sábado, 11 de janeiro de 2020
Teimas, pensamento
Porque teimas tu ó pensamento
em viajar pelo longe
que de mim se faz dor,
e recordar-me a linha do horizonte
dos meus encantamentos,
se eu, aqui, nesta nostalgia sentida,
que a cada dia me visita
não consigo mitigar?
Será que o fazes para me castigar
ou porque também tu, ó pensamento,
sentes o mesmo que eu,
e para não sofreres sozinho,
levas-me na tua canoa de saudades?
Se assim é, pensamento,
demo-nos as mãos,
vamos por aí, seguindo o teu desejo
revisitar lugares antes percorridos
e perfumados por acácias e mangas,
maresia e terra molhada,
sentir o calor da vida,
e deliciarmos os olhares nas belas cores
que nos são oferecidas
pela beleza da flora daquele paraíso!
Mas, se me visitas, ó pensamento,
para me torturar,
peço-te, de coração, que não o faças,
deixa que o tempo se perca no esquecimento,
pois a distância entre o longe e o aqui,
é um imenso mar que nos separa,
um tempo que se alterou,
e um sentir que se amotinou!
Traz-me outras memórias, ó pensamento,
ou então, simplesmente,
senta-te ao meu lado, quieto e silencioso,
e, assim, os dois juntos, contemplemos o presente,
pensemos no advir
sem esquecermos o passado.
José Carlos Moutinho
6/1/2020
Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor
sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
Deixem-me pensar
Deixem-me fingir e sentir que sou poeta,
mesmo que não gostem da minha quimera,
embora possam pensar que é uma treta
eu escrevo, no verão, inverno ou primavera,
e para me deixar pensar nesta fantasia
vou inventando estrofes pintadas de amor,
se não for grande obra, será talvez poesia
navegada em anseios de grande fulgor,
portanto, deixem-me, amigos ou não
vestir-me de criador do poema vadio,
creiam que o faço com toda a emoção,
talvez alegre algum sentimento vazio
José Carlos Moutinho
10/1/2020
Ela é assim
Tens o sol no sorriso
e a tristeza no olhar,
será que é um aviso
para ninguém se aproximar?
Com tristeza no sorriso
e o sol no teu olhar,
talvez não fosse preciso
muito, para alguém te cantar!
José Carlos Moutinho
10/1/2020
Como se fosse um poema
Não me procures
nem sequer perguntes por mim,
não me encontrarás
tampouco alguém saberá responder-te,
sou espuma de um tempo passado
em onda serena de maré ensolarada,
já fui caudal turbulento de rio
sou a acalmia no cume da montanha,
deixei marcas pelo caminho
na minha viagem pelas emoções
sou remanso dos meus sentimentos
fui inquietude em agitado trigal
sou reflexão na planície do discernimento!
Um dia serei lembrança,
talvez saudade,
hoje pouco ou nada sou,
passo despercebido
por entre jardins descoloridos,
onde tento, pacientemente,
e com simpatia
plantar as mais belas flores.
José Carlos Moutinho
9/1/2020
Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor
quinta-feira, 9 de janeiro de 2020
Gira o mundo
No desatinado correr do tempo
Gira o mundo num louco frenesim,
Nem adianta sequer qualquer lamento
Se o tempo implacável quiser assim
Talvez, se tentarmos contrariá-lo,
Consigamos vencer cada jornada,
Podemos, todavia, tentar calá-lo
Dizendo-lhe que o tempo é uma charada
Interessa sorrir a cada dia
Deixar para trás mágoas e problemas
E pensar que a vida é só poesia…
Viver cada momento sem dilemas,
Com alegria no abraço de harmonia
Evitando habilidades e esquemas.
José Carlos Moutinho
8/1/2020
Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor
Confesso-vos
Confesso-vos...
que me faz feliz quando dizem que gostam do que eu escrevo. Assim, simplesmente, sem falso sentimentalismo,
Sem esse gostar, certamente, há muito tempo, teria deixado de escrever ou, pelo menos publicar ou editar livros.
Embora tenha começado muito cedo a escrever, só muito tarde, muito mesmo, reiniciei esta caminhada...e em boa hora o fiz, pois tem sido uma viagem de imenso prazer e porque não dizer: sucesso!
Obrigado a todos, especialmente aos que me lêem e gostam e também aos outros que não gostam, talvez porque não me lêem!
José Carlos Moutinho
9/1/2020
quarta-feira, 8 de janeiro de 2020
De mãos dadas
Pelos dedos do medo,
chega-se ao horizonte da coragem,
e nesta, atinge-se o patamar da heroicidade!
Herói, não é mais do que aquele,
que, sobrevive nas condições mais difíceis,
conseguindo proezas que,
na normalidade jamais atingiria!
Assim, tal como o amor e ódio,
o medo e a coragem,
andam sempre de mãos dadas,
como velhos e eternos amigos!
E, se pensarmos serenamente
naqueles que, no dia a dia,
enfrentam a fome e o frio,
que são eles, afinal, se não heróis?
A vida tem a proeza
de, frequentemente, nos colocar à prova,
quer queiramos quer não,
vence quem na verdade é um combatente,
logo é um verdadeiro herói.
José Carlos Moutinho
8/1/2020
Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor
terça-feira, 7 de janeiro de 2020
Ai, se eu soubesse
Ai, se eu soubesse
que gostavas de luar
oferecia-te a lua,
e se gostasses de maresia
punha o mar aos teus pés,
mas se eu soubesse
que gostarias dos entardeceres
tirá-los-ia do tempo,
para, só tu, os usufruíres,
e se o perfume das flores te encantasse
transformaria todos os jardins
num só, para ti...
Ai, se eu soubesse
que o teu olhar gostava de absorver
todas a belezas do mundo,
eu inventaria algum processo
para que fossem só tuas,
e, se eu soubesse que teu desejo
era ser rainha,
então, talvez, eu me fizesse teu servo,
para te seguir até ao infinito…
…
Ai, soubesse eu que teus desejos eram utopia
tão improváveis, que parecem uma miragem,
talvez, jamais, tivesse eu escrito esta poesia
que aqui, fantasiei como uma exótica miragem
José Carlos Moutinho
7/1/2020
Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor
segunda-feira, 6 de janeiro de 2020
Palavras frágeis
Há palavras escritas,
por vezes, ornamentadas de metáforas,
tão frágeis como folhas matizadas de outono,
e voam por aí, em desatino,
sem que olhares sensíveis as admirem,
ou que macias mãos as segurem,
e essas palavras, entristecidas,
levam-se em desânimo pelos ventos
da inquietude!
Há momentos em que pensam
ancorar-se a algum porto
sem tempo de retorno,
talvez, por se sentirem cansadas
de tanto navegar,
e desejarem encontrar a acalmia
que as silencie por tempo indeterminado
ou, quiçá, definitivamente,
embora, certamente,
falte, às palavras, a coragem
para se ausentarem,
por, talvez, sentirem a fraqueza da desistência
ou a dor da frustração.
José Carlos Moutinho
2/1/2020
domingo, 5 de janeiro de 2020
Vem de longe
Sou exaltado voar dos meus anseios,
pouso aqui, ali, em qualquer lugar,
por vezes, perco-me em devaneios,
mas sempre com espírito de lá chegar
Sobrevoo vales, mares e montanhas
numa constante vontade de vencer,
sem nunca usar esquemas ou manhas,
há em mim, um permanente alvorecer
Vem de longe este meu desejo alado,
que, em sonhos não sonhados, eu tive,
algumas vezes, porém, fui derrotado,
a derrota tem a força que em mim vive
José Carlos Moutinho
11/12/19
sábado, 4 de janeiro de 2020
A FORÇA DE AMAR
O meu mais recente romance, onde paixões exacerbadas, por vezes levam a finais improváveis.
PEÇA-ME QUE O ENVIAREI PELO CORREIO
Desatino o meu
Procuro palavras que me falem,
escrevo-as, escrevo-as
e as palavras mantém-se silenciosas,
num silêncio exasperante
como se me ignorassem,
ou pior, me sorrissem, displicentes,
talvez me achando louco
por eu desejar que as palavras falem,
sei lá, talvez tenham razão,
e eu seja realmente louco
por insistir com as palavras para falarem,
ou por teimar em usá-las,
tentando criar
o que as palavras não me permitem!
Ai, as palavras...
Não! Ai...que desatino o meu!
José Carlos Moutinho
4/1/2020
sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
Abraça-me
Encosta-te a mim
e, simplesmente, abraça-me…
...podes contar-me teus segredos
libertar todos os teus medos,
falares-me dos teus desejos
e, se quiseres, oferecer-me teus beijos...
...mas se preferires silenciar
o que o teu coração desejava falar,
eu, a ti abraçado, aceitarei tua decisão
basta-me sentir-te nesta doce emoção...
...só te peço, tão somente,
que não soltes o teu quente abraço,
sinto que o teu coração não mente
e o meu, com o teu, bate em compasso...
...então, assim abraçados,
deixaremos que o tempo nos sorria,
e, se algum dia estivermos cansados,
pediremos à paixão a nossa alforria
José Carlos Moutinho
2/1/20
quarta-feira, 1 de janeiro de 2020
Poeta exaltado
Ah...poeta inquieto
que colocas nas tuas estrofes
o teu sentir desassossegado…
deixa que que a brisa passe
e o sonho se esvaneça,
porque a realidade não é utopia
e amanhã é outro dia,
sossega-te poeta dos silêncios magoados,
mas jamais cales as tuas dores
ainda que ninguém te escute
sentir-te-ás, certamente, aliviado,
Ah...poeta das ilusões,
fechas os olhos ao mundo
e pensas que todos são como tu…
como te enganas, meu sonhador,
a vida é um sonho
em constante inquietude,
tal como tu,
e só tu poderás ter a força para mudar
porque o mundo jamais o fará,
e essa tua ansiedade permanecerá em ti,
se não soltares definitivamente as tuas aflições,
ainda que o faças, somente,
para o papel onde pintas o poema,
se o fizeres, poeta exaltado,
verás que terás a fortuna
de navegar em marés de acalmia
sob o sol da esperança.
José Carlos Moutinho
1/1/2020
segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
Juro
Juro-vos que gostaria
de fazer um poema magistral,
daqueles que, ao ser lido,
exclamassem "uau",
não um "uau" de displicência
mas sim de admiração...
…Não sei porque se riram
se eu, inocentemente,
vos abri o coração…
deviam pensar carinhosamente,
e não se acharem superiores…
vá lá, reconsiderem,
não me pensem vaidoso ou presumido,
deixem de lado esse vosso escarnio,
tentem entender esta minha ambição,
mas... francamente, pensando bem,
não devo estar a passar bem,
pois já não tenho idade
para sonhar deste modo,
é verdade...não tenho,
mas como sonhar é gratuito
e escrever o tal poema
é obra dificilmente exequível,
deixo o meu desejo,
que não aquece nem arrefece,
mas permite-me libertar este anseio
que se instalou na minha mente
e me leva a estes pensamentos
que não chegam a lado algum.
José Carlos Moutinho
30/12/19
domingo, 29 de dezembro de 2019
Felicidade
...
Perdi-me entre sonhos
num voo de ilusórias utopias,
encontrei um oásis de esperança
na alvorada de felicidade do Novo Ano
José Carlos Moutinho
29/12/19
Se dizes
Se dizes não gostar do que escrevo,
lamento,
mas nada posso fazer,
todavia, informo-te que não escrevo para ti,
em particular,
mas sim, para quem gosta de me ler,
e mesmo, na eventualidade,
de ninguém gostar de me ler,
ficas a saber, também,
que escrevo para libertar de mim
o fogo das palavras
que na minha mente
se faz vulcão de anseios!
As palavras com que visto
as minhas estrofes,
sejam em prosa ou poesia,
são caudais do rio imenso
que desliza no meu sentir,
e sobre esse rio, lamento por ti,
não tenho qualquer poder
porque a sua impetuosidade
ultrapassa-me na minha humilde vontade,
deixando-me, simplesmente,
fascinado a contemplá-lo
deixando que os textos
que vou escrevendo
sejam levados nas suas águas.
José Carlos Moutinho
29/12/19
sábado, 28 de dezembro de 2019
A FORÇA DE AMAR
Este livro, simples, como o autor, apesar da sua 3ª edição, continua a aguardar que o peçam. Trata-se de um romance de histórias simples da vida, onde o amor é o protagonista principal.
Enviem mensagens para o messenger
ou meu email: zemoutinho@gmail.com
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Coisas do silêncio
Silencio-me neste silêncio que me abraça
e escuto o silêncio que me rodeia, silenciosamente,
num silêncio que confunde
o próprio silêncio das palavras caladas
que acabei de colar no monitor silencioso
do meu computador...
fixo-me naquelas palavras mudas
e, silencioso, observo-as,
deliciando-me com o seu silêncio,
tão profundo,
como o silencio
do meu pensamento.
José Carlos Moutinho
28/12/19
Adeus pobre 2019 Vem, corajoso, 2020
Tiveste o teu tempo
e a possibilidade de obteres a glória,
mas permitiste que te amordaçassem
e te cortassem as asas,
por isso voaste tão baixinho...
deixaste afogar, com plásticos, os teus mares,
não conseguiste evitar a destruição do ar
que tanta falta nos faz,
foste impotente na resistência ao derrube de árvores,
que tantos energúmenos governantes abateram,
agora que estás de partida,
faz alguma coisa de importante,
implora ao teu irmão, que está prestes a nascer,
que tenha mais coragem e carisma
para enfrentar a calamidade
que nos ameaça a todos,
que tenha força hercúlea para nos salvar
antes que não consigamos mais respirar
nem suportar o inferno escaldante que nos ameaça!
Adeus 2019,
podias ter sido melhor, mas foste fraco!
Esperamos-te 2020 com a força dos heróis,
e elimina as raízes daninhas
que envenenam
os jardins das nossas vidas.
José Carlos Moutinho
28/12/19
QUE SEJA UM BOM ANO
Olhando para o tempo ido, dou-me por satisfeito pelos resultados obtidos, tanto no campo pessoal como no da escrita. Obviamente, que, literáriamente, eu desejaria mais e mais, mas...era somente desejo, e estes, nem sempre correspondem ao nosso pensamento.
Obrigado 2019, expectante, espero-te 2020, que tragas muita paz a este mundo perturbado.
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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