terça-feira, 16 de novembro de 2021
domingo, 14 de novembro de 2021
#Viagem de instante
A vida pode, até, ser uma graça,
quando a levamos airosamente,
aceitar o bem e o mal que passa
porque não se vive eternamente
O que ontem, acaso, foi excelente
hoje poderá ser pouco interessante,
sorrir sempre evitando o desalento
porque a vida é viagem de instante
Ainda que a tua vida seja brisa
conta sempre com ventos revés,
de repente o momento catalisa
ondas, em inexplicáveis marés
José Carlos Moutinho
sábado, 13 de novembro de 2021
#É uma corrida
Que sei eu do tempo
ou do voo das gaivotas
que sei eu do vento
se desconheço suas rotas
Nada sei do que não sei
neste trocadilho sem graça
que nesta quadra eu deixei
num certo jeito de chalaça
O que na verdade eu sei
é que a vida é uma corrida
assim, consciente, vos direi
nunca a dêem por perdida
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
#Lá fora o Sol brilha
Escusam-se os gestos
calam-se as palavras
esquecem-se os afectos,
o mundo está enfermo de sentimentos
sofre de amnésia e inquietude,
atitudes ancoradas
no vazio do tempo da harmonia,
ruas, inevitavelmente, cansadas
em tempo de pandemia,
gritam as gaivotas em desalento
pedindo o retorno da brisa
que lhes traga marés de alimento
porque... é finita a maresia,
é o desassossego, afinal
sem vento nem temporal,
embora o sol brilhe no firmamento
está plantado o descontentamento,
olho o sorriso das rosas do meu jardim
felizes porque ignoram a humanidade
e as aves, alegres, voam sem fim,
confunde-me o caminho da amizade
porque a realidade que existe em mim
não permite qualquer ambiguidade!
Lá fora, o sol brilha, cintilante
Cá dentro, do meu peito, há bruma
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
#11 de Novembro 1957/1980/2021
sem ter sonhos nem ilusões
jovem ausente dos enganos
chega a Angola das emoções
Nas asas do sonho, voam
ilusões e anseios improváveis
porque as vontades sonham
voos quiméricos inacabáveis
Outros sonhos foram finitos
desta feita, no grande Brasil
perigos causadores de aflitos
1980 volto à pátria, meu redil
11 de novembro é portanto
data marcante na minha vida
com alegrias e jamais pranto
minha caminhada é resolvida
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
#Sentir
que passam silenciosas, aborrecidas
talvez, levadas pelo agitado vento
para que mãos as afague enternecidas,
de cansadas e vencidas pelo desalento
vagueiam incertas por galáxias coloridas
na esperança de alguma brisa de alento
que as cure das ilusões um dia sentidas
José Carlos Moutinho
terça-feira, 9 de novembro de 2021
#Anseios
...
segunda-feira, 1 de novembro de 2021
#Gosto
e dos olhares sinceros, cintilantes
gosto de abraços fortes, apertados
detesto atitudes soberbas, irritantes
Gosto de gente de alma sincera
e de quem sabe utilizar o afecto
a vida não é certamente quimera
ter dignidade, um honroso projecto
domingo, 31 de outubro de 2021
#A chuva cala o vento
Esta chuva persistente e silenciosa
calou em mim o sonho
de soltar versos ao vento
cantando minhas ilusões,
porque a chuva,
húmida e irritante,
também calou o vento
que passava,
meu portador de quimeras,
agora, melancólico,
ollho a rua deserta
vazia de gente
e de emoções
onde nada acontece,
só a chuva cai,
escurecendo o horizonte
dos meus pensamentos
que tentam focar-se
na copa das árvores
que, refrescadas pela água,
talvez se sintam felizes
em contraste com o meu desânimo!
Depois...
porque a chuva vai-se cansando
e o sol tenta desabrochar
por entre o cinzento do tempo,
vai surgindo dentro do meu peito,
a vontade de agarrar novamente
as palavras dos versos calados,
e, após, construir castelos de sonhos,
enviá-los, como eu almejava,
nas asas do vento,
para que alguma ninfa os aceite.
José Carlos Moutinho
31/10/2021
sábado, 30 de outubro de 2021
#Instrospecção
Sou verbo de simplicidade,
conjugam-se em mim
todos os tempos vividos
com alegria e prazer...
naturalmente, sou essência
de adjectivos qualificativos
onde o bem, a sinceridade
e, especialmente a verdade
estão sempre presentes no léxico
que fazem do meu viver
a felicidade da minha caminhada!
Será, talvez, este meu soltar de alma
presunção no pensar de alguns,
arrogância no sentir de outros...
isso pouco me importa
porque os sentimentos
que me dominam
dizem da realidade das emoções
que me fazem ser como sou,
frontal, honesto e humilde ser humano
consciente das minhas virtudes,
e, obviamente, dos meus defeitos
que, jamais, tendem a comportamentos
prejudiciais aos meus semelhantes.
José Carlos Moutinho
30/10/2021
terça-feira, 26 de outubro de 2021
#Ai o vento
olhei para o lado e para trás nada vi
pedi-lhe calmamente que se calasse
nada respondeu, simplesmente sorri
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
Pensamento
Sou anseio inquieto,viajante de caminhadas pelas palavras jamais pensadas, sequer sonhadas
domingo, 24 de outubro de 2021
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
#Enlevados pelo silêncio
Pelas ondas da brisa
ouvem-se suspiros de musas
em soluços de poesia,
e, de olhos fixos no horizonte
deleitamo-nos com o fascínio deslumbrante
da linha esverdeada do mar
que, delicadamente, beija o azul do céu,
cerramos os olhos,
e, enlevados pelo silêncio,
despertamos com o grasnar das gaivotas
mergulhando vigorosamente
nas frias águas, perfumadas de maresia,
alongamos o nosso olhar
deixando-o perder-se no longe
por onde nos deixamos levar
em pensamentos profícuos
em sonhos quiméricos...
...esquecemos as maldades do mundo,
as ambições desmedidas,
intrigas e hipocrisias
permitimo-nos, neste nosso devaneio,
pelo etéreo viajar do pensar,
abraçar, somente,
o bom da humanidade.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 19 de outubro de 2021
#Aos amigos
Deixa-me contar-te um segredo
simples de palavras enorme de sentir
não fiques assustada/o com medo
o meu desejo é fazer-te sorrir
a vida por vezes parece degredo
quando receamos o porvir
por isso, amiga/o, eu te concedo
amizade até nosso tempo exaurir
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 18 de outubro de 2021
#QUANTAS VEZES
Quantas vezes
Me dá
vontade de rasgar posturas
E gritar aos ventos a minha insatisfação Derrubar muros de
conveniências
E
construir paredes de solidariedade!
Quantas vezes, ai, quantas… Sinto um aperto no peito Que cala
a minha voz
E
sustém as minhas palavras!
Ai
quantas vezes...
Me pergunto a razão de tanta agitação No mar da incompreensão
Quando as ondas perfumadas de maresia Se deleitam serenamente nas areias
Da
praia da harmonia!
Quantas vezes me interrogo Qual a razão de trampolins
Para se chegar habilidosamente ao cimo Quando se pode subir
Calmamente pelas escadas Da verdade...
Quantas
vezes me rebelo
Contra o sol que protege as sombras
Que se escondem nos atalhos
da vida Quantas vezes...
José Carlos Moutinho
In “Mar de Saudade”
terça-feira, 12 de outubro de 2021
#Falam, falam
as que se vão ouvindo por aí
falam de coisas vazias loucas
como se ninguém houvesse aqui
falam, falam e dizem nada
enganando a todos, ao povo
como se este fosse manada
em atitudes que eu reprovo
Prometem com sorriso de lata
impostos sempre a aumentar
enquanto uns comem batata
outros, privilegiados, caviar
Desde sempre, assim conheci
este rectângulo sem esperança
onde um dia já distante nasci
pobre país, ausente abastança
Teremos de abandonar o carro
o tanque de combustivel secou
as taxas são autêntico escarro
no rosto de quem tanto lutou
De coração resignado se vive
neste belo Sol que nos aquece
na benção natural se sobrevive
até que virá o dia que nos fenece
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
#Caminhos
perfumes intensos da flora
saudade imensa que faz dó
de um certo tempo outrora
Cacimbo colado na maresia
humidade em calor tropical
em cada acácia uma poesia
na música do campo lexical
Felizes momentos juventude
garagens vibrantes de dança
paixões, ardorosa inquietude
tempo sem tempo esperança
José Carlos Moutinho
11/10/2021
domingo, 10 de outubro de 2021
#Bom domingo
delicadas pétalas das memórias
de caminhadas em descobertas
por oásis plantados de histórias
José Carlos Moutinho
sábado, 9 de outubro de 2021
#Anseios
Sinto em mim uma louca ânsia
de soltar as palavras da minha mente
e colá-las no papel alvo
que se estende na minha frente,
fazer da inércia das letras,
poesia viva
que invada os corações
em transbordante alegria de sentimentos,
Inventar melodias
cantadas pelo silêncio do poema,
irradiadas pela luz vibrante da emoção!
Aquieto meu desassossego,
porque serenamente, as palavras
vão-se metamorfoseando,
perante os meus olhos fascinados,
em delicadas estrofes metafóricas,
perfumadas de doces ilusões,
tornadas reais pela frescura dos versos
que me são dadas sentir e tocar
e que se aninham no papel,
antes branco do vazio
e agora florido e colorido
pelas palavras, que eu tanto ansiava soltar de mim.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 6 de outubro de 2021
#Eram...foram...
quimeras e anseios
eram brisas
em carícias de marés
eram luares
que fundiam os abraços
eram receios
por recusas inesperadas
eram...foram...
momentos ancorados
na adolescência
José Carlos Moutinho
terça-feira, 5 de outubro de 2021
#Porque chove...
Chove...
pequenas gotas frias
que se estatelam no chão duro
dos sonhos interrompidos,
chove...
serão lágrimas de alguma musa
que, desgostosa,
chora a partida do seu amado,
chove...
suave, como se o gotejar
quisesse, delicadamente,
afogar a tristeza da memória,
chove...
e os pássaros cantam e voam
felizes, de asas molhadas,
espalhando pingos da chuva
pelos caminhos dos seus voos,
chove...
e eu que não gosto de chuva,
espero ansiosamente,
que surja o abençoado sol
para que, de mim,
se afaste a melancolia
José Carlos Moutinho
5/10/2021
segunda-feira, 4 de outubro de 2021
#AMOR e GUERRA
AMOR e GUERRA
Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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