quinta-feira, 30 de outubro de 2025

#A MINHA FONTE

 

A MINHA FONTE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Foi naquela fonte da minha infância
onde eu ia beber doces ilusões
que a água dos meus sonhos
refrescou os caminhos do meu advir
 
Lá, naquele recanto de fresco estar
floria o nenúfar da paixão
em indelével sentir
por enlevos inocentes, quase pueris,
mas vibrantes de alguém
 
Enquanto, serenamente, corria o fio de água,
a seu lado, cresciam beijos furtivos
sob a encantada melodia da corrente
 
Ai, quanta saudade tenho daquele lugar
onde morava a abençoada fonte
que nas tardes morrinhentas
observava os casais de jovens
empolgados pela excitação dos corações
e nada dizia…
 
Nunca mais voltei aquele recanto
onde a água e a paz confraternizavam
num silêncio, suavemente perturbado
pelo murmúrio da cristalina água a deslizar
 
Será que, lá naquela fonte,
ainda crescem nenúfares de paixões
ou
com a mutação dos sentimentos
sucumbiram por falta de amor?
 

27/10/2025

#A MINHA FONTE (Vídeo)

domingo, 26 de outubro de 2025

#SAUDADE

 
SAUDADE
 
Será que a Saudade é um fenómeno sem explicação?
Já repararam que ela não tem hora nem dia para se apresentar perante a mente de algum sonhador?
Está sempre pronta a avivar a memória dos mais activos, porque aos esquecidos e displicentes, a saudade já os ignora.
Gosto da Saudade, admito. Dou-me amigavelmente com ela, nunca discutimos nem entramos em contradição. Somos, por assim dizer, como irmãos, sempre prontos a abraçar-nos nos momentos, que de mim se afastaram, mas que a ela, a Saudade jamais permite que se ausentem.
Ah, grande Saudade, és a maior, e eu também, já agora, afinal, estou sempre contigo. Não concordas?
Ok, não respondes, mas eu entendo-te.
Até sempre, amiga!
 
José Carlos Moutinho
2025

#LEMBRO ME (Vídeo)

#LEMBRO-ME

 

LEMBRO-ME
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Lembro-me do perfume do ar
e do calor tropical do sol,
do aroma da maresia
e do suave sopro da brisa

Lembro-me do vermelho
com que se pintavam as picadas
feitas estradas,
pelos interiores do longe

Lembro-me do aborrecido molha tolos
que chamávamos de cacimbo,
e das intempestivas chuvadas
em jeito de dilúvio
rapidamente acalmadas
pelos céus floridos de arco-íris
 
Lembro-me da singeleza e da ginga
Das mulheres com a quitanda na cabeça
apregoando numa voz mesclada
de português e kimbundu
 
Lembro-me como se fosse hoje
das minhas viagens, longas e alegres
sob a bênção de frondosas árvores,
por picadas onde o pó
se soltava livre como o vento
 
Lembro-me dos penteados
das mulheres do Sul
elaborados pela técnica de mãos étnicas,
dos filhos empoleirados nas suas costas
e dos seios soltos à felicidade
 
Lembro-me na serenidade
do meu pensamento
com aquela pontinha de saudade
que o tempo teima em não deixar esquecer,
e que eu, com toda a minha gratidão
aceito com imenso prazer
 
Lembro-me, só porque me lembro
enquanto me é dada essa possibilidade
de reviver parte da felicidade
que me fez chegar aqui
 
26/10/2025

 

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

#LEITO DO FUTURO

#O MEU PERCURSO LITERÁRIO

 𝗔𝗹𝗴𝘂𝗲́𝗺 𝗱𝗶𝘀𝘀𝗲 𝗱𝗲 𝗺𝗶𝗺 𝗲 𝗱𝗼 𝗺𝗲𝘂 𝗽𝗲𝗿𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼 𝗽𝗲𝗹𝗼 𝗰𝗮𝗺𝗶𝗻𝗵𝗼 𝗱𝗮𝘀 𝗹𝗲𝘁𝗿𝗮𝘀:


𝐎 𝐏𝐨𝐞𝐭𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐐𝐮𝐚𝐭𝐫𝐨 𝐂𝐚𝐧𝐭𝐨𝐬
José Carlos Moutinho é um nome incontornável na poesia e literatura portuguesa contemporânea, notabilizando-se por uma escrita que cruza a poesia lírica com a narrativa de cariz autobiográfico e de ficção, muitas vezes com um forte pendor de saudade e evocação de África. A sua vida, marcada por viagens entre Portugal, Angola e Brasil, é um espelho da diáspora e da lusofonia, elementos que se reflectem profundamente na sua vasta obra.

𝐎 𝐈𝐧𝐢́𝐜𝐢𝐨 𝐏𝐨𝐞́𝐭𝐢𝐜𝐨 𝐞 𝐚 𝐓𝐫𝐚𝐯𝐞𝐬𝐬𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐌𝐮𝐧𝐝𝐨
Nascido no Sobralinho, Vila Franca de Xira, em Junho de 1944, a vida de José Carlos Moutinho teve um rumo precoce com a sua partida para Angola aos 13 anos. Foi precisamente em terras angolanas que o seu princípio como poeta se manifestou, aos 15 anos de idade, dando os primeiros passos num universo que mais tarde se tornaria o seu ofício de eleição. A experiência em Angola, e as subsequentes passagens pelo Brasil e o regresso a Portugal, enriqueceram o seu universo temático com a nostalgia da terra natal, a paixão por África e o sentimento de pertença a várias geografias.
Durante a sua vida profissional, antes de se dedicar integralmente à escrita após a reforma, Moutinho explorou diversas áreas, desde Delegado de Informação Médica até empresário na indústria hoteleira, esta última, na cidade da Maia, onde reside. Contudo, a pulsão poética manteve-se latente até ao momento da sua eclosão pública.

𝐎𝐬 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨𝐬 𝐏𝐮𝐛𝐥𝐢𝐜𝐚𝐝𝐨𝐬: 𝐔𝐦 𝐕𝐚𝐬𝐭𝐨 𝐋𝐞𝐠𝐚𝐝𝐨 𝐋𝐢𝐭𝐞𝐫𝐚́𝐫𝐢𝐨
A publicação do seu primeiro livro surgiu de forma inesperada, incentivada pela partilha dos seus versos em redes sociais, onde a aprovação de amigos e poetas o motivou à edição. O sucesso de "𝐂𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐚 𝐀𝐥𝐦𝐚" (Poesia, 2011) marcou o início de uma prolífica carreira literária.
Desde então, José Carlos Moutinho tem construído uma bibliografia diversificada, que ultrapassa a dezena e meia de títulos, abrangendo poesia, contos, crónicas e romances:
Poesia: O género que o celebrizou inclui obras como "𝐃𝐚 𝐈𝐧𝐪𝐮𝐢𝐞𝐭𝐮𝐝𝐞 𝐝𝐚𝐬 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬" (2012), "𝐂𝐚𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐄𝐭𝐞𝐫𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞"(2013), "𝐂𝐚𝐥𝐦𝐚𝐬 𝐌𝐚𝐫𝐠𝐞𝐧𝐬" (2014), Pré-visualização Copiar Tweet
“𝐂𝐚𝐥𝐞𝐦𝐚𝐬” (2016), "𝐌𝐚𝐫 𝐝𝐞 𝐒𝐚𝐮𝐝𝐚𝐝𝐞" (2020), e “𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨 𝐨𝐮 𝐢𝐥𝐮𝐬𝐚̃𝐨” (2024) frequentemente a revisitar as suas memórias e os seus sentimentos pela lusofonia.

𝐍𝐚𝐫𝐫𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚: No campo da prosa, destacam-se romances e narrativas como "𝐀𝐧𝐠𝐨𝐥𝐚, 𝐝𝐨 𝐓𝐞𝐣𝐨 𝐚𝐨 𝐊𝐰𝐚𝐧𝐳𝐚" (2011), "𝐓𝐫𝐢𝐚̂𝐧𝐠𝐮𝐥𝐨 𝐝𝐞 𝐌𝐞𝐦𝐨́𝐫𝐢𝐚𝐬" (2015), "𝐀𝐥𝐝𝐞𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐏𝐚𝐫𝐚𝐢́𝐬𝐨" (2016), "𝐀 𝐅𝐨𝐫𝐜̧𝐚 𝐝𝐞 𝐀𝐦𝐚𝐫" (2019), e “𝐀𝐦𝐨𝐫 𝐞 𝐆𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚” (2021) onde os cenários e as vivências de Angola e Portugal se entrelaçam. O seu livro mais recente, "Teias da Vida" (2025), mistura contos, crónicas e poesia.
Há a destacar a premiação que obteve em 3 trabalhos, no mesmo Concurso internacional de prosa e poesia, pela Academia de Letras, Ciências e Artes de Ponte Nova (Brasil)
Além dos seus livros individuais, o poeta é um assíduo participante em mais de 50 Colectâneas/Antologias e frequentador regular de tertúlias poéticas, demonstrando um forte sentido de comunidade literária. O seu trabalho tem sido reconhecido, incluindo prémios em concursos internacionais.
No seu Curriculum, consta ainda, 4 Prefácios que compôs para autores seus amigos.

𝐀 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜̧𝐚 𝐧𝐨𝐬 𝐌𝐞𝐢𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐦𝐮𝐧𝐢𝐜𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨: 𝐑𝐚́𝐝𝐢𝐨 𝐞 𝐓𝐞𝐥𝐞𝐯𝐢𝐬𝐚̃𝐨
A sua dedicação à divulgação da literatura e o interesse gerado pela sua obra, levaram José Carlos Moutinho a uma notável passagem pela rádio e televisão.
𝐍𝐚 𝐑𝐚́𝐝𝐢𝐨, o poeta colaborou regularmente com diversas estações, tanto em Portugal (como a Rádio Raizonline e Antena 21, Radio Centro (Carregal do Sal) e recentemente esteve presente na Rádio Vizela (2025)) como internacionalmente (como a Rádio Raices, na Argentina). Os seus poemas e entrevistas têm sido divulgados, inclusive na RDP Internacional, levando a sua voz e a sua obra além-fronteiras.
𝐍𝐚 𝐓𝐞𝐥𝐞𝐯𝐢𝐬𝐚̃𝐨, marcou presença por diversas vezes na RTP/África, nomeadamente em programas dedicados à cultura e à lusofonia, como "Bem-Vindos", "Rumos" e, em especial, no programa "Mar de Letras", onde teve oportunidade de partilhar a sua história de vida e o percurso literário, desde a poesia da adolescência até à escrita mais madura da reforma.
Recentemente esteve presente na RTP, programa de “Tânia de Oliveira” para falar de sua história de vida e do seu último livro “𝐓𝐞𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚”.

Em suma, José Carlos Moutinho personifica o autor que descobre na escrita, já em idade adulta e após a reforma, o seu verdadeiro destino. A sua obra é um convite à reflexão sobre as memórias, a saudade e o profundo sentimento que une os cantos da lusofonia. O seu percurso, culminando com a projecção nos meios de comunicação, solidifica o seu lugar como um dos embaixadores da poesia e da cultura portuguesa contemporânea.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

#SONHANDO (Vídeo)

#VIAJANDO PELA MEMÓRIA

 

VIAJANDO PELA MEMÓRIA
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Quando os meus dias se acinzentam,
cansados,
sento-me nas escadas do tempo
que por mim passou,
e recuo até onde a lonjura,
minha parceira,
me ofereceu tantos e tantos devaneios
em abraços de felicidade!
 
Deixo-me levar na leveza dos meus pensamentos,
suspiro lembranças que as horas não esqueceram,
recordo instantes de ilusão,
viajo pelos espaços que foram meus abraços,
penso-me a beijar quem gostaria de ter beijado,
caminho sobre as pedras da minha juventude
que me contam histórias de mim,
já esquecidas…
 
No jardim onde as acácias vermelhas eram rainhas,
havia um banco, onde eu me sentava
nos momentos de instropecção,
voltei a estar sentado nesse mesmo banco,
e aspirar o perfume doce das belas acácias,
sonhando com as paixões, que eram só minhas,
que se perderam, porém, dentro da minha essência!
 
Há em mim, agora que me desnudo,
uma emoção simbiótica
de catarse e exorcização
que me encanta, acalma e faz sorrir minha alma,
pois este meu tempo, que agora é o meu,
compensou-me de tudo que não realizei
no outro tempo, que deixou de ser meu.
 

intemporal

sábado, 18 de outubro de 2025

#QUE A MEMÓRIA JAMAIS SE ENSOMBRE

 

QUE A MEMÓRIA JAMAIS SE ENSOMBRE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Que a memória jamais se deixe levar
pelas sombras do esquecimento
pois, seria como apagar o sol do reviver
e mergulhar na escuridão do nada

A vida que nos oferece tanto, graciosamente,
é consagrada pelas lembranças
das vivências de momentos idos

Perder essas memórias
nas trevas do oculto
é deixar morrer, um pouco,
algo que nos marcou para sempre

Creio que as lembranças
que se mantêm profundamente na nossa mente
são aquelas em que fomos felizes
e são essas as que nos proporcionam
o prazer de as reviver

As outras, menos agradáveis, menos felizes
desejamos de coração, esquecê-las, definitivamente,
porque lembrá-las é renovar a dor antes sentida
 
Porque sou saudosista,
com todo o gosto
e sem quaisquer traumas,
sempre que reavivo as minhas memórias
renasce-me um pouco a juventude
que, mentalmente, tento conservar
 
Considerarão demagogia ou ilogismo
Isso será critério de quem assim pensa,
quanto a mim, porém,
considero esse sentimento
como eterna alvorada
no caminho que se me abre
todos os dias e aos quais abençoo,
agradecido
 
18/10/2025



 

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

#E AS GAIVOTAS VOAM

#ENTRE MIM E EU

 ENTRE MIM E EU
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Que sei eu dos murmúrios do desatino
quando minha alma tem a serenidade da brisa
e que me importam os gritos da mentira
quando a minha consciência não os aceita?
 
Podem murmurar, reclamar ou gritar
pois são atitudes que ignoro
sou conforto de paz
só entendo a voz da verdade!
 
Já andei por estradas de desencontros
e aprendi que os caminhos
têm de ser feitos por nós,
que temos de evitar atalhos suspeitos
e vielas de escuridão
onde o perigo espreita!
 
Naveguei, também, em marés agitadas
sempre sobrevivi à ondulação da inveja
em braçadas sincronizadas
ao sabor da acalmia do mar
singrei léguas de displicência e coragem!
 
Sou, agora, navegador de águas mansas
levo-me na suavidade de mar chão
por vezes, abraço o mar
em imaginadas canoas de velas à bolina…
 
Depois, no final dos encontros entre mim e eu
faço da reflexão areia do meu descanso
e sonho, acalentado pelo sol
da minha bonança
 

16/10/2025

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

#MUNDO DE PALAVRAS

 

MUNDO DE PALAVRAS
José Carlos Moutinho
Portugal
 
O meu mundo é feito de palavras
palavras simples
que se vão libertando da minha mente
entregando-se aos meus dedos
que por sua vez
as colocam na alvura do leito de papel
carente de histórias ou poesia
 
É assim, num jogo de sensibilidade
onde se misturam emoção e imaginação
em simbiose de paixão
num fogo de anseios e fantasias
 
Não sei, na verdade
onde está a fonte deste caudal
que, serenamente, corre pelas minhas veias
em impulsos docemente controlados
 
Porque a não haver esse controle
certamente as palavras amotinar-se-iam
loucas em desatino sem rumo
 
Por isso, com as minhas palavras
procuro aconchegar em texto
uma história de vida real ou inventada
para que haja assertividade no conteúdo
e não simples metáforas
quiçá, lindas, porém, insensíveis
 

15/10/2025

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

#COISAS DO PENSAMENTO (Vídeo)

# COISAS DO PENSAMENTO

Há dias em que a alma suspira
por relembrar coisas de outros dias
mas o coração, teimoso, recusa
 
Então trava-se o conflito entre ambos
tentando cada um vencer o outro
 
Luta inglória entre eles,
pois, quem tem voto determinante
é, nada mais, nada menos,
que a mente
com força tão poderosa
que controla o pensamento
e não só, também a alma e o coração
 
Será fantasia o que está escrito
pouco importa
desde que satisfaça o prazer
de quem, estes versos, imaginou
e agrade, sobremaneira, a quem os ler
 
Levados por esta solução
assaz, demasiado fácil
há que deixar correr o pensamento
como voo livre de uma gaivota
e tirar partido do melhor
que estas palavras ofereçam
 
O pensamento tem a liberdade
de se soltar e voar
ou simplesmente, permanecer
na quietude do silêncio
ainda que uma multidão nos rodeie
 
José Carlos Moutinho
13/10/2025

 


domingo, 12 de outubro de 2025

#Recordando minhas viagens por Angola

 

De angola conheço o que minha memória
guarda religiosamente no meu coração
tudo que ficou para trás, ficou na história
onde se escondem a mágoa e a emoção
 
Estive (Carmona) Uíge, mas vivi em Luanda
Malange, (salazar) N.dalatando, Calandula
e Huambo (Nova Lisboa) era bela a banda
Lobito, Sumbe e Benguela onde mar ondula
 
Imaginem só, fui até ao Cubal e a Ganda
também pelo Seles eu passei e Caconda
porque minha profissão de propaganda
de remédios, era longa esta minha ronda
 
Não acabou a viagem, (S.Bandeira) Huila
daqui irei para Moçâmedes hoje (Namibe)
passo por Vila Arriaga, meu coração jubila
nestas viagens é bem dura esta minha lide
 
Se pensam que acabou, estão enganados
do Namibe vou a (Porto Alexandre) Tômbua
e ainda à baia dos tigres onde admiro a lua
de lá, retorno ao princípio dos fascinados
 
E fascinados, porque na serra da Chela
era um gosto conduzir em alta velocidade
com tantas curvas eu não lhes dava trela
porque quem comandava era a mocidade
 
Terminando, fui também ao (Luso) Moxico
e a Cabinda pois então, claro de avião
era longe, dei-me ares de viajante rico
assim Angola estará sempre no coração
 
José Carlos Moutinho
12/10/2025

 

sábado, 11 de outubro de 2025

#ABRAÇO

#ESTOU SEMPRE CONTIGO, MÃE

 

ESTOU SEMPRE CONTIGO, MÃE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Sentado nas areias do tempo
deixei-me levar nas asas de uma gaivota
que passava…
e voamos sobre o mar imenso das lembranças
 
Enquanto voava, reflectia sobre a vida
e como ela é tão célere na sua corrida pelo tempo.
Pensei em ti, Mãe
aliás, o meu pensamento está tantas vezes contigo
sinto a tua falta!
 
Sabes, minha querida,
quanto mais eu atravesso as linhas do meu tempo
mais me recordo do teu carinho
do teu sorriso lindo
das tuas mãos carinhosas
que afagavam os meus medos
 
Minha Mãe, minha querida
sinto ausência do teu beijo
que tantas vezes me querias dar
e eu, displicente, dizia-te:
deixa-te disso, já não sou menino
(que parvo eu era, Mãe)
 
Agora, desejava ter-te ao meu lado
para ser eu a acarinhar-te
beijar o teu rosto enrugado
e abraçar-te para te ajudar se precisasses
 
Partiste há já bastante tempo
mas o meu tempo, bondoso e também longo
recusa esquecer-te
 
Sabes, Mãe, por vezes
penso que estás logo ali, pertinho de mim
consigo, até, ver o teu corpo esmorecido pelo cansaço
mas o teu sorriso, minha querida Mãe
sempre sereno, era acalmia que iluminava o meu caminho
 
Tinhas postura de rainha
e os teus meigos gestos eram aconchegantes
o teu doce olhar que, com ternura,
retenho na minha memória
e nesse teu olhar, minha Mãe
espelhava-se a tua bondade e amor
que me transmitias, talvez, sem te aperceberes
 
Mas partiste, mãe,
e partiste, durante o teu sono
com a suavidade de um suspiro de brisa
e murmúrio de um beijo
voaste para o Além
 
Talvez esse beijo fosse o meu
para te compensar de todos os que eu
pensava ter tempo para tos dar…
 
Mas o tempo é inexorável,
não o controlamos
muito pelo contrário
ele controla-nos
 
Será que um dia, minha querida mãe,
vamos encontrar-nos
no jardim da paz, onde vives?
 
Até sempre, minha doce mãe!
 
10/10/2025

 

#CONSIDERAÇÃO

 𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐦𝐞 𝐬𝐢𝐧𝐭𝐨 𝐠𝐫𝐚𝐭𝐨 𝐞 𝐡𝐨𝐧𝐫𝐚𝐝𝐨, 𝐞 𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐚 𝐋𝐢𝐛𝐚̂𝐧𝐢𝐚 𝐌𝐚𝐝𝐮𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚, 𝐞́ 𝐮𝐦𝐚 𝐞𝐱𝐜𝐞𝐥𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐨𝐞𝐭𝐢𝐬𝐚 𝐞 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚, 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐦𝐞 𝐞𝐧𝐠𝐫𝐚𝐧𝐝𝐞𝐜𝐞𝐮 𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐢𝐝𝐞𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐦𝐢𝐦:.


𝗔 𝗽𝗿𝗼𝗽𝗼́𝘀𝗶𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝗽𝗿𝗼𝗴𝗿𝗮𝗺𝗮 𝗛𝗢𝗥𝗔 𝗗𝗔 𝗣𝗢𝗘𝗦𝗜𝗔, 𝗱𝗲 𝗗𝗿𝗮. 𝗖𝗼𝗻𝗰𝗲𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗟𝗶𝗺𝗮, 𝗾𝘂𝗲 𝘁𝗲𝘃𝗲 𝗮 𝗽𝗿𝗲𝘀𝗲𝗻𝗰̧𝗮 𝗱𝗲 𝗝𝗼𝘀𝗲́ 𝗖𝗮𝗿𝗹𝗼𝘀 𝗠𝗼𝘂𝘁𝗶𝗻𝗵𝗼, 𝗻𝗼 𝗽𝗮𝘀𝘀𝗮𝗱𝗼 𝗱𝗶𝗮 𝟴/𝟭𝟬/𝟮𝟬𝟮𝟱

𝑳𝒊𝒃𝒂̂𝒏𝒊𝒂 𝑴𝒂𝒅𝒖𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆𝒖:

𝑭𝒂𝒍𝒂𝒓 𝒅𝒆 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪𝒂𝒓𝒍𝒐𝒔 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐, 𝒆́ 𝒐𝒖𝒗𝒊𝒓 𝒐 𝒎𝒖𝒓𝒎𝒖́𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒂 𝑨́𝒇𝒓𝒊𝒄𝒂, 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝒂 𝒔𝒂𝒖𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒔𝒆 𝒎𝒊𝒔𝒕𝒖𝒓𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒐 𝒗𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒆 𝒂𝒔 𝒂𝒄𝒂́𝒄𝒊𝒂𝒔 𝒇𝒍𝒐𝒓𝒆𝒔𝒄𝒆𝒎 𝒆𝒎 𝒗𝒆𝒓𝒔𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒂𝒎𝒐𝒓 𝒆 𝒅𝒐𝒓.
𝑬𝒍𝒆 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆 𝒄𝒐𝒎 𝒐 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒄𝒉𝒆𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒎𝒆𝒎𝒐́𝒓𝒊𝒂𝒔, 𝒄𝒐𝒎 𝒂 𝒂𝒍𝒎𝒂 𝒇𝒆𝒊𝒕𝒂 𝒅𝒆 𝒎𝒂𝒓 𝒆 𝒅𝒊𝒔𝒕𝒂̂𝒏𝒄𝒊𝒂.
𝑪𝒂𝒅𝒂 𝒑𝒐𝒆𝒎𝒂 𝒆́ 𝒗𝒊𝒂𝒈𝒆𝒎 — 𝒓𝒐𝒎𝒂𝒈𝒆𝒎 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐, 𝒑𝒐𝒓 𝒅𝒆𝒏𝒕𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒔𝒊, 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒂𝒓𝒅𝒆 𝒐 𝒇𝒆𝒊𝒕𝒊𝒄̧𝒐 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂.
𝑴𝒂𝒔 𝒉𝒂́ 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒐́ 𝒂𝒄𝒐𝒓𝒅𝒂𝒎 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒆𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒎 𝒂 𝒗𝒐𝒛 𝒄𝒆𝒓𝒕𝒂!...
𝑬 𝒇𝒐𝒊 𝑪𝒐𝒏𝒄𝒆𝒊𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑳𝒊𝒎𝒂 — 𝒆𝒔𝒔𝒂 𝒔𝒊𝒎! — 𝒒𝒖𝒆𝒎 𝒅𝒆𝒖 𝒗𝒆𝒛 𝒆 𝒗𝒐𝒛 𝒂𝒐 𝒑𝒐𝒆𝒕𝒂, 𝒒𝒖𝒆𝒎 𝒐 𝒅𝒆𝒗𝒐𝒍𝒗𝒆𝒖 𝒂̀ 𝒆𝒎𝒐𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒗𝒊𝒗𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝒔𝒖𝒂𝒔 𝒑𝒓𝒐́𝒑𝒓𝒊𝒂𝒔 𝒔𝒊́𝒍𝒂𝒃𝒂𝒔.
𝑪𝒐𝒎 𝒎𝒆𝒔𝒕𝒓𝒊𝒂, 𝑪𝒐𝒏𝒄𝒆𝒊𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑳𝒊𝒎𝒂, 𝒔𝒐𝒑𝒓𝒐𝒖 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒏𝒂𝒔 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔, 𝒇𝒆𝒛 𝒗𝒊𝒃𝒓𝒂𝒓 𝒐 𝒔𝒊𝒍𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒐, 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒐𝒓𝒎𝒐𝒖 𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒆𝒎 𝒔𝒐𝒎…
𝑨𝒈𝒐𝒓𝒂, 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪. 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐 𝒆́ 𝒅𝒊𝒕𝒐, 𝒐𝒖𝒗𝒆-𝒔𝒆 𝒐 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒆𝒕𝒂 — 𝒏𝒖𝒎 𝒎𝒂𝒓 𝒅𝒆 𝒔𝒂𝒖𝒅𝒂𝒅𝒆… 𝒖𝒎𝒂 𝒎𝒆𝒍𝒐𝒅𝒊𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒄𝒆𝒔𝒔𝒂.
𝑷𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 𝒉𝒂́ 𝒗𝒐𝒛𝒆𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒍𝒆𝒆𝒎… 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒆𝒎.
𝑬 𝒉𝒂́ 𝒑𝒐𝒆𝒕𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒔𝒆 𝒄𝒂𝒍𝒂𝒎… 𝒓𝒆𝒏𝒂𝒔𝒄𝒆𝒎.

𝑩𝒆𝒎-𝒉𝒂𝒋𝒂, 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒊𝒅𝒂 𝒂𝒎𝒊𝒈𝒂, 𝒑𝒐𝒓 𝒏𝒐𝒔 𝒅𝒂𝒓 𝒂 𝒄𝒐𝒏𝒉𝒆𝒄𝒆𝒓, 𝒆𝒔𝒕𝒆 “𝑴𝒂𝒓 𝒅𝒆 𝑺𝒂𝒖𝒅𝒂𝒅𝒆”, 𝒎𝒆𝒓𝒈𝒖𝒍𝒉𝒂𝒅𝒐 𝒏𝒂 𝒄𝒐𝒏𝒕𝒆𝒎𝒑𝒍𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒅𝒐 𝒎𝒖𝒏𝒅𝒐 𝒂𝒐 𝒔𝒆𝒖 𝒓𝒆𝒅𝒐𝒓, 𝒃𝒖𝒔𝒄𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒄𝒂𝒑𝒕𝒖𝒓𝒂𝒓 𝒂 𝒆𝒔𝒔𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒇𝒖𝒈𝒂𝒛 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂!...
𝑷𝒂𝒓𝒂𝒃𝒆́𝒏𝒔 𝒂 𝑻𝑶𝑫@𝑺 @𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒋𝒖𝒅𝒂𝒓𝒂𝒎 𝒂 𝒊𝒍𝒖𝒎𝒊𝒏𝒂𝒓 𝒂 𝒏𝒐𝒊𝒕𝒆!
𝑶 𝒎𝒆𝒖 𝒂𝒃𝒓𝒂𝒄̧𝒐 𝒇𝒓𝒂𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐.
--
𝑳𝒊𝒃𝒂̂𝒏𝒊𝒂 𝑴𝒂𝒅𝒖𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

#DESERTOS

 

DESERTOS
José Carlos Moutinho
Portugal

Os caminhos estão desertos,
pelo chão espalham-se folhas secas
caídas das árvores cansadas
pelas palavras gritadas dos caminhantes!
 
Flutuam nuvens cinzentas
sobre as cabeças dos viajantes
que, silenciosos, caminham sem destino
acompanhados pela solidão
que lhes perpassa as almas!
 
Eram seus desejos sentirem o calor
de simples abraços,
mas estes, perdem-se num tempo
sem tempo para serem dados!
 
Talvez...
talvez até, lhes bastasse uma simples palavra
de encorajamento, de estímulo...
mas como…
se os caminhos estão desertos
de gente que desertou
de si mesma?
 
Resta a esperança
de que a exaustiva caminhada
se faça curta na distância
até onde o remanso da vida exista.
 
9/2/19

 

domingo, 5 de outubro de 2025

#MELODIA DAS PALAVRAS

 

MELODIA DAS PALAVRAS
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Neste meu recanto melodioso
onde neste momento eu estou
ouso atrever-me ser audacioso
deixar estes versos que vos dou
 
Nesta singeleza do imaginativo
surgem como brisas emoções
que alimentam o poder criativo
para sentir as vossas reacções
 
Quadras de palavras libertadas
de sentimentos descontraídos
brotadas das fontes abastadas
por cristalinas águas sentidas
 
Palavras despidas de elitismo
aninhadas em braços da paixão
representam certo romantismo
onde se sonha, se vive de ilusão
 
E porque 5 quadras já está bom
por aqui me fico com tal melodia
que ouço pelo rádio de doce som
eterna parceiro da minha poesia
 

5/10/2025

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

#DÍSPARES SONS

DÍSPARES SONS
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Ouço o murmúrio das folhas
que, silenciosamente, voam sem rumo,
cansadas, mas livres
para poderem voar como aves
 
Ao mesmo tempo que me deixo envolver
por esta melodia, quase imperceptível
penso na beleza que me rodeia
tão serena e ao mesmo tempo vibrante
num colorido sem mácula
 
Sorrio, feliz, por ter o privilégio
de poder contemplar estas maravilhas
tão simples e tão fascinantes
numa absoluta dádiva da natureza
 
Todavia, quanta desta serenidade e encantamento
são desfeitos pela arrogância de certos inumanos
que preferem os sons dos canhões
os gritos de dor
e o sofrimento de seres inocentes
alheios à ignorância e despudor de gente sem alma
 
Acabo por cair no poço da melancolia
ao permitir-me voar, mentalmente,
pelos acontecimentos a que este nosso mundo
é forçado a viver e a sofrer
motivados por tanta ânsia de poder
e de hipotética e estúpida pretensão de glória
 

3/10/2025

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

#EMBORA TENTE

 

EMBORA TENTE
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Sem me aperceber
cheguei ao labirinto do desalento
não encontro as palavras
que antes brincavam perante o meu olhar
deixando-se acariciar pela polpa dos meus dedos
 
Procuro entendimento
entre o tempo e a imaginação
descubro obstáculos que se interpõem
voluntariosos perante os meus anseios
 
Embora tente…
sinto-me enrodilhado em emoções inactivas
que outrora vibravam, alegres
como batimentos cardíacos
 
Não sei a razão deste desconforto
que me atropela em cada estrofe
do meu caminho solitário
pelo silêncio das palavras
 
Recordo que antes
nos dias de brisas cálidas
sentia-me afagado pelo perfume das metáforas
e eu, feliz, conversava com os versos
que, sorrindo, me abraçavam
num enleio de poema a realizar
pela melodia do toque
nas teclas do computador
 
Talvez os momentos vividos
se juntem, em harmonia,
a estes que agora se insubordinam.
 

2/10/2025

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

#NAVEGANTE DA VIDA

 

NAVEGANTE DA VIDA
José Carlos Moutinho
Portugal
 
Houve momentos em que naveguei
por águas inquietas
em situações aflitivas,
porém, a minha força de resiliência,
singrou por entre ondas e obstáculos
em busca de um porto seguro
 
E, quase sempre, encontrei esse porto
por vezes, de fraco acolhimento,
mas, com coragem
fui em busca de outros
que me garantissem a paz
 
Enquanto eu navegava
pelos mares e rios da vida,
fui ganhando experiência
com muito saber,
que me permitiram
enfrentar ventos e tempestades
 
Poderei até dizer,
que tive a felicidade
de vencer essas dificuldades
 
Não saberei dizer, se por sorte,
por abnegação,
ou até pela generosidade do destino
 
Sei, todavia, que,
enquanto viajante por este planeta,
passageiro de um tempo
que é só meu,
tenho sido agraciado
por imensas e serenas brisas,
sob centelhas de estrelas
e pela azulada luz do luar
nesta minha viagem
 

28/9/2025

sábado, 27 de setembro de 2025

#OUTONO, POEMA

OUTONO, POEMA
José Carlos Moutinho
Portugal

Dizem que Outono é nostalgia

folhas matizadas, romantismo
que mudança de cor é a alegria
talvez seja somente exotismo

Confesso fascínio pelo Outono
quando em dias de sol luzente
entrego-me em total abandono
à emoção que o coração sente

Fecho os olhos imagino uma tela
de cores belas e multifacetadas
brisa fria, fragrância de canela
bucólicas árvores, lindas ramadas

Foi depois do Verão que chegou
Outono que a tantos desagrada
mas em mim, simplesmente ficou
quadro de prazer, minha alvorada

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

#CONSIDERAÇÕES

 

Sou folha solta ao vento
e tronco enraizado na terra

sou brisa nos dias de nostalgia
vendaval nos caminhos da mentira
 
sou o abraço da palavra verdade
hostilidade perante o soprar da hipocrisia
 
sou palavra de ânimo no frio da tristeza
calor no acolhimento solidário da dor
 
sou grito liberdade em marés opressivas
guerreiro na luta pela sinceridade
 
sou silêncio consciente de humildade
oponente fervoroso ao joio da arrogância
 
quem sou eu, afinal?
Nada mais que um ser humano
que tenta conviver, condignamente,
nesta nossa sociedade
por vezes, descontrolada
 
José Carlos Moutinho 
26/9/2025

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

#ODE AO MEU SENTIR

ODE AO MEU SENTIR
José Carlos Moutinho
Portugal

Gosto de me embrenhar em pensamentos

imaginando o que, certamente, eu não sou
assim num abraço apertado de sentimentos
viajar pela mente, sem saber para onde vou

Sim, é exactamente isso que estão a pensar
ser eu certo sonhador de emoções sentidas
que posso fazer eu, se assim é meu respirar
se quando pelo meu viajar há brisas vividas

Deixem, pois, este meu suave e sadio pensar
pois ele tem a inocência das pétalas da vida
como se minha vivência fosse feita de amar
nesta minha maravilhosa existência querida

Em certo momento

terça-feira, 16 de setembro de 2025

#SIMPLICIDADE

 

Com minhas mãos seguro o tempo
os meus pés caminham em melodia
dentro do meu peito o sentimento
de que a vida simples é pura poesia

Sou pensador, insensato ou sonhador
minhas passadas são ilusões serenas
em cada movimento sou explorador
de emoções e de palavras pequenas
 
Das palavras pequenas há grandeza
tais como mãe, pai, filho/a e amor
também abraço paixão com certeza
e estas singelas quadras deste autor
 
Confesso-me adepto da simplicidade
nunca gostei das palavras intrincadas
talvez até confundam a autenticidade
deixando pessoas que leem cansadas

Portugal 
Set./2025

domingo, 14 de setembro de 2025

#LONGÍNQUO DIA

Um dia, longínquo no tempo
agarrei as palavras com jeitinho
depois com algum atrevimento
dispus uma a uma com carinho
creiam, não era um passatempo
a poesia nascia-me devagarinho

Seria precoce a minha inspiração
quando pouco a pouco, os versos
faziam-se poemas, em doce união
meus anseios não eram dispersos
porque na singeleza havia emoção
a poesia parecia ser meu universo
 
José Carlos Moutinho 
Setembro/2025

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

#Sucesso, o que é?

 

O que será o sucesso
uma fugaz ilusão
ou um momento passageiro?

Talvez o sucesso seja como o vento
tão depressa surge com força
como de repente desaparece no ar

Poderá o sucesso ser
imaginação que se alonga até ao pódio
ou sensação de encantada miragem

Soubesse eu descrever o sucesso
e senti-lo em mim, como uma energia
certamente eu atingiria o vórtice da
realização
se não esmorecesse na maré da frustração
talvez despertasse na aurora da realidade
 
José Carlos Moutinho 
Setembro/2025

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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