quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Poeta sou…Vi va a poesia






Muito se fala em que é ser poeta
que cada vez, eu menos entendo,
mas se há alguma maneira secreta,
ensinem-me, juro que eu aprendo.

Pensava eu que o poema brotava
do sentir profundo do poeta,
como do vulcão, brota a lava
sem poesia minh’alma se inquieta.

Inspiração é brisa que passa
suave afagando o pensamento,
teimosamente passa e repassa
que se ouve um ai de sofrimento.

Tantas vezes por muito que se tente
as palavras recusam-se a ser poesia,
fazem um finca pé tão premente
que nos fazem perder a alegria.

José Carlos Moutinho

Não nasci em África

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Valsa de magia





No eco das melodias que se soltam do luar
Rodopio numa valsa que me faz sonhar,
O meu par é a magia do meu sentimento
que me abraça com o encanto do momento.

Pela pista das minhas emoções, canto
a canção, de algum amor vadio e perdido
com notas de paixão, amor e doce encanto,
bailando nos braços de um outro cupido. 

São fantasias que a mente vai acalentando
no sonho que o desejo vai projetando
e a alma feliz concorda com muita alegria…

Nenhum mal trará ao mundo este belo sentir,
viver com felicidade no coração
é beber o bom que a vida nos propicia.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Não nasci em África





Não nasci em África,
mas em mim, nasce todos os dias
o sol das alvoradas tropicais,
que me enternece os sentidos
pelo por-do-sol matizado
de nuances vermelhas…

Entranhou-se no meu peito
o cheiro da terra molhada
e da brisa das tardes quentes
que o cacimbo refrescava…

Colou-se nas minhas retinas, agora cansadas,
o fantástico fulgor das florestas densas
que eu percorri, com imensa alegria
nas viagens da vida
em missão profissional…

Suspira-me a alma
na saudade do oscilar dos ramos verdes,
que a esperança imbuída de serenidade
me abraçava,
quando eu, no silêncio de mim
e da paisagem bucólica que me rodeava,
me aquietava no meio do nada,
isolado do mundo,
entregue ao meu pensamento
e ao sorriso da natureza…

Pela minha memória,
vai-se soltando o pó vermelho
do chão duro, sem o negro asfalto,
quando o vento me assoprava
nuvem matizada e opaca
obstruindo-me a caminhada
e me fazia parar…
numa simbiose sentimental
entre o deleite e o aborrecimento
da forçada suspensão de viagem…

Era um outro mundo
pleno de vida e cor
de melodiosos sons e doces fragrâncias…

Era, e é, a África portentosa,
Era Angola belíssima,
minha terra de coração,
meu desalento e tristeza
nesta saudade que me atormenta,
nesta minha paixão que jamais morrerá…

Angola, minha querida terra vermelha,
chão feliz da vida
meu sentir dolorido,
Deixaste-me
ou, talvez tenha sido eu a deixar-te…
Mas estarás sempre na minha alma,
Até um dia…minha Angola!

José Carlos Moutinho

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Lembrança adormecida








Ditosos  eram os dias daquele tempo

da juventude rebelde e muito feliz,

tão perto na memória e longe em lamento

que sinto, por não ter feito tudo que quis.



Ainda sinto o aroma das belas acácias

que perfumavam a ilusão dos meus sonhos

coloridos e inocentes sem falácias,

onde jamais cabiam os dias tristonhos.



Ai saudade, que moras no meu coração

tem pena da minha dor e vai-te embora

não adianta sofrer pelo que vivi outrora…



Foram anos de amor, quimeras e paixão

que passaram velozes na minha vida,

agora…deixo a lembrança adormecida.



José Carlos Moutinho

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Soneto




Voei sobre marés de belos sonhos
descansei nas areias das ilusões
nas praias vivi instantes risonhos
as ondas traziam-me recordações

Bem sei que seriam puras fantasias
creio na utopia inocente do sonhar
dizem que sonhar é viver magias
sonhemos então com o verbo amar

Eu pobre sonhador que  tanto amei
carrego o engano da minha ilusão
sufocando os ais do meu coração  

Um dia, deixará de haver razão e lei
Tudo não passará de lembranças
Pela estrada etérea das mudanças

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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