamente, leva ao afundamento da coerência e racionalidade?!

José Carlos Moutinho
intemporal

quinta-feira, 8 de junho de 2023

#Perco-me confuso!

 

Perco-me nesta caminhada
onde os desencontros são tantos e diversos

Os olhares perderam o brilho de outrora
tornaram-se opacos, não sei se, por culpa do tempo
ou das vontades
 
As gaivotas perderam o rumo
vagueiam agora, sobre caixotes de lixo,
nas calçadas acinzentadas das ruas
 
Os abraços, esses, fecharam-se aos afectos,
palavras sem emoção, substituíram-nos
 
Os substantivos que definiam puros sentimentos,
perderam o valor,
tornaram-se meros adjectivos de negação
 
As palavras que antes eram de amizade, ternura e emoção
congelaram perante as atitudes
 
Existe uma constante mutação de princípios
que, de forma inexorável, altera comportamentos
 
Até o tempo se alterou
perante tanta negligência humana
 
Enchem-se as ruas de conflitos
suspiros de desamor, sobrepõem-se ao discernir
 
Pergunto-me se estamos numa mudança de vida
ou este nosso mundo perdeu a razão?
 
José Carlos Moutinho
8/6/2023
 

 

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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