sábado, 27 de fevereiro de 2016

Chove, chove





Chove de maneira incessante
chuva miudinha tão irritante,
a água corre pelas calçadas
ficam as pessoas encharcadas

Estamos no seu tempo, dirão,
é certo, mas prefiro o verão
embora o calor me apoquente,
e afinal nem sei ser coerente

Decidi, escolho a Primavera
com sol e muita passarada,
perfumes das flores à espera

Que o inverno se vá de abalada,
carregue a chuva pra outro lado
e fique eu aqui, bem sossegado

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Dança comigo





Dança comigo, dança
esta canção de encantar,
que fique na lembrança
p’ra mais tarde recordar,
como uma bela aliança.

se não souberes dançar,
não faz mal eu te ensino,
talvez seja o destino
que nos ensina a sonhar.
e mostrar-nos como amar.

Dança, amor, dança agora,
dois passos para a frente
dois passos para fora
neste ritmo tão ardente
antes de irmos embora.

Não sabemos o porvir
que poderá vir ou não,
entende este meu sentir
abre-me o teu coração,
aceita o que tiver que vir.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Poeta sou…Vi va a poesia






Muito se fala em que é ser poeta
que cada vez, eu menos entendo,
mas se há alguma maneira secreta,
ensinem-me, juro que eu aprendo.

Pensava eu que o poema brotava
do sentir profundo do poeta,
como do vulcão, brota a lava
sem poesia minh’alma se inquieta.

Inspiração é brisa que passa
suave afagando o pensamento,
teimosamente passa e repassa
que se ouve um ai de sofrimento.

Tantas vezes por muito que se tente
as palavras recusam-se a ser poesia,
fazem um finca pé tão premente
que nos fazem perder a alegria.

José Carlos Moutinho

Não nasci em África

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Valsa de magia





No eco das melodias que se soltam do luar
Rodopio numa valsa que me faz sonhar,
O meu par é a magia do meu sentimento
que me abraça com o encanto do momento.

Pela pista das minhas emoções, canto
a canção, de algum amor vadio e perdido
com notas de paixão, amor e doce encanto,
bailando nos braços de um outro cupido. 

São fantasias que a mente vai acalentando
no sonho que o desejo vai projetando
e a alma feliz concorda com muita alegria…

Nenhum mal trará ao mundo este belo sentir,
viver com felicidade no coração
é beber o bom que a vida nos propicia.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Não nasci em África





Não nasci em África,
mas em mim, nasce todos os dias
o sol das alvoradas tropicais,
que me enternece os sentidos
pelo por-do-sol matizado
de nuances vermelhas…

Entranhou-se no meu peito
o cheiro da terra molhada
e da brisa das tardes quentes
que o cacimbo refrescava…

Colou-se nas minhas retinas, agora cansadas,
o fantástico fulgor das florestas densas
que eu percorri, com imensa alegria
nas viagens da vida
em missão profissional…

Suspira-me a alma
na saudade do oscilar dos ramos verdes,
que a esperança imbuída de serenidade
me abraçava,
quando eu, no silêncio de mim
e da paisagem bucólica que me rodeava,
me aquietava no meio do nada,
isolado do mundo,
entregue ao meu pensamento
e ao sorriso da natureza…

Pela minha memória,
vai-se soltando o pó vermelho
do chão duro, sem o negro asfalto,
quando o vento me assoprava
nuvem matizada e opaca
obstruindo-me a caminhada
e me fazia parar…
numa simbiose sentimental
entre o deleite e o aborrecimento
da forçada suspensão de viagem…

Era um outro mundo
pleno de vida e cor
de melodiosos sons e doces fragrâncias…

Era, e é, a África portentosa,
Era Angola belíssima,
minha terra de coração,
meu desalento e tristeza
nesta saudade que me atormenta,
nesta minha paixão que jamais morrerá…

Angola, minha querida terra vermelha,
chão feliz da vida
meu sentir dolorido,
Deixaste-me
ou, talvez tenha sido eu a deixar-te…
Mas estarás sempre na minha alma,
Até um dia…minha Angola!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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