quinta-feira, 29 de agosto de 2024

#Somos tanto e tão pouco

 

Sempre ouvi dizer, palavras simples
mas com assertiva verdade
que muitas vezes passam despercebidas
aos menos atentos com as coisas da vida
Pois…diz-se que a longeva idade
é celeiro de sabedoria ou de conhecimentos
adquiridos pelos caminhos trilhados
e por obstáculos encontrados
nem sempre transpostos…

E eu, na minha insignificância humana,
permito-me concordar com tais ditados populares

Aceito-os, em parte…
porque os insignes ditados
são a simplicidade do saber do povo!

Então, assim como quem nada quer,
cerro os olhos, quedo-me no silêncio da minha mente
e levo-me em pensamentos sobre esta questão…

Humildemente, tenho de concordar:
o tempo de existência que se vai prolongando
pelo tempo do nosso viver
é uma fonte, de onde constante e ininterruptamente,
brota experiência, prática e saber compreender melhor!

Porém, com tanto conhecimento e capacidade
que sabemos nós, perante a universalidade
do relacionamento, do entendimento e dos sentimentos?

Perante esta pergunta a mim mesmo,
resumo com poucas palavras,
que não serão populares,
porque são só minhas, nascidas neste momento
pelo meu discernir:
Somos, afinal, tanto e tão pouco neste Universo desconhecido!

José Carlos Moutinho
8/8/2024
PORTUGAL

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

#Gosto, simplesmente

Gosto de apreciar as folhas do tempo
quando, no entardecer do outono
elas se vestem de tons matizados
e na suavidade da brisa
deixam-se levar, airosas, esvoaçantes
como borboletas de esperança

Gosto de observar o carrossel da vida
no seu girar, por vezes, estonteante
em rodopio de emoções

Tantos são os momentos
que me permito acolher em mim
pela generosidade do tempo
que me faz sorrir, respirar
e...simplesmente viver

Gosto da vida, que me foi oferecida
perfumada de felicidade
colorida pelos mais dignos sentimentos
os quais me fazem acreditar
num advir ainda mais belo
do que aquele tempo maravilhoso
que eu já vivi
 
José Carlos Moutinho
28/8/2024




segunda-feira, 26 de agosto de 2024

#Poema que nunca foi meu

É na solidão que eu me encontro
e me invento através do silêncio,
pelas palavras que descubro dentro do meu sentir
e lhes falo docemente, pintando-as no papel branco,
imaginando-as a mais bela tela da minha emoção.

Transformo o alvo papel em paleta de múltiplas cores,
vou retirando uma a uma delicadamente
e crio o poema, palavra após palavra,
que se aconchegam no meu anseio de poeta…

E as palavras tomam a forma do meu querer,
rimam nos versos que vão surgindo
como que por arte mágica,
e fazem-se metáforas de sentimentos,
agrupam-se em estrofes de sensações,
bailam livres aos olhos de quem as lê
e fazem delas o poema dançado pela melodia
que lhes penetra fundo na alma
e pensam seu,
o poema que eu acabei de criar
e que já não é meu.

Observo a satisfação de quem o leu
e sorrio, feliz e realizado
por transmitir um sentimento em mim latente,
para o leitor o absorver com a ânsia do seu coração.

José Carlos Moutinho
In “Sonho ou Ilusão”



sexta-feira, 23 de agosto de 2024

#Reflexo do tempo

 

Talvez gostasse de te dizer
tudo o que jamais te disse
o tempo fez-me esquecer
e a memória não me iludisse

Mas hoje já pouco importa
pois a tempestade já passou
aquela vivência é coisa morta
vida é passagem, tudo mudou

Foi bom, enquanto aconteceu
juventude era fogo sem se ver
agora, é miragem que morreu
nas brumas do meu entardecer

José Carlos Moutinho
23/8/2024

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

# Quadras gêmeas

Fosse eu filósofo ou poeta,
diria que é eterna a vida
como não sou, nem asceta
vivo a saber que há partida,

Enquanto esta caminhada

me leva por aí, com rumo
é no despertar da alvorada
que a cada dia me aprumo

José Carlos Moutinho
21/8/2024

# Minha terra era pequena (Sobralinho)

A minha terra era ainda tão pequena
Quando certo dia de Junho eu nasci
Era uma manhã ensolarada e amena,
Nessa alvorada a luz do mundo eu vi

Na escassez nasci num belo palácio

Talvez por desígnio do destino,
Naquele dia foi traçado o prefácio
Da história da vida desse menino…

Com o passar do tempo a aldeia cresceu
Tal como eu que um certo dia a abandonei
cumprindo a ordem que o destino me deu

Quando voltei era vila, a minha aldeia
D’África o sol que lá longe deixei
Na saudade, minha alma é agora cheia

José Carlos Moutinho
Portugal

terça-feira, 20 de agosto de 2024

#Caminhos árduos

 

Eram árduos os caminhos
que teimosamente, aqueles pés pisavam,
por entre pedras e espinhos
percorrendo dificuldades e sucessos de lés a lés

Porém, sua resiliência incentivava-os à caminhada
esperando que as pedras florissem
em acalmia pela longa estrada
e com amor a cobrissem
 
E a estrada floriu e o poema nasceu,
animou-se a ilusão voltaram os sonhos
as pedras sorriram felizes
e o horizonte matizado despontou
entre o verde do mar e o azul do céu

José Carlos Moutinho
31/3/18 
 Portugal

domingo, 18 de agosto de 2024

#Medos e segredos

 Poema acabadinho de ser escrito e que foi musicado pela IA...


Medos e segredos

É nas sombras que a noite faz
que escondo meus medos
agora só ao luar sou capaz
desvendar meus segredos

Nos momentos de nostalgia
são somente as estrelas
que afastam a melancolia
pelo brilho que recebo delas

E é no esplendor da alvorada
que o meu coração se liberta
porque a noite já foi calada
e minha alma mais desperta

José Carlos Moutinho
18/8/2024
Portugal



quinta-feira, 15 de agosto de 2024

#Outra realidade

 

Serenamente…
Recordo o início da minha viagem
pelos caudais inconscientes dos rios da escrita
onde naveguei em canoa simbiótica de anseio e timidez
 
Um navegar inquieto sobre ondas da incerteza
quando a espuma da esperança
cintilava numa alvura de sonho
 
Agora, passado aquele outro tempo
permito-me ultrapassar os obstáculos
escondidos nas brumas
voar num voo solto por entre clareiras
e chegar a este meu porto, certamente, mais seguro
 
Confesso, humildemente,
com total satisfação de que entre o navegar e o voar
existe todo um mundo de alegria,
alegria essa, que eu jamais pensei obter
das palavras com as quais eu construo histórias
e fantasias plasmadas em poesia
 
Existe, obviamente, uma universal distância
entre o conhecimento de um menino de 15 anos
e a de um adulto de provecta idade
 
Os sonhos de então, inexoravelmente,
foram-se diluindo com a passagem das primaveras
 
A realidade é, absolutamente, outra, mais consciente,
menos sonhadora…
embora o sonho, esse misterioso sentir pelo advir
jamais se dissipe por inteiro
 
Assim, rios navegados, céus voados oniricamente
cheguei às margens da minha realidade
e em terra firme da apoteose
realizei tudo o que jamais havia sonhado
sequer imaginado
 
José Carlos Moutinho
10/8/2024 
Portugal

terça-feira, 13 de agosto de 2024

#Não gosto do que vejo e ouço

Serei eu serena brisa
que desliza sobre as ondas do sonho
ou serei simplesmente o suspiro do sol
em tardes cinzentas e obscuras?

Serei eu vento intempestivo

que não aceita a hipocrisia disfarçada
ou simplesmente serei tempestade
ansioso para acabar com a mentira?

Dirão, quem estas palavras lerem,
que, afinal, não passo de um sonhador
perdido na realidade da vida,
ingénuo e crente da sinceridade
e adepto fervoroso da humildade!

Não sou, obviamente,
nenhuma dessas metáforas,
talvez seja, somente,
um ser que vai desacreditando
na humanidade…
desejoso que nem ventos nem tempestades
abalassem a dignidade e a verdade!

Este nosso mundo está enlouquecido,
vai-se transformando em covil de mentiras
com absoluta ausência da generosidade,
desvalorizou-se o respeito, por outrem,
substituído pela maldade gratuita!

Perdeu-se a honra,
bondade, gentileza e bom senso,
foram trocados, com descarada facilidade
pela ofensa e violência…

Não gosto do que vejo e ouço,
é intolerável o que vai acontecendo,
mata-se com toda a displicência
como se uma vida
valesse menos que um fósforo ardido.

José Carlos Moutinho
12/8/2024




segunda-feira, 12 de agosto de 2024

#Horizonte incógnito

No horizonte incógnito
onde o sol se esconde
a liberdade dança com o vento
as estrelas sussurram segredos
pintando o céu com sonhos…

O futuro é um enigma

uma tela em branco esperando cores

A vida e uma sinfonia
notas dispersas no ar
harmonia buscada nas entrelinhas
vamos caminhando na corda bamba
entre o passado e o porvir
explorando o desconhecido com coragem

E no silêncio das escolhas
a liberdade revela-se
como um pássaro alçando voo

E no tempo de esperas e anseios
cada dia é luz que nos ilumina
força da resiliência
serenidade perante obstáculos.

José Carlos Moutinho
Portugal
5/8/2024

domingo, 11 de agosto de 2024

#Guerra

 Este poema está inserido num dos meus primeiros livros publicados...

CALMAS MARGENS

Guerra

Sibilam as balas, como cometas,
que penetram em corpos exaltados,
de ânimos perturbados,
por razões de que nem eles sabem!

Correm assustados, para se abrigarem
onde não existe abrigo,
mas sim desolação nas paredes caídas,
pelos morteiros de canhão!
O sangue escorre por rios de dor,
corpos esventrados,
pela estupidez dos que se acobardam nos gabinetes
e fazem dos inocentes,
os alvos do seu poder e maldade!

Maldita guerra que aniquila as boas vontades
e transforma a paz em tortuosa raiva fratricida!

Crianças que choram os pais,
estendidos pelo chão da morte que não desejam!

A pequenez das mentes dos autores
deste teatro diabólico, sedentos de poder
riem-se no desejo da cena de vitória,
ignorando o povo que morre inutilmente!

Que mundo este, de tamanha crueldade,
de interesses mórbidos,
onde a vida humana não tem valor,
porque os interesses da vaidade
são superiores à própria vida.

José Carlos Moutinho.
Portugal

sábado, 10 de agosto de 2024

#Passaredo

 

 
Chegou silente a madrugada
E eu ainda não dormia
Inquieto, não sabia o que sentia
No meu peito a voz embargava
 
Levantei-me cautelosamente
Sem saber a razão de tal gesto
Não ouvia nada, efectivamente
Longe, o mar marulhava protesto
 
As árvores tais estátuas não mexiam
Em absoluta e incrível imobilidade
Só as ondas do mar é que rugiam
Querendo mostrar sua bestialidade
 
Apesar deste panorama natural
Deixei-me pensar na força do mar
Se tudo fosse nos humanos normal
Seria maravilhoso somente amar
 
Saí da janela, deitei-me no sofá
Solidário, com meu desassossego
Fechei os olhos e viajei até…sei lá
Acordei com chilrear do passaredo
 
José Carlos Moutinho 
Portugal



quinta-feira, 8 de agosto de 2024

#Brincar aos poetas

 

𝔹𝕣𝕚𝕟𝕔𝕒𝕣 𝕒𝕠𝕤 𝕡𝕠𝕖𝕥𝕒𝕤

𝔼𝕤𝕥𝕖 𝕤𝕚𝕝ê𝕟𝕔𝕚𝕠 𝕢𝕦𝕖 𝕞𝕖 𝕚𝕟𝕔𝕚𝕥𝕒
𝕒 𝕚𝕟𝕧𝕖𝕟𝕥𝕒𝕣 𝕡𝕣𝕠𝕤𝕒 𝕠𝕦 𝕡𝕠𝕖𝕤𝕚𝕒,
𝕔𝕠𝕞𝕠 𝕤𝕖 𝕗𝕠𝕤𝕤𝕖 𝕔𝕠𝕚𝕤𝕒 𝕔𝕒𝕥𝕚𝕥𝕒,
𝕤𝕖𝕚, 𝕖𝕤𝕥𝕖 𝕢𝕦𝕖𝕣𝕖𝕣 𝕢𝕦𝕖 𝕕𝕖𝕤𝕒𝕗𝕚𝕒

𝔼 𝕤ó 𝕡𝕠𝕣𝕢𝕦𝕖 𝕒𝕤 𝕡𝕒𝕝𝕒𝕧𝕣𝕒𝕤 𝕤ã𝕠
𝕦𝕞 𝕛𝕠𝕘𝕠 𝕕𝕖 𝕝𝕖𝕥𝕣𝕒𝕤 𝕖 𝕡𝕠𝕟𝕥𝕠𝕤
𝕗𝕚𝕫 𝕖𝕤𝕥𝕒𝕤 𝕢𝕦𝕒𝕕𝕣𝕒𝕤 𝕕𝕖 𝕖𝕞𝕠çã𝕠
𝕔𝕠𝕞 𝕠 𝕛𝕖𝕚𝕥𝕠 𝕕𝕖 𝕡𝕠𝕖𝕥𝕒𝕤 𝕥𝕠𝕟𝕥𝕠𝕤

𝕁𝕠𝕤é ℂ𝕒𝕣𝕝𝕠𝕤 𝕄𝕠𝕦𝕥𝕚𝕟𝕙𝕠
𝟠/𝟠/𝟚𝟘𝟚𝟜
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

#DESPIDO DOS SONHOS

#Viver é uma arte

 

Viver é uma arte
 
Saber viver é uma arte
imprevisivelmente ocorrem situações
com que somos confrontados
 
E é nestes casos que temos de ser inteligentes
podemos parecer até, cobardes
mas isso fica no conceito dos valentões
porque termos o discernimento
para recuarmos em certos momentos
demonstramos neste gesto, simples,
imensa racionalidade
 
Quantas vezes, por insignificantes motivos
pessoas que se atacam brutalmente
como se a razão estivesse plasmada na violência
quando a serenidade é o caminho da paz?
 
Por isso, digo, na acalmia do meu pensar
que, viver é uma arte, é sabedoria,
é recuo e avanço nas atitudes do quotidiano
é calar perante a ofensa,
para se vencer com o silêncio das palavras
 
Confesso que,
no percurso desta existência que me abraça
já fui mais de reacção do que de passividade,
porém, o tempo…
ah…o tempo, este companheiro de todos os instantes
tem sido o mestre que me vai ensinando
indicando-me acções e os passos a seguir
 
Viver é uma arte,
é um privilégio
é felicidade
é também sofrer
mas pode ser paixão
e muito amor!
 
José Carlos Moutinho 
7/8/2024

terça-feira, 6 de agosto de 2024

#ESTOU OU NÃO DE FÉRIAS?

 

Estou ou não de férias?
 
Há algum tempo que estou de férias
e agora que agosto chegou continuo de férias
porque de férias está o meu silêncio
que na quietude do meu sentir
se acomodou na serenidade das minhas emoções
 
Mas… estou de férias… porém, só fisicamente
porque os meus pensamentos não as têm
habituaram-se desde sempre a recusar o descanso
 
Embora eu os aconselhe a sossegarem,
Irritam-se perante a hipocrisia do meu pedir,
porque eu sei (sabem eles)
que pensamentos jamais descansam
no remoinho do tempo
 
Portanto só estou de férias a 50% da ociosidade…
 
E pergunto-me, assim, com ares inocentes
se escrever e pensar fazem parte das férias
ou, pelo contrário, estão ausentes delas?
 
Então, nesta minha divagação pelo recesso
em que, sinceramente, até me confundo
entre o pensar sereno e o fazer ressudado…
 
já não sei se realmente estou de férias
ou se continuo a laborar em ideias
e estas não fazem parte daquele lazer
 
Assim…
em que ficamos, ou melhor, em que fico eu,
que tem esta dúvida:
estou ou não de férias?
 
José Carlos Moutinho 
6/8/2024

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

#Filosofar ou não

 
Nos suspiros do tempo
quando os sorrisos da vida
iluminam os caminhos da felicidade…
 
Há encontros e desencontros
amores e desamores
paixões e frustrações…
 
…porque a felicidade é uma composição
de momentos substantivados e adjectivados
…a vida é a conjugação
de alegrias, tristezas, mágoas e desilusões
 
Assim, quando os sorrisos se proporcionam
há que, jamais, deixá-los esmorecer
porque é no sorrir e no abraço
que existe a fonte cristalina
do encanto e do prazer da vida
 
Obviamente, que, como tudo,
viver é uma batalha constante,
vencê-la é um árduo combate,
que, infelizmente, nem sempre se sai vencedor
porque há quem tenha o infortúnio
da mágoa, da dor e do sofrimento!
 
Confortam-nos, todavia, as glórias que vamos obtendo,
ao deixarmos marca nesta nossa passagem por aqui,
e a alegria e a mais profunda felicidade
de que, seres vindos de nós, sejam a nossa continuidade
 
José Carlos Moutinho 
 1/8/2024

 


 

 

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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