segunda-feira, 15 de abril de 2024

#Introspecção

 Instrospecção


Sou verbo de simplicidade,
conjugam-se em mim
todos os tempos vividos
em simbiose de alegria e prazer...

naturalmente, sou essência
de adjectivos qualificativos
onde o bem, a sinceridade
e, especialmente a verdade
estão sempre presentes no léxico
que fazem do meu viver
a felicidade da minha caminhada!

Será, talvez, este meu soltar de alma
presunção no pensar de alguns,
arrogância no sentir por outros...
isso pouco me importa
porque os sentimentos
que me dominam
dizem da realidade das emoções
que me fazem ser como sou,
frontal, honesto e humilde ser humano
consciente das minhas virtudes,
e, obviamente, dos meus defeitos
que, jamais, tendem a comportamentos
prejudiciais aos meus semelhantes.

José Carlos Moutinho
Portugal
2024

domingo, 14 de abril de 2024

#Areias da minha praia

 

Brilham as areias da minha praia
navego meu olhar sobre as ondas
veste-se maresia de fina cambraia
gaivotas a voar pelas suas rondas

O azul das águas reflecte o sol
com a beleza da sua propriedade
passa alguém que fala espanhol
caminha com toda a serenidade

Ao longe vislumbro verdes algas
como se fossem tecidos de seda
dizem ser medicinais suas salgas
feliz deixo a praia subo alameda

Então neste meu extasiar sentidos
convivi com a areia, o sol e o mar
respirei maresia, instantes vividos
naquela minha praia de encantar
 
A vida são dois dias e este passou
amanhã outro virá e tudo seguirá
em cada suspiro sentir perpassou
viver o hoje, o futuro logo se verá
 
José Carlos Moutinho
13/4/2024

sábado, 13 de abril de 2024

#Coisas...

 Coisas...

Quando ouço o chilrear do rouxinol
sinto-o como se fosse teu sussurrar
mas quando contemplo o pôr do sol
é que mais sinto vontade de te amar,

José Carlos Moutinho
13/4/2024

#Existência

No vasto vazio do ser,
onde o nada se encontra com o tudo,
perguntas sem resposta ecoam,
neste nosso universo mudo

Existir é um paradoxo,
uma chama que arde sem se ver,
é o silêncio entre dois pensamentos,
um mistério a desvendar, a compreender
Somos poeira de estrelas errantes,
em palco de infinitas possibilidades,
dançamos ao som do tempo,
entre certezas e saudades

A busca pelo sentido da vida,
é a arte de tecer o próprio destino,
no tear das experiências vividas,
encontramos nosso caminho

E no final, o que resta?
Senão a beleza de ter existido,
de ter amado, chorado, sorrido,
neste universo tão vasto e infinito

José Carlos Moutinho
Portugal



domingo, 7 de abril de 2024

sexta-feira, 5 de abril de 2024

#ALDEIA DO PARAÍSO

 𝐀𝐋𝐃𝐄𝐈𝐀 𝐃𝐎 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐈́𝐒𝐎

𝐄𝐬𝐭𝐞 𝐫𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐩𝐨𝐫𝐜𝐢𝐨𝐧𝐨𝐮-𝐦𝐞 ao escrevê-lo, 𝐮𝐦 𝐩𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐢𝐧𝐝𝐞𝐬𝐜𝐫𝐢𝐭𝐢́𝐯𝐞𝐥, 𝐞𝐢𝐬 𝐮𝐦𝐚 𝐝𝐚𝐬 𝐬𝐢𝐧𝐨𝐩𝐬𝐞𝐬:

História de três famílias, das muitas que fugindo de uma vida sem futuro, ou por insatisfação da que tinham, partiram certo dia de Portugal, em busca de novos horizontes, de novas e melhores condições ou de outras aventuras, na terra promissora que era África.
A maioria das pessoas saíram da sua terra de nascimento onde existiam situações bem complicadas, de difícil sobrevivência e de absoluta carência, desde a alimentação à educação escolar. Muita dessa gente, não conseguia sequer fazer a escola básica, pois a miséria obrigava-os a trabalhar na terra, para sustento deles e da família.
Outras havia, que embora possuíssem melhores condições económicas e não só, havendo até, algumas com formação académica, como é o caso de uma das famílias que faz parte desta história, mas que, por sentirem o chamamento de África, partiram levando com eles a coragem e o espírito imbuído pelo desejo da aventura.
A história que se aconchega neste livro de ficção, somente pretende de maneira simples, sem querer ter a veleidade da intelectualidade, mostrar como se vivia no interior daquele imenso território de dimensões continentais que é Angola. Gente que tinha como ambição, viver em paz, de um modo mais desafogado, que fosse bem diferente daquele que a sua terra lhes proporcionava. Iam para Angola para trabalhar e não para fazerem turismo. E trabalhavam arduamente para conseguirem o que antes lhes era vedado, na metrópole.
E estas três famílias são o exemplo da tenacidade e da luta pela sobrevivência, que se recusaram entregar-se ao comodismo da espera que as coisas lhes caíssem do céu. Instalaram-se numa pequena aldeia remota, no meio da imensidão de uma fantástica floresta, onde tinham como principais vizinhos, a paz, as flores, as aves e seus encantadores chilreios, os cheiros e a praia fluvial de um sereno rio.
Era o paraíso, aliás, assim se chamava aquela minúscula povoação, Aldeia do Paraíso.
Aldeia da serenidade, do silêncio, dos perfumes e da paz e até da prosperidade obtida com duro trabalho.
Mas eis que, a partir de certo dia, tudo que havia sido construído até aí, desmoronou-se, transformando-se em inquietude, dor, tristeza, frustração, perda e morte.

Se tiverem interesse, digam-me.



quarta-feira, 3 de abril de 2024

#Liberdade é tudo isto

 

Liberdade é o ar que respiro
o vento que me leva
o sol que me aquece
o mar que me banha
 
É o sonho que persigo
o caminho que escolho
o destino que me espera
o amor que me completa
 
Liberdade é a voz que me expressa
o pensamento que me guia
a consciência que me julga
a vontade que me move
o direito que defendo
o dever que cumpro
a justiça que busco
a paz que desejo
 
Liberdade é o bem que faço
o mal que evito
o erro que corrijo
o perdão que ofereço
é o que me faz humano
o que me faz único
o que me faz feliz
o que me faz livre
 
Liberdade é a mais pura essência
da vida humana.
Nascemos livres, temos o direito de viver livres,
física e mentalmente!
 
José Carlos Moutinho
Abril/2024

 


#A FORÇA DE AMAR

𝐃𝐨 𝐦𝐞𝐮 𝐫𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐀 𝐅𝐎𝐑𝐂̧𝐀 𝐃𝐄 𝐀𝐌𝐀𝐑, 𝐪𝐮𝐞 𝐦𝐞 𝐝𝐞𝐮 𝐢𝐦𝐞𝐧𝐬𝐨 𝐩𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐞𝐫, 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐨-𝐯𝐨𝐬 𝐚 𝐈𝐧𝐭𝐫𝐨𝐝𝐮𝐜̧𝐚̃𝐨:

A vida é feita de pequenos filmes ou melhor, de momentos, de instantes onde involuntariamente tudo pode acontecer.
Neste livro conta-se a história de um jovem dependente tóxico, com ideias suicidas, que acabou por ser salvo por uma jovem médica da Emergência médica, com quem começou uma relação amorosa. Foi uma paixão intensamente fogosa, que tão rapidamente começou, como ainda mais rápido acabou ao tornar-se numa brisa gelada, apagando o fogo.
Conta-se também a história de outras pessoas, mas em especial a de uma jovem de 19 anos, ingénua, que se apaixonou por um homem mais velho, casado, com 3 filhos e tanto mais que ela desconhecia por completo. Fora enganada, mas jamais deixou de amar o homem que a desvirginou.
A vida é assim, como uma estrada, onde aqui e ali, surgem atalhos, uns floridos, outros de ervas daninhas, porém, continuando com resiliência por essa estrada normalmente chega-se a bom final, ou não.



terça-feira, 2 de abril de 2024

#Distopia

 

Um mundo onde a paz reina soberana
o amor é a língua que toda gente fala
vive-se assim a utopia da vida humana
numa harmonia que jamais se abala
 
Nesse lugar, o sol brilha mais forte
flores desabrocham num eterno abril
cada ser trilha seu caminho, seu Norte
e o coração feliz, jamais está febril
 
A bondade é moeda de troca valiosa,
os sorrisos são ondas de algum mar
a vida flui leve, plácida e formosa
utópico viver, neste meu sonhar
 
Aqui, cada alma é pura e cristalina
os dias são oásis de esperança e luz
nesta minha utopia, a vida se afina
em cada instante um sorriso seduz
 

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 28 de março de 2024

#Páscoa presente

A todos que me leem
Que a vossa Páscoa seja de muita paz, saúde e felicidade!


Páscoa presente

Renovação é a promessa da Páscoa,
onde a vida se refaz e a esperança ecoa
flores desabrocham, o inverno se vai
alegria renasce, mais forte que nunca

O chocolate adoça, as crianças sorriem
em cada ovo, ocultam-se memórias vividas
família reunida, mesa que se quer farta
na Páscoa, cada coração rejubila

É tempo de paz, é tempo de amor
no doce mistério da ressurreição
a Páscoa chega com cintilante luz
com ela, deve renascer a fé em Jesus

José Carlos Moutinho
28/3/2024

domingo, 24 de março de 2024

#Meus livros

Meu anseio, maior do que escrever, é saber que o que eu escrevi chegou às mãos de quem gostará de me ler...sinceramente, sem demagogia...

Obviamente, que não posso oferecer gratuitamente os livros, porque também os paguei...certamente que entendem... Estes são os mais recentes que tenho em stock:
Peçam-me, enviá-los-ei com muita gratidão!
3 romances e 1 de poesia.



quinta-feira, 21 de março de 2024

#Eu e a escrita

Nunca procurei a fama e a glória
através dos versos, por mim criados
jamais me julguei alguém na história
dos poetas e escritores consagrados

Sou, simplesmente, um sonhador

que, com palavras pintadas de cores,
vai permitindo a imaginação voar
como voam as belas pétalas de flores.

José Carlos Moutinho
21/3/2024

#O encanto da poesia

Poesia, jardim suspenso de metáforas
onde as palavras dançam como folhas ao vento
cada verso, um pincel mergulhado na paleta da ilusão
pintando no oásis da mente, telas de imaginação…

Ela é mar em calmaria e tempestade,
ondas que embalam sonhos, marés de saudade
nas profundezas de seus versos, o mundo se reflecte
espelho d'água da alma, onde o tudo se completa…

Num sussurro de rima, ela fala de amor
ecoa nos corações, um doce clamor
é fogo que arde sem se ver, luz na escuridão
aquece a frieza do inverno, com sua canção…

Poesia, bailarina entre o real e o abstracto
gira, leve, no palco do infinito, sem recato
cada palavra, um passo, cada estrofe, um salto
no seu dançar, o universo sorri, canta mais alto

Será vinho que embriaga, sem deixar ressaca
na taça da inspiração, em cada gole, nova emoção
é alimento da alma, o pão que nunca se acaba
na mesa do poema, cada verso sacia, abraçando!

José Carlos Moutinho
21/3/2024



#World Poetry Anthem

 É sempre com imensa satisfação que vimos o nosso nome
inserido numa gravação, evocando a poesia,
neste hino do grupo World poetry Anthem.

Obrigado!



quarta-feira, 20 de março de 2024

#Chegou a Primavera

 

A Primavera chega, suave e singela, 
com seu manto verde, bordado de flor 
desperta a terra com sua aguarela 
pincela a vida com muito mais frescor 
 
Os dias crescem, o sol até se demora
no céu, as andorinhas em dança pairam 
cada rebento que nasce, esperança aflora 
nos campos, as cores vivas desabrocham
 
Rios cantam em coro com as chuvas novas 
montanhas vestem-se de um verde novo 
a brisa traz extasiante, o perfume das rosas
o mundo renova-se em ritmo mais suave 
 
Oh, Primavera, estação dos amores 
de dias risonhos e noites serenas 
tu és a musa dos meus versos flores 
a inspiração dos poetas e suas penas 
 
José Carlos Moutinho 
20/3/2024

domingo, 17 de março de 2024

#Foi “ontem”

Sim…foi “ontem” que despertei
de um longo sono, arrastado pelo tempo
…Até “ontem”
quando, inesperadamente,
abri os olhos,
agarrei a caneta,
deixei a minha alma voar livre,
como andorinha na Primavera
e, como milagre,
essa Primavera surgiu em mim,
através das palavras que fui pintando
com as mais belas cores,
simples, mas intensas de sentimento!
 
Alguém disse que eram poemas,
a mim soavam-me a gritos de liberdade,
uma liberdade que eu sentia ter estado ancorada
no meu peito, durante tantos anos,
e, “ontem”…
sim, “ontem” soltou-se
e navegou pelas folhas de papel
como se aquelas, fossem ondas do mar imenso
que havia em mim, desde a juventude;
Eu…que procurei equilibrar-me da emersão
após o naufrágio de tanto tempo,
remei como podia,
com versos rimados 
e tímidas metáforas,
e, os tais poemas ou gritos de liberdade,
fizeram-se canoas,
deixaram-se levar pelas utopias da vida,
construíram realidades!
 
Encontrei o meu Porto de Abrigo,
no “Cais da Alma”
meu primeiro livro, nascido em 2011.
 
José Carlos Moutinho 
24/6/17



domingo, 10 de março de 2024

#A saudade e o poeta

 

Há quem ache por bem criticar
quem gosta de recordar passado
eu não entendo esse tal pensar
relembrar é sentir-se abraçado
 
Porque passado liga ao presente
este será pois, passado no futuro
lembro, e que fique bem assente
a lembrança é como porto seguro
 
Nostalgia não é doença, para mim
saudoso, outrora gosto de lembrar
minha vida foi florida como jardim
deixem-me serenamente recordar
 
Se em poema eu canto a saudade
creiam, que não existe patologia
é simples momento de liberdade
porque vivo o passado em poesia
 
Nem todo o poema tem que ser
reflexo da alma de quem escreve
a escrita é a que o poeta recolher
na fonte da inspiração onde bebe
 
José Carlos Moutinho 
8/3/2024



sexta-feira, 8 de março de 2024

#A ti, Mulher

É 𝘂𝗺 𝗦𝗲𝗿 𝗲𝘀𝗽𝗲𝗰𝗶𝗮𝗹...
𝗠𝗨𝗟𝗛𝗘𝗥...𝗾𝘂𝗲 𝗵𝗼𝗷𝗲 𝘁𝗲𝗺 𝗼 𝘀𝗲𝘂 𝗱𝗶𝗮 𝗲𝘀𝗽𝗲𝗰𝗶𝗮𝗹.

A ti, Mulher

Mulher…Ah, mulher
És um ser tão especial,
Por vezes, estranho e complicado…
Podes até, não ser linda fisicamente
Mas poderás ser dona de uma outra beleza
Que te engrandece ainda mais como pessoa,
O teu carácter, tua postura perante a vida
Ao enfrentares dissabores e dores!

Quantas vezes és tu a timoneira do navio
Que comandas corajosamente
pelo mar das agruras
vindas nas ondas da infelicidade…

Mulher…Ah, mulher,
És avó, mãe, filha e irmã,
És útero fecundante
És sofrimento no parto,
E és amor ao filho que te repudia,
És realmente muito especial, mulher
Merecedora de homenagem,
Não de um dia,
Mas de todos os dias de tua vida!

Tanto podes ter a delicadeza da mais bela flor,
Como também podes ser espinho de revolta
Do cardo que magoa,
Tens nas tuas mãos o mundo, na carícia
E o sussurro da morte no ódio
da frustração!

Mulher, mulher
Sem ti a vida não existiria
A continuidade da vida seria finita
Porque deixaria de haver nascimento,
Tu, mulher, és a fonte da procriação!

Presto a minha homenagem a ti, mulher
Com todos os teus defeitos
que até poderão ser muitos,
mas homenageio-te principalmente
pelas tuas virtudes que são imensas,
Bem Hajas, mulher do mundo!

José Carlos Moutinho
8/3/2024

quinta-feira, 7 de março de 2024

#Serenidade

 Neste mundo louco em que vivemos
são tantas as mágoas sofridas
que nem com o tempo as esquecemos
porque deixam profundas feridas
 
Com coragem e serenidade
vai-se vivendo o melhor possível
porque é esta a nossa realidade
conviver com gente tão insensível
 
Haja, porém, muita fé e esperança
quiçá, um dia tudo se modifique
vida é, também, feita de bonança
 
Com paz, harmonia e serenidade
todos nós ansiamos se aplique
neste nosso mundo, com verdade
 
José Carlos Moutinho 
22/1/2024

quarta-feira, 6 de março de 2024

# Versos repentinos

Seguro por instantes com minhas mãos
a brisa que, serenamente, por mim passa
quero que ela me deixe amor de irmãos
com a mais pura emoção de quem abraça

Se por acaso a brisa ao meu desejo recusar
pedir-lhe-ei que não se esqueça do pedido
que numa outra sua passagem fale a cantar
alegrando-me se meu anseio for concedido

Neste meu jeito sonhador de colorir utopia
que a ninguém prejudica, pode até agradar
pois a criação de estrofes oníricas em poesia
é uma maneira de vos mostrar o que é amar
 
Assim vos deixo com a vida em doce ilusão
viver é sorrir, beijar, amar aqui ou ao luar
é sentir tristeza, alegria, dor e forte emoção
a vida corre com a celeridade de um acabar
 
José Carlos Moutinho

terça-feira, 5 de março de 2024

#LEVAREI TODAS AS PALAVRAS

 

Um dia partirei…
levarei comigo todas as palavras.
 
Depois, no silêncio de mim, inventarei sonhos
em improváveis poemas utópicos.
 
Talvez me leve a pintá-los
com metáforas que nunca imaginei e os coloque no colo da brisa
ou nos braços do luar, e os envie para o lugar
de onde, um dia, eu parti,
 
porque quiçá tenha ficado em mim o anseio de que tenha deixado
por algo de positivo,
quando as palavras não eram pacíficas como serão certamente mais tarde!
 
Não sou dono das palavras em geral, então…
quis dizer que as palavras que eu levarei
serão somente as minhas,
que não foram pertença de ninguém,
quando, com elas,
eu evitava melindrar quem as lesse, mas tão-somente era meu desejo colocar nelas todo o meu sentir, pleno de emoção e quimera,
como se eu fosse algum poeta sonhador.
 
José Carlos Moutinho
In “SONHO OU ILUSÃO”



 

segunda-feira, 4 de março de 2024

#O universo conspira

 Quantas vezes…
à sombra dos murmúrios
se escondem marés agitadas
e ventos alísios de estranhos silvos…
 
Quantas vezes…
nas tardes sonolentas
pelo calor estival de pensamentos arredios
sufocados por atitudes vazias
são obstáculos ao respirar verdade…
 
Quantas vezes…
em primaveras de ilusões
florescem flores mortiças
coloridas de negro
em jardins de desencanto…
 
Quantas vezes…
o sol altivo e luminoso
se esconde, ignorando sorrisos falsos
e mergulha na penumbra
da indiferença…
 
Quantas vezes…
o luar de tons azul-celestes
ignora as noites castigadas
pela desumanidade
e pela ausência de humildade…
 
Ah…
mas quantas vezes…
o universo conspira,
e torna tudo o que era inútil e fútil
em alegria e felicidade,
quando bem-disposto, transforma a maldade
em simpatia, tentando parecer bondade,
Concede-nos marés, luar, sol e ventos,
engalanados de humanidade,
mostrando ao mundo
que todos nós, simples viajantes do tempo,
somos tão efémeros como o luar de uma noite
o sol de um dia
e as marés e ventos dos momentos passageiros! 

José Carlos Moutinho


domingo, 3 de março de 2024

#Lembrança adormecida

Ditosos  eram os dias daquele tempo
da juventude rebelde e muito feliz,
tão perto na memória e longe em lamento
que sinto, por não ter feito tudo que quis.
 
Ainda sinto o aroma das belas acácias
que perfumavam a ilusão dos meus sonhos
coloridos e inocentes sem falácias,
onde jamais cabiam os dias tristonhos.
 
Ai saudade, que moras no meu coração
tem pena da minha dor e vai-te embora
não adianta sofrer pelo que vivi outrora…
 
Foram anos de amor, quimeras e paixão
que passaram velozes na minha vida,
agora…deixo a lembrança adormecida.
 
José Carlos Moutinho 
20/2/16

#A FORÇA DE AMAR

 𝗤𝘂𝗲𝗺 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗲𝘃𝗲 𝗲 𝗽𝘂𝗯𝗹𝗶𝗰𝗮 𝗹𝗶𝘃𝗿𝗼𝘀, 𝗼 𝘀𝗲𝘂 𝗺𝗮𝗶𝗼𝗿 𝗱𝗲𝘀𝗲𝗷𝗼 é 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝘀𝘁𝗲𝘀 𝗰𝗵𝗲𝗴𝘂𝗲𝗺 à𝘀 𝗺ã𝗼𝘀 𝗱𝗼𝘀 𝗹𝗲𝗶𝘁𝗼𝗿𝗲𝘀...

*************

𝗱𝗼 𝗿𝗼𝗺𝗮𝗻𝗰𝗲 𝗔 𝗙𝗢𝗥Ç𝗔 𝗗𝗘 𝗔𝗠𝗔𝗥, 𝗲𝗶𝘀, 𝗲𝘀𝘁𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗲𝗿𝘁𝗼:

..."Luísa aproxima-se do seu local de trabalho, dando dois beijos na face do companheiro que retribui e com um até logo se afasta.
E o logo demorou a chegar, mas mesmo lento acabou por se apresentar às 19h20, como de costume, na plataforma da estação do Bolhão.
Nos dias seguintes, e foram cinco, só em um Álvaro Campelo não esteve presente. Porém, nesse quinto dia, enquanto o metro devorava o percurso da curta viagem, a conversa já se desenvolvia mais solta, mais confiante, vinda da continuidade dos dias anteriores. Luísa sentia que aquele homem era o seu amor, o homem de sua vida. Ele era tão carinhoso, tão afável, tão doce e falava tão bem, numa voz de mel grave, quente.
Estava totalmente rendida. Não podia enganar-se, pensava com alegria e a felicidade inundava-lhe o coração, o corpo, a alma.
E antes do término da viagem dela ele convidou-a para jantar.
Para coração, porque tanto pulas dentro do meu peito, aquieta-te é só um jantar, gritava uma voz dentro dos seus pensamentos"...

𝐇𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐚𝐦𝐨𝐫𝐞𝐬, 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐧𝐚 𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐨 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐨



sexta-feira, 1 de março de 2024

#Divulgação

Divulgação...
para quem tiver curiosidade em me ler...



#Abraço de Amizade

Vou por aí, sem destino
quem quiser venha comigo
sou ribatejano, mas não campino
quem comigo for é meu amigo
 
Percorremos a lezíria de lés a lés
para apreciar a extensa paisagem
ainda que se cansem nossos pés
não faremos nenhuma paragem
 
Quando chegarmos ao final
Da viagem que encetámos,
Diremos que lindo é Portugal
Ficaremos tristes se pararmos
 
Seguiremos por outro caminho
Até que a alma nos doa de saudade
Então cantemos muito baixinho
E demo-nos um abraço de amizade
 

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

#HUMANIDADE EM DESVARIO

#Humanidade em desvario

 

Uivam, ferozes, os ventos
trovejam os canhões
sibilam os mísseis
assobiam as balas
voando como abutres, aviões matam,
tanques espezinham fatalmente
casas que se desmoronam,
transformam-se em pó,
soterrando pessoas e animais,
choram as crianças
gritam as mulheres
morrem os homens!
 
O mundo desfigura-se,
conflitos estúpidos acontecem
cada vez mais frequentes,
grita-se, esbraceja-se
mas as vozes da razão
são incapazes de penetrar
as gélidas mentes da incongruência!
 
De tempos em tempos
surge um louco
acometido de escuridão da maldade
pensando-se um ser iluminado
pela razão que é só dele
contrariando a assertividade da verdade
e do sentir da humanidade…
 
Que mundo é este
tão depravado e sem sentido
desprovido de sentimentos
que se vão configurando normalidade aflitiva?
 
Dói-me a alma,
aperta-se-me o peito
ao ver tanta dor,
tanta morte inútil e estúpida
que nos é apresentada a cada dia
pela frieza dos canais de televisão!
 
Tudo já parece natural
tão vulgares se vão tornando
as imagens de gente desabrigada,
com frio e esfomeada,
gente inocente
cuja culpa é a de estarem em local errado
em momentos errados…
 
Que futuro terá este nosso mundo
e o seu povo tão sofrido,
nesta atrocidade tão dolorida
não só pelas guerras,
mas, também, e premente pela fome
que grassa em tantos países
onde os mandantes são nababos
a viver como senhores alambazados!
 
Sinceramente…
não consigo imaginar solução
para este desvario da humanidade…
onde a harmonia e os afectos esmorecem
e o amor agonizante vai morrendo!
 
Peço-te ó paz, serena paz
que não te ausentes,
não abandones este povo terráqueo
que tanto tem sofrido.
 
José Carlos Moutinho 
28/2/2024



Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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