domingo, 13 de setembro de 2015

Se não me quiseres





O sopro suave da brisa
é a caricia do teu beijo
não sejas tão indecisa
sabes que eu te desejo

Vem a mim, vem sem receio
meu coração pensa em ti
és o meu doce devaneio
o que eu sinto, jamais senti

Será paixão, ilusão ou amor
só sei que me faz bem
vejo em ti a mais bela flor
podes ser meu jardim também

E se não me quiseres
talvez eu venha a sofrer
mas é bom saberes
que por isso não irei morrer

José Carlos Moutinho

sábado, 12 de setembro de 2015

Sei o que fui e sou





Já fui chão duro de desânimo
e mar sereno da minha quietude,
também já fui temporal de ansiedade
e brisa sentida da minha acalmia,
fui mar agitado de revolta
e areia refrescante do meu discernir,
fui onda agitada do descontentamento
e maresia perfumada de afecto,
já fui árvore seca  de esperança
e florido jardim de felicidade,
fui mais do que desejei e sonhei,
também fui frustração do inalcançável,
já fui sorriso e abraço
e indignação perante a falsidade,
fui sol iluminado de franqueza
…sou luar eterno de sensibilidade…

Já fui...já fui...tanta coisa
e tanto ainda me falta ser,
Talvez o tempo que me falta
me traga o que ainda não fui…

Sei que o que fui
me orgulha de o ser.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Fosse eu, uma folha...






Ah…fosse eu folha solta ao vento
esvoaçando livremente pelo infinito
sondando pensamentos tão diversos
e moldasse a felicidade nas almas tristes…

Fosse eu folha matizada de sonhos,
desenhado por cheiros de abraços sinceros,
perfumado por coloridos sorrisos de verdade
e modificasse as infelizes mentes transviadas…

Se realmente eu fosse folha voadora
que navegasse os céus da fraternidade
voasse os mares azulados da concórdia
e metamorfoseasse sentimentos desvirtuados…

Se…na verdade eu fosse utopicamente a folha
que me imagino e lograsse o que minha mente deseja,
leva-me a pensar se sou uma quimera ou um louco
que vive na simbiose deste mundo belo e desvairado
ou…um ingénuo sonhador que voa como uma folha.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

E escrevo afinal...





Pergunto-me por que escrevo eu,
se me perdi pelos caminhos do trabalho
e quase no final de mim, o que me deu
para abraçar a poesia e mostrar o que valho?

Nem sei se eu escrevo mal ou bem,
o que sei é que entrego às palavras
o sentir da alma e do coração também…
e as palavras gritam-me emoções caladas.

Assim, escrevo eu simples versos,
algumas vezes rimados com amor
outras de sentimentos tão diversos,
mas sempre com muita garra e ardor…

Começou por brincadeira este escrever,
que em tons de quadras foi crescendo
pelo papel branco do meu dom e querer…
Escrevo afinal, para que me possam ir lendo.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Gosto de navegar





Gosto de navegar...
Navegar entre afagos de braços
que nos apertam docemente em abraços,

Gosto de navegar...
Fazendo dos meus dedos, remos de ternura
e sentir em meu peito a ondulação do afecto
e o beijo suave da branca espuma do sentimento,

Gosto sim, de navegar...
Navegar pelo sol irradiado de um sorriso
e sentir a brisa suave das palavras
que me acariciam
em murmúrios de carinho,

Sim… gosto de navegar…
Navegar pelos encontros de sincera amizade
onde os temas se agasalham de luar
perfumados de maresia colorida de sal,

Ah…como eu gosto de navegar…
Navegar...Pelas marés serenas,
com temporais longe do meu velejar…
E eu, na acalmia do meu sentir
navegando sobre um mar chão,
possa içar as velas brancas da paz,

Gosto sim, de navegar…
Navegar sem parar…
Até encontrar um porto de abrigo
onde eu possa reflectir e entender
a razão das tempestades
no mar da vida.

José Carlos Moutinho

sábado, 5 de setembro de 2015

Não inventes dramas



Já foste ar que eu respirei,
Hoje és sombra do meu sol
És o breu do meu luar,
Foste mar que naveguei
Eras porto e o meu farol.

O tempo leva as mágoas
E apaga as marcas da dor,
A vida é luta sem fim…
Hoje turvaste as águas,
Outrora, puras de amor.

Não creio nas tuas lágrimas,
Que agora derramas
Dos teus olhos fingidos,
Sei que não são sentidos,
Não inventes tantos dramas.

José Carlos Moutinho


Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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