quinta-feira, 28 de setembro de 2023

#Coisas de outros tempos

Vou caminhando por Ipanema
escutando os murmúrios do mar
a beleza em meu redor é poema
que francamente nem sei contar

Está calor no tempo e na gente

que passa, devagar ou a correr
é uma imagem assaz pungente
que algum dia, a irei descrever

José Carlos Moutinho
28/9/2023

#CONSCIÊNCIA LÚCIDA

terça-feira, 26 de setembro de 2023

#Pensamento...

 Ficaram lá longe
aqueles instantes de felicidade
vividos nos dias de ontem...
hoje, renascem esperançosos
os anseios para os dias de amanhã

José Carlos Moutinho
26/9/2023

#Emoções e pensamentos

Do berço das emoções
libertam-se os pensamentos
que sorriem ao mundo, alguns,
outros, que se levam por aí, em desatino,
 
são instantes, tantas vezes
simples hiatos de segundos,
que influem, inexoráveis, nos comportamentos,
 
quando, por acaso, se metamorfoseiam
em atitudes de alguma irracionalidade,
criam situações que podem levar
aos mais inesperados actos!
 
Porém, quando esses mesmos instantes
têm a fragrância do amor,
tudo é diferente, apaixonante
e revelador de que o ser humano
até tem, realmente, o sentir
que da humanidade, dita normal,
é pertença!
 
Sentimentos são pérolas
que das ostras das almas
se mostram ao mundo,
com o brilho da simplicidade
e com a cor vibrante da vida
 
A vida sem emoções
seria, certamente, amorfa,
sem qualquer átomo de felicidade,
talvez fosse como viver na escuridão,
onde o Sol se ausentasse
a cada dia do nosso respirar.
 
José Carlos Moutinho
 
26/9/2023




domingo, 24 de setembro de 2023

#Porque hoje é domingo


 Sinto na brisa que passa
rumores de alheamento
ainda que muito se faça,
é ausente o sentimento

De repente tudo mudou
era azul, agora é branco,
acho que o vento levou
emoções em desencanto

Vou observando o ocaso
nestes tempos de agora
creio que se vive a prazo
perdeu-se a luz d'outrora
 
Confesso que já não sei
viver este viver esquisito
querer entender, cansei
até há o dito por não dito
 
Deixo o meu pensamento
e saudade de outro sentir
vivo o descontentamento
esperando melhor porvir
 
José Carlos Moutinho
24/9/2023

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

#Verão que parte

 Este verão que foi
e não foi e já vai
nos dias que virão,
deixa algumas saudades
e também frustrações…

Estio que enganou a tantos
e a mim também,
por me deixar levar no meu pensar
que a praia ainda me esperaria
neste setembro que se envergonhou
e se vestiu de agasalho nocturno!
Fica-me a esperança
de que no Outono que chega,
num futuro tão próximo
que se chama amanhã,
traga os dias que o verão escondeu
no tempo dos enganos,
e nos possa, ainda, aquecer
os poros dos nossos anseios!
 
Se não…
que solução terei eu?
Nenhuma…a não ser aguardar
o próximo verão,
esperando, obviamente,
que ele ainda me encontre por cá
 
José Carlos Moutinho
22/9/2023




quinta-feira, 21 de setembro de 2023

#TUA MÃO SERVA

# Tudo na vida é efémero

Que não haja ilusão na vida
se se pensa atingir o cume
a glória é efémera colorida
célere, esfuma como lume

Quando subires a montanha
olha em teu redor o horizonte
talvez até sintas uma façanha
pensar que venceste o monte,

Porém, a verdade é outra, crê
sorrisos inicialmente oferecidos
ausentam-se, sabe-se lá porquê
serão, quiçá, sentires perdidos

Conheci casos de sonhadores
que, como vulcões, emergiram
mas a lava ofuscou aduladores
os tais que antes te aplaudiram
 
Portanto, resiliente, continua
porque o amanhã é já agora
segue em frente, a luta é tua
vive teu anseio em cada hora
 
José Carlos Moutinho
14/7/2023

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

#Aquela máquina

 

Assim como no despertar de um sonho
sinto um desejo veemente de escrever!
 
Sento-me na frente do computador,
aquela máquina que todos conhecem
que me acompanha na horas de solidão
e nos momentos de alegria
para onde eu murmuro palavras,
umas vezes em desatino,
outras, em efusivo sentir da minha emoção…
 
E aquela máquina que todos conhecem,
silenciosamente escuta minhas palavras,
que do meu silêncio, brotam impetuosas…
O bater dos meus dedos no teclado
ressoam-me como inspiração,
quebrando aquele silêncio
existente entre mim e a máquina,
o tal computador que todos conhecem…
 
E…
Como se fosse um milagre,
as palavras que antes nem sequer existiam
no meu pensamento,
vão florescendo como botões de rosa
colorindo o jardim da minha vontade!
 
Sorrio para o texto que o computador,
(a tal máquina que todos conhecem)
me mostra humildemente,
através do monitor,
tela da minha imaginação
e agradeço-lhe a colaboração,
pois tanto foi o carinho com que absorveu
as palavras que lhe fui ditando…
e num lampejo de gratidão,
passei os meus dedos,
carinhosamente,
por aquela tela onde se espelhava
o que a minha alma tinha criado!
 
Emocionei-me pelo resultado obtido
nesta parceria,
entre mim a tela e o computador. 
 
José Carlos Moutinho    
22/5/16

terça-feira, 22 de agosto de 2023

#O beijo que me deste

 

No beijo que me deste
Senti que o mundo era meu,
Mas depois tu disseste
Que meu mundo não era o teu
 
Tuas palavras tão frias
Gelaram meu coração,
Não ouvi mais o que dizias
a dor deixou-me sem chão
 
Nem sempre é o que parece
E o teu beijo foi casual,
Por isso me entristece
Porque o meu foi bem real
 
José Carlos Moutinho 
31/3/17

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

#Gosto

 

Gosto
...
Gosto do olhar no olhar
e do brilho da sinceridade,
gosto das palavras com conteúdo
e do riso em momentos de divertida harmonia,
gosto da verdade sem rodeios, com frontalidade,
aceito a crítica assertiva sem alarde de superioridade,
detesto a soberba e presunção daqueles que se julgam donos do conhecimento,
abomino a falta de humildade no discurso patético da suposta sabedoria,
gosto da modéstia, do sorriso, da palavra conselheira e da palavra que ensina,
gosto do abraço apertado
e da amizade verdadeira, tolerante,
da amizade sem cobrança, que entende os meus erros e mantém-se amizade!

José Carlos Moutinho 
19/8/17…intemporal

terça-feira, 15 de agosto de 2023

#Sentir as palavras

Visto de emoções e rendilhados de prazer
as palavras com que escrevo meus sentimentos
depois, dou-lhes asas para voarem até quem as queira ler
com as críticas que advenham guardo certos ensinamentos

José Carlos Moutinho
15/8/2023

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

#Estão a matar o mundo

Neste tempo de canícula,
quando os sonhos se desfazem
em simples cinza,
quando os corpos cansados sucumbem,
e os ânimos se alteram…
quantos animais são queimados,
e tantos lares reduzidos a pó negro,
quando o demónio transformado em fogo
tudo devasta…

Há toda uma loucura nestes tempos
em que vivemos,
onde, como se de surreal poesia se tratasse,
existe uma paradoxal simbiose
onde em certas latitudes o calor mata,
e em outras, o vento e a chuva faz o mesmo!

De que nos queixamos nós, pobres humanos,
quando a sociedade em que vivemos
é feita de poderes, autoritarismo e arrogância,
que destroem o ar que respiramos, em prol
da chamada economia...

Que mundo é este em que tantos sofrem
por vontade de poucos?

Qual o futuro dos nossos netos,
qual o futuro da humanidade?

É preocupante e verdadeiramente assustador
o que, aos nossos olhos e ao nosso conhecimento,
diariamente nos chega, através dos meios de comunicação!

E são os governantes dos países que mais condições têm,
que desrespeitam o meio ambiente, que é de todos nós.

São os países mais pobres que pagam a factura da estupidez
desses tais das ditas potências…da ignorância e desumanidade!

O nosso mundo está a morrer!

José Carlos Moutinho
11/8/2023

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

#A vida melhora

 

Ai, se as noites fossem vadias
e as alvoradas acolhimento
talvez as tardes fossem sadias
e os dias sem tanto sofrimento

Neste simples poetar temporal
faço das palavras imaginações
brincadeira que não é por mal
pois são meras composições

De poesia pouco ou nada vale,
para ser sincero nem interessa
e espero que ninguém se rale
mas aceito uma boa conversa

E por aqui me fico, obrigado

até uma outra qualquer hora
e que ninguém fique zangado
porque a sorrir a vida melhora
 
José Carlos Moutinho
7/8/2023

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

#Ai, o amor

 

Numa tristeza profunda,
da sua varanda, ela observava,
naquele fim de tarde,
a chuva miudinha que caía
sendo fustigada por ventos vadios,
enquanto os seus pensamentos inquietos
perdiam-se num turbilhão de emoções!
 
Havia em si, um perturbante conflito
que a levava em voos ziguezagueantes
em busca de paraísos improváveis
ou brisas acalentadoras!
 
Por muito que se deixasse levar
no seu agitado voo, por galáxias diversas,
não conseguia alcançar a serenidade
que o seu sentir tanto ansiava!
 
Doía-lhe o coração,
numa dor silenciosa,
porém, tão violenta, que a estremecia
pelo frio, certamente, vindo de sua alma!
 
Aquele seu amor, razão do seu viver,
que tantas vezes lhe fora garantido
ser recíproco…acabara afinal,
naquele fim de tarde chuvosa!
 
Entretanto, a tarde chamou a noite,
que se foi vestindo de estrelas e de luar,
a chuva parara. O vento amainara,
e aquela jovem, momentaneamente infeliz,
exausta por tanto pranto,
acabou por se entregar nos braços de Morfeu,
rendendo-se à dor de um amor perdido,
ou, quiçá, tenha encontrado outro amor
no seu viajar pelo sonho.
 
José Carlos Moutinho
4/8/2023
 

 

domingo, 30 de julho de 2023

# Filosofando ou não...

Fui aonde disseste que não iria
escrevi palavras como os poetas
inventei metáforas em chão vadio
fiz dos versos rimas exaltadas
caminhei em livros de paixão
fui sonhador de anseios realizados
porque em mim existe a força da vitória
no abraço da brisa, navegarei em mares bravios

José Carlos Moutinho
30/7/2023

# Há dias e dias


Há dias cansados pelas amarguras
outros pelas ausências caladas,
alguns esmorecidos por rupturas
mais raros, alguns cheios de nadas!
Há também muitos de alegrias cantadas
por sereias do mar, meu pensamento
que passeiam pelas areias molhadas
em orgias de total deslumbramento!
O tempo veste-se do que quisermos
a vida é um teatro de marionetes
que colocamos aonde pudermos…
Com otimismo se enganam tristezas,
soltemos gargalhadas e foguetes
acabemos de vez com as fraquezas.
José Carlos Moutinho
intemporal

terça-feira, 25 de julho de 2023

#Viajei

 

Fui à Grécia e vi-me grego
para entender aquela gente
todos sabem, não é segredo
têm História que não mente

Fui a Olympia vejam só isto
pedras e ruínas por todo lado
mas em boa verdade só visto
se saberá do seu real passado

À ilha de Mykonos fui depois
dizem ser chique para ricos
não vi nada de especial pois
podem ser rumores oníricos
A Santorini cheguei também
empoleirada no alto da falésia
não sei como o morro a sustém
deve ser estudo de geodesia
 
Ah…mas em Rhodes eu pasmei
Imensidão, cultura envaidecida
pelas ruas por onde eu caminhei
época de templários acontecia
 
E Atenas a sorrir se me ofereceu
moderna, elegante mesmo bela
até a Acrópole me emudeceu
tantas colunas, nenhuma janela
 
Eis-me chegado à lendária Malta
malta não é gente, sim, um país
adorei e parece estar na ribalta
tão monumental de tempos viris
 
José Carlos Moutinho
17/7/2023

segunda-feira, 24 de julho de 2023

#Filosofando

 

Quantas vezes sinto-me a sair de mim
correr mundos, em viagem improvável
por vales montanhas e mares sem fim
descobrir um mundo menos miserável

Será, certamente, imaginada sensação
deste sentir profundo do pensamento
gostaria, porém, de desvendar a razão
do meu anseio em voar como o vento

Será metafísico ou esotérico este sentir
libertar-me de mim, da minha essência
ou será, talvez, minha mente a intervir
a avisar: na vida nem tudo é evidência
 
José Carlos Moutinho
20/7/2023
 
 
 
 

 

#ABRAÇO

quinta-feira, 20 de julho de 2023

#Ser poeta é ser mais alto?

 

Será o poeta sonhador ou fingidor
talvez seja, mais que as sugestões
escreverá ele por mágoa ou amor
fá-lo-á, quiçá, para aliviar tensões

O poeta é humano, nada anormal
terá dom ou simples sentimento
usa a emoção, nas palavras, afinal
exaltando o verso do pensamento

Conheci poeta que disse não o ser
outros que não sendo se afirmam
Ser, que de poetas garantem ter
alma tal… aí os versos se eximam 
 
Dizia a grande Florbela, do poeta,
que é ser mais alto, é ser maior
que os homens, ansiar uma meta
e jamais se achar que é o melhor
 
A poesia é, também, humildade
que com palavras e versos se cria
quantas vezes sem ser realidade
se constrói simples e bela poesia
 
José Carlos Moutinho
17/7/2023

segunda-feira, 17 de julho de 2023

#Momentos

 

Olho as folhas matizadas do tempo
procuro entre elas o verde da esperança
penso escutar um suspiro, como lamento
ou, talvez seja uma maré de bonança

Sentado, deixo que a brisa me beije
de longe recebo o azul mar cintilante
há em mim, certa inquietude, talvez deseje
que, por entre ilusões, eu viaje titubeante

Cerro os olhos, descanso o meu olhar
penetro, sereno, nos meus pensamentos
pergunto-me, se por aí, ainda existe amar
porque encontro tantos desapontamentos

José Carlos Moutinho
14/07/2023

sexta-feira, 14 de julho de 2023

#RHODES
























 

#Tudo na vida é efémero

 

Que não haja ilusão na vida
se se pensa atingir o cume
a glória é efémera colorida
célere, esfuma como lume

Quando subires a montanha
olha em teu redor o horizonte
talvez até sintas uma façanha
pensar que venceste o monte,

Porém, a verdade é outra, crê
sorrisos inicialmente oferecidos
ausentam-se, sabe-se lá porquê
serão, quiçá, sentires perdidos

Conheci casos de sonhadores
que, como vulcões, emergiram
mas a lava ofuscou aduladores
que antes, até, te aplaudiram
 
Portanto, resiliente, continua
porque o amanhã é já agora
segue em frente, a luta é tua
vive teu anseio em cada hora
 
José Carlos Moutinho
14/7/2023

segunda-feira, 10 de julho de 2023

#Poema flash

Esqueci o tempo viajado
pelas horas do meu viver
jamais me senti cansado
pois sempre evitei correr

Mas o tempo é volúvel
e de repente tudo muda
cada dia torna-se solúvel
não há quem nos acuda

Assim só há que serenar
fazendo da vida alegria
então há que saber amar
com paixão em cada dia

José Carlos Moutinho
8/7/2023

#REALIDADES E ANSEIOS

#A Cidade Sorriu

 Soneto...amadurecido pelos outonos da vida...


A cidade sorriu

Eram sombras, eram nuvens, talvez
os dias acinzentavam-se impiedosos,
noites que se vestiam de nudez
escondiam caminhos tormentosos!

Alvoradas despertas pelo canto
das aves, viajadas pelo tempo
que traziam nas asas o encanto,
deixando para trás o lamento!

Corriam pelas ruas ventos norte
afastando lágrimas de tristeza
dando lugar às brisas da sorte…

A cidade sorriu às gentes passantes
escancarando portas de franqueza
ia cantando a todos os habitantes

José Carlos Moutinho
8/2/17

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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