O sol retalha-se nas encostas da serra,
Criando imagens impressionistas,
Enroladas nas folhas das árvores,
Quais sonhos inimagináveis!
Levo-me em visões transcendentais,
No deslumbramento da cor,
Sentidas na brisa que me beija!
Na caminhada por atalhos dos sentidos,
Sou seiva que se esgueira
Por estrelas da vida, ao encontro da luz!
O ar que respiro, suave essência do meu viver,
Na caminhada por oásis da minha paixão;
Sou folha que se agita no tempo,
Do infinito do pensamento!
As pedras em que tropeço,
Provas eternas intemporais,
Da insignificância das vaidades,
Lembrando-me a celeridade,
Do nosso tempo, passageiro como vento!
Olho-me em volta e vejo-me livre,
Como águia sobrevoando este mundo belo,
Na solidão de uma serra de belas nuances,
Enriquecida pelas melodias das aves;
Flores de néctares perfumados,
Mistura de sons que o próprio silencio entoa!
É o encantamento da serenidade
Que o meu peito canta feliz.
José Carlos Moutinho
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