quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Desencantos




Esmorecem-se os dias,
Cansam-se as tardes,
Sufocadas pelas neblinas das incertezas;
Agitam-se as árvores,
Caem folhas ressequidas,
Pelas amarguras de ventos desesperados,
Num mundo de enganos e falsidades;
Chora de tristeza o luar pela penumbra,
Que encobre as boas vontades
E escurece o colorido das belas flores;
Secaram as brisas da felicidade,
Que acariciavam os pensamentos;
Tornaram-se áridas as mãos que afagavam,
Amoleceram os braços que abraçavam;
As palavras levaram-se nos temporais da ingratidão,
Afogaram-se as verdades, nos mares da crueldade;
A esperança morre nos campos verdes!

Mas o universo revolta-se, modifica-se,
Dá ao sol mais luz, para que clareie o breu,
Das mentes perversas;
As estrelas cintilam a cada vibração do bem,
O luar azula-se em tons de sonho,
Nos sorrisos que acalentam as almas;
As flores desabrocham no encanto da vida;

Os humanos… Ah….Esses?
Continuam os mesmos!

José Carlos Moutinho

Fantasia encantada




Enrosco-me no silêncio de mim,
Abraço os pensamentos que me povoam,
Suspiro no sentir do meu querer
E na brisa do teu respirar,
Que afaga o meu pescoço!
Ouço as palavras que me cantas,
Em melodia celestial;
Dos teus lábios vermelhos,
Recebo o teu doce beijo,
Quando me balbucias palavras de paixão;
Encostas-te delicadamente em mim,
Como a luz que se cola ao chão;
Olhamos o céu, neste silêncio de luar
De fantasia encantada
Onde as estrelas, são a luz guia do nosso amor,
Por esta estrada de sonho;
Mas a alvorada surge,
Nos seus raios cintilantes de vida
E desperta-me…
Do meu vaguear por pensamentos de amor,
No silêncio que me adormecia
E mostra-me a realidade…
E a ilusão da fantasia encantada.

José Carlos Moutinho

domingo, 11 de setembro de 2011

Emoções




O silêncio envolve-me entre as paredes
Deste quarto, em penumbra;
Sufoco-me no meu sentir,
As mágoas do passado,
Deixo-te esmorecer em mim,
Dispo-me do transe em que vivo.

Vagueio por este meu caminho,
Ao encontro do ocaso, que brilha no horizonte
E levo-me nas vagas azuis,
De libertação deste mar,
Que me inundou a alma
E nas areias refrescantes desta praia,
Onde sonhei e vivi um grande amor,
Descansarei e entrarei em mim.

Perder-me-ei em meditação,
Reformulando o certo e o errado,
Deixar-me-ei invadir por nova emoção,
Por um novo sentir,
Que me faça esquecer o passado
E me leve nas asas da fantasia,
Novamente e sempre.

José Carlos Moutinho

sábado, 10 de setembro de 2011

O tempo na sua corrida




O tempo bate-me no peito,
Com a velocidade dos segundos,
Que os minutos trazem com o vento,
Numa corrida desenfreada das horas,
Sem paragens, nem descansos
E que tudo leva…
Com o girar dos ponteiros,
Vai-se reduzindo
A nossa esperança do futuro,
Esmorece a lembrança das paixões
E emoções vividas;
Desfalecem as ilusões sentidas,
Vontades que se esfumam,
Na mente do corpo que se revolta,
Com a fraqueza dos seus músculos,
Que cedem ao peso dos anos;
Olha-se em frente, sem se ver
Porque os olhos não alcançam,
Cansados pelas agruras da vida;
Anda-se devagar,
Porque já se correu demasiado;
O ritmo é marcado em contraponto
Com o tempo que sempre nos marcou.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Imagens quiméricas




Abraçados de rostos colados,
Sentados nas roliças pedras,
Desgastadas pelos abraços do tempo,
Os pés beijados pelas águas,
Que deslizam suaves, como nuvens
Daquele rio submisso;
Sentimo-nos acariciados pela brisa,
Que carinhosamente nos sussurra;
O murmúrio da corrente,
Como melodia de enfeitiçar,
Eleva-nos bem alto na suavidade
Dos pensamentos
E voamos…
Voamos, por montanhas e vales
E chegamos ao topo do Céu,
Somos recebidos por anjos,
Num belo salão,
Iluminado por estrelas cintilantes,
Em total esplendor de glória!
Será real, será quimera?
É certamente a ilusão,
De corações palpitantes,
Que se deixaram hipnotizar,
Pela serenidade da natureza.

José Carlos Moutinho

domingo, 4 de setembro de 2011

O grito que me estrangula






Levo-me neste silêncio sem cor,
Que sufoca o sentir da minha alma,
Vou em busca de pétalas de amor,
Por aí, por esses jardins sem fim!
Quero soltar o grito, encurralado,
Nas artérias do meu peito,
Que me estrangula,
E gritar à lua, que me ilumine;
Suplicar às estrelas que me guiem,
Nesta estrada de escuro chão,
Quero agarrar o vento,
Segurar-me nas suas asas
E voar, como condor altaneiro
E Abraçar o mundo….
No meu olhar pela planície de belas flores,
Surges-me em total deslumbramento,
Sinto-te em mim,
No teu suspirar;
No teu sorriso tenho o teu beijo,
O teu abraço é sentido na brisa,
Que me toca e me seduz.
E o grito estrangulado no meu peito,
Solta-se impetuoso, vibrante,
Cantando:
Eu te amo, meu amor.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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