segunda-feira, 30 de setembro de 2024

#Como se fosse poema

 

Cantam as boas vontades
sob a luz do sol da verdade
que pelas nuvens realidades
voam os céus da liberdade

E num jeito de fazer poema
sorrio às palavras silenciosas
porque as utilizei sem tema,
para que fossem generosas

José Carlos Moutinho
30/9/2024

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

#E viva o vinho


São campos de belas parreiras
Que enfeitam as fortes videiras
Verde esperança, de boa colheita

Delas sairá o mosto que nos deleita


É árdua a labuta da colheita da uva,
Que poderá ser néctar de prazer e doçura
Ou de tristeza pelo excesso de chuva
que destrói e deixa o gosto da amargura

Mas quando tudo sai bem e a contento
É ver os homens de calça arregaçada
A cantarem pisando a uva deste evento
Numa longa e bem animada algazarra

Pisada a uva sucede um elaborado processo
Onde se deixa fermentar por algum tempo
Dali à pipa de carvalho é um pulo de sucesso
Pelo degustar que até a um morto dá alento

E viva o vinho da mais bela cepa de Portugal
Ao beber com moderação branco ou tinto
Podem ter a certeza que jamais nos fará mal
Basta um copo de cada vez, só até ao quinto

Vamos lá beber e exaltar o néctar dos deuses
Dizem que até dá saúde a todos os doentes
Nós gostamos de vinho, somos portugueses
Garanto que vinho acaba com dor de dentes

Já que temos vinho, venha o pão e presunto
Porque só beber pode causar alguma azia,
Vamos comer e beber e acaba-se o assunto
Porque hoje é hoje e amanhã já é outro dia

José Carlos Moutinho
Portugal



quarta-feira, 25 de setembro de 2024

#Matizes de Outono

 Outono...eis um poema velhinho:


Matizes de Outono

O Outono chega repentinamente molhado,
Espalhando folhas matizadas por todo lado,
O céu acinzenta-se, perde o seu azul belo,
A melancolia ocupa-nos a alma sem apelo.

Mas o Outono é também encanto
Nas folhas secas que esvoaçam
E criam atapetadas ruas coloridas,
Imagens ornamentadas bucolicamente
Em paisagens de deslumbrante visão,
No adeus ao calor que o verão ofereceu
E nas boas vindas ao frio do Inverno que virá!

A Natureza na sua plenitude,
Com o equinócio que se faz presente,
Solidário com as caducifólias
Que nos oferecem a beleza das folhas secas
Na escusa da sua perenidade,
Voam leves como penas nas asas do tempo,
Volateiam na sua curta viagem até ao solo,
Onde se aconchegam delicadamente,
Tecendo belos e efémeros tapetes!

Outono dos nossos dias
Amigo de vários anos,
Que nos presenteia com o matizado da vida
Com o fresco suave da atmosfera,
Em terno preparativo para o frio intenso
Que nos chegará brevemente com o Inverno

E quando partires, Outono
Sentiremos saudades de ti
Pela vinda ansiosa da bela Primavera.

José Carlos Moutinho
28/9/13
Portugal

domingo, 22 de setembro de 2024

#Alegria, morena

 

Escuta o que eu te digo morena
Não te faças assim tão esquisita
a vida é curta, não vale a pena
teres esse teu jeito que só irrita
 
Encara o teu viver com alegria
E serás de certeza mais feliz
O sorriso é a força da simpatia
Não empines assim teu lindo nariz
 
Se aceitares estes meus conselhos
terás a prova nos teus espelhos
esperarei o resultado final…
 
Tem sido este o meu conceito geral
vaidade não leva a nenhum lugar
maior sentimento é saber amar… 

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

#Reflexão de José Carlos Moutinho

 

    No remanso do meu cantinho de imaginações, deixo-me levar em serena reflexão, sobre o meu curto percurso literário, iniciado em 2009.
    Muitos de vós, que neste momento estais a ler este meu sentir libertado, conhecem-me pessoalmente.
    Mas muitos mais, não me conhecendo fisicamente, são meus amigos virtuais e fiéis leitores da minha singela escrita.
    A todos vós, deixo aqui, bem patente, a minha gratidão não só por me lerem e interagirem comentando, mas, principalmente por me darem a honra de terem em vossas casas, muitos dos meus livros.
    Toda esta conversa, vem a propósito, da minha tal reflexão, sobre o meu caminho das palavras e dos livros publicados.
    E, francamente, permitam-me, com toda a imodéstia que me for concedida, que me sinto feliz pelo que até agora consegui, senão vejamos:
Com 13 anos de edições e publicações atingi um número (15) de títulos, que considero fantástico.
Fui entrevistado por algumas Rádios, passados os meus poemas, em outras de projecção internacional.
Por 3 vezes estive na RTP África.
Recebi prémios vários, entre os quais, muito particularmente importante, por se tratar de uma Academia de Letras, física; Por essa Academia fui premiado, no mesmo Concurso Internacional, em três dos meus trabalhos apresentados: um 2º em poesia, um 3º em Crónica e uma menção honrosa em poesia.
    Sinceramente, que mais posso eu desejar?
    Depois de 50 anos sem escrever, que, como sabem, iniciei as minhas ingénuas poesias, com 15 anos, ter alcançado este palmarés, deixa-me absolutamente honrado!
    Claro que sem os meus leitores e amigos, jamais chegaria a esta marca. Ninguém é alguém, SÓ, ou por graça do destino!
    Verdade que tem sido uma luta de várias batalhas, mas com resiliência, tenho conseguido chegar lá. Mais fácil seria com as tais ajudas que todos sabemos, mas essas, são para quem cai em graça e não para os engraçados. (e eu nem graça tenho)
    Dirão alguns: Teve sorte.
    Claro, que a sorte é importante. Mas sorte sem abnegação e persistência, vale nadinha!!
    Não considerem este soltar das minhas emoções, como uma atitude de vaidade, mas sim, como um partilhar a minha gratidão com aqueles/as que me têm acompanhado.
    Um forte abraço a todos, amigos/as, não amigos/as, conhecidos/as e aos que tiverem paciência para lerem este meu desabafo.

Setembro/2024



quarta-feira, 18 de setembro de 2024

#É assim…

 

Passam por mim, como brisas
silentes as horas dos meus dias
por vezes tornam-se indecisas
expectante anseio de garantias

Depois, dias correm como vento
ruidosos, inquietos como emoção
de nada adianta soltar o lamento
porque o tempo tem a sua razão

Logo, os meses sucedem-se ágeis
trazendo os anos loucos, voadores
a vida vai torna-nos mais frágeis
trazendo rugas, tremuras e dores
 

José Carlos Moutinho

terça-feira, 17 de setembro de 2024

# Devaneio e quimera

Nas areias da praia
invento tardes solarengas
em dias de nostalgia,
e com os pensamentos em ebulição
construo castelos de nada,
crio rios de águas paradas e invisíveis,
pinto nuvens escondidas pelas montanhas
e imagino um mar imenso que,
numa estonteante miragem
se agita aos meus olhos
em ondulantes cavalgadas
sobre o dorso cintilante
daquele mar que eu imaginei,
mas que, certamente, nem existe,

e quando me sentir cansado
e saciado pela criação das minhas obras,
caminharei de pés descalços,
pela espuma da saudade
ao encontro do desconhecido
até me perder em novos pensamentos,
sob o luar que vai chegando,
e ao qual permito criar uma imagem de mim
reflectida nas areias
da minha praia imaginada

José Carlos Moutinho
Portugal



sexta-feira, 13 de setembro de 2024

#Sequer sei se o sou

 

Pouco me importa se me chamam poeta,
porque, sinceramente, sequer sei se o sou
escrever com paixão o livro é minha meta,
neste caminhar por onde eu desejo e vou

Faço das palavras um mundo de emoções,
que com alegria anseio passar aos leitores,
deles, eu simplesmente, anseio felicitações
fontes importantes que ajudam os autores

É assim deste modo que penso e quero ser
neste mundo de fraudes, vaidades e ilusões
não é imperioso ser-se génio para escrever
basta a alma com sentimentos e aspirações
 
José Carlos Moutinho 
12/9/2024

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

# Viver

A noite acalmara o dia
e na serenidade do luar
cantou-se com alegria
belas melodias de amar

Olhemos em nosso redor

sentir a vibração natureza
há na brisa perfume de flor
Universo oferece gentileza

Também é com a franqueza
que se descobre a amizade
demonstração pura certeza
brotada da fonte da verdade

José Carlos Moutinho
11/9/2024

terça-feira, 10 de setembro de 2024

# A mais bela flor

Ah, Fosse eu Antero ou Camões e faria
com meu amor, um soneto para ti
pintado com versos de poesia
com as cores que houvesse por aqui

Porém, como nenhum deles eu sou,

planto com meu talento estas rosas
para que o meu amor saiba que aqui estou
rodeado de versos e prosas!

Bem sei que é humilde, porém sincero
este modo de te falar de amor
palavras simples que gosto e quero…

Mas como a vida não é só poesia
quero oferecer-te a mais bela flor
que no meu coração, pra ti, crescia!

José Carlos Moutinho
Portugal

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

#É assim…

 

Passam por mim, como brisas
silentes as horas dos meus dias
por vezes tornam-se indecisas
expectante anseio de garantias

Depois, dias correm como vento
ruidosos, inquietos como emoção
de nada adianta soltar o lamento
porque o tempo tem a sua razão

Logo, os meses sucedem-se ágeis
trazendo os anos loucos, voadores
a vida vai torna-nos mais frágeis
trazendo rugas, tremuras e dores
 
José Carlos Moutinho 
 9/9/2024

sábado, 7 de setembro de 2024

#Desistir?

 

Instalou-se em mim o desânimo,
perdi o entusiasmo que me iluminava
dando lugar a uma insatisfação premente!
 
O colorido que eu colocava nas palavras
vai-se ensombrando em inquietude
ofuscando o sentir resiliência!
 
As palavras incitam-me a usá-las,
a inspiração é um rio de vibrante caudal,
a paixão está viva,
pelos versos que compõem a estrofe,
e esta, alinha-se docemente, no colo do texto!
 
…Mas aquele amor pelo livro
e a ansiedade que brota do mar da ilusão
para ver navegar por aí, a sua obra…
…sucumbe nas marés da frustração
imergindo, aflitivamente,
nas ondas traiçoeiras da publicação!
 
Será que a desistência
é a melhor forma para evitar tristezas
ao sentir-se explorado por quem faz o livro?
 
Ou, pelo contrário,
há que ter a força dos lutadores
e fazer do prejuízo uma vitória?
 
Francamente, já nada sei
além de que…
sei que sinto uma certa revolta
e que só a mim compete aquietar!
 
Aturdidos que estão os meus pensamentos,
imbuídos de frustração, por conflito emocional,
pergunto-me:
Será que o livro pretende desistir de mim,
ou
estará esmorecida a minha vontade pelas dificuldades
colocadas no caminho do meu sonho,
desejoso em acarinhar mais um livro?
 
José Carlos Moutinho 
6/9/2024




quinta-feira, 5 de setembro de 2024

#Constatação

Árduos são os dias de hoje
bem diferentes dos d'outrora
o sentimento talvez despoje
os relacionamentos de agora

Perdeu-se tanto de tão pouco
as palavras são vãs, tão vazias
talvez este mundo esteja louco
tão perdido, cheio de messias

Grita-se em desvario, por nada,
ofende-se com sorriso descarado
a verdade é coisa abandonada
tanta gente de rosto mascarado

Não, não estou desesperado
isto é uma simples constatação
já vivi meu tempo descansado
resta-me viver nesta confusão 

José Carlos Moutinho

5/9/2024

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

#Passageiro

 

Hoje sou passageiro do tempo
portador do hoje,
deixo para trás o ontem
e deixo-me levar em viagem etérea
a caminho do amanhã

Mas hoje, porque é presente
e neste momento é o que se sente
encho o peito de ilusões
canto as mais belas canções

Continuo viajante sem tempo,
ansioso de que meu tempo tarde,
há em mim um caudal de alento
do qual jamais faço alarde

Mas passageiro da vida eu sou
abraçando dias de sol
e noites de luar
na serenidade do meu existir
e na miragem dos sonhos eu vivo
pintando telas de coloridas emoções
porque o tempo é efémero
e urge sorrir e abraçar a vida
 
José Carlos Moutinho
Agosto/2024 
Portugal





quinta-feira, 29 de agosto de 2024

#Somos tanto e tão pouco

 

Sempre ouvi dizer, palavras simples
mas com assertiva verdade
que muitas vezes passam despercebidas
aos menos atentos com as coisas da vida
Pois…diz-se que a longeva idade
é celeiro de sabedoria ou de conhecimentos
adquiridos pelos caminhos trilhados
e por obstáculos encontrados
nem sempre transpostos…

E eu, na minha insignificância humana,
permito-me concordar com tais ditados populares

Aceito-os, em parte…
porque os insignes ditados
são a simplicidade do saber do povo!

Então, assim como quem nada quer,
cerro os olhos, quedo-me no silêncio da minha mente
e levo-me em pensamentos sobre esta questão…

Humildemente, tenho de concordar:
o tempo de existência que se vai prolongando
pelo tempo do nosso viver
é uma fonte, de onde constante e ininterruptamente,
brota experiência, prática e saber compreender melhor!

Porém, com tanto conhecimento e capacidade
que sabemos nós, perante a universalidade
do relacionamento, do entendimento e dos sentimentos?

Perante esta pergunta a mim mesmo,
resumo com poucas palavras,
que não serão populares,
porque são só minhas, nascidas neste momento
pelo meu discernir:
Somos, afinal, tanto e tão pouco neste Universo desconhecido!

José Carlos Moutinho
8/8/2024
PORTUGAL

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

#Gosto, simplesmente

Gosto de apreciar as folhas do tempo
quando, no entardecer do outono
elas se vestem de tons matizados
e na suavidade da brisa
deixam-se levar, airosas, esvoaçantes
como borboletas de esperança

Gosto de observar o carrossel da vida
no seu girar, por vezes, estonteante
em rodopio de emoções

Tantos são os momentos
que me permito acolher em mim
pela generosidade do tempo
que me faz sorrir, respirar
e...simplesmente viver

Gosto da vida, que me foi oferecida
perfumada de felicidade
colorida pelos mais dignos sentimentos
os quais me fazem acreditar
num advir ainda mais belo
do que aquele tempo maravilhoso
que eu já vivi
 
José Carlos Moutinho
28/8/2024




segunda-feira, 26 de agosto de 2024

#Poema que nunca foi meu

É na solidão que eu me encontro
e me invento através do silêncio,
pelas palavras que descubro dentro do meu sentir
e lhes falo docemente, pintando-as no papel branco,
imaginando-as a mais bela tela da minha emoção.

Transformo o alvo papel em paleta de múltiplas cores,
vou retirando uma a uma delicadamente
e crio o poema, palavra após palavra,
que se aconchegam no meu anseio de poeta…

E as palavras tomam a forma do meu querer,
rimam nos versos que vão surgindo
como que por arte mágica,
e fazem-se metáforas de sentimentos,
agrupam-se em estrofes de sensações,
bailam livres aos olhos de quem as lê
e fazem delas o poema dançado pela melodia
que lhes penetra fundo na alma
e pensam seu,
o poema que eu acabei de criar
e que já não é meu.

Observo a satisfação de quem o leu
e sorrio, feliz e realizado
por transmitir um sentimento em mim latente,
para o leitor o absorver com a ânsia do seu coração.

José Carlos Moutinho
In “Sonho ou Ilusão”



sexta-feira, 23 de agosto de 2024

#Reflexo do tempo

 

Talvez gostasse de te dizer
tudo o que jamais te disse
o tempo fez-me esquecer
e a memória não me iludisse

Mas hoje já pouco importa
pois a tempestade já passou
aquela vivência é coisa morta
vida é passagem, tudo mudou

Foi bom, enquanto aconteceu
juventude era fogo sem se ver
agora, é miragem que morreu
nas brumas do meu entardecer

José Carlos Moutinho
23/8/2024

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

# Quadras gêmeas

Fosse eu filósofo ou poeta,
diria que é eterna a vida
como não sou, nem asceta
vivo a saber que há partida,

Enquanto esta caminhada

me leva por aí, com rumo
é no despertar da alvorada
que a cada dia me aprumo

José Carlos Moutinho
21/8/2024

# Minha terra era pequena (Sobralinho)

A minha terra era ainda tão pequena
Quando certo dia de Junho eu nasci
Era uma manhã ensolarada e amena,
Nessa alvorada a luz do mundo eu vi

Na escassez nasci num belo palácio

Talvez por desígnio do destino,
Naquele dia foi traçado o prefácio
Da história da vida desse menino…

Com o passar do tempo a aldeia cresceu
Tal como eu que um certo dia a abandonei
cumprindo a ordem que o destino me deu

Quando voltei era vila, a minha aldeia
D’África o sol que lá longe deixei
Na saudade, minha alma é agora cheia

José Carlos Moutinho
Portugal

terça-feira, 20 de agosto de 2024

#Caminhos árduos

 

Eram árduos os caminhos
que teimosamente, aqueles pés pisavam,
por entre pedras e espinhos
percorrendo dificuldades e sucessos de lés a lés

Porém, sua resiliência incentivava-os à caminhada
esperando que as pedras florissem
em acalmia pela longa estrada
e com amor a cobrissem
 
E a estrada floriu e o poema nasceu,
animou-se a ilusão voltaram os sonhos
as pedras sorriram felizes
e o horizonte matizado despontou
entre o verde do mar e o azul do céu

José Carlos Moutinho
31/3/18 
 Portugal

domingo, 18 de agosto de 2024

#Medos e segredos

 Poema acabadinho de ser escrito e que foi musicado pela IA...


Medos e segredos

É nas sombras que a noite faz
que escondo meus medos
agora só ao luar sou capaz
desvendar meus segredos

Nos momentos de nostalgia
são somente as estrelas
que afastam a melancolia
pelo brilho que recebo delas

E é no esplendor da alvorada
que o meu coração se liberta
porque a noite já foi calada
e minha alma mais desperta

José Carlos Moutinho
18/8/2024
Portugal



quinta-feira, 15 de agosto de 2024

#Outra realidade

 

Serenamente…
Recordo o início da minha viagem
pelos caudais inconscientes dos rios da escrita
onde naveguei em canoa simbiótica de anseio e timidez
 
Um navegar inquieto sobre ondas da incerteza
quando a espuma da esperança
cintilava numa alvura de sonho
 
Agora, passado aquele outro tempo
permito-me ultrapassar os obstáculos
escondidos nas brumas
voar num voo solto por entre clareiras
e chegar a este meu porto, certamente, mais seguro
 
Confesso, humildemente,
com total satisfação de que entre o navegar e o voar
existe todo um mundo de alegria,
alegria essa, que eu jamais pensei obter
das palavras com as quais eu construo histórias
e fantasias plasmadas em poesia
 
Existe, obviamente, uma universal distância
entre o conhecimento de um menino de 15 anos
e a de um adulto de provecta idade
 
Os sonhos de então, inexoravelmente,
foram-se diluindo com a passagem das primaveras
 
A realidade é, absolutamente, outra, mais consciente,
menos sonhadora…
embora o sonho, esse misterioso sentir pelo advir
jamais se dissipe por inteiro
 
Assim, rios navegados, céus voados oniricamente
cheguei às margens da minha realidade
e em terra firme da apoteose
realizei tudo o que jamais havia sonhado
sequer imaginado
 
José Carlos Moutinho
10/8/2024 
Portugal

terça-feira, 13 de agosto de 2024

#Não gosto do que vejo e ouço

Serei eu serena brisa
que desliza sobre as ondas do sonho
ou serei simplesmente o suspiro do sol
em tardes cinzentas e obscuras?

Serei eu vento intempestivo

que não aceita a hipocrisia disfarçada
ou simplesmente serei tempestade
ansioso para acabar com a mentira?

Dirão, quem estas palavras lerem,
que, afinal, não passo de um sonhador
perdido na realidade da vida,
ingénuo e crente da sinceridade
e adepto fervoroso da humildade!

Não sou, obviamente,
nenhuma dessas metáforas,
talvez seja, somente,
um ser que vai desacreditando
na humanidade…
desejoso que nem ventos nem tempestades
abalassem a dignidade e a verdade!

Este nosso mundo está enlouquecido,
vai-se transformando em covil de mentiras
com absoluta ausência da generosidade,
desvalorizou-se o respeito, por outrem,
substituído pela maldade gratuita!

Perdeu-se a honra,
bondade, gentileza e bom senso,
foram trocados, com descarada facilidade
pela ofensa e violência…

Não gosto do que vejo e ouço,
é intolerável o que vai acontecendo,
mata-se com toda a displicência
como se uma vida
valesse menos que um fósforo ardido.

José Carlos Moutinho
12/8/2024




segunda-feira, 12 de agosto de 2024

#Horizonte incógnito

No horizonte incógnito
onde o sol se esconde
a liberdade dança com o vento
as estrelas sussurram segredos
pintando o céu com sonhos…

O futuro é um enigma

uma tela em branco esperando cores

A vida e uma sinfonia
notas dispersas no ar
harmonia buscada nas entrelinhas
vamos caminhando na corda bamba
entre o passado e o porvir
explorando o desconhecido com coragem

E no silêncio das escolhas
a liberdade revela-se
como um pássaro alçando voo

E no tempo de esperas e anseios
cada dia é luz que nos ilumina
força da resiliência
serenidade perante obstáculos.

José Carlos Moutinho
Portugal
5/8/2024

domingo, 11 de agosto de 2024

#Guerra

 Este poema está inserido num dos meus primeiros livros publicados...

CALMAS MARGENS

Guerra

Sibilam as balas, como cometas,
que penetram em corpos exaltados,
de ânimos perturbados,
por razões de que nem eles sabem!

Correm assustados, para se abrigarem
onde não existe abrigo,
mas sim desolação nas paredes caídas,
pelos morteiros de canhão!
O sangue escorre por rios de dor,
corpos esventrados,
pela estupidez dos que se acobardam nos gabinetes
e fazem dos inocentes,
os alvos do seu poder e maldade!

Maldita guerra que aniquila as boas vontades
e transforma a paz em tortuosa raiva fratricida!

Crianças que choram os pais,
estendidos pelo chão da morte que não desejam!

A pequenez das mentes dos autores
deste teatro diabólico, sedentos de poder
riem-se no desejo da cena de vitória,
ignorando o povo que morre inutilmente!

Que mundo este, de tamanha crueldade,
de interesses mórbidos,
onde a vida humana não tem valor,
porque os interesses da vaidade
são superiores à própria vida.

José Carlos Moutinho.
Portugal

sábado, 10 de agosto de 2024

#Passaredo

 

 
Chegou silente a madrugada
E eu ainda não dormia
Inquieto, não sabia o que sentia
No meu peito a voz embargava
 
Levantei-me cautelosamente
Sem saber a razão de tal gesto
Não ouvia nada, efectivamente
Longe, o mar marulhava protesto
 
As árvores tais estátuas não mexiam
Em absoluta e incrível imobilidade
Só as ondas do mar é que rugiam
Querendo mostrar sua bestialidade
 
Apesar deste panorama natural
Deixei-me pensar na força do mar
Se tudo fosse nos humanos normal
Seria maravilhoso somente amar
 
Saí da janela, deitei-me no sofá
Solidário, com meu desassossego
Fechei os olhos e viajei até…sei lá
Acordei com chilrear do passaredo
 
José Carlos Moutinho 
Portugal



quinta-feira, 8 de agosto de 2024

#Brincar aos poetas

 

𝔹𝕣𝕚𝕟𝕔𝕒𝕣 𝕒𝕠𝕤 𝕡𝕠𝕖𝕥𝕒𝕤

𝔼𝕤𝕥𝕖 𝕤𝕚𝕝ê𝕟𝕔𝕚𝕠 𝕢𝕦𝕖 𝕞𝕖 𝕚𝕟𝕔𝕚𝕥𝕒
𝕒 𝕚𝕟𝕧𝕖𝕟𝕥𝕒𝕣 𝕡𝕣𝕠𝕤𝕒 𝕠𝕦 𝕡𝕠𝕖𝕤𝕚𝕒,
𝕔𝕠𝕞𝕠 𝕤𝕖 𝕗𝕠𝕤𝕤𝕖 𝕔𝕠𝕚𝕤𝕒 𝕔𝕒𝕥𝕚𝕥𝕒,
𝕤𝕖𝕚, 𝕖𝕤𝕥𝕖 𝕢𝕦𝕖𝕣𝕖𝕣 𝕢𝕦𝕖 𝕕𝕖𝕤𝕒𝕗𝕚𝕒

𝔼 𝕤ó 𝕡𝕠𝕣𝕢𝕦𝕖 𝕒𝕤 𝕡𝕒𝕝𝕒𝕧𝕣𝕒𝕤 𝕤ã𝕠
𝕦𝕞 𝕛𝕠𝕘𝕠 𝕕𝕖 𝕝𝕖𝕥𝕣𝕒𝕤 𝕖 𝕡𝕠𝕟𝕥𝕠𝕤
𝕗𝕚𝕫 𝕖𝕤𝕥𝕒𝕤 𝕢𝕦𝕒𝕕𝕣𝕒𝕤 𝕕𝕖 𝕖𝕞𝕠çã𝕠
𝕔𝕠𝕞 𝕠 𝕛𝕖𝕚𝕥𝕠 𝕕𝕖 𝕡𝕠𝕖𝕥𝕒𝕤 𝕥𝕠𝕟𝕥𝕠𝕤

𝕁𝕠𝕤é ℂ𝕒𝕣𝕝𝕠𝕤 𝕄𝕠𝕦𝕥𝕚𝕟𝕙𝕠
𝟠/𝟠/𝟚𝟘𝟚𝟜
 

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a