sexta-feira, 6 de outubro de 2023

# Foi “ontem”


 Sim…foi “ontem” que despertei
de um longo sono, arrastado pelo tempo
…Até “ontem”
quando, inesperadamente,
abri os olhos,
agarrei a caneta,
deixei a minha alma voar livre,
como andorinha na Primavera
e, como milagre,
essa Primavera surgiu em mim,
através das palavras que fui pintando
com as mais belas cores,
simples, mas intensas de sentimento!
 
Alguém disse que eram poemas,
a mim soavam-me a gritos de liberdade,
uma liberdade que eu sentia ter estado ancorada
no meu peito, durante tantos anos,
e, “ontem”…
sim, “ontem” soltou-se
e navegou pelas folhas de papel
como se aquelas, fossem ondas do mar imenso
que havia em mim, desde a juventude;
Eu…que procurei equilibrar-me da emersão
após o naufrágio de tanto tempo,
remei como podia,
com versos rimados 
e tímidas metáforas,
e, os tais poemas ou gritos de liberdade,
fizeram-se canoas,
deixaram-se levar pelas utopias da vida,
construíram realidades!
 
Encontrei o meu Porto de Abrigo,
no “Cais da Alma”
meu primeiro livro, nascido em 2011.
 

José Carlos Moutinho



quarta-feira, 4 de outubro de 2023

#Ha um tempo (Áudio)


 

#Há um tempo

Há um tempo do nosso tempo
em que nos sentimos especiais
daqueles que nem o desalento
consegue fazer esquecer jamais

Deixemos vadiar o pensamento

com recordações voadas ao leu
pois a liberdade do sentimento
é o vibrar do coração meu e teu

E na singeleza do verso rimado
deixo aqui minha sensibilidade
neste poema agora imaginado
com um abraço à comunidade

E quem dele, acaso não gostar
lamento, foi o que agora saiu
prometo fazer outro devagar
se minha imaginação não ruiu

José Carlos Moutinho
4/10/2023



terça-feira, 3 de outubro de 2023

#POEMA QUE NUNCA FOI MEU

#Serão sonhos ou utopias

 

Há noites em que me agasalho de sonhos
imaginando-me nuvem colorida de utopia
porque se vestem de fantasia são risonhos
atrevem-se delicadamente escrever poesia,

Sei bem que são sonhos, talvez improváveis
mas como são livres, não dependem de mim
admito até pensar que possam ser realizáveis
todos sabemos que imaginação não tem fim

Será que a mente comanda o subconsciente
talvez seja o contrário que se passa no vadiar
dos tais pensamentos que viajam pela mente
inventando sorrisos, por acaso, para agradar
 
José Carlos Moutinho
3/10/2023

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

#Rimas sem nexo

 As águas agitavam-se atrevidas
agitadas ondas de inquietação
após algumas marés investidas
acalmou toda aquela emoção

E aquele mar bravio serenou
sob meu olhar de admirador
a louca ondulação não voltou
quedei-me como espectador

Então, ali mesmo, em acalmia
deixei meu pensamento voar
atrevido, elaborei uma poesia,
imaginando-me ser eu o mar

Se agora a ler-me, estiverem
dirão da vossa justiça ou não
se estas palavras têm razão
ou será melhor esquecerem
 
José Carlos Moutinho
2/10/2023

domingo, 1 de outubro de 2023

#Uma opinião!

 

Acabei de ler um texto de desabafo de um amigo, que corajosamente lançou o seu livro, onde depositou muitas das suas ilusões e anseios.
Dizia ele, que, de tantas pessoas que lhe desejam sucesso, a maioria jamais lhe comprou o livro (como eu o entendo).
Outros, não estiveram no lançamento, por razões que só eles saberão, mas que, certamente, não seriam impeditivas de estarem com o amigo, num dia, para ele, muito especial.

Então, o amigo a que me refiro, poeta de sonhos, que depositou naquele livro a concretização dos seus desejos, ficou, aliás, ESTÁ, frustrado por não sentir da parte de quem ele pensava poder contar, ignorar por completo o seu pedido para que adquiram o livrinho das suas esperanças.

Tudo mudou desde há uns bons 5 anos. Antes, quando os autores eram poucos e as editoras menos ainda, as “coisas” corriam bem, para quem tinha coragem de publicar um livro. Além de não ser barata a sua edição, havia sempre o receio de navegar nesse mar desconhecido da literatura. Mas, em boa verdade, navegava-se tranquilamente e com sucesso.

Desde aquela data…acontece um fenómeno estranho e descontrolado:
Toda a gente escreve, muitos são poetas, tantos mais são escritores. A acompanhar este ritmo de crescimento, talvez, nem sempre de qualidade, surgiram editoras, como trovões em dias de temporal.
Instalou-se o caos. Creio que já ninguém conseguirá obter os resultados dos seus sonhos (falo por mim, com 15 livros publicados) por isso o desânimo daquele amigo que acima menciono e com o qual eu partilho a sua desilusão.

Há duas maneiras de contornar este problema:
Uma, ser resiliente e continuar neste viajar por céus de dificuldade, tentando a proeza de cada vez voar mais alto…
Outra, desistir deste caos em que a literatura se entregou. (Não aconselho)
 
Temos de ter o discernimento de que somos um país pequeno, que não lê, e que, economicamente, não é abonado.
 
Creio que, terá de haver alguma revolução, que controle toda esta loucura de publicação de livros. NÃO HÁ GENTE PARA OS COMPRAR, especialmente de poesia, embora sejamos um povo de poetas. Pura utopia!
 
Desculpem esta minha opinião, mas tocou-me profundamente, a frustração do poeta, que me levou a este texto.
Também eu, admito humildemente, sinto-me bastante frustrado!
 
José Carlos Moutinho 
1/10/2023

#Nostalgia ou talvez simples pensar

 Gosto de olhar para trás, não de minha pessoa física, mas sim, do tempo que foi meu. Jamais me perdi na tristeza do correr cronológico, porque ele é concernente ao nosso viver. Se tudo passa nesta vida, não haveria razão para que as nossas vivências se mantivessem incólumes ao tempo e à realidade da actualidade. 

Confesso, porém, que em mim, sempre há o oscilar de alguma onda suave de nostalgia, neste mar que me toma de saudades. Mas, apesar, de alguma melancolia, desses momentos que me levam a recuar na memória, sinto o prazer e a felicidade de os ter vivido. 

Só assim, poderá ter razão de existir esse sentimento nobre, livre e isento de culpas que é a saudade. 

Então, nestes instantes de silêncio de minha alma, escuto o sussurro do meu coração e o bater das teclas, no teclado das minhas ilusões, e… desperto para o presente real e cru.
E escrevo tudo o que à minha consciência se apresenta.

Certamente, muitos destes textos, não farão o menor sentido para quem os lê, mas, para mim, são marcos da história da minha passagem por este mundo, e por isso mesmo, são extremamente importantes para mim, pois fazem parte, exclusivamente, da minha existência. 

José Carlos Moutinho
 
1/10/2023

#Vivemos o caos?

 
Já chegou o Outono, segundo o calendário das estações e do tempo, e nada aconteceu que desse a perceber essa estação. O calor é intenso, próprio do mais efervescente verão.
Não caem folhas, não esvoaçam matizações fantásticas. Tudo está mudado...até a humanidade se transformou e, infelizmente, não foi para melhor.

O Verão fingiu que partiu, o Outono troca-nos as voltas, escondendo-se no estio, em alguns locais, em outros, fez-se de tempestades e caos, destruindo e matando gente.

O que está a acontecer neste nosso pobre planeta em que tudo é destruído implacavelmente?

A resposta está, obviamente, nos cérebros perversos da governação de tantos países e, claramente, esses tais países, não são os mais pobres, porque de tão pobres, só têm tempo para tentar alimentar (insuficientemente) o seu povo e não para poluírem esta nossa bela TERRA!
1 de Outubro de 2023

jcm

#Insubmissão das palavras

Quantas vezes...
tento eu, agarrar as palavras,
colá-las às minhas emoções
desejando plasmá-las nas memórias do futuro

mas as palavras, rebeldes,
insurgem-se, gritam-me que só posso usá-las
para as fixar no papel das minhas ilusões,
porque o futuro não me pertence!

Agora sou eu, que inquieto me revolto
com o dizer das palavras,
que eu sempre acararinhei,
e num esgar de desalento,
recusei-me, simplesmente a escrever
ausentando-me destas estrofes
que eu imaginara criar
com a simpatia das palavras,
 
pobre de mim,
que ousei pensamento ambicioso,
porém, impossível,
que se tornou tão triste…
e doloroso na mais profunda essência
dos meus sentimentos,
 
quedei-me no silêncio da minha singeleza
e prometi-me, não voltar a usar as palavras,
com pensar poético,
porque esse direito, certamente,
é pertença dos poetas
 
José Carlos Moutinho
1/10/2023

sábado, 30 de setembro de 2023

#Sonho ou realidade

 
Quisera eu poder abraçar o sonho
aquele que voa suave nas asas do tempo,

e se eu conseguisse segurá-lo
para, despertado, eu pensar que era realidade,
e fazer dessa utopia o sonho que eu julgava verdade!

Sinto-me desanimado,
por não dominar este meu sonhar,
que eu considerara ter a sinceridade do sonho da realidade,
porém, lamentavelmente, a realidade só existira, afinal,
somente no próprio sonho...

e este, poucas vezes se veste de verdade,
porque, inexoravelmente,
leva-nos quase sempre ao esquecimento
do tal sonho que se havia sonhado,
ou que se pensava ter realmente sonhado.

José Carlos Moutinho
29/9/2023

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

#Glórias

 

A vida oferece-nos surpresas
por vezes concede-nos glórias
mas também certas tristezas
quando se acabam as vitórias

Há que ter pensamento forte,
não imaginar o sucesso eterno
para que não se perca o norte
julgando-nos caídos no inferno

Tanto por aí, eu tenho visto
agora nada mais me espanta
neste meu pensar eu resisto
para não ter que rezar à santa

Assim se vai fazendo caminho
a pé, de bicicleta ou trotineta
ou escutar o silêncio sozinho
pensando-se iluminado poeta

José Carlos Moutinho
28/9/2023



quinta-feira, 28 de setembro de 2023

#Coisas de outros tempos

Vou caminhando por Ipanema
escutando os murmúrios do mar
a beleza em meu redor é poema
que francamente nem sei contar

Está calor no tempo e na gente

que passa, devagar ou a correr
é uma imagem assaz pungente
que algum dia, a irei descrever

José Carlos Moutinho
28/9/2023

#CONSCIÊNCIA LÚCIDA

terça-feira, 26 de setembro de 2023

#Pensamento...

 Ficaram lá longe
aqueles instantes de felicidade
vividos nos dias de ontem...
hoje, renascem esperançosos
os anseios para os dias de amanhã

José Carlos Moutinho
26/9/2023

#Emoções e pensamentos

Do berço das emoções
libertam-se os pensamentos
que sorriem ao mundo, alguns,
outros, que se levam por aí, em desatino,
 
são instantes, tantas vezes
simples hiatos de segundos,
que influem, inexoráveis, nos comportamentos,
 
quando, por acaso, se metamorfoseiam
em atitudes de alguma irracionalidade,
criam situações que podem levar
aos mais inesperados actos!
 
Porém, quando esses mesmos instantes
têm a fragrância do amor,
tudo é diferente, apaixonante
e revelador de que o ser humano
até tem, realmente, o sentir
que da humanidade, dita normal,
é pertença!
 
Sentimentos são pérolas
que das ostras das almas
se mostram ao mundo,
com o brilho da simplicidade
e com a cor vibrante da vida
 
A vida sem emoções
seria, certamente, amorfa,
sem qualquer átomo de felicidade,
talvez fosse como viver na escuridão,
onde o Sol se ausentasse
a cada dia do nosso respirar.
 
José Carlos Moutinho
 
26/9/2023




domingo, 24 de setembro de 2023

#Porque hoje é domingo


 Sinto na brisa que passa
rumores de alheamento
ainda que muito se faça,
é ausente o sentimento

De repente tudo mudou
era azul, agora é branco,
acho que o vento levou
emoções em desencanto

Vou observando o ocaso
nestes tempos de agora
creio que se vive a prazo
perdeu-se a luz d'outrora
 
Confesso que já não sei
viver este viver esquisito
querer entender, cansei
até há o dito por não dito
 
Deixo o meu pensamento
e saudade de outro sentir
vivo o descontentamento
esperando melhor porvir
 
José Carlos Moutinho
24/9/2023

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

#Verão que parte

 Este verão que foi
e não foi e já vai
nos dias que virão,
deixa algumas saudades
e também frustrações…

Estio que enganou a tantos
e a mim também,
por me deixar levar no meu pensar
que a praia ainda me esperaria
neste setembro que se envergonhou
e se vestiu de agasalho nocturno!
Fica-me a esperança
de que no Outono que chega,
num futuro tão próximo
que se chama amanhã,
traga os dias que o verão escondeu
no tempo dos enganos,
e nos possa, ainda, aquecer
os poros dos nossos anseios!
 
Se não…
que solução terei eu?
Nenhuma…a não ser aguardar
o próximo verão,
esperando, obviamente,
que ele ainda me encontre por cá
 
José Carlos Moutinho
22/9/2023




quinta-feira, 21 de setembro de 2023

#TUA MÃO SERVA

# Tudo na vida é efémero

Que não haja ilusão na vida
se se pensa atingir o cume
a glória é efémera colorida
célere, esfuma como lume

Quando subires a montanha
olha em teu redor o horizonte
talvez até sintas uma façanha
pensar que venceste o monte,

Porém, a verdade é outra, crê
sorrisos inicialmente oferecidos
ausentam-se, sabe-se lá porquê
serão, quiçá, sentires perdidos

Conheci casos de sonhadores
que, como vulcões, emergiram
mas a lava ofuscou aduladores
os tais que antes te aplaudiram
 
Portanto, resiliente, continua
porque o amanhã é já agora
segue em frente, a luta é tua
vive teu anseio em cada hora
 
José Carlos Moutinho
14/7/2023

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

#Aquela máquina

 

Assim como no despertar de um sonho
sinto um desejo veemente de escrever!
 
Sento-me na frente do computador,
aquela máquina que todos conhecem
que me acompanha na horas de solidão
e nos momentos de alegria
para onde eu murmuro palavras,
umas vezes em desatino,
outras, em efusivo sentir da minha emoção…
 
E aquela máquina que todos conhecem,
silenciosamente escuta minhas palavras,
que do meu silêncio, brotam impetuosas…
O bater dos meus dedos no teclado
ressoam-me como inspiração,
quebrando aquele silêncio
existente entre mim e a máquina,
o tal computador que todos conhecem…
 
E…
Como se fosse um milagre,
as palavras que antes nem sequer existiam
no meu pensamento,
vão florescendo como botões de rosa
colorindo o jardim da minha vontade!
 
Sorrio para o texto que o computador,
(a tal máquina que todos conhecem)
me mostra humildemente,
através do monitor,
tela da minha imaginação
e agradeço-lhe a colaboração,
pois tanto foi o carinho com que absorveu
as palavras que lhe fui ditando…
e num lampejo de gratidão,
passei os meus dedos,
carinhosamente,
por aquela tela onde se espelhava
o que a minha alma tinha criado!
 
Emocionei-me pelo resultado obtido
nesta parceria,
entre mim a tela e o computador. 
 
José Carlos Moutinho    
22/5/16

terça-feira, 22 de agosto de 2023

#O beijo que me deste

 

No beijo que me deste
Senti que o mundo era meu,
Mas depois tu disseste
Que meu mundo não era o teu
 
Tuas palavras tão frias
Gelaram meu coração,
Não ouvi mais o que dizias
a dor deixou-me sem chão
 
Nem sempre é o que parece
E o teu beijo foi casual,
Por isso me entristece
Porque o meu foi bem real
 
José Carlos Moutinho 
31/3/17

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

#Gosto

 

Gosto
...
Gosto do olhar no olhar
e do brilho da sinceridade,
gosto das palavras com conteúdo
e do riso em momentos de divertida harmonia,
gosto da verdade sem rodeios, com frontalidade,
aceito a crítica assertiva sem alarde de superioridade,
detesto a soberba e presunção daqueles que se julgam donos do conhecimento,
abomino a falta de humildade no discurso patético da suposta sabedoria,
gosto da modéstia, do sorriso, da palavra conselheira e da palavra que ensina,
gosto do abraço apertado
e da amizade verdadeira, tolerante,
da amizade sem cobrança, que entende os meus erros e mantém-se amizade!

José Carlos Moutinho 
19/8/17…intemporal

terça-feira, 15 de agosto de 2023

#Sentir as palavras

Visto de emoções e rendilhados de prazer
as palavras com que escrevo meus sentimentos
depois, dou-lhes asas para voarem até quem as queira ler
com as críticas que advenham guardo certos ensinamentos

José Carlos Moutinho
15/8/2023

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

#Estão a matar o mundo

Neste tempo de canícula,
quando os sonhos se desfazem
em simples cinza,
quando os corpos cansados sucumbem,
e os ânimos se alteram…
quantos animais são queimados,
e tantos lares reduzidos a pó negro,
quando o demónio transformado em fogo
tudo devasta…

Há toda uma loucura nestes tempos
em que vivemos,
onde, como se de surreal poesia se tratasse,
existe uma paradoxal simbiose
onde em certas latitudes o calor mata,
e em outras, o vento e a chuva faz o mesmo!

De que nos queixamos nós, pobres humanos,
quando a sociedade em que vivemos
é feita de poderes, autoritarismo e arrogância,
que destroem o ar que respiramos, em prol
da chamada economia...

Que mundo é este em que tantos sofrem
por vontade de poucos?

Qual o futuro dos nossos netos,
qual o futuro da humanidade?

É preocupante e verdadeiramente assustador
o que, aos nossos olhos e ao nosso conhecimento,
diariamente nos chega, através dos meios de comunicação!

E são os governantes dos países que mais condições têm,
que desrespeitam o meio ambiente, que é de todos nós.

São os países mais pobres que pagam a factura da estupidez
desses tais das ditas potências…da ignorância e desumanidade!

O nosso mundo está a morrer!

José Carlos Moutinho
11/8/2023

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

#A vida melhora

 

Ai, se as noites fossem vadias
e as alvoradas acolhimento
talvez as tardes fossem sadias
e os dias sem tanto sofrimento

Neste simples poetar temporal
faço das palavras imaginações
brincadeira que não é por mal
pois são meras composições

De poesia pouco ou nada vale,
para ser sincero nem interessa
e espero que ninguém se rale
mas aceito uma boa conversa

E por aqui me fico, obrigado

até uma outra qualquer hora
e que ninguém fique zangado
porque a sorrir a vida melhora
 
José Carlos Moutinho
7/8/2023

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

#Ai, o amor

 

Numa tristeza profunda,
da sua varanda, ela observava,
naquele fim de tarde,
a chuva miudinha que caía
sendo fustigada por ventos vadios,
enquanto os seus pensamentos inquietos
perdiam-se num turbilhão de emoções!
 
Havia em si, um perturbante conflito
que a levava em voos ziguezagueantes
em busca de paraísos improváveis
ou brisas acalentadoras!
 
Por muito que se deixasse levar
no seu agitado voo, por galáxias diversas,
não conseguia alcançar a serenidade
que o seu sentir tanto ansiava!
 
Doía-lhe o coração,
numa dor silenciosa,
porém, tão violenta, que a estremecia
pelo frio, certamente, vindo de sua alma!
 
Aquele seu amor, razão do seu viver,
que tantas vezes lhe fora garantido
ser recíproco…acabara afinal,
naquele fim de tarde chuvosa!
 
Entretanto, a tarde chamou a noite,
que se foi vestindo de estrelas e de luar,
a chuva parara. O vento amainara,
e aquela jovem, momentaneamente infeliz,
exausta por tanto pranto,
acabou por se entregar nos braços de Morfeu,
rendendo-se à dor de um amor perdido,
ou, quiçá, tenha encontrado outro amor
no seu viajar pelo sonho.
 
José Carlos Moutinho
4/8/2023
 

 

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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