quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Foste nuvem que passou




Olho-te e não te vejo,
És imagem maculada pela ausência;
Partiste em canoa de cristal,
Com velas de papel amolecido,
Sopradas pelo vento do desencanto
Numa tarde sombria,
De sol apagado pela desilusão!
E foste, sem vontade,
Levou-te a tua teimosia;
Quando desapareceste no horizonte,
De um mar sem bonança,
Surgiu a penumbra, envergonhada
A esconder a tristeza da minha alma,
Ou seria para eu não te ver na oscilação,
Da canoa que navegava insegura,
Nas ondas do teu amor fracassado!
Foste átomo de um Universo sem sentido,
Foste a nuvem que passou
E que deixou sombra no coração,
De quem te amou.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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