sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Cansado do não (Fado)



Estou cansado do não,
É só o que sabes dizer
Pareces a negação
Do encanto de viver
Não quero mais o teu não.

Ou tu mudas o disco
E eu continuarei aqui,
Ou então corres o risco
de eu me afastar de ti
e não me chames de arisco.

Não sejas pessimista
Porque a vida é bela,
Não há amor que resista
A engolir nãos p’la goela,
Sabes que sou optimista.

Refrão:
Muda e conta comigo
Ou terás duro castigo

José Carlos Moutinho
*Reserv.dir.autorais*

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Poetando ao acaso



   Fosse eu poeta, daqueles poetas, inventores de sentimentos
que fizesse voar os meus sentires nas asas das metáforas
e conseguisse que me lessem, sem dores nem desalentos
pelos céus dos encantamentos, ainda que eu usasse anáforas...
   Ah...como eu gostaria de ser poeta com a magia da criação
e que eu pudesse viajar pelos campos floridos dos roseirais,
fizesse com que minhas mãos se tornassem pétalas de emoção
voassem as minhas palavras,na ilusão inventada,em belas espirais...
   Tristeza minha, porque não sou poeta, dos que assim escrevem
não passo de um fingidor que se inagina fazedor da bela poesia
desconheço a fonte de onde jorram os versos, que aqueles bebem,
assim, vou-me navegando neste meu mar perfumado de maresia.

José Carlos Moutinho
25/12/14

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Momentos de melancolia



Quando os dias se acinzentam em mim,
Escurecem-me os pensamentos
Que se perdem em divagações sem fim
E formam núvens de nostalgia
Que o entardecer melancoliza!
Mas o luar com abraços de sentimentos
Afaga-me a alma com simpatia,
Sorrindo para meu anseio, que suaviza!

São momentos que nos transcendem
No sentir das emoções deambulantes,
Instantes perdidos que nos arrependem
E ofuscam as nossas vontades hesitantes!
O tempo tudo leva e traz nas asas do vento,
A tristeza de hoje será de felicidade amanhã
Que em constante e incansável movimento,
oferece ramalhetes alegóricos de exaltação!

A luz cintilante da alvorada traz-me acalmia,
Os seus raios diáfanos, são linhas de ilusões,
Deixo sair de mim o que antes me entristecia,
Entrego-me indolente a vibrantes sensações!
Respiro agora o dia que se faz longo no tempo,
Abraço-me à brisa que me murmura coragem,
Esqueço a melancolia que em mim, era lamento,
Enfrento o meu viver, que seja de longa viagem.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Olhos castanhos (Fado)





O castanho dos teus olhos
É a cor do meu desejo,
Não fossem os escolhos
Eu te daria um beijo
E abraços aos molhos.

Ai bela e doce mulher
Sem ti não sei que fazer

Quando te vejo passar,
Salta o meu coração
De alegria ao ver teu olhar,
Que com muita emoção
Me fascina contemplar.

Será amor ou loucura
O que eu por ti, sinto,
É uma imensa ternura
Que grita ao meu instinto
P’ra apertar tua cintura.

Ai bela e doce mulher
Sem ti não sei que fazer

José Carlos Moutinho
“Reserv.dir.autorais”

domingo, 21 de dezembro de 2014

Silêncio da noite





Ouço o  murmurar das árvores

no silêncio relaxante da noite,

são sons de melodias arrepiantes

que me acariciam em doce açoite

e me fazem pensar na existência

do universo, nas latitudes distantes!



E na serenidade da minha esperança,

deixo-me levar no divagar pelo encanto,

que em meu redor, mostra sua pujança,

suspiro sob o luar que em mim se faz manto.



Sinto-me tão pequeno, talvez até, seja nada,

nesta grandeza que na escuridão se oculta,

sou elo da conjuntura por vezes desvairada

de imensos contrastes, onde a vaidade avulta.



Estou sereno, nos pensamentos que me falam,

sou o que sou, simples, humano, insignificante,

serei a voz da humildade e franqueza que se calam

na singeleza, que me toma ser de alma relevante.



Alvorecem-me os sonhos na luz que me ofusca,

pelo despertar de uma viagem fantástica de prazer,

sou a alegria do meu sentir, num coração que busca

tranquilidade, nos sorrisos e abraços do meu viver,

Ignoro palavras ofensivas, mesmo de gente vetusta

que a minha passagem terrena seja um feliz conviver!



José Carlos Moutinho

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Sem abrigo





O frio mordia-lhe a pele,
o vento açoitava-lhe o corpo
e arrastava os lençois de cartão,
a chuva impiedosa ensopava-lhe a alma!
Era muito triste a sina dele,
o destino prostava-o como morto,
sem dói, em total e desesperada desilusão
numa vida miserável impelindo-o a forçosa calma!

Mundo este, de desvarios e desilusões
que o arrastava pelos ventos do nada,
onde jamais encontraria o futuro
que para ele nunca existiu,
porque a luz do seu nascer
condenou-o a uma peregrinação
por caminhos de pedras agrestes,
obstáculos ao seu inexistente porvir.

José Carlos Moutinho

domingo, 14 de dezembro de 2014

Mãe querida (Fado)



Mãe, minha querida mãe
És a mais bela estrela
Que lá do alto me alumia,
Foste sempre singela
No amor que em ti havia.

Por vezes, querida mãe,
Queria ter o teu abraço
E um doce beijo também,
Mas sei que lá no espaço
Cuidas de mim muito bem.

Do teu terno sorriso
Tenho imensa saudade,
Teu rosto era bondade
Reflexo de um coração
Com muito amor e emoção.

Quando da vida eu partir
Guarda no céu, um lugar,
Porque te quero contar
O que o tempo não deixou
E a juventude calou.

José Carlos Moutinho
*Reserv.dir.autorais*

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Fado é fado (Fado)



O fado é da madragoa
ou da castiça Alfama,
será mesmo de lisboa
ou da mouraria que se ama
onde não se canta à toa?

Sem alma não há fado
Seja aqui, ali ou acolá,
Será em qualquer lado,
No sul, norte ou por cá,
Tem de ser bem cantado.

Fado não tem morada
Ri, chora, ama e canta,
Gosta de sardinhada
E vinho p’la garganta
Até de madrugada.

Fado é fado e mais nada,
É canção de paixão e amor,
É tristeza cantada
É o desejo com fervor,
Fado é fado e mais nada.

José Carlos Moutinho
*Reserv.direitos autorais*

Azul do teu olhar (Fado)





Não sei porque choras tu
Se podes ser feliz,
Talvez escondas no baú
O que teu olhar não me diz,
Por ser segredo ou tabu.

Sorri, doce morena
Com o azul do teu olhar,
Tens beleza serena
Também sabes encantar
Como a bela acuçena.

Tuas mãos de terna seda
São núvens de carícia,
Que meu coração enreda
Com o teu ar de malícia
Que tua boca segreda.

É uma loucura o teu olhar
Azul da cor do meu mar
Navego na tua maresia
Esta paixão em doce orgia

José Carlos Moutinho
*Reserv.dir.autorais*

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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