Deslizam suaves, em ondulante navegar
As águas amigas deste rio,
da minha vida,
Correm serenas ou rápidas
para o mar,
Que de braços abertos
aguarda sua corrida.
Tenho saudades de contemplar
o Rio Tejo
Que me viu crescer, que se
fez meu amigo
E me abraçou certo dia, num
doce lampejo,
Recusou fazer da minha
temeridade, castigo.
Tejo meu companheiro que me
cantavas melodias,
Nas verdes margens da minha
meninice junto de ti,
És agora, acalmia nas brumas
das minhas nostalgias,
És companheiro perene da
alegria que um dia senti.
Ah…Tejo meu rio querido que de
longe vens,
Nem sempre és amável, nem
sempre és sereno,
Quantas vezes te revoltas e
causas desavéns
Com tuas águas inventas
sofrimento pleno..
Mas eu só te penso na tua
doce acalmia,
Olhar-te com o carinho de
quem te ama,
Receber o reflexo do sol que
cintila nas tuas águas.
Não tenhas pressa na tua
corrida
Em direcção ao mar
Que te fará nada
Na grandeza da sua
imensidão…
Mas para mim, meu Rio Tejo
Jamais deixarás de ser o meu
rio
O meu amigo, meu companheiro
De tantos e bons momentos,
Que na distância e no tempo
Me apertam o coração
Numa eterna saudade.
José Carlos Moutinho
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