segunda-feira, 4 de dezembro de 2023
sábado, 2 de dezembro de 2023
#Desejo improvável
quando me aconchego no silêncio
e pensando-me poema, levo-me em divagações
por prados verdes de esperança
nem sempre, porém, são verdes
esses campos que, pelo meu olhar, desfilam
no meu viajar em pensamento
tenho encontrado pedras cinzentas
talvez pintadas pela desilusão
de algum passeante
que nelas depositou sua tristeza
também, neste meu caminhar etéreo,
descubro belas flores, que, todavia,
se escondem envergonhadas
por este mundo em que vivem,
onde a guerra e o caos se instalaram
insisto neste meu caminhar mental
e, mais à frente…
oh, Deus, que estranho:
lado a lado muitas árvores,
umas, de folhas mortas pela falta de oxigénio
e outras plenas de vida e de cor, felizes,
num contraste, quiçá, demonstrativo
de que este nosso universo ainda tem salvação
fiquei confuso perante esta diversidade
pouco empática e, até, chocante…
resiliente, ainda segui por mais uns longos
espaços de tempo,
permitidos pelo silêncio,
que, silenciosamente partilhava comigo
e…então, aconteceu o milagre,
tudo o que para trás ficara
não passara de triste imagem,
pois ao atravessar a ponte da verdade,
que me suportava a frustração, antes sentida,
deparei com um outro prado, outro verde,
outras e ainda mais belas flores coloridas
pelas fantásticas cores
de um mundo, jamais imaginado!
Seria sonho, anseio, miragem,
loucura de um desejo improvável
ou a recordação de um outro tempo,
em que tive a felicidade de ter vivido?
José Carlos Moutinho
26/11/2023
terça-feira, 28 de novembro de 2023
segunda-feira, 27 de novembro de 2023
domingo, 26 de novembro de 2023
#Pequenos triunfos
A
vida é feita de pequenos nadas que contribuem para o sucesso pessoal.
Assim,
pela satisfação da partilha, com emotivo orgulho, mais do que por vaidade, eis
os meus triunfos poéticos, desde que comecei a concorrer em poesia e Contos a
esta ACADEMIA FÍSICA, não virtual, com sede em Ponte Nova, Minas Gerais, Brasil
de nome ALEPON (Academia de Letras, Ciências e Artes de Ponte Nova)
…se
calhar até haverá um pouquinho de vaidade…perdoem-me a imodéstia, já que esta
não prejudica ninguém!!
quinta-feira, 23 de novembro de 2023
#Coisa nenhuma
Não sei o que escrever,
embora, sentado em frente do computador
me prepare para algo criar,
é sempre assim, que tudo acontece,
depois…
depois as palavras fazem-se parceiras
da minha tentativa em inventar…
Como por milagre,
ou alguma iluminação celestial,
a mente entra em efervescência,
ordena aos dedos que se agitem
e batam serenamente nas teclas
no negro teclado, ligado ao velho computador
Por vezes, o que surge é coisa nenhuma,
deixando-me a pensar do seu valor
que, certamente, irá encontrar o desagrado
de quem tenha a coragem de ler
Todavia, obstinado pela exaltação
do meu pensamento
insisto em acariciar as palavras pintadas
nas teclas e o milagre faz-se,
uma após outra, nascem tímidas as estrofes
que vão construindo este texto
Será poesia, será nada,
porém, sonhador, deixo-me levar pela ilusão
de que construí obra,
porque obra é, e será sempre,
aquilo que nasceu seja boa ou má
Como creio…oh, santa ingenuidade
de que esta coisa, agora plantada neste papel,
não será, efectivamente, obra prima
mas é, sem a menor dúvida,
fruto da minha sensibilidade
ouso, atrevidamente, com um grande abraço
mostrá-la a quem a quiser ler
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 22 de novembro de 2023
#O vento também sopra
O vento também sopra
Podes jogar pedras de ofensa
que, com elas, construirei a ponte
sobre a qual transporei o rio das tuas frustrações
Podes gritar impropérios de indignação
pois desses teus gritos farei uma canção
com versos de amor
Sabes que o vento também sopra
e eu, para o evitar, desvio-me
no abrigo da minha serenidade
Devias preferir a acalmia da brisa
que, em tardes sonolentas
agita-nos o pensamento levando-nos
a discernir sobre o bem e o mal
Tenta, pois, acalmar essa tua verborreia
e, simplesmente, contempla o mar
em dias de bonança,
encontrarás, indubitavelmente,
a quietude das areias, que carinhosamente,
são beijadas pela espuma das ondas
Se nenhum destes conselhos te servir,
peço-te, com a simpatia da displicência,
que me ignores, esquecendo que existo,
eu já te perdoei pelas pedradas da tua ignorância
que me atiraste, das quais depois da ponte
afoguei-as no esquecimento da minha tolerância
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 20 de novembro de 2023
#Pelo Natal...
são baratos e têm muito valor
Estes livros abaixo, não são de autores famosos,
Peçam, para o meu email (zemoutinho@hotmail.com)
ou por aqui para mensagens
# Sei lá eu?!
em dias de acalmia sonolenta,
será por tristeza ou receoso sentimento,
talvez seja porque já ninguém aguenta
este dorido soluçar de tanto lamento
que vai acontecendo em causa barulhenta
pelos gritos das armas, triste acontecimento
nas estupidas guerras que a tantos afugenta
e que a outros mata sem arrependimento
oh, triste mundo de humanidade violenta!
Que a paz não seja uma miragem
neste triste tempo em que vivemos
chega de fazer das guerras, imagem
de sofrer, esta é única vida que temos
José Carlos Moutinho
20/11/2023
#Ser ou não ser
Ser ou não ser
Ser chamado de poeta e não serque valor isso terá para o mundo
talvez nenhum, a arte de escrever
é um sentimento assaz profundo
não é o título que poderá parecer
ser poeta não se faz num segundo
e só será classificado após morrer
José Carlos Moutinho
20/11/2023
domingo, 19 de novembro de 2023
#Felizes são os poetas
Metáfora será, talvez, o sorriso da realidade
espelhado nos versos da verdade
que, em rimas floridas,
brotam dos jardins das estrofes
O poema é um viajar pelas emoções,
umas vezes exaltadas,
outras, inquietas
por suspiros transformados em palavras
Há, quase sempre, no escrever,
uma ânsia exacerbada
na criação da prosa ou poema,
para que obtenha a elevação
da obra tecida, com emoção
na esperança da glória,
com que a essência do seu criador,
sentirá realização
Todos os elementos da natureza
convergem para o encantamento
do viver a vida, com alegria,
porém, nem sempre é verosímil,
porque a tristeza,
tantas vezes,
cerca a felicidade
A vida é uma longa e complexa peça teatral
cujos interpretes somos nós,
meros passageiros do comboio
que, autónomo, nos leva,
pelos campos do tempo
Viver, pois, é felicidade
escrever poesia é emoção da vida
pela simplicidade das palavras
Felizes são os poetas
que têm o dom de construir essa felicidade
sobre as pedras do infortúnio
ou do desamor
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 16 de novembro de 2023
#Este mundo nosso
Estava eu aqui sentado a pensar
a razão das guerras no mundo
após discernir e tanto analisar
concluí, célere, num segundo
Arrogância, prepotência, quiçá
serão, pois os factores principais
juntando insensibilidade que há
à estupidez ausente em animais
Ganância megalómana existente
mentes de humanos improváveis
o sentimento de amor é absente
desejos de grandeza deploráveis
Assim está este nosso Universo
cada vez mais em decadência
ambiente em discernir perverso
a vida humana em dependência
Aqui estou, perdido, sem soluções
a ver este nosso planeta e o povo
morrendo às mãos dos aldrabões
talvez um milagre traga algo novo
E a política que tudo movimenta
está perdida em absoluto desatino
até quando humanidade aguenta
esta imbecilidade de tanto cretino
José Carlos Moutinho
16/11/2023
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
#Outono, o poema
Dizem que Outono é nostalgia
folhas matizadas, romantismo
que mudança de cor é a alegria
creio que, todavia, será exotismo
Confesso fascínio pelo Outono
quando em dias de sol luzente
entrego-me em total abandono
à emoção que meu coração sente
Fecho os olhos imagino uma tela
de cores belas e multifacetadas
brisa fria, fragrância de canela
bucólicas árvores, lindas ramadas
Foi depois do Verão que chegou
Outono que a tantos desagrada
mas em mim, simplesmente ficou
quadro de prazer, minha alvorada
José Carlos Moutinho
terça-feira, 14 de novembro de 2023
#Perguntas-me
𝗣𝗲𝗿𝗴𝘂𝗻𝘁𝗮𝘀-𝗺𝗲 𝗽𝗼𝗿𝗾𝘂𝗲 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗲𝘃o 𝗲𝘂
𝗲 𝗲𝘂 𝘀𝗲𝗺 𝘀𝗮𝗯𝗲𝗿 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘁𝗲 𝗿𝗲𝘀𝗽𝗼𝗻𝗱𝗲𝗿
𝘁𝗮𝗹𝘃𝗲𝘇 𝗮 𝗹𝗼𝘂𝗰𝘂𝗿𝗮 𝗾𝘂𝗲 𝗺𝗲 𝗮𝗰𝗼𝗺𝗲𝘁𝗲𝘂
𝗽𝗼𝗶𝘀, 𝗳𝗿𝗮𝗻𝗰𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗻ã𝗼 𝘁𝗲 𝘀𝗲𝗶 𝗱𝗶𝘇𝗲𝗿
𝗙𝗼𝗶 𝗮𝘀𝘀𝗶𝗺, 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗾𝘂𝗲𝗿
𝘁𝗮𝗹𝘃𝗲𝘇 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗾𝘂𝗶𝘀𝗲𝘀𝘀𝗲, 𝗻𝗮 𝘃𝗲𝗿𝗱𝗮𝗱𝗲
𝗾𝘂𝗲 𝗲𝘂 𝗰𝗼𝗺𝗲𝗰𝗲𝗶 𝘂𝗺 𝗱𝗶𝗮 𝗮 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿
𝗲𝗿𝗮 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗼 𝗷𝗼𝘃𝗲𝗺 𝗱𝗲 𝗽𝗼𝘂𝗰𝗮 𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲
𝗦𝗲𝗿𝗶𝗮𝗺 𝗽𝗼𝗲𝗺𝗮𝘀 𝗼𝘂 𝗰𝗼𝗶𝘀𝗮 𝗻𝗲𝗻𝗵𝘂𝗺𝗮
𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗶𝗮 𝗮𝗽𝗮𝗿𝗲𝗰𝗲𝗻𝗱𝗼 𝗻𝗼 𝗮𝗹𝘃𝗼 𝗽𝗮𝗽𝗲𝗹
𝗽𝗼𝗲𝘀𝗶𝗮, 𝗽𝗿𝗼𝘀𝗮 𝗼𝘂 𝗮𝗹𝗴𝘂𝗺𝗮 𝗲𝘀𝗽𝘂𝗺𝗮
𝗾𝘂𝗲 𝗮 𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗺𝗲 𝘁𝗿𝗮𝘇𝗶𝗮 𝗲𝗺 𝘁𝗿𝗼𝗽𝗲𝗹
𝗡ã𝗼 𝘀𝗲𝗶, 𝗼 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼 𝗳𝗲𝘇-𝗺𝗲 𝗮𝗰𝗿𝗲𝗱𝗶𝘁𝗮𝗿
𝗷𝗮𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗲𝘀𝗾𝘂𝗲𝗰𝗲𝗿𝗲𝗶 𝗮𝗾𝘂𝗲𝗹𝗲 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼
𝗲𝗺 𝗾𝘂𝗲 𝗺𝗲𝘂 𝗰𝗼𝗿𝗮çã𝗼 𝗻𝗼 𝘀𝗲𝘂 𝗮𝗿𝗳𝗮𝗿
𝘀𝘂𝘀𝗽𝗶𝗿𝗮𝘃𝗮 𝗽𝗼𝗲𝘀𝗶𝗮 𝗮 𝘁𝗼𝗱𝗼 𝗺𝗼𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼
𝗘𝘀𝗽𝗲𝗿𝗼 𝗮𝘀𝘀𝗶𝗺, 𝘁𝗲𝗿-𝘁𝗲 𝗿𝗲𝘀𝗽𝗼𝗻𝗱𝗶𝗱𝗼
𝗰𝗼𝗺 𝗮𝗺𝗶𝘇𝗮𝗱𝗲 𝗲 𝘂𝗺 𝗴𝗿𝗮𝗻𝗱𝗲 𝗮𝗯𝗿𝗮ç𝗼
𝗾𝘂𝗲 𝗲𝘀𝘁𝗲𝘀 𝘃𝗲𝗿𝘀𝗼𝘀 𝘁𝗲𝗻𝗵𝗮𝗺 𝘀𝗲𝗿𝘃𝗶𝗱𝗼
𝗰𝗿ê, 𝗻𝘂𝗻𝗰𝗮 𝗼 𝗺𝗲𝘂 𝘀𝗲𝗻𝘁𝗶𝗿 𝘀𝗲𝗿á 𝗹𝗮𝘀𝘀𝗼
𝗝𝗼𝘀é 𝗖𝗮𝗿𝗹𝗼𝘀 𝗠𝗼𝘂𝘁𝗶𝗻𝗵𝗼
segunda-feira, 13 de novembro de 2023
#𝙉𝙖𝙙𝙖 𝙨𝙪𝙧𝙜𝙞𝙖
𝙌𝙪𝙚𝙧𝙞𝙖 𝙚𝙨𝙘𝙧𝙚𝙫𝙚𝙧 𝙪𝙢 𝙥𝙤𝙚𝙢𝙖,
𝙚𝙨𝙘𝙧𝙚𝙫𝙞, 𝙚𝙨𝙘𝙧𝙚𝙫𝙞 𝙚 𝙣𝙖𝙙𝙖 𝙖𝙥𝙖𝙧𝙚𝙘𝙞𝙖
𝙖𝙨 𝙡𝙚𝙩𝙧𝙖𝙨 𝙣ã𝙤 𝙚𝙭𝙞𝙗𝙞𝙖𝙢 𝙣𝙚𝙣𝙝𝙪𝙢 𝙩𝙚𝙢𝙖,
𝙚 𝙚𝙪 𝙖 𝙥𝙚𝙣𝙨𝙖𝙧 𝙛𝙖𝙯𝙚𝙧 𝙪𝙢𝙖 𝙥𝙤𝙚𝙨𝙞𝙖...
𝙀𝙣𝙩ã𝙤, c𝙖𝙡𝙢𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚, 𝙖𝙨𝙨𝙞𝙢 𝙥𝙚𝙣𝙨𝙚𝙞
𝙨𝙚 𝙖𝙨 𝙡𝙚𝙩𝙧𝙖𝙨 𝙨𝙚 𝙦𝙪𝙚𝙧𝙚𝙢 𝙚𝙢𝙗𝙖𝙧𝙖𝙡𝙝𝙖𝙧
é 𝙥𝙤𝙧𝙦𝙪𝙚, 𝙘𝙚𝙧𝙩𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚, 𝙚𝙪 𝙣ã𝙤 𝙨𝙚𝙞
𝙪𝙢 𝙫𝙚𝙧𝙨𝙤 𝙤𝙪 𝙪𝙢 𝙥𝙤𝙚𝙢𝙖 𝙞𝙣𝙫𝙚𝙣𝙩𝙖𝙧
𝘼𝙘𝙧𝙚 𝙙𝙞𝙩𝙚𝙢, 𝙩𝙚𝙣𝙩𝙚𝙞 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙪𝙢𝙖 𝙫𝙚𝙯
𝙨𝙞𝙣𝙘𝙚𝙧𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙣𝙖𝙙𝙖 𝙙𝙚 𝙟𝙚𝙞𝙩𝙤 𝙨𝙪𝙧𝙜𝙞𝙪
𝙖𝙞𝙣𝙙𝙖 𝙞𝙣𝙨𝙞𝙨𝙩𝙞 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙙𝙪𝙖𝙨 𝙤𝙪 𝙩𝙧ê𝙨
𝙤 𝙧𝙚𝙨𝙪𝙡𝙩𝙖𝙙𝙤 é 𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙖𝙦𝙪𝙞 𝙨𝙚 𝙫𝙞𝙪
𝙅𝙤𝙨é 𝘾𝙖𝙧𝙡𝙤𝙨 𝙈𝙤𝙪𝙩𝙞𝙣𝙝𝙤
domingo, 12 de novembro de 2023
#Livros com saudade
Eu, que tenho aquela "terra" no coração, escrevi vivências de todos nós, por aqueles encantados lugares, de uma maneira singela e de modo ficcionado, se bem que esta ficção, tantas vezes roça a realidade. Eu, que muito viajei por aquele país e conheço tanto de tantos lugares, coloquei no papel, que abraçam os meus livros, são a felicidade da minha alma. As minhas saudades jamais esmoreceram. Não pretendo com os meus livros, sobre Angola, mencionar tristezas, mas sim alegrias e muitos dos instantes de felicidade vividos por todos nós. Assim, os meus romances, são alegria no recordar o passado.
Leiam-me. Peçam-me. Enviá-los-ei
2 romances e 1 de poesia.
#Quadras com humor
BOM DIA, gente deste mundo
Quadras com humor ou
não,
só porque é domingo…
nem sei se alguma vez ele me pertenceu
sei, porém, que viver somente aconteceu
já que ao meu pai e minha mãe apeteceu
E por aqui andamos nós, todos viventes
neste viajar pelas ruas da vida e atalhos
uns tristes, outros, quiçá, mais contentes
desejando uma vida feliz e não de retalhos
José Carlos Moutinho
12/11/2023
sábado, 11 de novembro de 2023
#Romances com Angola no coração
Dois romances que contam histórias de quem em Angola viveu.
Ficção vestida de muita realidade...
Peçam-me se vos interessar...#Sessenta seis anos passaram
Parti da minha terra, tão menino
imaginem há sessenta e seis anos
naquele 11 de novembro sibilino
ignorando se iria sofrer de danos
Minha aldeia ocultou-se de mim
mal entrei naquele enorme navio
saí, pois, do meu pequeno jardim
para enfrentar talvez, mar bravio
Somente 13 anos tinha de idade
viajaria só num Quanza já antigo
minha mãe, chorava de verdade
naquele cais tão frio feito testigo
Ficava lá tão longe o meu destino
a África, para mim, desconhecida
em Angola onde eu tomei quinino
encontrei terra linda e muito querida
Foi fantástica a minha viagem,
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
#Continuou o seu caminhar
Caminha descalço de mágoas
pelos atalhos floridos dos seus anseios,
com os pés castigados, que, pelo tempo
se vão fortalecendo para novas caminhadas…
Olha em frente de olhos fixos no amanhã,
evita as ventanias que lhe sopram enviesadas
abrigando-se por detrás das árvores da bonomia
e quando os ventos se fizerem bonança
volta a caminhar mais afoito…
O sol que da alvorada se desprendeu
mostra-lhe campos verdejantes de esperança,
onde os seus cintilantes raios
se plantam no chão onde ele passará…
Há em cada melodia das aves
que em sua volta chilreiam,
um renovar de ânimo
que o leva a sonhar miragens
de mares e luares e de sorrisos e abraços…
De um imaginário mundo, vibrante de felicidade
onde todos os seres se congratulam com a vida!
Oh…Deus que sonhar tão maravilhoso…
de uma fracção do seu tempo
em que ele se fechou em si
e viu tudo… do que não existe.
Continuou desalentado, o seu caminhar…
José Carlos Moutinho
domingo, 29 de outubro de 2023
#Dois romances e umde poesia
Vivências de Angola nestes dois romances ficcionados
e poemas alusivos aquela maravilhosa terra, neste livro de poesia
# Existe um coração
onde o meu sangue se regenera
que, sereno, bate no meu peito
num incansável tic-tac
de felicidade,
tal como o tic-tac
do relógio da minha sala
que canta sonhos
num tic-tac
de melodiosas odes ao silêncio!
Nas minhas veias
correm metáforas de pétalas
em caudaloso perfume de rosas,
que, suavemente, deslizam
pelo leito da minha criatividade!
As minhas mãos
são a força de mim
serão sempre elas que constroem o meu mundo
em castelos de emoções,
as minhas mãos…
ah…as minhas queridas mãos,
através das doces palavras
inventam rios e mares
edificam a paz e o amor
mas, também, podem descrever a guerra,
todavia, nelas existem traços de vida
indicativos de que conseguem,
principal e carinhosamente, colorir o bem,
por vezes até, sabem pintar o mal
se o poema assim o exigir!
Pela minha mente
vagueiam, livres, pensamentos
imbuídos de vontades e frustrações
criando o tudo e o nada,
o muito e o pouco
o amor e a paz,
como também, desilusão e mágoa
numa simbiose de paixão, ilusão e…
realidade!
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 27 de outubro de 2023
#Chuva molhava-me o rosto
Caminhei lentamente pela rua
e a chuva molhava-me o rosto
aquelas gotas não eram da lua
nem sequer era mês de agosto
Verdade que me refrescava
com aquela miúda chuvinha
enquanto seguia, imaginava
se poderia criar o poeminha
Mal a casa cheguei, molhado
peguei no meu velho secador
e para evitar ficar constipado
a roupa sequei, usando vigor
Só então, sequinho e fresco
escrevi o que agora aparece
talvez pareça, certo arabesco
e fi-lo só porque me apetece
Porque sou um livre pensador
que com a rima invento nada
num airoso voar de beija-flor
deixo a poesia, quiçá, alienada
José Carlos Moutinho
Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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