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sexta-feira, 27 de março de 2020
Turbilhão do momento
Queria escrever um poema
com a simplicidade da vida,
um poema que falasse, inocentemente,
das estrelas e do luar
que sempre me encantaram,
do perfume da maresia
que me aromatiza a alma,
que falasse também, das coisas boas
e dos amigos sinceros,
até mesmo aqueles que se fingem amigos,
um poema tão singelo, como as palavras,
mas...estas escusam-se,
não sei bem se, por medo,
ou por falta de inspiração,
a verdade é que o poema esmorece
no tardio do tempo,
e resguarda-se no recanto da esperança,
ansioso de que as palavras se encham
de coragem e gritem ao mundo
que estão vivas e saudosas da poesia,
até lá, fica este esboço de poema,
que, humildemente aguarda
que passe o turbilhão do momento
José Carlos Moutinho
27/3/2020
quinta-feira, 26 de março de 2020
Mudanças
As ruas esvaziaram-se,
o asfalto tornou-se mais negro,
a calçada mostrou todo o seu brilho
pela ausência de pés que o encobrisse,
gente que agitava a cidade
estão confinados por precaução,
porque momento é terrível e raro,
o medo é muito,
a inquietude, pavorosa,
os corações fremem,
a angústia sobrevoa o ar que se respira,
a esperança é ainda, ténue
mas jamais morrerá,
porque não será um cobarde vírus
que abalará a força humana
com a nossa precaução,
estando comodamente em casa,
vamos vencer este miserável!
José Carlos Moutinho
26/3/2020
Bom dia, gente
Ainda que a inquietude
esteja presente nestes momentos,
temos de ser resilientes, com atitude
para tentar esquecer os tormentos,
e para quem tem arte e virtude
de criar poemas sem lamentos,
escrever sobre o que veio da longitude
é um modo de luta, com argumentos
José Carlos Moutinho
26/3/2020
quarta-feira, 25 de março de 2020
Atitude
...
Trilhamos caminhos do medo
nestes momentos de inquietude
não seremos jogados no lajedo
se isolamento for nossa atitude
José Carlos Moutinho
25/3/2020
Vulneráveis
O que somos nós,
pobres viventes,
se não simples passageiros
nesta terra de dores e encantos,
tão frágeis como suspiro
tão arrogantes como vendaval?
Ai, se conseguíssemos parar e pensar
um pouquinho só, em cada dia,
entregarmo-nos à nossa insignificância
e reflectir do que vale a pena
para que se viva, minimamente feliz...
não...preferimos
correr em desatino,
buscando o improvável,
num anseio desmedido,
por vaidade, poder
e protagonismo!
Somos, porém,
tão...tanto e tão nada,
poderosos e de fragilidade efémera,
génios do bem e do mal,
famosos e desconhecidos,
presunçosos e humildes,
quem somos afinal,
se não vulneráveis seres
que sucumbem perante
um invisível vírus?
José Carlos Moutinho
25/3/2020
Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor
terça-feira, 24 de março de 2020
Reflexão minha
Na calamidade...
cala-se a arrogância
despe-se a vaidade
anula-se a presunção
une-se a humildade
se na calamidade...
fosse obrigatório
a humanidade humanizar-se...
talvez a calamidade fosse útil,
assim, como nada se altera
na humanidade
que desapareça a calamidade
José Carlos Moutinho
24/3/2020
Saudades
Tenho saudades
dos parceiros tertulianos,
dos anónimos que passam nas ruas,
do bulício da cidade,
e especialmente
dos amigos que sei serem!
Tenho saudades
daqueles que me acham arrogante,
dos que me olham com despeito,
daqueles que me criticam pelas minhas costas
e especialmente
de todos os que gostam de mim!
Tenho saudades
da convivência com gente,
de aspirar a maresia, à beira mar,
do abraço apertado
e até daquele abraço flácido,
quase inerte!
Tenho saudades
das conversas amigáveis, sem vírus,
dos sorrisos sinceros,
das palavras de amizade
e do tempo mais salutar que o actual
José Carlos Moutinho
24/3/2020
segunda-feira, 23 de março de 2020
domingo, 22 de março de 2020
Tu aí
Tu que te vestes de indiferença
perante os teus semelhantes,
olha em tua volta,
desperta para a realidade
e pensa, com franqueza,
se a tua pose bacoca
tem algum valor
perante a calamidade
que nos atormenta...
Já pensaste?
Então desce desse teu pedestal oco,
e entende que ninguém
é mais que alguém
somos todos tão frágeis,
tão passageiros
como o próprio vento!
Nada trouxemos, nada levaremos,
ficarão para a eternidade
a dignidade e as obras,
essas terá sido a importância
da tua presença
neste mundo de desvarios
José Carlos Moutinho
22/3/2020
sábado, 21 de março de 2020
sexta-feira, 20 de março de 2020
Tempos de inquietação
Democraticamente a liberdade
foi, provisoriamente, cerceada,
e porque a cidade dorme
o medo passeia-se provocador
pelas ruas desertas
tentando insinuar-se perante os mais frágeis
que, resilientes enfrentam provações,
o silêncio produz um som estranho,
que penetra insistentemente, os pensamentos
transformando-os em onda simbiótica
de acalmia, inquietação
e muita esperança,
imbuídas numa profunda fé!
E a cidade, apesar de a alvorada
ter nascido há algum tempo,
mantém-se em sonolência,
só o medo continua a vaguear pelas ruas,
agora menos desertas,
saudosas do bulício!
Há no ar uma invisível nuvem
de solidariedade e humanização,
levando, certamente a muita reflexão,
que, infelizmente, acabará,
talvez, quando a cidade acordar
e a desumanização retornar!
José Carlos Moutinho
20/3/2020
Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor
quinta-feira, 19 de março de 2020
quarta-feira, 18 de março de 2020
Quem serei?
Quem serei eu
que me encontro
em pensamentos perdidos
pelos rumores dos tempos,
serei o divagar do meu subsconsciente
ou os pensamentos que estão em desvario?...
Não sei, francamente
penso-me nos caminhos pedegrosos,
das flores sem jardim
e dos campos vazios de ilusões,
que de mim se ausentaram
e ficaram pelo caminho
do tempo que me acompanha
José Carlos Moutinho
18/3/2020
Açambarcar
O momento é triste, de reflexão
é de consciência e total civismo,
juntos salvamo-nos e à nação
individualismo é puro egoísmo
Açambarcar é doença mental
é a arrogância da ignorância,
solidariedade significa a moral
de quem entende circunstância
José Carlos Moutinho
18/3/2020
terça-feira, 17 de março de 2020
O bicho que não brinca
E é assim que a arrogância
se curva aos pés da desgraça,
na loucura da beligerância
somos todos da mesma raça
Um invisível vírus miserável
deixa o mundo atormentado,
qualquer pessoa é vulnerável
ante a força desse desgraçado
Ficar em casa, ter muita cautela
é o remédio mais recomendado,
esta praga, não é nada singela
acaba com qualquer descuidado
Sabemos que a aflição vai passar
assim foi ao longo dos tempos,
mas enquanto for de acautelar
deixemos as críticas e lamentos
10 dias tem a minha quarentena
tento garantir-me, sou reformado,
tranquilamente com alma serena,
creio, em breve estará terminado
José Carlos Moutinho
17/3/2020
Voar
Quisera agarrar as asas do vento,
E voar....
Sem destino,
Atravessar nuvens,
Cruzar por astros e estrelas,
Chegar ao Além...mais além.
Quisera deixar de ser físico,
E transformar-me em espírito.
Deixar para trás desilusões,
Emoções vividas,
E voar... voar,
Livre.
Quisera esquecer
As nuvens negras da tristeza,
E voar, sem destino,
Em busca do nada
Talvez...
Felicidade.
José Carlos Moutinho
In "Cais da Alma"
segunda-feira, 16 de março de 2020
sexta-feira, 13 de março de 2020
Os do contra
Ser do contra é apanágio
do português, do maldizer,
deseja passar o contágio
de certa doença com prazer
O governo é incompetente,
e o SNS 24 não funciona,
são uma praga descontente
que a frustração sanciona
Para alguns nada está bem,
mesmo que falhas poucas,
nada reconhecem também
a tudo fazem orelhas moucas
Haja decoro, veja-se o valor
da acção dos responsáveis
que trabalham com tal fulgor
são, francamente louváveis2
José Carlos Moutinho
13/3/2020
quinta-feira, 12 de março de 2020
Estou em casa
E voluntariamente fiquei em casa
não saio à rua, mas vejo o sol,
e vejo uma gaivota a bater asa
e no jardim, um lindo caracol
Não quero esse maldito corona
nem a cerveja do mesmo nome,
sei que já não posso ir a Roma
mas livro-me deste síndrome
Só nos faltava este maldito bicho
já nos bastava o salário de fome,
até dispensávamos este reboliço
temos o Fisco que nunca dorme
José Carlos Moutinho
12/3/2020
quarta-feira, 11 de março de 2020
Voltar a ser menino
Queria voltar a ser menino,
só para tornar a ser mimado
nos braços da minha mãe,
para podermos recompensarmo-nos
dos abraços que não demos,
e dizer-lhe o que, talvez,
nunca tenha dito:
*Amo-te, mãe*
--o meu tempo era fugidio,
e a minha mãe seria eterna--,
mas... o meu tempo cansou-se
e a minha mãe partiu!
Ficou a saudade daqueles braços,
dos seus olhares ternurentos
e dos beijos carinhosos
porém, clara e matizada em mim
ficou a imagem da minha mãe!
Nada é, pois, eterno,
nem a minha mãe
nem o meu tempo que fugia de mim
e se escusava ao afecto
que poderia ser dado no outro dia…
outro dia… que nunca mais chegou,
o abraço e o beijo
que não foram dados,
estão guardados na minha memória,
para um dia, quiçá,
poderem vir a ser dados...
José Carlos Moutinho
3/3/2020
terça-feira, 10 de março de 2020
Palavras vazias
Se eu soubesse escrever,
criaria com as palavras um mundo
onde só coubesse a sinceridade,
inventaria um império de emoções
onde os sentimentos
não fossem utopia,
talvez até, com as palavras,
pudesse imaginar um mar
feito de ondas de verdade
e de marés de dignidade,
mas como não sei escrever,
nem as palavras me obedecem,
tenho de viver neste mundo
de palavras vazias
José Carlos Moutinho
10/3/2020
domingo, 8 de março de 2020
Ser Mulher
Ser mulher
é sofrer silenciosamente,
amar apesar de ser maltratada,
calar a revolta da dor sofrida,
lutar como leoa, perante a adversidade
para sustentar os seus filhos!
Ser mulher
é suportar a dor ao parir
o fruto, desejado e amado, do amor
ou gemer a dor do parto
do fruto amado, não pensado,
do amor violentado!
Ser mulher
é amar incondicionalmente os filhos,
que, por vezes, correspondem com
ódio e pagam o amor de mãe
com a sua morte,
é esconder perante a sociedade
a delinquência das suas crias,
engolindo a dor atroz
que lhe corrói o peito!
Ser mulher
É tanto, mas tanto que é tão difícil
definir neste simples poema,
mas…ser mulher
é paixão, amor, encanto, elegância,
beleza, não só física,
mas também mental, apesar de, quantas vezes,
demonstrar tamanha perversidade,
numa ambiguidade estranha!
Porém, ser mulher
é mar onde navegam paixões
ar que respira e faz suspirar
fogo que faz explodir desejos
terra onde finca os pés da resiliência
é ser dominadora com seu carácter altivo
ou simplesmente,
exibindo a sua feminilidade e charme!
Ser mulher
É ser filha, mãe, esposa e avó
é a força que procria
e dá continuidade à existência humana,
companheira insubstituível do homem
quando a idade vai esmorecendo
pela voracidade do tempo!
Ser mulher é ser tudo
de bom e de mau,
de belo e menos belo
de encantos e desencantos
de amores e desamores,
porque ser mulher é exactamente
SER MULHER,
Sem a qual,
não haveria a espécie humana.
José Carlos Moutinho
Calemas e-nook
Quem estiver interessado em ler o meu livro de poemas CALEMAS, com nova capa e em formato e-book, editado no Brasil, aqui fica o link
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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